sábado, 30 de abril de 2011
Direto da Argentina: BEBÊ ROUBADO NA DITADURA: FOI CRIADA PELO ASSASSINO DE SEU PAI
Victoria Montenegro: "Para mim a subversão estava se vingando deles que haviam sido soldados" (Foto: Reprodução) |
(Na verdade, Victoria nasceu em 31 de janeiro de 1976. Seus pais eram Hilda Ramona Torres e Roque Orlando Montenegro, dois militantes da Juventude Peronista (JP) e em seguida do Exército Revolucionário do Povo (ERP). Treze dias depois do seu nascimento, um grupo da repressão entrou na casa onde viviam, em Boulogne. Herman Tetzlaff era o chefe do grupo, um militar que ocupou destacados cargos nas forças repressivas. Se apropriou de Victoria seis meses depois da invasão de sua casa, em cuja operação ele mesmo assassinou seu pai, conforme confessou mais tarde).
- Que versão lhe deram? – continua o procurador.
- Eu sempre tive dúvidas, mas sobre o horário em que havia nascido. O que perguntava à minha apropriadora era a hora: sabia que 29 de maio era o Dia do Exército. Me diziam que dia 28 Herman teve um desfile militar em San Isidro, ela se sentiu mal e eu nasci na Clínica do Sol.
- Quando apareceram as dúvidas de que não seria filha deles?
- Quando tinha nove anos, calculo, chamam Herman a uma Vara Criminal de Morón. Um dia eu o acompanho. Entro com ele no gabinete do juiz e o juiz pergunta se não era melhor que eu esperasse fora. Ele disse que não. O juiz tira do arquivo um processo e lhe diz que as “velhas” (“abuelas” e “madres”, avós e mães da Praça de Maio) já estavam começando a incomodar. Que ficasse tranqüilo, que o encarregado de tudo era outro colega, mas que tomasse conhecimento do que estava ocorrendo.
Isso aconteceu em torno de 1989, então ela devia ter cerca de 13 anos. Victoria não se lembra do nome do juiz, mas sabe que nesse momento começou o processo contra o coronel Herman Tetzlaff.
“Pensava que os desaparecidos eram mentira, uma invenção das ‘Abuelas’”
- Até então o que eu sabia era que na Argentina houve uma guerra, nesse momento eu considerava Herman como meu pai, para mim a subversão estava se vingando deles que haviam sido soldados; que os desaparecidos eram mentira. Pensava que não eram pessoas físicas, e sim uma invenção das ‘Abuelas’ (Avós da Praça de Maio)”.
Toda vez que aparecia na TV alguma informação que não batia com a versão sustentada na família, Tetzlaff sentava-se com ela para doutriná-la. Lhe dizia que a primeira coisa que a subversão fazia era atacar a família, a célula vital de uma sociedade sã. Que as “Abuelas” disseminavam as dúvidas para criar medo.
- Por isso, para mim, tudo eram mentiras: eu era filha dele e estava convencida de que tudo era uma invenção.
Tetzlaff era enorme: media dois metros e pesava 145 quilos. Era louro como sua mulher, descendentes de alemães. Viviam rodeados de policiais e de militares. Falava da causa:
- A causa não sei o que era exatamente, mas era uma bandeira celeste e branca (cores da bandeira argentina); eles eram os bons, havia uma causa nacional; era o cheiro de couro, as botas, a família cristã, a missa, jantar fora porque Mary (apelido da esposa) não cozinhava, para mim essa era a família: os restaurantes cheios e Herman que terminava as conversas com a 45 encima da mesa dizendo: ‘Eu tenho sempre razão, e mais ainda quando não a tenho’.
Quando Victoria completou 15 anos, Tetzlaff foi detido pela primeira vez:
- Herman estava muito nervoso. Um dia me chama e me comunica que já havia um processo a cargo de (o juiz Roberto) Marquevich, que era um juiz montonero, que as “Abuelas” estavam pelo meio, que o mais provável era que me tirassem sangue para comparar com o Banco Genético que na realidade era manejado pelas “Abuelas”.
Foi então advertida pelo suposto pai que iam dizer que ela era...
- ...filha da subversão, assim é que com certeza depois venham e te tiram de casa. Enquanto isso, eu dizia que não: que aconteça o que acontecer, ia ficar com ele; ele me agradeceu e me disse que não esperava outra coisa de mim.
“Me tomou um terror, porque era filha da subversão”
O resultado do exame de DNA deu o esperado: ela não era filha do coronel e sua mulher.
- Me disseram que em 99% eu não era filha deles, mas eu disse que ficava com esse 1%, porque sim era filha deles. Lhes dizia que eram todos uns subversivos, porque pensava que era filha deles.
Tetzlaff, que já morreu, desta vez ficou preso somente três meses. A Justiça pediu nova mostra de sangue para tentar identificar seus pais. Ela se negou e a questão chegou até a Corte Suprema, que respaldou sua recusa. Victoria levou a sentença da Corte Suprema ao coronel:
- Me lembro que Herman me esperava num restaurante próximo, e eu fui lá e levei a sentença. Me felicitou: ‘Muito bem, minha filha’, me disse. Dei a ele e me lembro que quando me sentei creio que foi o início do momento de começar a tomar conhecimento da outra história. Pensei: agora me deu um sinal se quero saber de algo”.
Finalmente, o desfecho: os avanços tecnológicos fizeram com que não fosse mais necessária nova mostra de sangue. O juiz Marquevich a chamou para dizer-lhe qual era sua verdadeira família.
- Me tomou um terror, porque era filha da subversão, esse foi o primeiro medo.
Hoje parece perfeitamente integrada à sua nova vida
Atualmente, Victoria Montenegro, 35 anos, casada, três filhos, lamenta não ter conhecido seus avós e uma tia (além dos pais, evidentemente), mas parece perfeitamente integrada à sua nova vida, inclusive dentro do espaço político e ideológico da democracia, talvez até da esquerda. Tive esta impressão ao vê-la e ouvi-la no programa “6, 7, 8” de Visión 7, TV Pública (estatal) da Argentina, na terça-feira, dia 26, no mesmo dia em que o excelente jornal argentino Página/12 publicou reportagem de capa com ela. Esta minha matéria é baseada nesta reportagem, da qual, além das declarações entre aspas de Victoria, me apossei até de pequenos trechos do texto de Alejandra Dandan, que assina a reportagem.
O destaque principal da matéria de Página/12, no entanto, não é o drama enfrentado por Victoria na descoberta de sua verdadeira família. De fato, um drama já meio corriqueiro num país em que se estima a existência de 500 recém-nascidos roubados pelos repressores da ditadura (103 já tiveram sua verdadeira identidade restituída). O enfoque principal da reportagem foi a denúncia feita por Victoria sobre a cumplicidade do procurador Juan Martín Romero Victorica com Tetzlaff, tema de nova matéria de capa do jornal no dia seguinte. Romero Victorica continua tendo posição de destaque no Poder Judiciário e o assunto deve render, no cenário de avanço da sociedade argentina no sentido de apertar o cerco contra os cúmplices civis da ditadura.
sexta-feira, 29 de abril de 2011
Dutra renuncia à presidência do PT
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente licenciado do PT, José Eduardo Dutra, renunciou definitivamente à presidência do partido nesta sexta-feira, alegando problemas de saúde.
Deputados “Rasos” e a CPI da ALEPA
Com a promulgação da Constituinte, Ulisses deixou a presidência do Congresso.
Um jornalista perguntou.
- E agora deputado qual é sua atual posição na casa?
O velho que era chegado a umas tiradas falou
-Agora eu sou Deputado Raso, obedeço ordem.
Aproveitando a tirada do Dr. Ulisses Guimarães perguntamos: Já que o governador Jatene afirmou, segundo matérias, em jornais locais, que por ele essa CPI já teria sido instalada, e o presidente da Assembleia Legislativa do Pará Deputado Manuel Pioneiro afirmou que quem manda é o chefe, porque o chefe não dá a ordem para os Deputados “Rasos” assinar a CPI da ALEPA?
FUNDEB: Sintepp vai acionar Ministério Público contra Prefeitura de Ananindeua
Os professores Jair Pena de Souza e suplente Adnaldo Oldair Souza e os Servidores de Apoio Miguel Albuquerque Wanzeler e seu suplente Eduardo César Oliveira de Moura estão impedidos de fiscalizar a aplicação das verbas do FUNDEB, que em 2011, totalizarão 63 milhões. O Sintepp estranha a não nomeação de conselheiros que vão fiscalizar implacavelmente o dinheiro do FUNDEB.
Jair Pena "O prefeito está protelando a nomeação destes para evitar uma fiscalização isenta de suas manobras políticas". O sintepp vai protocolar o pedido ao Ministério Público Estadual no dia 29 de Abril às 9h na BR 316.
quinta-feira, 28 de abril de 2011
No Twitter o Secretário de Comunicação do Governo Jatene convoca torcedores a twittar no Mangueirão, via sinal do Navegapará que foi implantado no gov. Ana Júlia
Sindicato dos Bancários denuncia perseguição no Banpará e AFBEPA ataca ... o Sindicato
O funcionalismo do Banpará, assim como toda a categoria bancária, já entendeu qual é o jogo da direção da AFBEPA. Contrariados, porque não conquistaram os votos dos bancários na última eleição, os/as diretores/as da AFBEPA buscam enfraquecer o Sindicato, visando a eleição que ocorrerá somente em 2013. Esquecem que os bancários são inteligentes e não se deixam levar por interesses mesquinhos como esses, nem pretendem ver suas entidades enfraquecidas por brigas sem sentido.
No entanto, na última semana a direção da AFBEPA se superou e extrapolou todos os limites do bom senso e do bom juízo. Após o Sindicato ter denunciado a mais abjeta perseguição política no Banpará, onde funcionários daquele Banco cedidos ao governo da bancária Ana Júlia Carepa foram destituídos da função e transferidos para agências distantes desuas residências. A direção da AFBEPA, ao invés de prontamente sair em defesa dos funcionários, simplesmente se danou a atacar a direção do Sindicato.
A direção da Associação optou por atacar o Sindicato ao invés de defender os bancários e se colocar contra a direção tucana do BANPARÁ. Resultado: fortaleceu a direção da empresa, que viu na divisão das entidades um campo fértil para todo tipo de arbitrariedade.
Ascom Sindicato dos Bancários.
Ministério cancela mais de 70 mil carteiras de pescadores que não se enquadravam nas regras
Clique na Imagem e confira se seu nome está na Lista |
quarta-feira, 27 de abril de 2011
Deputados Governistas montam 'Tropa de Choque' para barrar CPI da ALEPA
Partidos governistas reunidos na segunda-feira, no escritório político do Presidente da ALEPA Manuel Pioneiro, montaram "tropa de choque" governista para barrar a CPI da "Bandalheira" da Assembleia Legislativa do Pará .
A pergunta que o blog faz, será que a pizza servida na reunião foi comprada com os famosos tíquetes distribuído na ALEPA na gestão de Domingos Juvenil?
Maiores informações sobre a reunião no Blog da Perereca da Vizinha. Leia..
terça-feira, 26 de abril de 2011
Deputado Cássio Andrade do PSB é contra a CPI da ALEPA
@Cassio_Andrade_A CPI n leva a nada pq o resultado dela é levado p o MP. Como MP já está investigando tudo c liberdade a cpi ja nasce morta
A CPI da ALEPA ainda não saiu porque Jatene não quer
Esta semana a CPI proposta pelo deputado Edmilson, do PSOL, tem seu dia D, depois que o Ministério Público arrombou a porta da Assembleia Legislativa do Pará, levando quatro presos e vários documentos que comprovam que a administração do peemedebista Domingos Juvenil foi uma “bandalheira”. O dinheiro público, que é "nosso", foi jogado nos bolsos de corruptos da ALEPA (o ICMS no Pará na conta do telefone é 30% e na luz é 25%).
Deu na coluna Repórter 70, do jornal Liberal, que em reunião a portas fechadas o governador Jatene chamou Pioneiro e o senador Mario Couto (foi presidente da Assembleia), padrinho político de Sérgio Duboc (diretor do Detran), envolvido nos escândalos da ALEPA, para uma conversa no Palácio dos Despachos.
Jornalistas achavam que sairiam dali a CPI e a demissão de Duboc. A conversa ficou só nos gritos: nem Duboc foi exonerado do Detran, nem a CPI saiu da sala dos Despachos.
Perguntado se a CPI da ALEPA vai sair, o presidente da Assembleia, deputado Pioneiro, disse: “Isso só com o chefe”.
Então, por que o chefe não dá a ordem para a bancada governista assinar a CPI, que só precisa de mais quatro assinaturas?
Será porque Jatene não tem controle da base ou porque há muitos governistas envolvidos nos escândalos?
segunda-feira, 25 de abril de 2011
VARGAS LLOSA: “LULA NÃO SABIA NADA DE ECONOMIA”
Mario Vargas Llosa dá sua versão de como deu uma guinada da esquerda para a direita (Foto: Reprodução) |
Dedico esta postagem aos que aprenderam a apreciar o grande escritor e, ao mesmo tempo, repudiam suas atuais preferências políticas e ideológicas. Dos seus livros que li, gostei especialmente de “Conversa na Catedral”. O título acima e a ordem dos temas são deste blog.
Sobre a opção entre Ollanta Humala e Keiko Fujimori, que disputam o segundo turno das eleições no Peru, cujo desfecho será em 5/junho:
Mario Vargas Llosa - Há um mal maior e um mal menor. O mal maior é Keiko Fujimori e então eu voto por Humala. Isso é claríssimo. Os problemas que possa trazer Humala já os enfrentaremos quando chegarem. Mas tenho uma esperança que quero que fique escrita. Minha esperança é que Humala se distancie realmente de (Hugo) Chávez e se aproxime realmente de gente como (Luiz Inácio) Lula (da Silva), como (José) Mujica, como (Mauricio) Funes, e haja uma política semelhante no campo econômico.
Sobre Lula e Fernando Henrique Cardoso:
Página/12 – O senhor falou de Lula como modelo. Sua estratégia foi de intervenção forte do Estado.
- Não tão intervencionista graças a que o anterior presidente foi Henrique Cardoso. As grandes reformas que Lula aproveitou as fez Cardoso. Ele é o grande estadista.
- Fernando Henrique Cardoso?
- Sim.
- Mas Lula não representou a continuidade de Cardoso, e sim a ruptura.
- Não, não, não! Como? Que horror, que injustiça! Que diz!
- O Brasil cresceu e se fez mais justo com Lula.
- Mas porque a grande reforma econômica, a grande reforma monetária a fez Henrique Cardoso. Cria as bases de uma economia de mercado. Abre as fronteiras do Brasil. O que acontece é que o fez com discrição, com uma elegância britânica porque não é um populista. Então Lula, que não sabia nada de economia, que não entendia absolutamente nada...
- O senhor diz que um homem que foi fundador do Partido dos Trabalhadores e presidente do Sindicato dos Metalúrgicos não sabia nada de economia?
- Lula encontra um país preparado graças à extraordinária habilidade e a imensa cultura de Henrique Cardoso, que é quem abre a modernidade para o Brasil, quem introduz uma economia de mercado autêntica, quem faz a esquerda brasileira entender que não há criação de riqueza sem mercado, sem empresa privada, sem investimentos, sem integração ao mundo. E Lula, em boa hora para o Brasil, segue essa rota.
- Talvez Lula seja considerado “tribal” por (Friedrich von) Hayek (economista ultra-direitista que respaldou a ditadura de Pinochet no Chile e que é reverenciado por Vargas Llosa), porém é Lula quem fala de justiça social, não Cardoso.
- Falar de justiça social não quer dizer nada...
- Hayek dizia que buscar a justiça social é uma atitude que vinha das tribos ou das hordas. Lula foi tribal ao colocar em prática esse princípio?
- Para fazê-lo há que criar riqueza. Um país tem que prosperar. Isso é o que permitiu a política de Henrique Cardoso, que esse país prospere.
- Mas o país não cresceu com Cardoso, e não superou 3% anual.
- Mas criou as condições e começou a crescer e regularizou a moeda. Encontrou uma estabilidade que na história brasileira praticamente nunca havia existido. Essa estabilidade é fundamental para que haja uma economia de mercado. Como pode haver investimento, como pode um empresário projetar seu plano de trabalho, de investimentos, se a moeda está sujeita aos vai-e-véns permanentes como estava quando Henrique Cardoso subiu ao poder?
Sobre sua conversão de socialista para democrata liberal (ou de esquerdista para direitista):
- O senhor fez um clique em suas ideias políticas de um momento para outro?
- Não. Um clique de um momento para outro nunca, creio. Foi um processo. Por exemplo, passar de convicções socialistas a convicções democráticas e liberais foi um processo que tem distintas etapas, mas creio que se inicia em meados dos anos 60, com relação a Cuba, basicamente.
- Mas em algum momento faz um clique entre não dizer as coisas ou dizê-las?
- Não, não. Digamos que eu creio que estava muito identificado com a esquerda, basicamente a partir da Revolução Cubana, e comecei a ter certas dúvidas, mas não me atrevia a fazê-las públicas. A primeira dúvida séria que eu tenho com a Revolução Cubana é quando da Umap, as unidades militares de apoio à produção, um eufemismo para campos de concentração.
- Por que o diz?
- Eram campos de concentração onde colocaram vermes, criminosos comuns e gays. Para mim isso foi uma experiência muito chocante, eu não esperava. Conheci muitos dos jovens que foram para os campos de concentração.
- No ano passado Fidel Castro disse ao diário La Jornada, do México, que a perseguição aos gays havia sido um dos grandes erros da Revolução Cubana.
- Um pouco tarde, não? Porque nessa experiência não somente sofreram terrivelmente moças e rapazes que eram identificados com a revolução, os do grupo El Puente. Foi muito traumático, muito violento, e para mim foi a primeira vez que tive dúvidas muito sérias se a Revolução Cubana era o que eu acreditava e o que eu dizia que era. Esse fato me foi mudando muitíssimo, me criou muitas dúvidas, começou a estimular atitudes críticas frente à revolução. Outra experiência que resultou confirmatória e muito mais importante para minha evolução foi o apoio de Fidel à invasão da Tchecoslováquia, quando da invasão dos países do Pacto de Varsóvia.
- A de 1968.
- Sim. Foi a primeira vez que já não me importou “armar o inimigo”, e o digo entre aspas para falar da fórmula chantagista que mantinha sempre os críticos de esquerda em silêncio. Aí escrevi um artigo que se chamou “O socialismo e os tanques”, claramente fazendo uma crítica à revolução. Mas fui ainda uma vez mais a Cuba depois disso, que foi a última vez que estive lá, já não me lembro o ano, não sei se 69 ou 70, imediatamente antes do caso (do poeta Heberto) Padilla. Ainda não o haviam prendido, mas era evidente que iam fazê-lo a qualquer momento. Padilla estava enlouquecido pela tensão em que vivia, e o clima era um clima... de uma... uff, havia ansiedade, havia medo entre muitos escritores que conhecia muito bem. Eu saí completamente angustiado dessa viagem, e logo ocorreu o caso Padilla, que foi definitivo.
- Essa foi a mudança das ideias socialistas às ideias liberais?
- Não, o liberalismo é posterior. Nesse momento o socialismo entusiasta passa a ser um socialismo muito crítico, passa a ser uma social-democracia. Eu me senti como se sentem os padres que de repente se tornam ateus: muito desamparado, muito sozinho, num mundo muito confuso. Foi um processo lento de revalorização da ideia de democracia, a importância dessa democracia formal tão criticada pela esquerda, e comecei a ler Raymond Aron, (George) Orwell, (Arthur) Koestler e (Albert) Camus, a quem havia lido e havia atacado quando eu era muito sartreano. Inclusive publiquei um livrinho que se chama “Entre Sartre e Camus”, contando essa evolução.
- E o liberalismo quando começou no senhor?
- Primeiro foi uma espécie de resgate da ideia democrática, da importância desses valores formais, das formas no político. E em seguida creio que o liberalismo foi o descobrimento de Isaiah Berlin e (Karl) Popper. A leitura de Popper, a leitura de “A sociedade aberta e seus inimigos” para mim foi fundamental; é um dos livros que mais me marcou, me mudou, me enriqueceu extraordinariamente o que é a visão do autoritarismo, do que é o totalitarismo, e como essa é uma ameaça que está sempre presente, inclusive nas sociedades mais livres, mais avançadas.
Um pouco mais sobre o liberalismo:
- Os liberais não estamos a favor de que haja desigualdade.
- Que querem?
- Que tudo nasça do êxito, do esforço, da produção de bens ou serviços que beneficiam o conjunto da comunidade. Que haja gente que tenha maiores ou menores rendas em função da sua excelência, do seu talento, é legítimo para um liberal. O que não é legítimo é que essas diferenças se estabeleçam a partir do privilégio ou da desaparição da igualdade de oportunidades de base, que é um princípio liberal.
Tradução: Jadson Oliveira
No twitter com o presidente do PV. CPI da ALEPA
Ananindebates@ Não sei. Vamos perguntar para o Gabriel?
domingo, 24 de abril de 2011
Livros: O Blog recomenda
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sábado, 23 de abril de 2011
Quanto custa A Barba de Lula?
A Empresa Gillete está comprando Barbas (só de famosos), pagou 2 milhões pela barba do músico Bel do Chiclete e R$ 500 mil pela do governador da Bahia Jaques Wagner. Como está tudo parado nesse final de semana e sem muitas novidades na política ( a única é que o PPS resolveu assinar a CPI da “Bandalheira” da ALEPA com atraso), resolvemos perguntar aqui no blog quanto custaria a Barba de Lula?
Como diz o dito popular, Lula tem que colocar as “barbas de molho”, pois provavelmente a próxima investida da Empresa Gillete do Brasil e querer cortar a barba que acompanha Lula desde os temos de metalúrgico.
Mande seu palpite.
sexta-feira, 22 de abril de 2011
Governador da Bahia Jaques Wagner vende a Barba por R$ 500 mil
Tiago Nunes
O governador Jaques Wagner (PT) anunciou que vai fazer uma doação de R$ 500 mil - como pessoa física - para um projeto beneficente de educação do Instituto Ayrton Senna. Conforme uma matéria publicada na Folha de São Paulo, Wagner vendeu a barba.
Ainda não se sabe como será procedida a negociação. Informações extra-oficiais de fontes ligadas ao governo dão conta de que Wagner poderá participar de um comercial da Gillette. O governo não confirmou a informação.
Segundo o governador, o visual é mantido há 34 anos. 'Vou vender minha barba para a Gillette, mas esse dinheiro tem que ser investido aqui na Bahia', assegurou.
Ainda de acordo com a matéria, em menos de quatro horas, a empresária Viviane Senna já arrecadou em um evento, realizado em Comandatuba, mais R$ 2,2 milhões - valor levantado no evento no ano passado.
PRAIA GIRÓN: PRIMEIRA DERROTA MILITAR DOS EUA NA AMÉRICA LATINA (Quatro notas latino-americanas)
Uma epopéia latino-americana: soldados e patriotas cubanos, sob o comando do então jovem Fidel Castro, derrotaram os invasores em 66 horas (Foto: Reprodução) |
A farsa durou pouco. Em 66 horas, os militares e patriotas cubanos, sob o comando direto do então jovem Fidel Castro, derrotaram os invasores e a grande maioria se rendeu. O combate decisivo deu-se no dia 19 na Praia Girón, foi a primeira derrota militar do império estadunidense na América Latina, uma epopéia latino-americana.
O sonho do governo norte-americano era reconhecer de imediato o “governo provisório” a ser declarado pelos invasores numa “zona libertada” e, com respaldo da então submissa OEA (Organização dos Estados Americanos), prestar ajuda militar aos “rebeldes” cubanos. Eram os tempos do glamoroso John Kennedy alimentando os sonhos de mudança em Cuba, ou seja, a volta do neocolonialismo. Hoje, mais de meio século depois, continuam tentando e sonhando...
(Pena que façanhas como essa não possam chegar ao conhecimento do povo brasileiro de forma mais ampla, devido à censura dos monopólios privados de comunicação).
Leia mais.. Senado Derruba anista aos torturadores, OS “10 MANDAMENTOS” DA SEGURANÇA ARGENTINA, CORREA: SIP QUER “MENTIR, CALUNIAR E FICAR NA IMPUNIDADE”
Direto da Argentina: Video do Parque da Memória
quinta-feira, 21 de abril de 2011
O Fim do Mundo em 2012
quarta-feira, 20 de abril de 2011
Assessor do Deputado Parsifal é um dos presos na ALEPA
Deu no Blog da Franssinete
Os servidores Jorge Caddah (assessor do deputado Parsifal Pontes, Semmel Charone, ex-chefe de gabinete da presidência da Alepa, ligada ao ex-deputado Domingos Juvenil, e Daura Hage, prima do deputado Jr. Hage - secretário de Estado - estão presos temporariamente, em função de operação conjunta do MPE e Policia Civil. Leia mais..
Histórico
Jorge Caddah, para quem não lembra, foi preso em Ananindeua durante as eleições de 1994, por fraude na votação do então candidato a deputado federal Mario Martins (PMDB). Ficou três meses em cana.
terça-feira, 19 de abril de 2011
Eleições 2012: Pioneiro vem?
Pioneiro |
Helder o que faz?