segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A Esquerda no Pará, Memórias: O Movimento sindical dos petroleiros



Foi durante a gestão de Levindo Carneiro que,efetivamente, surgiram os primeiros movimentos da organização do sindicato dos petroleiros da Amazônia, apesar das administrações anteriores apresentarem evidências de descontentamento dos servidores a respeito das condições de trabalho, salários, vantagens, pois não havia uma entidade que os representasse e defendesse suas reivindicações, num universo de aproximadamente 6.000 empregados.

Até então, o imposto sindical dos servidores era recolhido para o sindicato dos eletricitários do Território de Amapá, que nada tinha a ver com a pesquisa de petróleo e que também nada fazia para satisfazer às necessidades dos petroleiros. Como se dizia na época, era um recurso desviado para o esgoto ou então para iluminar a exploração do manganês no Amapá.

A Associação


Em 1960, uma Junta Diretiva constituída pelos servidores Inácio Moerbeck da Costa, Dirson Medeiros da Silva, Constantino Ribeiro Otero, Emídio Rebelo, entre outros, com o apoio da direção local da Petrobras, para elaborar os procedimentos da constituição da Associação dos Trabalhadores na Indústria de Petróleo (ATIPE).

Esta associação, segundo dizem, foi idealizada pelo superintendente Jarbas Gonçalves Passarinho, porém, devidamente analisadas as consequências que dela adviriam para a Petrobras, ficou engavetada, até então.
Os membros da Junta Diretiva, pressionados pela categoria dos trabalhadores, através de abaixo-assinados, liderados pelo servidor Carlos de Sá Pereira, este ameaçado de demissão pela direção da empresa por causa disso, foram obrigados a realizar uma Assembléia Geral extra-oficial, que se realizou na Rua Gama Abreu, na sede dos sindicatos dos jornaleiros.

Sindicato:


Como resolução dessa Assembléia, foi eleita uma Comissão composta de Carlos de Sá Pereira, Armindo Barroso de Carvalho e Sandoval de Queiroz Barbosa, para acompanhar as providências da Junta, quanto à transformação da associação em sindicato, pelo motivo de ter mais de seis meses sem Carta Patente. Um dos membros da Junta, o diretor-secretário Emídio Rebelo, foi ao Rio de Janeiro receber das mãos do Ministro do Trabalho de Jango Goulart, Franco Montoro, a Carta Patente da transformação da associação em sindicato.

Dessa forma, a ATIPE foi transformada no Sindicato dos Trabalhadores na indústria da Extração do Petróleo nos Estados do Pará, Amazonas e Maranhão (STIEP), conforme o processo nº151.282, de 1961, mas somente reconhecido como tal em 2 de fevereiro de 1962. Para dirigir o sindicato foi nomeada uma Junta composta pelos senhores Ignácio Moerbeck da Costa, presidente, e Emídio Rebelo, secretário.

A primeira Assembléia Geral extraordinária dirigida por essa Junta foi realizada em 16 de março de 1962, no salão da Sociedade Artística Internacional (SAI). A mesa diretora foi composta por Ubirajara Ferreira e Silva, presidente, José Ferreira do Amaral e Armindo Barroso de Carvalho, primeiro e segundo secretários, respectivamente. A pauta da reunião: Aceitar a proposta salarial da empresa incluindo a retroação do adicional de 30% de periculosidade.

Diretoria:


A primeira diretoria do Sindipetro eleita teve como presidente o servidor Carlos de Sá Pereira e foi empossada em 15 de maio de 1962, também na sede da Sociedade Artística. Constituição da primeira Diretoria: Presidente - Carlos de Sá Pereira, 1º Secretário - Adelino Nogueira Cerqueira, Tesoureiro - Raimundo Justiniano do Carmo; Suplentes: Fernando de Souza Monteiro, Antônio Mathias do Nascimento, Alberto de Brito Crisóstomo. Conselho Fiscal: Armindo Barroso de Carvalho, Ivo José Carvalho de Araújo, Sandoval de Queirós Barbosa; Suplentes: Arthur de Bastos Monteiro, Hélio Brígido e Mário dos Santos Brito.

A primeira Assembléia Geral extraordinária dessa diretoria foi realizada em 22 de fevereiro de 1963 tendo como pauta a prestação de contas da viagem que o presidente Carlos Sá Pereira e o Secretário Adelino Cerqueira fizeram a Guanabara e a Bahia.

Daí em diante os petroleiros passaram efetivamente a gerir os seus recursos e a defender diretamente suas reivindicações, como unificação salarial nacional, mais recursos para a exploração de hidrocarbonetos da Amazônia, reestruturacão administrativa de pessoal, chegando a liderar movimentos trabalhistas, estudantis e políticos nas áreas sob sua jurisdição. Tornou-se um sindicato poderoso, acatado e respeitado por todos os segmentos da sociedade.

Entretanto, o movimento político nacional estava tenso, com as forças conservadoras se postando contra o presidente da República Jango Goulart, acusado de fraco e de dar guarida a ideologia comunista, o que colocava esta entidade na lente de aumento das lupas das Forças armadas que defendiam o País dessa ideologia, a qual estava disseminada entre os diretores do sindicato.
Batalha dos Lenços Brancos

Devido à forte pressão que o sindicato imprimia nos elementos contrários à sua ideologia dentro da Petrobras, foi-se formando naturalmente um grupo de oposição às lideranças sindicais. O antagonismo foi criado e tendia para a exacerbação, com posições radicais de ambos os lados. A oposição, acobertada pela direção da empresa naquela época, elaborou um plano de ação e assalto à sede do sindicato, que funcionava no terceiro andar da Casa Barbosa, em frente à Praça do Pescador, na Boullevard Castilhos França. Plano esse que tinha a convocação de uma Assembléia Geral extraordinária, a pretexto de que o sindicato se metia em política e outros assuntos a que nada tinha a ver.

A oposição, combinada com o Major Jarbas Passarinho, que era chefe da segunda seção do QG do Exército, conseguiu uma ação conjunta da polícia civil e militar, e soldados do Exército. No dia, a polícia cercou o sindicato e o Exército garantiu a retaguarda da polícia. A identificação para os policiais e militares dos petroleiros, que entravam para participar da Assembléia, era um lenço branco amarrado no pescoço, para que fossem protegidos da violência que seria levado a efeito. Os que não tinham essa identificação, a polícia podia baixar o cassetete e prender. Centenas de prisões foram efetuadas, braços e pernas quebrados, inclusive alguns com lenço branco. Um homem chegou a ser foi esfaqueado...

Liminar e Cassação:


Esta foi a motivação que os oposiciositas prepararam para justificar a impetração de uma Liminar Judicial contra a diretoria do sindicato eleita. A Liminar foi concedida pelo Juiz Olavo Nunes a favor da oposição sindical. Foi formada uma Junta Governativa provisória para dirigir o sindicato, encabeçada por Fernando Evangelista.


Oito meses depois, os petroleiros que eram a favor do sindicato e apoiavam a diretoria eleita e que estava afastada, juntamente com membros de outras entidades de classe, como a União dos Estudantes Secundarista do Pará (UESP), sindicato da Construção Civil, Metalúrgicos, Federação dos trabalhadores das Indústrias, enfim, todo o movimento trabalhista local, programaram e efetivaram uma greve da Petrobras em frente ao Palácio da Justiça para exigir uma definição do Juiz que concedeu a Liminar.

O Presidente do Tribunal da Justiça, depois de receber uma comissão encabeçada por Carlos de Sá Pereira, mandou chamar o Juiz Olavo Nunes e, na presença da comissão dos petroleiros, exigiu que resolvesse o problema que ele mesmo criou e agravou. O juiz Olavo caçou sua própria Liminar.


Carlos de Sá Pereira foi reintegrado ao cargo de presidente e carregado até a sede do sindicato por petroleiros e outros que lhe apoiavam, em passeata pelas ruas de Belém até o Sindipetro, onde o colocaram na cabeceira da mesa como presidente de fato e de direito. Estiveram presentes várias autoridades prestando solidariedade a Sá Pereira, entre elas o próprio juiz presidente do Fórum, o prefeito de Belém, o presidente do Grêmio Honorato Filgueiras do Colégio Paes de Carvalho, Jáder Barbalho...


O petróleo da Amazônia
MOVIMENTOS REIVINDICATÓRIOS
Texto:
Eliezer de Oliveira Martins

domingo, 29 de novembro de 2009

Video mostra Governador recebendo 50 mil reais de propina.

Na cena abaixo, o governador José Roberto Arruda (DM), do Distrito Federal, recebe uma bolada das mãos de Durval Barbosa Rodrigues, seu então secretário de Relações Institucionais.

A respeito deste vídeo, transcrevo o que hoje publicou O Globo:

"Em outra gravação, o governador José Roberto Arruda apareceria recebendo dinheiro. A gravação foi feita pelo colaborador da PF, o secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa Rodrigues, em seu gabinete, no dia 15 de outubro.

Arruda mostra certo desconforto em receber os recursos em mãos e o dinheiro acaba sendo colocado em um envelope e levado por seu motorista até seu carro. Na mesma conversa, Arruda também pede emprego para um filho e ajuda para contratação de empresas de amigos.

- Deixa eu pegar um negócio aqui antes que eu me esqueça - diz Durval, que se levanta do sofá e logo retorna com o dinheiro, que entrega ao governador. - Você lembra disso aqui?

- Ah! Ótimo. Você podia me dar uma cesta, um negócio aqui - responde Arruda. Durval se levanta e vai a té sua mesa enquanto o governador prossegue: - Eu tô achando que você podia passar lá em casa porque descer com isso aqui é ruim.

- Por quê? Não tem ... (trecho ininteligível) - diz Durval, que coloca o dinheiro dentre de um envelope pardo.

- Mas viu ô, ô, ô... você escolhe um lugar para ele que você acha que vai ajudar mesmo - diz Arruda, falando novamente do pedido de emprego para seu filho.

Alguns momentos depois, seu motorista, identificado como Rodrigo, entra na sala para repassar o telefonema de um governador e Arruda pede que ele leve o envelope pardo com o dinheiro para o carro.

Fonte Blog: do Noblat.

Ana Júlia "Pegamos o limão e fizemos uma limonada”

Na reunião com os blogueiros, a Governadora declarou: “ Pegamos o limão e fizemos uma limonada”, em relação à crise do boicote à compra da carne bovina do Estado, crise já solucionada.
Segundo a governadora, o Pará é o estado do Brasil que hoje tem a melhor tecnologia para avaliar a qualidade de carne bovina no Brasil.

Diário de um blogeueiro: Desafio boliviano: é esquerda ou esquerda



Matéria do jornalista e atual blougueiro Jadson Oliveira(Foto), 64 anos, trabalhou como jornalista, em diversos jornais e assessorias de comunicação, de 1974 a 2007, sempre em Salvador (Bahia). Na década de 70 militou no PCdoB e no movimento sindical bancário. Ao aposentar-se, em fevereiro/2007, começou a viajar pelo Brasil, América Latina e Caribe. Esteve em Cuba, Venezuela, Manaus, Belém/Ananindeua (quando do Fórum Social Mundial/2009) e Curitiba, com passagem por Palmas, Goiânia e Campo Grande. Depois Paraguai e agora está na Bolívia. Virou viajante e blogueiro. Clic aqui e acesse o blog do Jadson Oliveira

Partidários de Evo fazem comício em Miraflores (bairro da capital) De La Paz (Bolívia)

A direita por aqui agoniza, atestam o andar da carruagem, os observadores, as pesquisas de opinião. Sua voz ainda se escuta, teimosa e afônica, porque é para isso que existem os meios privados de comunicação. Mas para ela, só resta o passado, um passado eivado de vilanias. O presente e o futuro estão na esquerda. Para o bem, para o mau, para o melhor. Espero que para o melhor Pedro Montes e Frank Taquichiri no escritório central da COB
Processo de “cambio” (mudança), sob a liderança do presidente Evo Morales, avança com o apoio decidido dos movimentos sociais, especialmente os povos originários (indígenas) - a maioria dos 9 milhões de habitantes - e a legendária Central Obrera Boliviana (COB).Depois de consolidado entre os setores historicamente excluídos da área rural, o governo ganha terreno entre a classe média das cidades e nos quatro departamentos (estados) da chamada Meia Lua, os quais, liderados por Santa Cruz, empreenderam no ano passado a rumorosa tentativa separatista, mascarada com a bandeira da autonomia, sob o patrocínio dos interesses do império dos Estados Unidos.Evo Morales em campanha
Na última pesquisa da Ipsos Apoyo, Opinión y Mercado, divulgada em 26 de outubro, a dupla do Movimento ao Socialismo (MAS) – Evo e o vice Álvaro García Linera – já é apontada como vitoriosa em sete dos nove departamentos, ou seja, já incluindo dois da Meia Lua – Pando e Tarija. Os números indicaram derrota do MAS somente em Santa Cruz e Beni. No geral, Evo se situa com 58% dos votos válidos e outros três candidatos oposicionistas com 24%, 14% e 3%. São oito na corrida presidencial, os demais não chegam a aparecer entre os votados.



O pequeno"militante" nas ruas de La Paz

A PRESIDÊNCIA NÃO ESTÁ EM DISPUTA - A pesquisa apenas confirma uma certeza: a cadeira do presidente não está efetivamente em disputa. O governo se empenha, na verdade, para conseguir a maioria do Congresso (atualmente é minoria no Senado), para desatar os nós institucionais do “proyecto de cambio”. A meta seria obter 2/3 na futura Assembléia Legislativa Plurinacional, denominação oficial do Congresso segundo a nova Constituição aprovada emjaneiro último.

El Alto, a "cidade/subúrbio" que circunda La Paz É inegável o êxito do MAS nos quase quatro anos de governo, apesar das dificuldades impostas, principalmente no ano passado, pelas ricas oligarquias do rico departamento de Santa Cruz, sempre com o apoio do império estadunidense. Seria bastante lembrar a exploração soberana dos recursos naturais do país, especialmente gás e petróleo, em proveito dos mais pobres, numa política agressiva destinada a reverter os índices de miséria do país. Nesse curto tempo logrou também incluir a Bolívia no restrito clube dos países da América Latina que erradicaram o analfabetismo.Mas não só. Nos chamados indicadores macroeconômicos, tão exaltados nos meios capitalistas, o governo Evo mostra que, também, vai muito bem. Há poucos dias, por exemplo, um informe apresentado aqui em La Paz pelo Fundo Monetário Internacional - o famigerado FMI, que apesar de baleado pela crise do capitalismo, ainda exibe certa sobrevida – situa o país como o primeiro, dentre 31 países da América Latina e Caribe (exclui Cuba), na previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), neste ano – em torno de 3%.Na campanha eleitoral, os porta-vozes do governo têm apontado como prioridades, nos próximos cinco anos de Evo Morales, além do aprofundamento e ampliação dos programas sociais, a industrialização dos recursos naturais, acrescentando ao gás e petróleo minerais como o lítio, do qual a Bolívia detém as maiores reservas; a construção de obras de infraestrutura, como estradas, uma deficiência muito sentido no país; e também a continuidade da política de integração soberana da América Latina e da luta pelo socialismo, nos marcos da Revolução Democrática e Cultural.

MOVIMENTAÇÃO NAS ENTRANHAS DO PODER - Parece, portanto, que tudo vai bem entre os partidários do processo de “cambio”, tendo à frente o carismático líder Evo Morales Ayma, que acaba de completar 50 anos. Entretanto, nas entranhas do poder, no seio das forças governistas (aqui chamadas oficialistas), começa a germinar uma movimentação política que logo após as eleições pode resultar num novo desafio para a esquerda boliviana.Tal movimentação é materializada no documento “Historia de la Central Obrera Boliviana y coyuntura actual frente al proceso de cambio”, que subsidia a discussão interna entre os membros da COB e a discussão com o governo. Tal documento já começa a circular pela Internet. Seu autor é o advogado Frank Taquichiri, assessor trabalhista da COB, 42 anos, há cerca de 20 anos vinculado à entidade (especialista em “legislación laboral”, autor de vários livros na área, é credenciado pela Organização Internacional do Trabalho – OIT).

No documento, o presidente Evo Morales é tratado como “irmão indígena”, sendo lembrada sua condição de líder sindical (dos cocaleiros) e filiado à Central. Mas, basicamente, é defendida uma posição clara: “A COB não pode cometer os mesmos erros que a história nos mostra. O processo de mudança (“cambio”) é um trabalho que incumbe a todos os explorados e excluídos. A COB, se bem já assumiu seu papel histórico, agora deve, além disso, ser protagonista do seu próprio destino e do destino dos trabalhadores em particular e do povo boliviano em geral”.A que erros históricos se refere? Vamos chegar lá. Até esta parte conclusiva do documento, Frank Taquichiri percorreu um longo caminho desde a insurreição popular de 1952, quando foi criada, com base nos poderosos sindicatos mineiros e sob a direção de Juan Lechin Oquendo, a Central Obreira (Operária) Boliviana, “a entidade matriz e histórica da maior organização e única dos trabalhadores da Bolívia”.É uma organização sui generis. Além dos mineiros, base da economia e da violenta exploração colonialista/imperialista – lembremos das riquíssimas minas de prata de Potosí -, fazem parte da COB não só os operários dos demais setores, mas também os estudantes e amplos setores populares como os camponeses. Diz o “asesor laboral” da COB: “La historia de la Central Obrera Boliviana es la historia de Bolívia, en los últimos más de 57 años. No se comprendería lo que ocurrió en este país, sin la acción de la COB, sin la acción de los trabajadores organizados, que dieron vida a los momentos más importantes de este tiempo”.SÃO NESSES “MOMENTOS MAIS IMPORTATES”, numa história de muita luta, vitórias, derrotas e muita repressão, que Frank Taquichiri identifica os erros históricos:

1 – Na Revolução de 1952, depois dos trabalhadores terem vencido o Exército, com o sacrifício de milhares de vidas, os dirigentes operários entregaram o poder de mão beijada (“en bandeja de plata”, como disseram os mineiros) a Victor Paz Estensoro, do então ascendente Movimento Nacionalista Revolucionário, que após medidas progressistas, como a reforma agrária, enveredou-se pelos tortuosos caminhos da conciliação de classes e a traição.

2 – Nos anos 80, logo após o triunfo da União Democrática e Popular, apoiada pela COB, regressa ao poder Hernán Siles Suazo e surge nova oportunidade dos trabalhadores assumirem a co-governança do país, conforme proposta do próprio presidente. “Em uma reunião – conta o advogado no documento – a COB propõe (assumir) 51% (do governo), e Siles pergunta se foi a COB quem ganhou as eleições”.Não houve acordo, se rompeu o diálogo e a COB passou à oposição, enfraquecendo o governo, o que deu espaço a um golpe da direita. Resultado: 21 anos de governos neoliberais, de entrega dos recursos naturais da nação aos interesses imperialistas e de repressão contra as forças democráticas e populares.

3 – Nas jornadas populares de setembro e outubro de 2003, na chamada Guerra do Gás, os movimentos sociais – com participação destacada da população de El Alto (uma espécie de subúrbio, que na verdade constitui uma cidade de um milhão de habitantes, a maioria pobre, nos morros e altiplanos que circundam La Paz) – impuseram mais uma vez seu protagonismo e derrubaram o governo presidido por Gonzalo Sánchez de Lozada.Mais uma vez o poder ficou com a chamada classe política, mas a insurreição terminou levando a um “proceso de cambio”, cujo resultado foi a eleição três anos depois de Evo Morales, com o apoio da COB, para a presidência da República.

HOJE, A COB VOLTA A SE COLOCAR A QUESTÃO: ser sustentador do governo ou ser co-governo? “Agora temos um irmão indígena, filiado à COB, que abraçou e fez seu este processo de mudança, com maior razão a COB não pode cometer os mesmos erros”, diz Frank em seu documento. E finaliza: “É a agenda de outubro/2003 que até hoje, se bem se quer desenvolver, termina por não fazê-lo, já que os verdadeiros atores do processo não estão assumindo seu papel protagonista”.

Pergunto: que significa isso, na prática? a COB pode compor o novo ministério, tem quadros preparados para compor uma bancada parlamentar e para aspirar, por exemplo, a presidência da República daqui a cinco anos quando terminará o mandato de Evo? Frank Taquichiri é cauteloso: “A COB está conversando com o governo, Evo é um hermano, sindicalista, filiado à COB, temos tudo para chegar a um acordo. Quanto a quadros preparados, claro que temos, basta lembrar Pedro Montes, o principal dirigente da COB”. Refere-se ao atual secretário executivo da Central, um mineiro de 44 anos, há quatro liderando o seu Comitê Executivo Nacional (CEN

Fotos Deta.

sábado, 28 de novembro de 2009

Dep. Zenaldo Coutinho e o nosso massacre?


O Deputado Zenaldo Coutinho participou de um ato na Câmara Federal contra o presidente do Irã, Ahmadinejad com uma faixa com os dizeres: “Holocausto nunca mais”. O líder iraniano, segundo a imprensa, nega o holoucasto que dizimou a vida de milhares de judeus pelos nazistas na Segunda Guerra mundial. A democracia é para isso: não deixar que atos como este sejam esquecidos. Voltando à terrinha, fazemos uma pergunta ao deputado: porque ele não estendeu uma faixa de protesto contra o assassinato dos 19 sem-terras mortos na curva do S, na época do governo tucano de Almir Gabriel.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Eduardo Bueres e "Comitiva do Boi Estrelado" -Theatro do Tempo

Para Franssinete Florenzano


A semana pegou fogo na blogesfera paraense, e aqui para as bandas de Ananindeua à turma deu prova que a militância de esquerda está viva.

Como hoje é sexta-feira! o blog manda um presentão para a turma que prestigia esse espaço. O clipe da “Comitiva do Boi Estrelado” do grande artista paraense Eduardo Bueres, que é morador aqui das terras ananin.

Boa Viagem Menin@s


Governadora Ana Júlia inaugura Casa para consolidar políticas públicas para juventude


A governadora Ana Júlia Carepa inaugura, na tarde desta sexta-feira (27), o Centro de Articulação e Apoio Social da Juventude - Casa da Juventude, em Belém, um espaço de interlocução institucional entre programas voltados ao segmento e de Integração e Formação de Jovens, que façam parte ou não dos programas já implantados pelo governo do Pará não.

Na ocasião, a governadora assinará o Pacto pela Juventude, documento de direitos com os compromisso do segmento, proposto pelo Conselho Nacional de Juventude, que estará representado pelo seu presidente, David Barros.

A solenidade será às 18h, na Casa da Juventude. A programação seguirá com arrastão do Boi Orube até a Praça do Povo, no Centur, onde haverá uma série de apresentações artísticas e culturais de grupos formados por jovens dos programas de governo. Entre as atrações, estão PREVISTOS DJ, Dança do Boto e grupo de carimbó, de alunos do ProJovem Urbano de Marituba, Igarapé-Miri e Vigia, respectivamente, além de grupos de Fanfarra e de hip hop, do projeto "Escola de Portas Abertas" . O encerramento será feito pela banda "Tecno Show".

Políticas públicas - A inauguração da Casa é mais um passo na consolidação das políticas do governo para atender a juventude, que representa cerca de 30% da população paraense. São mais de dez programas de estímulo à educação, à geração de renda e emprego e ao esporte. A mais recente conquista para o segmento foi a Aprovação da meia passagem intermunicipal, Projeto de Lei de autoria do Executivo e já sancionado pela governadora no dia último 13 de novembro.

Na Casa Funcionará uma sede administrativa do Programa de Vivência Estudantil Camponesa (Procampo), do governo do Estado, e do Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem Urbano), realizado pelos Governos Federal e Estadual, em parceria os municípios com.

Estará em funcionamento o Infocentro na Casa da Juventude, além de salas multiuso para cursos e oficinas de formação, e da Tenda da Juventude, uma área para apresentações artísticas e culturais e debates. A Casa da Juventude funciona na Avenida Gentil Bittencourt, 694, ao lado do Centur.

Texto: Jornalista Erika Morhy

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Maluf é suspeito de querer cremar corpos de militantes políticos deu no blog de Paulo Henrique Amorim


Conversa Afiada reproduz trecho da denúncia do MPF contra Maluf e Tuma:
Paulo Maluf foi prefeito de São Paulo durante a fase mais grave darepressão. Nomeado por influência direta do governo militar, ordenou aconstrução do cemitério de Perus, projetado especialmente paraindigentes e que tinha quadras marcadas especificamente para os“terroristas”. O projeto original do cemitério previa umcrematório, mas a prefeitura desistiu após a empresa contratada terestranhado o plano, que não previa um hall para orações, por exemplo. Aprefeitura chegou a fazer gestões visando mudar a legislação paracremação, para dispensar a autorização da família para oprocedimento, possibilitando a cremação de indigentes, mas não tevesucesso.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

E agora PT?













O PT Ananindeua vai escolher seu presidente só no segundo turno, que deve acontecer no inicio de Dezembro. Os dois candidatos mais votados no primeiro, Jose Oeiras da tendência interna do PT Unidade da Luta, leia-se Luis Freitas, e Beto Ribeiro apoiado pelo vereador Pedro Soares e pelo secretário de meio ambiente do governo Helder Barbalho Felippe Bastos, vão para o tudo ou nada.
O que está em jogo não é só a eleição para a direção da agremiação, também que rumo vai tomar o PT na próxima eleição para prefeito, esses dois blocos vem se revezando na direção do PT há 10 anos, tomaram um susto com a votação expressiva do professor Favacho, que se consolidou como a principal liderança da tendência DS e da esquerda do PT no município, sua candidatura quase quebra a hegemonia do antigo campo majoritário, hoje CNB. Para onde for o eleitorado de Favacho vai à presidência do PT.
Façam suas apostas!!

Direto da fonte: A Governadora Ana Júlia na reunião com os blogueiros, respondeu a pergunta do blog sobre os investimentos em Ananindeua


Perguntada pelo blog sobre os investimentos em Ananindeua pelo governo do Estado -- que são motivo de lamentos do prefeito Helder Barbalho -- a governadora falou: “São 1500 bolsas-trabalho...asfaltamos em parceria com a prefeitura 20 km de rua, temos ajudado a prefeitura na regulamentação fundiária no município, implantamos um Batalhão da Policia Militar no PAAR, mas no período da crise financeira o governo deu uma freiada, como todos os governos. Os investimentos vão continuar as obras que estão sendo feitas em Belém vão naturalmente beneficiar toda região metropolitana”

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Muito calma nessa hora...


Agora já sabemos porque tanta raiva dos blog´s chapa marrom, primeiro a reunião dos blogueiros paraenses com a governadora Ana Jùlia, que foi inédita no Brasil, e eles não tiveram coragem de aparecer, uns dois, e a pesquisa que Dilma subiu e o Serra desceu.

Muita calma nessa hora colegas.

A coletiva chamada pelo governo do estado com os blogueiros do Pará é um fato inédito na democracia brasileira.


Um encontro importante para a democracia. A coletiva chamada pelo governo do estado com os blogueiros do Pará é um fato inédito na democracia brasileira, em se tratando dessa mídia alternativa em relação a um governo executivo estadual no Brasil. A experiência semelhante recente ocorreu na eleição de Obama à presidência do EUA, quando esse tipo de mídia foi muito usado. Assim sem uma estrutura de jornal, e não se propondo a ser, pois do contrário perde o sentido da liberdade e de questionamentos.
É pena que alguns blogueiros acham ou sonham que seus blogs são um grande jornal aos moldes da imprensa que está morrendo, a do papel, com suas redações e estrutura pesadas e suas Baratas, e um dono que manipula a notícia de acordo ao seu interesse ou do capital que o sustenta, pensando que seu Espaço Aberto é um grande jornal, e que seu notebook ou PC caseiro é uma grande empresa a ser gerenciada para dar lucro e não um Espaço Aberto.
Na verdade se presta a ser um apêndice de um jornalzão que está acabando. Blog é como um trecho da música de Milton Nascimento: Sem polícia, nem a milícia, nem feitiço, cadê poder ?

Avenida Dalcídio Jurandir


Avenida Independência deverá ter seu nome mudado, para o do escritor paraense Dalcídio Jurandir. Na reunião com os blogueiros ontem (23/11) a governadora Ana Júlia, falou que poderia mudar o nome da Av. Independência, um dos blogueiros presente em um momento de descontração da reunião, sugeriu o nome de Dalcidio Jurandir, nome que a governadora falou que que já vinha sendo pensado.

Quem foi Dalcídio Jurandir acesse o sítio

Deu no blog da Frassinete Florezano


Como não acesso seu blog, o deputado Vic Pires Franco veio, usando o anonimato, e mandou seus asseclas reproduzirem para mim as imagens e textos ofensivos que ele publicou a respeito do café da manhã dos blogueiros com a governadora Ana Júlia Carepa, hoje.Trata-se de mais uma investida torpe de um parlamentar que desonra o mandato e envergonha as famílias paraenses. Usa seu blog para difamar, injuriar e caluniar as pessoas, fazer fofocas da vida dos outros e politicagem para si e sua mulher – que já foi vice-governadora deste pobre Estado, secretária especial de Proteção Social e candidata a prefeita de Belém, mas não consegue sequer fazer o próprio marido se dar o devido respeito e respeitar pelo menos as mulheres, mães, profissionais e servidoras públicas que o casal se oferece para representar -. Para usar o bordão que ele adora, Vic Pires Franco é o maior ladrão da honra alheia que a História do Pará já viu.Pago com o nosso dinheiro, passa os dias se auto-elogiando e fazendo proselitismo, ao invés de trabalhar, como é sua obrigação. Confiante na impunidade, destrói reputações, abala moralmente e faz de seu blog palanque eleitoreiro. Chafurda na lama de suas nojentas postagens e asquerosos comentários. Não tem noção do que é cidadania. Diz-se jornalista – quando jamais passou de locutor de TV, ainda assim só na emissora de amigo de infância, e isso no tempo em que essa função podia ser exercida por alguém que não fosse profissional da área -. Seu registro no Sindicato dos Jornalistas é precário, também por este motivo.Vic julga os outros pelo que ele é. Um arremedo de político. Um insulto à dignidade paraense. Não fez falta alguma no café da manhã com a governadora. Como também não faz falta alguma na Câmara Federal e muito menos ao Pará

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Ana Júlia apresenta as políticas de governo aos blogueiros paraenses


Ana Júlia apresenta as políticas de governo aos blogueiros paraenses


a governadora Ana Júlia, ao lado de Cláudio Puty (Casa Civil) e Paulo Roberto (Comunicação), durante o diálogo com os blogueiros paraenses

A governadora Ana Júlia Carepa reafirmou nesta manhã, durante conversa com blogueiros, seu compromisso com a construção de um novo modelo de desenvolvimento no Estado e afirmou os esforços do governo em levar políticas públicas a todas as regiões do Pará. Ela recebeu no Palácio dos Despachos um grupo de blogueiros paraenses, entre os quais CJK, Bacana, Franssinete Florenzano, Ércio Bemerguy, Zé Carlos, Belenâmbulo, Ananindeua Debates, Observatório Eleitoral e outros blogs.

Estiveram presentes os secretários Edílson Araújo (Segov), Cláudio Puty (Casa Civil), André Farias (Seir) e Paulo Roberto (Secom). Após duas rodadas, os blogueiros Carlos Barreto (Flanar), Franssinete Florenzano (Uruá Tapera), Ércio Bemerguy (Mocorongo), Carlos Kayath (CJK), Newton Pereira e Rui Baiano Santana (AnanindeuaDebates) e Miguel Oliveira perguntaram à governadora Ana Júlia sobre a divisão do estado, investimentos do governo para a região oeste do Pará, investimentos na região metropolitana, empréstimos e a saúde financeira do Estado, bem como os problemas na saúde e no transporte na região metropolitana.

A governadora afirmou que as obras do Ação Metrópole estão em curso e, numa segunda fase, atingirão vias de acesso, como a BR-316, Almirante Barroso e Augusto Montenegro, criando condições para a criação do transporte integrado nos cinco municípios da região - Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides e Santa Bárbara do Pará, melhorando as condições de transporte para 2 milhões de pessoas.

Sobre os empréstimos, ela afirmou a saúde financeira do estado, e declarou que, ao contrário do que dizem pela internet, nenhum empréstimo foi feito para pagar a folha, já que isso é impossível.

Sobre a divisão territorial, a governadora disse que estranha que estes debates surjam sempre às vésperas de eleições. Disse ainda que o debate é feito de forma romântica, levando algumas pessoas a crer que a emancipação será a solução de todos os problemas, e que seu governo está trabalhando por todas as regiões como nenhum governo jamais o fez.

Sobre a região oeste, a governadora declarou que está atuando em Santarém. Fez asfaltamento de ruas em Santarém, a estrada que liga o aeroporto a Alter do Chão, o centro de convenções já está licitado e o parque tecnológico em Santarém terá suas obras iniciadas. Outra obra em curso é a construção da estrada e a ponte para Mojuí dos Campos, o mais novo município do estado. "Trabalhei muito para a criação da UFOPA", disse a governadora, mas "tem muito político por aí querendo ser o pai de um projeto que só poderia ser criado pelo presidente Lula", disse ela.

Saúde - Sobre a saúde, a governadora lembrou que a Santa Casa estava operando no limite de sua capacidade. "Em maio de 2004 morreram mais de 600 crianças", disse Ana Júlia, "mas a imprensa na época não dizia nada". "Vou entregar o governo com a construção da Nova Santa Casa". A governadora informou que seu governo está investindo na saúde nos municípios, através do repasse fundo a fundo e da capacitação, para fortalecer a saúde preventiva e assim desafogar os hospitais.

Quanto ao Ophir Loyola, a governadora está instalando equipamentos para o tratamento do câncer através de radioterapia. Outra área importante é o fortalecimento da saúde da família. "Quando comecei meu governo a cobertura do saúde da família estava em 22%. Vamos encerrar 2010 com quase 50% dos domicílios atendidos"

domingo, 22 de novembro de 2009

PSDB resiste a modelo do Bolsa-Família, Tucanos apostam em projetos sociais, mas fogem do repasse de dinheiro à população de baixa renda



Tucanos apostam em projetos sociais, mas fogem do repasse de dinheiro à população de baixa renda


De Julia Dualibi:


As "vitrines" tucanas no País resistem à implantação de projetos de transferência direta de renda nos moldes do Bolsa-Família. A um ano da eleição de 2010, Estados e capitais governados pelo PSDB turbinam projetos sociais, mas fogem do modelo que prevê repasse de dinheiro à população de baixa renda. Apesar de pesquisas mostrarem que a maior parte do eleitorado aprova o Bolsa-Família, na prática os governos tucanos têm bancado iniciativas sociais bem mais focalizadas.


"É importante dar condição para as pessoas andarem com as próprias pernas. Não é só dar dinheiro", disse o secretário mineiro de Desenvolvimento Social, Augustinho Patrús Filho. Governada por um presidenciável do PSDB, Aécio Neves, Minas não tem programa de transferência de renda nos moldes do Bolsa-Família. "Não é nosso modo de ver as coisas", disse.

Deu no Blog na Ilharga.




Blog na Ilharga


ME DEIXE SÓ.


É vísivel o desconforto de Jáder Barbalho com a possibilidade da disputa para o Senado ocorrer entre vários candidatos competitivos, o que aumenta suas chances de concorrer a deputado federal, hipótese abominável, mas para a margem de segurança que ele almeja no momento é a mais viável.


As constantes bordoadas em D. Costa, a tentativa de ligar o nome de Paulo Rocha a algo negativo e agora essa entrevista de Simão no Diário de amanhã (hoje,22/11) (já nas ruas, embuste que a CONFECOM “Conferência de Comunicação” deveria por em sua pauta de discussões), praticamente iniciando com a declaração de que não será candidato ao Senado, expressam bem a tentativa de Jáder de afastar todos os concorrentes que ele julga que podem tomar-lhe a vaga.


Mas, para seu desespero, não é certo que Jatene seja o escolhido para a disputa ao governo do estado. Todos sabe que a simpatia de Simão, em 2008, pendeu visivelmente para a candidatura de D. Costa, embora seu partido estivesse coligado com o DEM.


Agora, Vic está disposto a dar o troco e dificulta, com o incentivo de Barbalho, diga-se, fechar a aliança. Como esta é nacional, Almir utiliza isso para desconstruir a candidatura Jatene, oferecendo-lhe o senado como consolação. E Jáder, vendo que apostou errado usando Vic para rachar os tucanos, agora tenta dar uma forcinha na candidatura de Simão tentando reparar o erro que cometeu.


É isso. Excesso de esperteza acaba transformando-se em ingenuidade. Como dizia Jorge Ben, "...Se malandro soubesse como é bom ser honesto, seria honesto só por malandragem.


sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Carta de Anita Leocádia filha de Prestes a Lula, sobre Cesare Battisti





Exmo. Sr. Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. Na qualidade de filha de Olga Benário Prestes, extraditada pelo Governo Vargas para a Alemanha nazista, para ser sacrificada numa câmera de gás, sinto-me no dever de subscrever a carta escrita pelo Sr. Carlos Lungarzo da Anistia Internacional (em anexo), na certeza de que seu compromisso com a defesa dos direitos humanos não permitirá que seja cometido pelo Brasil o crime de entregar Cesare Battisti a um destino semelhante ao vivido por minha mãe e minha família.
Atenciosamente,
Anita Leocádia Prestes

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Que Acontece nas Prisões Italianas?
Carlos Alberto Lungarzo
Anistia Internacional (USA)
MI 2152711



Aproveito para agradecer a Susanna Marietti, da Sociedade Italiana Antígone, por seu assessoramento na redação desta matéria.

Se Cesare Battisti fosse finalmente extraditado, ele seria destinado, com certeza, a uma prisão de alta segurança pelo resto de sua vida. A cínica condição colocada por alguns dos juízes que votaram em favor da extradição, lembrando orgulhosamente que as tradições brasileiras não permitem recolher um prisioneiro por mais de 30 anos, será, para as autoridades italianas, algo menos que papel higiênico de baixa qualidade. O ex ministro Mastella, o ministro La Russa e outros, já disseram aos familiares de supostas vítimas do condenado que “aquele palhaço passará a vida toda na cárcere”.



Isto pode ser uma questão puramente formal, porque, se tudo desse errado, na pior das alternativas (que eu não ouso nem pensar neste momento), Battisti teria a têmpera de não dar aos abutres daqui o prazer de entregá-lo vivo nem aos urubus da lá o prazer de caçá-lo. De qualquer maneira, é importante que todos saibam como são as condições de um preso na Itália atual.
Prisão Perpétua



O nome ergástolo, que é dado na Itália à punição por reclusão até o fim da vida, não foi adotado por acaso. É o mesmo nome que usaram os medievais, quando a língua oficial da nobreza era o latim, que por sua vez tirou esta palavra do grego: “ergástolo” quer dizer trabalho forçado, que era o castigo ao qual estavam submetidos, até pouco tempo atrás, os presos por vida. Note-se que na Itália é frequente usar nomes medievais e não modernos para os fatos relativos à vida prisional: a própria prisão é chamada “galere” inclusive em linguagem culta, não apenas como gíria, em homenagem aos tempos em que os presos morriam remando nos barcos (galere) sob as chicotadas dos mestres. Este homenagem à Idade Média nas prisões italianas poderia ser apenas um anacronismo de linguagem, mas não é: pelo contrário, é um sintoma de que o sentimento em relação com os internos é o mesmo, e de que as condições sob as quais vivem são quase iguais. De fato, são um pouco menos horríveis porque um choque elétrico é menos doloroso e mais reversível que um esquartejamento.
Não é verdade que a condena por vida repugne os sentimentos humanitários unicamente nos países mais avançados. Inclusive sociedades com longa tradição de violência e intolerância têm abolido esta macabra filha doentia da pena de morte. É verdade que países laicos humanistas, com extremo liberalismo e naturalismo, como Noruega, a máxima pena por qualquer crime não pode passar de 21 anos. No entanto, mesmo em estados que foram muito diferentes, e praticaram até épocas recentes grandes genocídios, como a Croácia, a Espanha e a Servia, os movimentos humanitários conseguiram colocar as penas de prisão por baixo de um limite de 30 ou ainda 25 anos, como em Portugal.



As autoridades italianas costumam dizer que a prisão por vida é apenas “virtual”, porque um prisioneiro que tenha cumprido 26 anos de prisão com boa conduta pode ganhar a liberdade. Mas, isso é falso. Existe uma eventualidade de que isso aconteça, mas os próprios advogados de prisioneiros desconhecem casos concretos em que tenha sido aplicado este benefício, e apenas podem dizer que ouviram falar. De maneira nenhuma consiste numa regra, e segundo os boatos, aos duas ou três vezes em que esta cláusula foi aplicada, foram necessários complexos trâmites e enormes esperas, desde que, obviamente, os casos de liberação aos 26 anos tenham realmente existido.



Por exemplo, Antonino Marano, internado na Carcere dell'Ucciardone, em Palermo, Sicília, já cumpriu 43 anos de prisão sem qualquer esperança de ver-se livre algum dia. Casos que excedem os 30 anos são muito comuns, e estão relatados numa carta que os condenados a prisão perpétua enviaram a Lula depois da outorga de refúgio a Battisti.
O Regime 41 bis



Itália é muito diferente do resto dos países formalmente democráticos no tratamento do crime político. Em todos esses estados, o crime político (mesmo que sua definição ofereça sempre algumas dificuldades sutis) é aquele que se faz por alguma convicção e não por interesse pessoal e, portanto, é tratado com certa maior gentileza que o crime comum. Até no Brasil, com sua tradição de barões, militares e escravocratas, o crime político merece algum trato diferencial, como se deriva da lei 9474/97, tão debatida nestes dias.
Na Itália é exatamente o contrário. Os mafiosos, salvo quando perdem a amizade com as autoridades, podem sair livres logo. Para um ladrão comum é mais difícil. Já um preso político pode passar anos num sistema brutal pelo mesmo crime.



O regime 41 bis tomou seu nome do artigo 41-bis do Ato Administrativo Prisional 354 (AAP354), que permite aplicar ao Ministro de Justiça ou do Interior uma forma de disciplina prisional que deixaria maravilhado a Meister Eymerich, o famoso inquisidor alemão do século 15. Antes de exagerar em nossa indignação, pensemos, porém, que uma selvagem e sádica forma de prisão semelhante ao 41 bis se aplica no Brasil com o nome de Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), que foi calorosamente defendida pelo críptico advogado Thomas Bastos (o primeiro ministro de justiça do presidente Lula) e resistiu todas as críticas de organizações de Direitos Humanos.



Talvez seja justo dizer que este RDD é mais parecido ao americano e, na prática, menos brutal que o italiano, e se aplica com menos freqüência. O AAP354 foi publicado no 26 de julho de 1975, uma época em que as Brigadas Vermelhas já eram ativas, mas ainda não tinham cometido os atos tipicamente terroristas de 1978, já sobre uma nova liderança da que se sempre se supus que tinha sido infiltrada pela polícia.



Nessa data, a primeira fase das BV estava quase acabada, pois seus principais núcleos tinham sido desmontados, e ainda não tinha surgido Prima Linea (o que aconteceria no ano seguinte), que foi novo pesadelo da repressão. O grande terrorismo (os stragi) produzido pelo operativo Gladio já existia desde 1969. Não é necessário dizer que o 41-bis não visava punir este tipo de terrorismo, pois seus realizadores não foram nem mesmo submetidos à justiça comum, salvo, nos últimos anos, alguns poucos que foram judicialmente poupados (salvo Vincenzo Vinciguerra, um terrorista fascista que assassinou três policiais e ganhou o ódio da corporação).



Outro detalhe interessante é que desde 1975 até 1992, um período relativamente longo, nunca as autoridades italianas se interessaram por aplicar este sistema á Máfia. Só em junho desse ano, quando foi assassinado o juiz Giovanni Falcone, o establishment entendeu que as sociedades criminosas tinham saído de sua habitual função história de ser parte complementar do sistema, e o sistema prisional do 41-bis foi aplicado a eles.



Portanto, quando o sistema foi inventado, em 1975, o objetivo não era combater nem a máfia, nem o terrorismo fascista, mesmo que fosse parcialmente. O sistema estava dedicado exclusivamente aos grupos revolucionários e aos movimentos sociais, que no ano de 1974 tinham estado enormemente ativos.
É fácil descrever o sistema 41-bis. Ele mantém o preso numa cela estreita, na qual pode ser sempre vigiado desde fora, sem absolutamente nenhum direito de praticar qualquer forma de recreação, atividade cultural, comunicar-se com outras pessoas mesmo por carta, telefone ou qualquer outro meio. Seu único “privilégio” é receber alimentação, atenção médica (se o prisioneiro morrer logo acaba a diversão de juízes, policiais e carcereiros), e uma visita por mês que pode variar de 10 a 30 minutos, através de um intercomunicador e vários painéis de vidro, de um familiar de primeiro grau.



Seria ridículo dizer que este sistema e desumano, porque animal nenhum vive nessas condições. O sistema é infrabiológico, um invento de mentes sádicas e maniqueístas que reproduzem as torturas medievais.
Repúdio do 41 bis



Em Novembro de 2007, a Corte Européia de Direitos Humanos condenou a Itália pelas condições brutais de prisão sob o sistema 41-bis. Este fato é notável, pois sendo Itália principal base da NATO, os organismos europeus tendem a preservá-la de críticas. Por unanimidade, a corte decidiu que o 41-bis violava os artigos 6 e 8 de Convenção Européia dos DH (o direito a ter um julgamento limpo e o direito à vida familiar e privada). Entretanto, a condenação não fala em torturas. Pela data da manifestação da Corte é quase certo que Itália estaria executando ações de tortura proxy em benefício da “guerra ao terror”, e o organismo europeu evitou levantar problemas políticos.



Entretanto, mesmo nos Estados Unidos, onde o tratamento de imigrantes ilegais é muito duro, alguns juízes das barras (equivalentes da OAB) de Califórnia e Texas se recusaram a entregar a Itália criminosos de alta periculosidade. Uma juíza de Los Angeles, que firma com a sigla D. D. Sitgraves, considerou que o tratamento do sistema 41-bis é uma forma sistemática e contínua de tortura.
Tortura



Em tempos recentes, a tortura tem sido associada com personalidades patológicas, e especialmente com sujeitos afetados de transtornos sexuais. No documentário experimental La Torture feito por um grupo de jovens franceses em 1972, para resumir informações sobre os torturadores de Argélia, se destaca este aspecto: O torturador é quase sempre místico, identifica o sexo com a maldade, e sua forma mais comum de relacionamento sexual é o estupro, pois isso lhe permite satisfazer-se fingindo de está “punindo” a sexualidade. O fato encontrou confirmação em algumas poucas pesquisas que puderam fazer-se com os torturadores da ditadura argentina. A personalidade do moderno torturador é compatível com a do torturador inquisitorial: seu maior objeto de ódio são pessoas fracas, mulheres, crianças, gays e membros de outras raças.



Apesar disso, mesmo nos países católicos como França, Espanha e Portugal, a tortura tem sido colocada no código penal. Na Europa, em diversas datas, a tortura foi considerada crime específico (independente de lesões, morte ou estupro) nos pequenos estados balcânicos, na Austria, Bélgica, Dinamarca, Estônia, Islândia, Letônia, Eslovênia, Eslováquia, todos os países escandinavos, a totalidade do Reino Unido, Holanda, Polônia, Alemanha, Suíça, Suécia,






Hungria e Turquia. Também nos pequenos estados como Luxemburg.
Itália, como todos os países europeus assinou a convenção de Estrasburgo de 1987 sobre prevenção da tortura. Entretanto, ao ser um dos poucos países da região que não a considera crime, punir diretamente os torturadores não é possível.



Em 2008, os lugares onde se comprovaram mais frequentes atos de tortura aplicados contra detentos provisórios (pessoas detidas por falta de documentos, vadiagem ou pequenos furtos) são Gênova, Turim, Treviso, Velletri, Florença, Forli, Frosinone (a prisão onde esteve Battisti), Lecce, Livorno, Milano, Padua e Peruggia.



Raramente se relatou o uso de instrumentos especiais de tortura. Em geral, os tormentos aplicados são afogamento, chutes, pancadas e impactos com objetos quaisquer (panelas, garrafas, etc.) Os casos que conduzem a morte são investigados. Atualmente não há, porém, nenhum incriminado.



Segundo o informativo, “Horizontes restritos”, mesmo entre os que não estão sujeitos ao sistema 41-bis, o índice de suicídios é alto. De janeiro de 2000 a março de 2009, houve 501 suicídios entre internos de todo o país. Não se sabe que proporção corresponde a presos políticos.

Presidente honorário da Academia de Jornalismo, defende o MST em solenidade com a presença de Xavier da FAEPA e do Presidente do TJE.



Deu no Blog da Perereca.

Tititi em convescote na Faepa


Barata avoou no auditório da Faepa, na noite da última terça-feira.

Foi durante a posse dos novos dirigentes da Academia Paraense de Jornalismo.

Solenidade “daquelas”, em que até Dormonid perde de goleada...

De corpo presente, algumas das maiores “otoridades” estaduais: o presidente do TJE, Rômulo Nunes, e da Assembléia Legislativa, Domingos Juvenil.

E, é claro, também compôs a mesa o presidente da Faepa, Carlos Xavier.

Confete pra cá, lantejoula pra lá, os oradores se sucediam, sempre nos trinques e nos conformes.

Até que tomou a palavra o presidente honorário da Academia, Donato Cardoso.

De início, foi jeitoso: falou sobre a importância da Academia, a responsabilidade com a informação e blábláblá.

Mas de repente, sabe-se lá por que, Donato resolveu marcar posição – vejam só!... - sobre os conflitos fundiários do Pará.

E disse, para uma estupefata platéia, que é preciso respeitar o MST, porque é um grito contra 400 anos de latifúndio.

Tudo ali, ó, na cara do presidente do TJE, que aceitou pedido de intervenção no Pará, e do presidente da Faepa, arquiinimiga dos “cabras” do MST.

“Foi muito engraçado”, diz-me um dos 200 convivas. “Teve gente que se afundou na cadeira...”

Moral da história: a Academia vai ganhar “de grátis” uma semana de férias em acampamento cinco estrelas do MST.

Mas, para o próximo convescote, terá de arranjar outro auditório...

Viva Zumbi dos Palamares!


1600: Negros fugidos ao trabalho escravo nos engenhos de açúcar de Pernambuco, fundam na serra da Barriga o quilombo de Palmares; a população não pára de aumentar, chegarão a ser 30 mil; para os escravos, Palmares é a Terra da Promissão. - 1630: Os holandeses invadem o Nordeste brasileiro. - 1644: Tal como antes falharam os portugueses, os holandeses falham a tentativa de aniquilar o quilombo de Palmares. - 1654: Os portugueses expulsam os holandeses do Nordeste brasileiro. - 1655: Nasce Zumbi, num dos mocambos de Palmares - 1662 (?): Criança ainda, Zumbi é aprisionado por soldados e dado ao padre António Melo; será batizado com o nome de Francisco, irá ajudar à missa e estudar português e latim. - 1670: Zumbi foge, regressa a Palmares. - 1675: Na luta contra os soldados portugueses comandados pelo Sargento-mor Manuel Lopes, Zumbi revela-se grande guerreiro e organizador militar. - 1678: A Pedro de Almeida, Governador da capitania de Pernambuco, mais interessa a submissão do que a destruição de Palmares; ao chefe Ganga Zumba propõe a paz e a alforria para todos os quilombolas; Ganga Zumba aceita; Zumbi é contra, não admite que uns negros sejam libertos e outros continuem escravos. - 1680: Zumbi impera em Palmares e comanda a resistência contra as tropas portuguesas. - 1694: Apoiados pela artilharia, Domingos Jorge Velho e Vieira de Mello comandam o ataque final contra a Cerca do Macaco, principal mocambo de Palmares; embora ferido, Zumbi consegue fugir. - 1695, 20 de Novembro: Denunciado por um antigo companheiro, Zumbi é localizado, preso e degolado.