sexta-feira, 30 de novembro de 2012

No Pará, são registrados 400 homicídios de jovens negros por 100 mil habitantes

Postado na Pagína do Face do Ananindeuadebates por   Paulo Weyl
 Essa a (in)segurança pública dos tucanos, que assume papel de destaque no mapa da violência contra os jovens.
"Ainda segundo o estudo, a situação mais grave é observada em oito Estados, onde a morte de jovens negros ultrapassa a marca de 100 homicídios para cada 100 mil habitantes. São eles: Alagoas, Espírito Santo, Paraíba, Pernambuco, Mato Grosso, Distrito Federal, Bahia e Pará. A análise por municípios é ainda mais preocupante: em Simões Filho, na Bahia, e em
Ananindeua, no Pará, são registrados 400 homicídios de jovens negros por 100 mil habitantes". Veja mais abaixo..., porque ninguem terá oportunidade de ler na imprensa beneficiária das verbas distribuidas pela griffo
Veja.

Mapa da Violência 2012 mostra "pandemia" de mortes de jovens negros, diz professor

Thais Leitão
Da Agência Brasil, em Brasília
 
 
 
As mortes por assassinato entre os jovens negros no país são, proporcionalmente, duas vezes e meia maior do que entre os jovens brancos. Em 2010, o índice de mortes violentas de jovens negros foi de 72, para cada 100 mil habitantes; enquanto entre os jovens brancos foi de 28,3 por 100 mil habitantes. A evolução do índice em oito anos também foi desfavorável para o jovem negro. Na comparação com os números de 2002, a taxa de homicídio de jovens brancos caiu (era 40,6 por 100 mil habitantes). Já entre os jovens negros o índice subiu (era 69,6 por 100 mil habitantes).
Os dados fazem parte do "Mapa da Violência 2012: A Cor dos Homicídios no Brasil", divulgado nesta quinta-feira (29) em Brasília, pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (Cebela), a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) e a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir).
De acordo com o professor Julio Jacobo, responsável pelo estudo, os dados são “alarmantes” e representam uma “pandemia de mortes de jovens negros”. Entre os fatores que levam a esse panorama, ele cita a “cultura da violência” --tanto institucional como doméstica, e a impunidade. Segundo o professor, em apenas 4% dos casos de homicídios no Brasil, os responsáveis vão para a cadeia.
“O estudo confirma que o polo de violência no país são os jovens negros e não é por casualidade. Temos no país uma cultura que justifica a existência da violência em várias instâncias. O Estado e as famílias toleram a violência e é essa cultura que faz com que ela se torne corriqueira, que qualquer conflito seja resolvido matando o próximo”, disse Jacobo.
O professor defende políticas públicas mais amplas e integradas para atacar a questão, principalmente na área da educação. “Há no país cerca de 8 milhões de jovens negros que não estudam nem trabalham. As políticas públicas de incorporação dessa parcela da população são fundamentais para reverter o quadro”.
Ainda segundo o estudo, a situação mais grave é observada em oito Estados, onde a morte de jovens negros ultrapassa a marca de 100 homicídios para cada 100 mil habitantes. São eles: Alagoas, Espírito Santo, Paraíba, Pernambuco, Mato Grosso, Distrito Federal, Bahia e Pará. A análise por municípios é ainda mais preocupante: em Simões Filho, na Bahia, e em Ananindeua, no Pará, são registrados 400 homicídios de jovens negros por 100 mil habitantes.
O professor enfatizou que as taxas de assassinato entre a população negra no Brasil são superiores às de muitas regiões que enfrentam conflitos armados. Jacobo também comparou a situação brasileira à de países desenvolvidos, como Alemanha, Holanda, França, Polônia e Inglaterra, onde a taxa de homicídio é 0,5 jovem para cada 100 mil habitantes.
“Para cada jovem que morre assassinado nesses países, morrem 106 jovens e 144 jovens negros no Brasil. Se compararmos com a Bahia, são 205 jovens negros para cada morte naqueles países; e no município baiano de Simões Filho, que tem o pior índice brasileiro, são 912 mortes de jovens negros para cada assassinato de jovem”, disse.
O secretário-executivo da Seppir, Mário Lisboa Theodoro, enfatizou que o governo federal tem intensificado as ações para enfrentar o problema que classificou de “crucial”. Ele lembrou que foi lançado em setembro, em Alagoas, o projeto Juventude Viva, para enfrentar o crescente número de homicídios entre jovens negros de todo o país. A iniciativa prevê aulas em período integral nas escolas estaduais, a criação de espaços culturais em territórios violentos e o estímulo ao empreendedorismo juvenil, associado à economia solidária.
O Juventude Viva, programa coordenado pela Secretaria Nacional de Juventude em parceria com oito ministérios (Secretaria-Geral, Seppir, Justiça, Saúde, Educação, Trabalho e Emprego, Cultura e Esporte), é a primeira etapa de uma ação mais ampla –o Plano de Prevenção à Violência Contra a Juventude Negra. A meta do governo é expandir o programa no primeiro semestre de 2013 para mais cinco unidades federativas: Paraíba, Espírito Santo, Distrito Federal, Bahia e Rio Grande do Sul.
“O objetivo é garantir um conjunto de serviços às comunidades onde esses jovens residem, como infraestrutura, além de fornecer oportunidade de estudo e de ocupação para eles, aproveitando inclusive os eventos esportivos que o Brasil vai sediar, como a Copa do Mundo”, disse Theodoro.

 

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Deputado Edilson Moura (PT) : Lei obriga bancos em todo estado instalar barreiras visuais de proteção no espaço de atendimento aos clientes


Boletim enviado pela assessoria do Deputado Edilson Moura (PT)

Edmilson cobra explicações sobre suspeita de fraude em licitação do Estado

O deputado estadual Edmilson Rodrigues (PSOL) apresentou requerimento, na Assembleia Legislativa do Pará, na sessão desta quarta-feira, 28, no qual pede explicações ao governo do Estado sobre as suspeitas de irregularidades no Pregão 029/2012 para a locação de viaturas ao sistema de segurança pública. Com base na denúncia formulada pela jornalista Ana Célia Pinheiro, no blog "Perereca da Vizinha", Edmilson apontou que o contrato de custo inicial de R$ 106,4 milhões, pelo período de um ano, teve a participação de empresas pertencentes a grupos familiares que concorreram entre si na disputa de  parte dos 12 lotes da licitação.

 
"Os valores previstos nesses contratos são cerca de 10% maiores do que o contrato anteriormente firmado com a Delta Construções, do bicheiro Carlinhos Cachoeira, para a mesma finalidade, com um adendo: os contratos poderão ter os valores aditados", diz Edmilson no requerimento. Ele lembra que questionou formalmente o Estado sobre o contrato nebuloso assinado com a Delta, mas não obteve nenhuma explicação.

A principal vencedora da licitação é a paulista A C.S Brasil, que levou seis dos 12 lotes licitados, o que possibilitam locações de veículos que podem chegar a mais de R$ 48 milhões em 2013. Enquanto a Locavel ganhou um lote de R$ 43 milhões ao ano e a Alucar Locadora de Veículos Ltda, venceu um lote de até R$ 3,957 milhões. 

As suspeitas de irregularidades recaem sobre as vencedoras Braz e Braz Ltda, contemplada com dois lotes que poderão render R$ 7,5 milhões em um ano, e a Norte Locadora e Serviços Ltda, que venceu o lote de quase R$ 1,5 milhão ao ano. Com base em documentos da Junta Comercial do Estado (Jucepa), a jornalista demonstra que a Braz e Braz, pertencente a Ricardo Gomes Braz da Silva e o filho dele, Gabriel Baptista Braz da Silva, de apenas 11 anos, concorreu com a Norte Locadora e Serviços Ltda, pertencente à avó materna de Gabriel, Maria Odila Mazzariol Baptista. Outra firma concorrente foi a R&A Locação de Veículos, que foi representada legalmente pela mãe de Gabriel e filha de Maria Odila. A blogueira rastreou a coincidência de endereços das firmas.

Outra relação familiar entre os representantes das empresas concorrentes foi verificado no mesmo pregão: a Norauto Rent a Car foi representada por Carlos Benedito Adão Teixeira, a AP Rent a Car foi representada por Ana Paula da Costa Teixeira e a vencedora R da Costa Teixeira Serviços - EPP foi representada pelo filho de Carlos e Ana Paula, Rafael da Costa Teixeira. O endereço das firmas também coincide.

Edmilson pediu informações sobre o pregão às Secretaria de Estado de Segurança Pública (Segup) e de Administração (Sead) e também da Auditoria Geral do Estado (AGE) sobre as graves denúncias. Ainda, pediu que o caso seja levado ao conhecimento do Ministério Público do Estado e da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Pará (OAB-PA). O requerimento ainda será votado em plenário.

O presidente do Incra, Carlos Guedes recebe "Título Honorífico de Cidadão de Belém"

 
                                                                                               Foto David Alves
 
Por Raimundo Sena
 
O presidente do Incra, Carlos Guedes, estará em Belém, amanhã (quinta-feira, 29) para receber o "Título Honorífico de Cidadão de Belém" em sessão solene da Câmara, pela manhã. A honraria foi aprovada por unanimidade pelos vereadores, anteontem, a pedido da vereadora Professora Milene. Natural do Rio Grande do Sul, o economista, funcionário de carreira e atual presidente do Incra, Carlos Mário Guedes de Guedes, 42, foi delegado federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) no Pará, entre 2005 e 2006; secretário de Estado de Planejamento, Orçamento e Finanças, em 2007; e secretário Extraordinário de Regularização Fundiária na Amazônia Legal (MDA), em 2008.
Guedes coordenou o Programa “Terra Legal”, de combate ao histórico problema dos conflitos agrários, contribuindo com a implantação da Reforma Agrária em diversos municípios paraenses. Coordenou também a implantação do Planejamento Territorial Participativo (PTP). Ele também foi coordenador geral do Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural do MDA e Secretário Executivo Adjunto do Ministério.
“Além do que já fez no passado pelo Pará, agora, como presidente do Incra, Guedes está à frente de várias ações daquele órgão que impactam diretamente o nosso Estado do Pará”, justifica a vereadora Milene, citando como exemplo mais recente a assinatura do Termo de Cooperação Técnica com Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) que cria a Residência Agrária para os estudantes universitários oriundos dos assentamentos da Reforma Agrária.
 

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Belo Monte: farra com dinheiro público para as empreiteiras, demissão e cárcere aos trabalhadores que lutam, isto é uma afronta à dignidade


Foto: Ruy Sposat/Divulgação/Xingu Vivo
 
Por Atnágoras Lopes*
Em todos os noticiários da imprensa brasileira é possível ler a “grande” notícia que diz: “BNDES libera 22,5 bilhões em financiamento para construção de Belo Monte”. Pois bem, esse fato ocorre no mesmo período em que cinco operários, a mando do CCBM (Consórcio Construtor Belo Monte), encontram-se presos e essas mesmas empreiteiras, arbitrariamente, implementam uma demissão em massa que ninguém sabe, e parece não se importar, quantas centenas ou milhares de trabalhadores estão sendo afetados.
Em meio a força dessas manchetes sobre os bilhões de empréstimo não há como não indignar-se. De um lado, pela natureza do tema em si, ou seja estamos falando de dinheiro público liberado para a inciativa privada, com total despreso do Governo Dilma para com as causas dos mais pobres, dos ribeirinhos, dos pescadores, dos povos nativos e dos trabalhadores da obra. Somente na região norte existem 2,65 milhões de pessoas em situação de miséria. Do outro lado, há o fato de que isso ocorre em meio a um conflito trabalhista de extrema gravidade, fruto da arrogância e intransigência do CCBM. Afinal, quem vai intervir contra essa demissão em massa? Como vai ficar a situação dos trabalhadores presos? Ou isso não importa?
Há um clima geral de cidade privatizada e militarizada em Altamira (PA). Pelas ruas da cidade, e entorno das obras, observa-se a presença ostensiva de inúmeros veículos conduzindo homens armados, seja da segurança pública ou privada. Após o conflito, agora fala-se pelas rodas de trabalhadores, que até um destacamento do Exército será fixado no canteiro da obra. Enquanto isso, o CCBM compra carros para bombeiros, auxilia a polícia e a Norte Energia patrocina um encontro nacional de magistrados que realizou-se recentemente em Belém. Para onde vamos?

Os canteiros estão sendo ainda mais militarizados e o pagamento dos milhares de operários continua sendo feito sob a mira de fuzis, apontados do helicóptero militar contra a multidão que se espreme por horas até passar pelo batalhão de choque e conseguir pegar seu envelope. Além de tudo isso, esses operários seguem obrigados a descontar compulsória e mensalmente para um sindicato que não os defende. E onde está o Ministério Público do Trabalho? Cadê os governos federal e estadual?

Para os operários de Belo Monte, prisões e demissão em massa. Para as empreiteiras do CCBM, mais R$ 22,5 bilhões do dinheiro público foram liberados. Não é possível que tudo isso seja encarado como “normal”. Não podemos perder a capacidade de indignação e, acima de tudo, de assumir opiniões e buscar o engajamento na luta contra as injustiças sociais.

Sonhos de vidas nativas estão sendo ceifados, as esperanças no progresso da “Princesinha do Xingú”, nome carinhoso pelo qual tratam sua cidade os originários de Altamira, estão sendo afrontadas e a dignidade de milhares de operários está sendo agredida e ignorada em nome de um desenvolvimento que retroage aos fósseis das práticas do regime militar.

Lutemos contra!

Liberdade imediata aos operários e companheiros presos em Belo Monte!

Dilma, pare as demissões!
Diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Belém e executiva da CONLUTAS

Artigo de Celso Lungaretti: CLÉCIO LUÍS ENVERGONHA O PSOL E TEM DE SER EXPULSO


Este é o caminho que Clécio Luís aponta para o PSOL
É um imperativo moral para o PSOL expulsar de suas fileiras o prefeito eleito de Macapá, Clécio Luís, por trombetear posições que o descaracterizariam como partido de esquerda.

Em entrevista concedida à Folha de S. Paulo, Clécio ofende a nossa inteligência ao afirmar:
  • que o PSOL deveria rever o veto a financiamento de bancos e empreiteiras, pois "para enfrentarmos eleições, nós temos que ter estrutura para podermos nos movimentar", passando a dispor "das mesmas ferramentas" dos demais partidos; e
  • que, por não ter "relações orgânicas com esses grupos", o PSOL não se tornaria um partido promíscuo (como todos os outros que seguiram o mesmo caminho...).
Se o Clécio acredita que bancos e empreiteiras sejam entidades beneméritas, prontas para financiarem candidatos do PSOL sem nenhuma contrapartida ilegal e/ou imoral, está no lugar errado. Que vá procurar sua turma entre os que ainda creem em Papai Noel e não enxergam (ou não querem ver) as distorções da democracia sob o capitalismo putrefato.

Quanto à sua proposta de uma "política de reaproximação" com outros partidos, inclusive o PT, implicaria trair o compromisso fundamental do PSOL com o socialismo revolucionário.

Revolucionários existem para acabarem com a exploração do homem pelo homem. Reformistas cumprem o papel de atenuarem os malefícios do capitalismo, desviando para a mesa dos explorados algumas migalhas a mais do banquete dos exploradores. Não há nem jamais haverá identidade ESTRATÉGICA possível entre ambos.

Como nos tempos de Rosa Luxemburgo, há uma
opção a ser feita entre reforma e revolução.
Podem somar forças em algumas circunstâncias, mas a aliança será sempre, exclusivamente, TÁTICA. P. ex., quanto ao apoio e defesa de políticas sociais, mas nunca perdendo de vista que aos revolucionários cumpre aprofundá-las, não se detendo nos limites aceitáveis para os capitalistas.  

Ou seja, devemos, sim, somar forças com os reformistas quando se trata de evitar retrocessos e respaldar avanços, ainda que homeopáticos. Mas, nunca nos restringindo a eles nem deixando de ressaltar que a nossa luta é por objetivos maiores, por conquistas verdadeiras e definitivas, não por meros paliativos. 
Queremos isso e queremos muito mais, porque os trabalhadores merecem muito mais. Merecem ser os senhores de uma sociedade igualitária e livre.

Depois de aceitar apoios extremamente questionáveis para ser eleito, Clécio está fornecendo à imprensa burguesa os maiores trunfos para a desmoralização do partido desde a sua fundação. Salta aos olhos que a mensagem implícita do jornal da  ditabranda   é: "Vejam como os políticos do PSOL mudam seu discurso quando chegam ao poder. Mostram-se tão oportunistas quanto todos os outros".
O que podemos esperar do seu governo, além de outras  flexibilizações de princípios  que envergonharão e desacreditarão o PSOL?

Se não o expulsar, o partido estará abrindo mão de algo muito mais valioso do que a prefeitura de Macapá: a sua identidade.

domingo, 25 de novembro de 2012

"Orvil" o Livro que o milicos contam a sua "versão" sobre a repressão

Corpos de guerrilheiros são embalados em lonas por militares, em 1972, na região próxima às margens do rio Araguaia, no estado Pará.

Livro traz versão de militares sobre ação armada da esquerda


RICARDO BONALUME NETO 
Via  FOLHA DE SÃO PAULO
"Orvil" parece nome de remédio, mas é apenas "livro" escrito ao contrário, o nome exótico pelo qual o projeto era conhecido no Exército Brasileiro para ajudar a mantê-lo secreto enquanto uma comissão o escrevia.
O livro ficou pronto em 1985, mas o então ministro do Exército, Leônidas Pires Gonçalves, e o presidente José Sarney optaram por não publicar a obra para não criar constrangimento político.
Disponível na internet há anos, agora surge a primeira edição de papel do "orvil/livro" que conta uma versão de militares do Exército sobre as "tentativas de tomada do poder" pela esquerda no Brasil.
A atual edição, da editora Schoba (R$ 72,90, já disponível nos sites das livrarias), promete ser ainda mais polêmica, embora a publicação não tenha apoio oficial das Forças Armadas.
O texto básico é o mesmo, mas há trechos novos de introdução e conclusão que remetem ao momento presente, quando existe uma Comissão da Verdade com a missão de apurar crimes cometidos por agentes estatais no regime militar.
São mais de 900 páginas detalhando miríades de ações da esquerda armada que o livro rotula de "terroristas".
Três das tentativas de tomada do poder foram "armadas", diz o livro, escrito por uma equipe do antigo Centro de Informações do Exército e assinado por dois dos organizadores, o tenente-coronel Licio Maciel e o tenente José Conegundes do Nascimento.
As três foram a Intentona Comunista de 1935, a crise que terminou no golpe de 1964 e o início da "luta armada" a partir de 1968.
A quarta continuaria em curso hoje: em vez de violência, diz o livro, as esquerdas empregam a infiltração na imprensa, nas universidades, nas instituições culturais em geral para impor suas teses, seguindo os ditames do comunista italiano Antonio Gramsci (1891-1937).

PETULÂNCIA
"Os revanchistas da esquerda que estão no poder -não satisfeitos com as graves restrições de recursos impostas às Forças Armadas e com o tratamento discriminatório dado aos militares, sob todos os aspectos, especialmente o financeiro- tiveram a petulância de criar, com o conluio de um inexpressivo Congresso, o que ousaram chamar de 'comissão da verdade'", diz o general Geraldo Luiz Nery da Silva no prefácio ao livro.
Coordenador de projetos de história oral do Exército, o general de brigada é membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil.
A publicação é pródiga em detalhes sobre os atentados e as tentativas de criação de "focos" de guerrilha, urbana e rural. Muitas fontes são livros e entrevistas de pessoas da esquerda. "Insuspeitos", ironizam.
Um fato que chamou a atenção dos autores é a fragmentação dos grupos de esquerda. Em vez de se unirem contra o inimigo comum, se esfacelaram numa lista interminável de organizações -e o "Orvil" cita detalhes de todas. E isso foi uma das razões do fracasso da "luta armada".

LISTA

O livro dá os nomes de todos os "terroristas" envolvidos em cada atentado, ou no planejamento deles, ou no apoio à sua logística.
A presidente Dilma Rousseff é citada três vezes no texto, numa delas dizendo que tinha sido presa.
O livro não diz em nenhum momento que as forças policiais e militares cometeram torturas (a morte de Vladimir Herzog é considerada suicídio) e diz que eleição de um general à Presidência pelo Congresso era sinal da existência do "Estado de Direito".

Colégio Castanheira realiza Feira da Cultura com o tema Afro


sábado, 24 de novembro de 2012

Documentário 10º Encontro dos Amigos de Vinícius de Moraes



Video Documentário, sobre o 10º Encontro dos Amigos de Vinícius Moraes. Nesse Documentário os participantes falam sobre o poeta camarada, e a participação no evento. Esse encontro é realizado no Município de Ananindeua Pará, no Bairro da Cidade Nova: Direção e edição do documentário é de Rui Baiano Santana

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

A posse de Joaquim Barbosa no STF é uma Vitória da geração de Ze Dirceu


Joaquim Barbosa assina o livro de posse



Jornal Nacional adota discurso antipalestino em reportagens sobre conflito em Gaza

 

 
 
Via Blog Jornalismo B
 
Na última quarta-feira completou-se uma semana desde que o líder palestino Ahmed Al-Jaabari foi assassinado pelo exército de Israel, dando início ao atual conflito e às atuais agressões à Faixa de Gaza, que já levaram à morte quase duzentos palestinos, sendo a metade civis, segundo o Hamas, que governo a Faixa de Gaza. Desde o dia 14 e até este dia 22 o Jornal Nacional veiculou nove matérias sobre o desenrolar dos acontecimentos, oscilando entre reportagens equilibradas e outras que pouco mais fizeram do que reproduzir o discurso e os estigmas construídos pelo governo israelense.

Se desde o dia 19 as cinco matérias veiculadas pelo JN foram razoavelmente equilibradas, até o dia 17 não foi bem assim (dia 18 foi um domingo, portanto sem edição desse telejornal). No dia 14, pintou o líder palestino assassinado como um perigoso terrorista, a única imagem que mostrou de Al-Jaabari foi portando uma arma. Nenhuma referência ao fato de que ele foi assassinado justamente quando atuava procurando um caminho para a paz na região.
Já a reportagem do dia 15 mostrou “os dois lados do conflito”, mas apresentando os civis palestinos como violentos, vingativos, exaltados, enquanto os civis israelenses foram apresentados como assustados e acuados. No dia seguinte o foco da matéria é mostrar Israel sob ataque, novamente com os civis assustados com os “terroristas” palestinos. É também o que a reportagem do dia 17 mostra: desespero de civis em Israel e entrevista com três deles, sendo dois turistas.
Todas as nove matérias – assinadas por Carlos de Lannoy – e todas as “cabeças” lidas pelos apresentadores do Jornal Nacional, do dia 14 ao dia 22, são pontuadas por expressões e construções discursivas desfavoráveis aos palestinos. Estes são apresentados como violentos terroristas, enquanto as entrevistas são quase todas com civis israelenses. Quando é Israel quem ataca, são “ações militares” ou “ofensivas”, mas se é a Palestina o atacante são “atentados”. O Hamas é tratado sempre como “o grupo radical islâmico” ou “o grupo radical palestino” que “controla a Faixa de Gaza”, ignorando que o Hamas também é um partido político que governa Gaza. Para falar do outro lado, o JN usa “o governo de Israel”. Quer dizer, reconhece o Estado de Israel, mas não a Palestina e a soberania do povo palestino.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Não há provas contra os operários presos em de Belo Monte

 É o que constata a comissão da CSP Conlutas que está em Altamira-PA
Por, Emiliano de oliveira, de Altamira (PA).

Os cinco operários presos na delegacia da Policia Civil de Altamira, apontados pelo Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM) como responsáveis pela revolta ocorrida entre os dias 10 e 12 no interior dos canteiros de obras receberam, pela manhã desta quarta-feira, a visita da Comissão da CSP-Conlutas - Central Sindical Popular.
Entre os membros da Comissão estão à advogada da Central, Anacely Rodrigues, o diretor do – Sindicato dos Trabalhadores da construção Civil de Belém, Sandro Carvalho e o vereador , recentemente eleito em Belém, Cleber Rabelo, do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado – PSTU, também operário da Construção Civil.
Hoje, dia 20, logo no inicio da manhã a comissão se deslocou até o Fórum Criminal de Altamira, lá tiveram acesso ao processo criminal em que os trabalhadores são acusados de incêndio, formação de quadrilha e dano ao patrimônio; Para a comissão da CSP-Conlutas constatou-se que, até agora, trata-se apenas acusações, pois não existe nenhuma prova concreta que incrimine esses operários.
“No processo o que existe são fotos que não comprovam a presença de nenhum dos operários presos e o depoimento de um “chefe da administração da empresa” acusando de forma unilateral esses trabalhadores, sem ter como provar que são eles os autores de qualquer ação das quais estão sendo acusados. Como se vê  isso é uma grande injustiça”, disse Cleber Rabelo.
Depois de ter acesso ao processo a Advogada da CSP-Conlutas,  Anacely Rodrigues, conversou com a Juiza da 3ª Vara, Drª. Gizely, e solicitou que tentasse agilizar a apreciação do pedido de liberdade provisória feito pela Defensoria Publica do Estado; Em seguida a comissão foi até a Delegacia de Policia e conversou com os operários que se encontram presos já há 8 dias.
A Advogada da central, Anacely Rodrigues, afirmou que os trabalhadores que se encontravam muito desamparados, sem nenhuma informação sobre suas situações, e que essa visita foi um momento muito emocionante para a Comissão e para os trabalhadores que receberam o apoio e a solidariedade de classe da CSP-CONLUTAS, do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Belém e do Vereador eleito Cleber Rabelo do PSTU.
A visita da Comissão constatou que os trabalhadores foram desamparados pelo SINTRAPAV, sindicato que diz ser o representante legal dos trabalhadores da construção da Hidroelétrica de Belo Monte. “A CSP-Conlutas intensificará sua luta pela libertação imediata desses trabalhadores. A princípio pode-se ver que a maior possibilidade é que tudo não passa da tentativa do CCBM de criminalizar a luta dos operários”, afirmou Sandro, do Sindicato dos trabalhadores da Construção de Belém.
Os cinco trabalhadores presos são: Ernesto, de Ji-Paraná; Eliseu, de Breu Branco; Mateus, de Barcarena; Odivaldo e Raimundo, de Belém. “As provas contidas nos altos não provam nenhuma das acusações feitas aos operários” disse a Advogada Anacely Rodrigues, pertencente a Central.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Após nove meses preso, Carlinhos Cachoeira é solto em Brasília



FERNANDO MELLO  Folha de São Paulo
DE BRASÍLIA
Após quase nove meses preso, o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, deixou às 00h05 desta quarta-feira (21) o complexo penitenciário da Papuda, em Brasília.
Cachoeira estava acompanhado de seus advogados. Sua mulher, Andressa Mendonça, não pode entrar na penitenciária e ficou aguardando em outro carro do lado de fora.
A Justiça do Distrito Federal condenou hoje Cachoeira a cinco anos de prisão em regime semiaberto, o que lhe permitiu deixar a prisão. A sentença é decorrente da Operação Saint-Michel, deflagrada pelo Ministério Público do Distrito Federal e que investigou tentativas de fraudes no sistema de bilhetagem do transporte público do Distrito Federal.
O empresário estava preso desde fevereiro deste ano, quando foi deflagrada a operação Monte Carlo, e obteve um habeas corpus relativo a este caso em outubro. Porém, por causa do processo gerado pela operação Saint-Michel, ele permanecia preso.
Ao proferir a sentença, a juíza Ana Claudia de Oliveira Costa Barreto determinou a soltura de Cachoeira, que está preso há 266 dias. "Julgo que não mais subsiste a necessidade de segregação cautelar", argumentou. A defesa informou que vai recorrer da decisão.
Segundo o Código Penal, a pena em regime semiaberto deve ser cumprida em uma colônia penal, mas também permite que o condenado durma na colônia e trabalhe ou estude fora em cursos de segundo grau ou superior. Se não houver colônia onde o réu vive, ele pode migrar para o regime aberto. Nele o condenado teria de dormir em albergues --que também são raros e lotados no Brasil. Na prática, o condenado recebe a liberdade condicional: fica livre (mas sem direitos políticos ou possibilidade de viajar), tendo de se apresentar regularmente à Justiça.

Caras e Bocas do Cachoeira

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Sergio Lima/Folhapress
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"Não falarei nada aqui", afirma Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira em audiência da CPI no Congresso
Essa operação foi um desdobramento da Monte Carlo, deflagrada pela Polícia Federal em fevereiro e que o levou à cadeia no dia 29 daquele mês. As investigações da Monte Carlo acabaram gerando a CPI do Cachoeira, que deverá ser encerrada nesta semana com a leitura de seu relatório final.
O Tribunal de Justiça iria julgar um pedido de liberdade da defesa de Cachoeira na próxima quinta-feira.
Ocorre que a juíza Ana Cláudia de Oliveira, da Quinta Vara Criminal, antecipou a sentença. Ela condenou Cachoeira a dois anos de reclusão por formação de quadrilha e a três anos por tráfico de influência, além de 50 dias multa. "O grau de reprovabilidade da conduta do réu é elevado na medida em que não se inibe em desrespeitar o patrimônio público para enriquecimento próprio", diz trecho da sentença assinada por ela.
O ex-diretor da Delta Construções Cláudio Abreu foi condenado a três anos e seis meses, mesma pena aplicada a outro ex-diretor da empresa, Heraldo Puccini Neto. Para eles, a juíza estabeleceu o regime inicial aberto.
Apontado como braço-direito de Cachoeira, Gleyb Cruz foi condenado a quatro anos e três meses. Assim como Cachoeira, ele estava preso e a juíza mandou libertá-lo para cumprir a pena em regime semiaberto.
O contador do esquema, Geovani Pereira da Silva, único foragido até agora, pegou três anos e seis meses de reclusão.

Artigo de Ana Júlia: Mario Couto e o acinte à República

Via o blog de Ana Júlia

Tem dado o que falar a entrevista concedida pelo senador Mário Couto em que ele afirma estar sendo vítima de uma tentativa de extorsão. A opinião pública paraense já percebeu que se trata de mais uma manobra de Mário Tapiocouto para desviar a atenção da sociedade.

Tapiocouto é famoso por caluniar pessoas. Eu mesma, enquanto governadora, fui vítima das diatribes deste senhor. Da tribuna do senado federal, via TV Senado, fui vítima de toda sorte de calúnias e preconceitos disparados por ele. Espero que agora, depois de caluniar um juiz, ele sofra alguma sanção.

Leia abaixo um breve histórico do dito senador, publicado no blog do vereador Marquinho do PT. Mais abaixo a defesa do magistrado.

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Designado pela ARENA para comandar uma escola de samba no Guamá, a fim de fazer frente à popularidade de Jader Barbalho no Jurunas, avaliada como fruto do sucesso do Rancho Não Posso Me Amofiná no carnaval paraense, Mário Couto foi tirado do cargo de tesoureiro do DNER(atual DNIT) e assumiu com impressionante familiaridade com o "figurino". Virou bicheiro; associou-se nacionalmente à contravenção penal com 'capos' como Luizinho Drummond e Aniz Abraão Davi, não por coincidência, atualmente presos; e depois mudou-se com armas e bagagens para o lado de Barbalho, quando este foi eleito para governar o estado novamente(1990), entrando na vida política e elegendo-se deputado estadual.

Depois, com a eleição de FHC à presidência da república e Almir Gabriel para o governo estadual virou tucano, reelegeu-se para mais três mandatos até eleger-se senador, em 2006, não sem antes presidir a ALEPA, período em que se originam os vários processos a que responde por desvio de recursos públicos e que resultaram na decretação da indisponibilidade de parte dos seus bens a fim de ressarcir o erário.
Atualmente, o senador tenta apagar incêndio jogando gasolina no fogo, ao montar uma cena em que acusa o juiz que decretou a indisponibilidade de seus bens de tentativa de extorsão. A (má)intenção clara e nem ao menos disfarçada é arranjar meios para que o TJE declare a suspeição do juiz e assim dar um alento à impunidade do senador.
O que se espera é que a Comissão de Ética do Senado federal manifeste-se a respeito do caso e cobre explicações do senador, não do passado que inegavelmente o condena, mas do presente que tenta ocultar pois sabe que é tão reprovável quanto o passado e nada indica que o futuro seja diferente, daí a necessidade de se extirpar da vida pública esse tipo de político.

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A AMEPA, Associação dos Magistrados do Estado do Pará, entidade de classe que representa a judicância estadual, por meio de seu presidente, vem prestar apoio e solidariedade ao associado ELDER LISBOA FERREIRA DA COSTA, Juiz Titular da 1ª Vara de Fazenda Pública da Capital, REPUDIANDO as ofensas contra si assacadas, de forma irresponsável, pelo Senador da República Mario Couto, no Caderno Poder, edição de 18 de novembro de 2012, do Jornal O Liberal, p. 4 e 5:
O teor dos argumentos desfiados pelo representante da República, a quem se exige o mínimo de conhecimento legal, já se afigura de nítido caráter vingativo, natural de pessoas que sofrem imposições coercitivas de um Poder Judiciário que não se vincula a cargos ou interesses escusos, especialmente supondo-se inatingíveis por mandatos.
Na entrevista concedida pelo Senador Mario Couto o mesmo afirma ter sido procurado por terceira pessoa que se dizia mandatário do associado. Como paladino da moralidade e com veia de investigador, o acusador afirma, ainda, ter simulado aceitar a proposta de corrupção passiva apenas para deleite pessoal. Desejava ver no que desembocaria a atitude de um advogado.
Ora, repita-se: de um Senador da República exige-se o mínimo de domínio das normas de caráter repressivo: a veiculação não esclarece a data do contato, mas se presume tenha sido há algum tempo e o congressista em momento algum procurou qualquer autoridade – inclusive a policial do próprio bairro de sua residência – para rabiscar uma linha de que estaria sendo vítima de suposto crime.
Aliás, a simulação perpetrada pelo Senador, guardados os devidos entendimentos científicos judiciais, poderia caracterizar a figura do crime impossível, eis que incentivar alguém a perpetrar delito, fingindo-se interessado na ação, jamais permitiria que qualquer ato se concretizasse.
Aguardou, de forma estranha, a decisão judicial desfavorável para, somente depois de ofendido em seus bens, passar a defender a suspeição da autoridade judicial. Indaga-se: qual seria a postura do parlamentar se o magistrado não tivesse efetivada a decisão imparcial? Quedaria inerte como o fez até a presente data?
Pelo que se acompanha na imprensa, a defesa do nobre Senador, no Caso ALEPA, pauta-se em um alegado desconhecimento do que era feito por terceiros durante sua gestão, ainda que estes fossem seus subordinados. Alega não poder ser penalizado se terceiros usaram indevidamente seu bom nome.”Como poderia ser responsabilizado por desvios de condutas de que não tinha conhecimento?”, bradou em entrevista a uma rede de televisiva. Ora Senador, como vossa excelência quer que o magistrado seja responsabilizado por possíveis desvios de conduta praticados por terceiros, que ao contrario de seu caso, não guardam qualquer subordinação hierárquica com o magistrado? O juiz não poderia estar sendo vitima nos mesmos moldes alegados por Vossa Excelência? Ou será que o mandato que lhe foi conferido pelo povo lhe dá o direito de exclusividade ao principio da presunção de inocência?
A versão apresentada na reportagem é por demais absurda, surreal. Como merecer credibilidade uma conversa entre terceiros transacionando dividendos a outrem que sequer tem contato próximo com quaisquer dos interlocutores? Credo-se protegido pelo manto do mandato, o Senador Mario Couto cria um perigoso precedente de se admitir o achincalhe fabricado.
Somente por ilustração, o nobre congressista sempre foi acusado de subsidiar contravenção penal de jogo do bicho, mas tal nunca lhe impediu de alçar um dos mais respeitáveis assentos do regime democrático brasileiro. Não se pode tentar atingir a honra de quem quer que seja com castelos de areia, com suposições que jamais se sustentariam de forma real.
O magistrado Elder Lisboa tem reputação ilibada assegurada por sua conduta de décadas na magistratura paraense. Ademais, trilha um caminho singular como professor, mestre e doutorando em Universidades Européias, sem registrar qualquer arranhão na sua história funcional.
O que se espera de um representante parlamentar ao invés de questionar o julgador, é que ele viesse a público esclarecer a nuvem negra que paira sobre sua administração no Poder Legislativo Estadual. Como explicar que uma empresa de tapioca faturasse desde o cafezinho até passagens aéreas na ALEPA? Que estagiários fossem transformados em servidores de maneira fictícia? E que o dinheiro público fosse tratado com tamanho descaso?
Simplesmente atacar a judicância após uma decisão fundamentada que desafia toda gama de recursos, à exceção do esperneio na imprensa, mostra que a intenção do parlamentar não é de contribuir para o engrandecimento de instituições. Caracteriza clara tentativa de tumultuar a apuração para tentar escapar pela tangente.
Decisões judiciais não são passíveis de recurso em sede indevida, em vias transversas. Devem ser atacadas dentro das regras jurídicas materialmente válidas, no terreno adequado.
A certeza do dever cumprido, bem como uma escorreita atuação à frente do Caso ALEPA, permite que o associado ELDER LISBOA FERREIRA DA COSTA protocolize, na manhã desta segunda-feira, requerimento exigindo investigação rigorosa dos fatos pelo Ministério Público, pela Corregedoria, pela Presidência do Tribunal de Justiça do Estado do Pará e pelo Conselho Nacional de Justiça. Na oportunidade, o associado atacado também colocará a disposição da investigação seus sigilos bancário, telefônico e fiscal.
A Associação dos Magistrados do Pará, desse modo, REPUDIA o conteúdo das afirmações realizadas pelo Senador Márcio Couto, ressaltando que o magistrado não age de forma pessoal, mas no exercício da delegação social que lhe é dada pela Constituição Federal da República e, portanto, o respeito e adequação coletiva devem ser assegurados, sob pena da vigência da regra particular do cada um por si.
Mais uma vez, portanto, a AMEPA registra que permanece atenta aos acontecimentos envolvendo qualquer tentativa – ainda em tese – de ofensa às garantias da magistratura, acompanhando o desenrolar dos fatos que possam interferir na atividade de nossos associados.
Belém, 18 de novembro de 2012

Comissão da CSP-Conlutas vai a Belo Monte defender a libertação de operários presos em conflito trabalhista

Atnágoras Lopes

Uma comissão de representantes da CSP-Conlutas vai a Altamira visitar e defender a libertação dos operários presos no conflito trabalhista ocorrido no canteiro das obras da Usina de Belo Monte. A comissão chega a Altamira nessa terça-feira, 20, com uma formação de pelo menos dois sindicalistas, uma advogada e o vereador eleito pelo PSTU em Belém, Cléber Rabelo. 

Segundo o membro da Secretaria Executiva da CSP-Conlutas Atnágoras Lopes, o motivo da visita é “colocar a central na defesa da libertação dos operários presos, apoiar a luta e as reivindicações dos trabalhadores e denunciar a criminalização dos movimentos sociais que se intensifica, também, nas obras do PAC”.

 Em plena data-base e sem informações sobre o andamento das negociações, os trabalhadores iniciaram uma revolta que começou na sexta-feira, 9 de novembro, e teve como consequência quatro galpões de materiais elétricos destruídos. Segundo os operários dos canteiros de obras de Altamira, a imprensa tentou abafar o ocorrido e apenas em uma radio local, pela madrugada, o episódio foi divulgado.

 A explosão da greve começou quando o sindicato (SINTEPAV-PA) visitou, no sábado, 10 de novembro, o canteiro de “Belo Monte” e “Canais” defendendo como “justa” a proposta do CCBM (Consórcio Construtor Belo Monte), que oferecia um reajuste de 11% para a primeira faixa salarial, 6% para segunda e 4% para as últimas. Um clima de insatisfação tomou conta dos operários e quando o sindicato chegou ao “Pimental”, os operários já sabiam da proposta e revoltaram-se frente à postura da entidade.

 A proposta apresentada pelo CCBM, defendida pelo sindicato, também não atendia a reivindicação referente à “baixada” (folga para visitar as famílias). Os operários querem uma folga a cada 90 dias de trabalho e de não de seis meses como foi oferecido.

 Segundo notícias divulgadas na imprensa, tão logo o SINTEPAV-PA chegou ao “Sitio Pimental” defendendo a proposta, os operários se revoltaram e uma sequência de atos violentos foram desencadeados durante o conflito.  Cinco operários foram presos.

 Conforme publicou a Agência Brasil, a Superintendência da Polícia Civil de Altamira trabalha com a hipótese de que os cinco operários presos são ligados à “CSP-Conlutas” – mas não há provas de que a Central premeditou a ação. O membro da CSP-Conlutas Atnágoras afirma que os operários  não tem ligação com a entidade sindical, mas diante da prisão a Central lutará pela libertação desses trabalhadores.

 “Não podemos aceitar que todas as vezes que os operários se mobilizam por melhores condições de trabalho e de salários, ao final, só sobre para a gente, a criminalização do movimento. É prisão, é demissão, é tropa da Polícia Militar, da Força Nacional de Segurança. Chega! Essa é uma questão trabalhista, estamos ao lado da luta desses operários, por isso vamos à Altamira, não vamos nos esconder”, afirma o dirigente da CSP-Conlutas.

A Central vai exigir do governo Dilma Rousseff que intervenha e assuma sua responsabilidade diante desse caos que se impõe a vida de quem trabalha nessas grandes obras.

O vereador eleito em Belém Cléber Rabelo, operário da construção civil, disse os cinco trabalhadores foram presos pela Polícia Militar a mando dos empreiteiros. “Também há denúncias, ainda não confirmadas oficialmente, de que tem ocorrido mortes em função das péssimas condições de segurança no trabalho desde o início das obras”, disse.

Rabelo diz que os trabalhadores de Belo Monte não são vândalos e estão lutando por direitos. “Esses operários são seres humanos corajosos, que mesmo com a traição e a falta de democracia de sua entidade sindical, são capazes de se organizar para lutar e paralisar um monstro que está acabando com suas vidas, mesmo contra a vontade de sua representação sindical”, conclui.

Todo apoio à luta dos operários de Belo Monte;


Não à criminalização dos movimentos social;


Liberdade aos operários presos.
 

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Quem serão os Secretários de Pioneiro?


Até agora um boato aqui outro ali, mas, ainda não saiu nenhum nome de secretário da Gestão Pioneiro. Uns dizem que a Sesan fica com o vereador Elias Barreto, ou alguém que ele indicar, a Cultura para o PSB, a Casa Da Juventude para um Jovem Petista de Belém e  a Saúde para o Dr. Jaleco, e por ai vai os boatos. A certeza é que Pioneiro vai ter dificuldade de formar um time de 1ª divisão, com a vitória do PSDB  em Belém, Santarém, e com o governo do Estado,  os melhores quadros políticos e técnicos não estarão disponíveis. No seu velho estilo populista  e do bilhetinho, Pioneiro deve concentrar a administração na sua mão e na do competente Dr. Godinho. 

domingo, 18 de novembro de 2012

Aos 2 anos, filho de militantes foi preso e classificado como 'subversivo' pela ditadura

          Ernesto Carlos Dias, que viveu 16 anos no exílio, em Cuba/ Caio Kenji/Folhapress

Via Folha de São Paulo por PATRÍCIA BRITTO
 
Nasci em fevereiro de 1968, no bairro da Liberdade, em São Paulo. Minha mãe, Jovelina Tonello, trabalhava na prefeitura de Osasco e foi demitida durante a licença maternidade por causa da militância do meu pai.
Ele, Manoel Dias do Nascimento, era líder sindical. Em 1968, teve a prisão decretada e entrou na clandestinidade.
Editoria de arte/Folhapress
Meu pai já era do Partido Comunista Brasileiro, e virou um dos fundadores da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária), liderada pelo Carlos Lamarca.
Quando meu pai decide ir para a luta armada, minha avó resolve ir também. Ela fica com o Lamarca no vale do Ribeira, no sul do Estado, com três filhos adotivos para simular uma família normal na casa, que chamavam de "aparelho". Ela também ajudava o movimento costurando roupas para os militantes.
Meu pai fica organizando a guerrilha na capital. No dia 19 de maio de 1970, ele foi preso, quando estava no "ponto" para passar informações aos companheiros. Eu fui preso com minha mãe mais tarde, no mesmo dia, em nossa casa na Vila Formosa.
A gente vai para a Operação Bandeirantes, depois para o Dops (Departamento de Ordem Política e Social) e para a ala feminina do presídio Tiradentes. Eu só tinha dois anos de idade, mas já tinha carteirinha de subversivo.
Eu vi meus pais serem torturados e sei que também apanhei. Fui usado para ameaçarem meu pai. Isso está registrado em depoimentos.
Não tenho lembranças, só traumas. Meus pais não conversam sobre isso. Só soube dos detalhes quando voltei ao Brasil, em 1986.
Minha mãe foi várias vezes na Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo buscar documentos.
Nesse vai e volta, apareceu minha ficha num álbum do Dops de "terroristas e subversivos". Tem uma foto minha, aos dois anos, e está escrito que sou "subversivo".
Minha avó também tinha sido presa. Meus irmãos de criação, que estavam com ela, foram para o juizado de menores. Não sei por que eu não fiquei com eles. É isso que eu quero saber, o que se passou nesses 28 dias de escuridão na minha vida.
RESGATE
 
Saí da prisão com a minha vó. Ela estava na lista dos 40 presos políticos libertados em troca do embaixador alemão Ehrenfried von Holleben, que tinha sido sequestrado.
Nós saímos no mesmo resgate em que foram libertados o Fernando Gabeira, o Carlos Minc e outros companheiros, em 16 de junho de 1970.
Tiramos uma fotografia antes de embarcar para o exílio na Argélia. Eu e meus irmãos somos essas crianças que estão na foto. Não tenho nenhuma lembrança desse dia.
Ficamos um mês na Argélia e no dia 27 de julho de 1970 chegamos em Cuba. O objetivo era chegar no dia anterior, em comemoração ao aniversário da revolução cubana, mas por causa do mal tempo, partimos no dia seguinte.
Meus pais ainda ficaram presos aqui. Eles só foram resgatados no sequestro do embaixador suíço Giovanni Bücher, e foram para o exílio no Chile, junto com o frei Betto e o frei Tito.
Minha primeira lembrança é aos quatro anos de idade, quando eu morava em Cuba. Eu tinha muito medo de policiais, e minha tia Damaris, que morou com a gente no exílio, deu um brinquedo para um policial me entregar. Ele me deu um carrinho de corrida, brincou comigo, me botou em cima de uma motocicleta, e eu adorei. Quando ele foi embora, eu vi que era um policial. Essa é a minha primeira memória.
Só voltei para o Brasil definitivamente em janeiro de 1986. "Yo soy cubano, yo no soy brasileño" [eu sou cubano, eu não sou brasileiro]. A mim foi negada toda minha cultura, meus direitos civis.
Hoje os meus quatro filhos estudam essa história e veem a minha foto nos livros. Só que não fui só eu. Foram centenas de crianças que passaram coisas parecidas, dentro e fora dos cárceres.
Eu quero que levantem todas essas questões. Nós temos muitas crianças --que nem são mais crianças, alguns já estão na idade de se aposentar-- que viveram essa escuridão.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

IMORALIDADE DO BLOQUEIO A CUBA ESCANCARADA MAIS UMA VEZ (notas latino-americanas)

Por Jadson Oliveira, do blog Evidentemente direto de Havana



Chanceler de Cuba, Bruno Rodríguez Parrilla, na tribuna das Nações Unidas: bloqueio é ato de genocídio contra o povo cubano (Foto: Internet)
De Havana (Cuba) – Foi o 21º. ano consecutivo e sempre com placar esmagador. Nesta quarta-feira, dia 13, com 188 votos contra três, a Assembleia Geral da ONU condenou o bloqueio econômico, comercial e financeiro mantido há 50 anos pelo império dos Estados Unidos contra Cuba. Dos 193 países membros das Nações Unidas, votaram pela manutenção do bloqueio apenas os Estados Unidos, Israel e Palau e dois se abstiveram (Micronésia e Ilhas Marshall).

Mais uma vez a poderosa nação imperialista ficou isolada internacionalmente, deixando patente o anacronismo e a imoralidade da retaliação contra a ilha, cujo governo e povo insistem em preservar sua soberania e seu sistema socialista. Em discurso no plenário da ONU, o chanceler Bruno Rodríguez Parrilla classificou o bloqueio de ato de genocídio contra o povo cubano e disse que “não existe nenhum motivo legítimo ou moral para manter” a medida, que está ancorada na Guerra Fria, atribuindo-a “à arma de uma minoria cada vez mais exígua, isolada, violenta e soberba que lucra eleitoralmente com ela”.

Venezuela no Conselho de Direitos Humanos da ONU

Apesar das repetidas calúnias divulgadas pelos monopólios da mídia hegemônica contra o governo de Hugo Chávez, inclusive na área de direitos humanos, o país da Revolução Bolivariana acaba de ser eleito pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em votação direta e secreta, um dos 18 membros do Conselho de Direitos Humanos da ONU. O mandato é de três anos: de 1º. de janeiro/2013 a 31 de dezembro/2015. Desde que foi criado, em 2006, é a primeira vez que a Venezuela compõe tal organismo. Brasil e Argentina também foram eleitos na representação da América Latina e Caribe.

Esquerda paraguaia já tem candidato a presidente

Depois de ter seu presidente, Fernando Lugo, derrubado por um golpe de Estado em junho último, a esquerda paraguaia dá a partida para nova campanha pela presidência, cuja eleição será em abril/2013. Seu candidato é Aníbal Carrillo, médico, com ampla trajetória de militância estudantil e política. Foi da esquerda do Partido Febrerista e depois fundador do Partido Tekojoja (Igualdade na língua guarani). Ele representa a Frente Guasú, uma coalizão de partidos e movimentos sociais do Paraguai, que atualmente é presidida por Lugo.

Chávez a Obama: esqueça essa coisa de invadir povos e desestabilizar países

O venezuelano Hugo Chávez sabe que o presidente dos Estados Unidos tem que seguir uma certa lógica cruel do império, mas não perde a oportunidade de dar uma estocada: com a reeleição de Barack Obama, aproveitou para sugerir a ele que esqueça essa coisa de invadir povos e desestabilizar países (seu país é um dos sob constante ameaça de desestabilização). Durante uma reunião do Conselho de Ministros, no Palácio Miraflores (sede do governo em Caracas), transmitida por uma das emissoras estatais de TV, pediu a Obama que reflita sobre o assunto e se dedique a governar seu país, o qual – avaliou – tem problemas sociais e econômicos graves e uma pobreza que cresce a cada dia.

Durante a campanha eleitoral estadunidense Chávez havia declarado que seu candidato era Obama. Ele sabe que os presidentes democratas são maus, mas os republicanos conseguem ser piores.

Conforto de Fujimori na prisão pode dificultar indulto

A família do ex-presidente peruano Alberto Fujimori está lutando por um indulto para o ilustre prisioneiro, condenado em 2009 por violação dos direitos humanos a 25 anos de cadeia. Ele tem 74 anos e está doente. O pedido se sustenta no suposto agravamento das condições de saúde em virtude de estar preso. Acontece, porém, que dois jornais do país publicaram fotos do “apartamento” exclusivo usado por Fujimori, evidenciando que desfruta de invejável conforto: amplo dormitório com cama clínica, sala de refeições bem equipada, cozinha com geladeira e forno microondas, uma área para televisão, uma sala de pintura, provisões e outras comodidades.

Especialistas do setor jurídico avaliam que, diante das tais fotos, torna-se muito difícil se justificar a concessão do indulto.  

(Com base no noticiário do jornal estatal cubano Granma e da Agência Prensa Latina)