quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Ex-governador do PT Olivio Dutra: "ESTAMOS DEVENDO MUITO AO POVO BRASILEIRO"


Olívio Dutra, velho militante sindical, fundador do PT, ex-prefeito de Porto Alegre, ex-governador do Rio Grande do Sul e ex-ministro de Lula (Foto: blog Viomundo)
Pescado do Blog Evidentemente de Jadson Oliveira

"Não mexemos na estrutura deste Estado, que continua sendo uma cidadela dos grandes interesses econômicos e culturais", afirma Olívio Dutra

Por Daniel Cassol, de Porto Alegre (RS), do jornal Brasil de Fato, de 23/01/2013


Desde quando criticou as “más com­panhias” que teriam levado o PT a enve­redar pelos caminhos ortodoxos da po­lítica, Olívio Dutra vem sendo uma das vozes internas críticas ao processo de inflexão conservadora do próprio parti­do. Fundador do partido, primeiro prefeito petista em Porto Alegre, governa­dor do Rio Grande do Sul entre 1999 e 2002 e ministro das Cidades no primei­ro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Olívio Dutra faz um ba­lanço realista dos dez anos de PT no go­verno federal. 
“Não mexemos na estrutura deste Es­tado, que continua sendo uma cidade­la dos grandes interesses econômicos e culturais”, afirma. Em entrevista ao Brasil de Fato, Olívio, que esteve pre­sente no lançamento do jornal durante o Fórum Social Mundial em janeiro de 2003, em Porto Alegre, reconhece os limites da gestão petista, que começou naquele mesmo mês. “Temos uma gran­de dívida pela frente, mesmo que tenha­mos conquistado melhores condições de vida e de protagonismo político de mi­lhões de brasileiros“, reconhece, defen­dendo que o partido e a esquerda reto­mem o debate sobre as transformações necessárias na sociedade brasileira.
Além de um balanço dos últimos dez anos, o ex-governador gaúcho apontou os limites da experiência petista, os de­safios da esquerda e não deixou de refor­çar sua posição sobre a postura do parti­do em relação ao “mensalão”: “O PT ja­mais poderia ter feito isso mas pode, da­qui para frente, se assumir como partido da transformação e não da conciliação”.


































































































Desde quando criticou as “más com­panhias” que teriam levado o PT a enve­redar pelos caminhos ortodoxos da po­lítica, Olívio Dutra vem sendo uma das vozes internas críticas ao processo de inflexão conservadora do próprio parti­do. Fundador do partido, primeiro prefeito petista em Porto Alegre, governa­dor do Rio Grande do Sul entre 1999 e 2002 e ministro das Cidades no primei­ro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Olívio Dutra faz um ba­lanço realista dos dez anos de PT no go­verno federal. 

“Não mexemos na estrutura deste Es­tado, que continua sendo uma cidade­la dos grandes interesses econômicos e culturais”, afirma. Em entrevista ao Brasil de Fato, Olívio, que esteve pre­sente no lançamento do jornal durante o Fórum Social Mundial em janeiro de 2003, em Porto Alegre, reconhece os limites da gestão petista, que começou naquele mesmo mês. “Temos uma gran­de dívida pela frente, mesmo que tenha­mos conquistado melhores condições de vida e de protagonismo político de mi­lhões de brasileiros“, reconhece, defen­dendo que o partido e a esquerda reto­mem o debate sobre as transformações necessárias na sociedade brasileira.
Além de um balanço dos últimos dez anos, o ex-governador gaúcho apontou os limites da experiência petista, os de­safios da esquerda e não deixou de refor­çar sua posição sobre a postura do parti­do em relação ao “mensalão”: “O PT ja­mais poderia ter feito isso mas pode, da­qui para frente, se assumir como partido da transformação e não da conciliação”. 

Brasil de Fato – O Brasil de Fato foi lançado em janeiro de 2003, logo após a posse de Lula, durante o Fórum Social Mundial. O primeiro número do jornal trazia uma entrevista com o economista Celso Furtado e a manchete: “É preciso coragem para mudar o Brasil”. Passados dez anos do projeto do PT no poder, houve necessária coragem para as mudanças profundas no Brasil?
Olívio Dutra – Lembro de um cidadão da Bossoroca (cidade gaúcha das Mis­sões, terra natal de Olívio) que tinha 90 e tantos anos e dizia: “Coragem não me falta, me falta ar”. Não faltou coragem nos dois mandatos do Lula e neste que está se desenrolando com a Dilma. Mas é bem verdade que não rompemos com conjunturas adversas. Acabamos con­temporizando sob a alegação da gover­nabilidade, tendo que construir uma maioria não programática no Congres­so, tanto no primeiro quanto no segun­do governo do Lula, e até mesmo ago­ra. Mesmo havendo coragem para en­frentar os desafios de um país tão gran­de e com desigualdades imensas, esta maioria não programática sempre pu­xou para baixo a execução de um pro-grama que enfrentasse com radicalida­de situações de desigualdade que pe­nalizam milhões de brasileiros. Então, penso que coragem não faltou.
E políti­ca evidentemente se faz com coragem, mas também com clareza dos objeti­vos. Por isso, penso que ainda há mui­to o que fazer. Estamos devendo muito ao povo brasileiro, mesmo que tenha­mos conquistados direitos sociais, me­lhor distribuição da renda, oportunida­de de emprego e trabalho regular. Mas não fizemos, por exemplo, a reforma agrária com a radicalidade necessária. Com a maioria que constituímos, não fizemos nenhuma das reformas funda­mentais do Estado. Temos uma grande dívida pela frente, mesmo que tenha­mos conquistado melhores condições de vida e de protagonismo político de milhões de brasileiros. 
Como o senhor mesmo diz, apesar dos avanços nas áreas econômica e social, os governos Lula e Dilma não enfrentaram questões estruturais. Foi por causa da governabilidade ou o projeto do PT no poder acabou sendo não enfrentar estes temas? 
Sou um dos fundadores do PT e até hoje não vi nenhuma instância do par­tido se decidir por um projeto que fi­que estacionário ou que se condicione às conjunturas. Se isso está andando, é por conta de alguns setores que estão se contemplando com o que já se conquis­tou. Se pensamos que dialogar com am­plos setores da sociedade brasileira é suficiente, que isso abre espaços e reduz pressões, o projeto vai ficando, na sua realização, cada vez mais longe. O ho­rizonte vai ficando mais distante. E isso sem ter tido uma discussão.
Qual é o papel de um partido de esquerda e do so­cialismo democrático em sendo governo e tendo representação política para en­frentar um Estado que não é o que aco­lhe um projeto de transformação social? Não mexemos na estrutura deste Es­tado, que continua sendo uma cidade­la dos grandes interesses econômicos e culturais. As elites se sentem muito con­trariadas em terem tido a fraqueza de deixar o povo brasileiro eleger um me­talúrgico para a Presidência da Repúbli­ca, e agora uma mulher que vem de uma luta que não é a luta que eles sempre pa­trocinaram. Mas isso não os impede de continuar tendo poder. Porque poder não é apenas estar no governo. O prota­gonismo do povo brasileiro ainda preci­sa ser estimulado, provocado. Nós che­gamos no governo e de certa forma con­temporizamos com as coisas.
Os movi­mentos sociais têm presença nos conse­lhos aqui e acolá, mas isso garante força para os movimentos sociais e mobiliza­ção ampla que um governo de transfor­mação precisa ter na base da sociedade para poder avançar? Isso não temos res­pondido como partido. Aliás, qual o pro­jeto que a esquerda brasileira tem para o país, não apenas para ganhar eleições? Como a esquerda vê o Brasil e a possibi­lidade de transformá-lo? E estabelecer entre si compromissos e poder alternar­se por dentro da esquerda, e não a es­querda disputar esta ou aquela eleição e depois ter que fazer negociações em que o seu projeto se estilhaça e o horizon­te da transformação fica cada vez mais distante.
O PT é o maior partido de es­querda do país e não nasceu de gabine­tes, mas está cada vez mais dependente destes nichos de poder dentro de um Es­tado que está longe de ter esse controle público e popular efetivo. E estamos ge­rindo esse Estado. É uma discussão sé­ria que precisamos nos debruçar sobre ela. O PT tem que fazer a obrigação de fazer isso. Não esgotou este projeto na medida em que não se tornar um parti­do da acomodação e se mantiver como partido da transformação. 
O senhor defende a necessidade de a esquerda, não só o PT, discutir o que quer para o Brasil. 
O PT aceitou o jogo democrático, mas a democracia não é estática, é um pro­cesso. Temos que estabelecer formas de ir desmontando a lógica do Estado que funciona bem para poucos e mal para a maioria. Temos que discutir como agir por dentro do Estado, em um processo democrático, mas não perdendo o obje­tivo estratégico de ganhar força na base da sociedade, semear transformações. Não temos que sair com um tijolo em cada mão, ou dando murro em ponta de faca, mas temos que ter consciência que o partido tem de ser uma escola política. Pode haver uma alternância entre as fi­guras dos diferentes partidos de esquer­da, desde que haja um compromisso de sequência do projeto de transforma­ção, e não de acomodação. Nosso parti­do tem que tirar lições dos governos que já exercemos, mas não ficar se autoelo­giando e nem se remoendo. Há uma rea­lidade a ser enfrentada. E é preciso ter povo mobilizado constantemente, não como massa de manobra, mas para for-mar uma base de sustentação.  
O senhor acredita que ainda haja espaço para isso no PT? O senhor e outros dirigentes vêm defendo uma retomada de velhas tradições do PT, mas não é ilusório imaginar que o partido voltar a ser algo que já não é mais? 
Eu não prego este retorno, mas tam­bém afirmo que, sem raízes, uma árvore não tem tronco com seiva sufi ciente pa­ra sustentar a galharia lá em cima. E es­sas raízes são as lutas sociais e popula­res, de um período histórico importante do país, no qual se originou esse ambien­te de fundação do PT. A conjuntura mun­dial é desafiadora. Vamos buscar apenas nos adaptar? Não é uma oportunidade de darmos um salto? O PT tem que debater isso.
As instâncias partidárias afrouxa­ram-se de tal maneira que inclusive tive­mos pessoas importantes do PT que co­meteram políticas que não se diferen­ciam das políticas tradicionais que sem­pre condenamos, sob alegação da gover­nabilidade e essas coisas todas. Isso não pode ser culpa apenas desta ou daque­la figura, mas as estruturas partidárias não estavam suficientemente atentas ou atuantes, e se criaram essas situações em que as pessoas pensavam que podiam fa­zer ou desfazer coisas que depois se jus­tificariam pelos objetivos. E isso levou a essa situação que estamos sofrendo, que é a Ação Penal 470, o chamado mensa­lão, que não pode ser o objetivo do nosso debate ficar remoendo, acusando aqui ou ali, mas se superando.
Achar que pode­mos comprar e vender opinião, comprar e vender posições, comprar e vender vo­tos, isso é o pior da política, que tem des­graçado o povo brasileiro e desqualifica­do as instituições políticas. O PT jamais poderia ter feito isso mas pode, daqui para frente, se assumir como partido da transformação e não da conciliação. 
Apesar das críticas ao julgamento do mensalão, o governador gaúcho Tarso Genro vem afirmando em artigos que o partido deve mudar de agenda. É o que o senhor está dizendo também? 
O partido não deve ficar se justificando, mas não deve também colocar a ca­beça no chão como avestruz. Tem que assumir que houve erros de conduta po­lítica. Não é condenar Fulano ou Bel­trano, mas assumir que em uma situa­ção tal, as instâncias do partido não fo­ram capazes de não se deixar aprovar por condutas assim. E ir adiante, evi­dentemente. Penso que a política para nós tem que ser a construção do bem comum, com protagonismo das pesso­as. O Estado, para funcionar bem, tem que estar sob controle público efetivo. Esse é um objetivo, colocar o Estado sob controle da sociedade. E para isso é pre­ciso ter espaço para os movimentos so­ciais, instigá-los dentro da sua autono­mia. Um governo tem limites para exe­cutar coisas, mas não pode submeter os movimentos sociais a esses limites que tem na institucionalidade. 
O Brasil de Fato foi lançado durante o Fórum Social Mundial. O balanço que o senhor faz do FSM e das coisas que aconteceram no Brasil e na América Latina nestes dez anos é otimista ou pessimista? 
É realista. Há avanços importantes, que não fossem as edições do FSM não teriam acontecido. Agora, há coisas que poderiam ter ido mais longe. O FSM também não pode ficar atrelado e depen­dente de governos, mesmo que sejam go­vernos sérios e comprometidos com as lutas sociais. O Fórum tem que ter for-mas de fazer com que suas deliberações ecoem nas instâncias supranacionais, nos organismos internacionais. O fato de o FSM ter perdido um pouco do foco, porque se mundializou, passou a aconte­cer em diferentes locais e depois ter en­contros maiores, continentais, para de­pois ter um encontro global, tem que ser revisto, para não se perder. 
E qual o balanço realista que o senhor faz da imprensa alternativa brasileira neste período? 
Cresceu muito, eu penso. Temos mui­tos veículos alternativos, mas qual é o conteúdo, o que estão provocando? Pen-so que esse florescimento de uma im­prensa alternativa é um caminho im­portante para enfrentar os grandes gru­pos econômicos que lidam com a infor­mação. É preciso ter uma miríade de fon­tes alternativas de informação e comuni­cação. Mas precisam ter uma visão, não é cada uma no seu território, na sua ca­tegoria, é preciso ter uma visão de como as coisas se relacionam, se interligam. E isso também é papel dos partidos polí­ticos, instigar essas relações e a qualifi­cação da intervenção. Temos um gover­no com problemas sérios na relação com os grandes grupos econômicos e a gran­de mídia.
A grande mídia se alimenta das contas de publicidade do governo e das empresas públicas. Enquanto isso, pa­ra jornais e veículos alternativos sobram migalhas. São questões políticas e preci­sam ser encaradas. Isto é uma dívida que ainda não saldamos.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

A carta de Karl Marx para Abraham Lincoln

Via Blog do Luis Nassif

Por Diogo Costa

 Muito tem-se falado atualmente sobre o filme "Lincoln". Esse filme de Spielberg é um tanto quanto incompleto. Poderia ter sido citado, por exemplo, como os comunistas europeus da recém criada Associação Internacional dos Trabalhadores (Primeira Internacional) viam a figura de Lincoln. A carta escrita por Karl Marx felicitando Abraham Lincoln pela sua reeleição (em nome da Primeira Internacional), em novembro de 1864, bem que poderia servir para abrilhantar a película de Spielberg...
Pelo menos serviria também para aprimorar as reflexões, um tanto quanto sectárias e principistas, de certo esquerdismo que viceja alegremente hoje em Pindorama. Segue então a significativa epístola, escrita por ninguém mais ninguém menos do que Karl Marx:

A Abraham Lincoln, Presidente dos Estados Unidos da América

Karl Marx

22 - 29 de Novembro de 1864

Senhor,

Felicitamos o povo Americano pela sua reeleição por uma larga maioria. Se a palavra de ordem reservada da sua primeira eleição foi resistência ao Poder dos Escravistas [Slave Power], o grito de guerra triunfante da sua reeleição é Morte à Escravatura.
Desde o começo da titânica contenda americana, os operários da Europa sentiram instintivamente que a bandeira das estrelas carregava o destino da sua classe. A luta por territórios que desencadeou a dura epopeia não foi para decidir se o solo virgem de regiões imensas seria desposado pelo trabalho do emigrante ou prostituído pelo passo do capataz de escravos?

Quando uma oligarquia de 300 000 proprietários de escravos ousou inscrever, pela primeira vez nos anais do mundo, «escravatura» na bandeira da Revolta Armada, quando nos precisos lugares onde há quase um século pela primeira vez tinha brotado a ideia de uma grande República Democrática, de onde saiu a primeira Declaração dos Direitos do Homem e de onde foi dado o primeiro impulso para a revolução Europeia do século XVIII; quando, nesses precisos lugares, a contra-revolução, com sistemática pertinácia, se gloriou de prescindir das «ideias vigentes ao tempo da formação da velha constituição» e sustentou que «a escravatura é uma instituição beneficente», [que], na verdade, [é] a única solução para o grande problema da «relação do capital com o trabalho» e cinicamente proclamou a propriedade sobre o homem como «a pedra angular do novo edifício» — então, as classes operárias da Europa compreenderam imediatamente, mesmo antes da fanática tomada de partido das classes superiores pela fidalguia [gentry] Confederada ter dado o seu funesto aviso, que a rebelião dos proprietários de escravos havia de tocar a rebate para uma santa cruzada geral da propriedade contra o trabalho e que, para os homens de trabalho, [juntamente] com as suas esperanças para o futuro, mesmo as suas conquistas passadas estavam em causa nesse tremendo conflito do outro lado do Atlântico. Por conseguinte, suportaram pacientemente, por toda a parte, as privações que lhes eram impostas pela crise do algodão , opuseram-se entusiasticamente à intervenção pró-escravatura — importuna exigência dos seus superiores — e, na maior parte das regiões da Europa, contribuíram com a sua quota de sangue para a boa causa.

Enquanto os operários, as verdadeiras forças [powers] políticas do Norte, permitiram que a escravatura corrompesse a sua própria república, enquanto perante o Negro — dominado e vendido sem o seu consentimento — se gabaram da elevada prerrogativa do trabalhador de pele branca de se vender a si próprio e de escolher o seu próprio amo, foram incapazes de atingir a verdadeira liberdade do trabalho ou de apoiar os seus irmãos Europeus na sua luta pela emancipação; mas esta barreira ao progresso foi varrida pelo mar vermelho da guerra civil.

Os operários da Europa sentem-se seguros de que, assim como a Guerra da Independência Americana iniciou uma nova era de ascendência para a classe média, também a Guerra Americana Contra a Escravatura o fará para as classes operárias. Consideram uma garantia da época que está para vir que tenha caído em sorte a Abraham Lincoln, filho honesto da classe operária, guiar o seu país na luta incomparável pela salvação de uma raça agrilhoada e pela reconstrução de um mundo social.


terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Opinião do Internauta: Os secretários de Pioneiro

João Bernardes

Enviado ao Blog por João Bernardes*

Bom dia a meus amigos(a). Estou acompanhando a dinâmica do atual prefeito; Quanto a sua nova equipe de Secretários, pelo visto ainda não está completo. Desejos que eles sejam técnicos em cada pasta e não compadre ou amigo, mais competente. O prefeito anterior colocou no SESAN    (Secretaria de Saneamento ) que é responsável pela Infra-Estrutura da cidade uma contadora e seu sucessor mais um contador. Conheci os dois, pessoas maravilhosas mas sem experiência na função e não ouve avanço na Infra-Estrutura da cidade.Tenho respeito pelos contadores, tenho para mim que devemos usar critérios unicamente técnicos.

Que a cidade organizada traga bem estar a população. Fui informado que o atual Secretário de Infra-Estrutura é um coronel, ainda que seja Engenheiro entendo que está mais apto para o comando de tropas e quartel.
Mas vou torcer por uma grande desenvoltura desta secretaria. Pois o povo e a cidade de Ananindeua, estão atualmente necessitados e ainda é cedo para críticas.


João Bernardes é empresário e  pastor ,  foi candidato a prefeito pelo PV de Ananindeua em 2012

Ministro da Ditadura Argentina foi proibido de participar do casamento da filha com o futuro Rei Holanda



Via Estadão

A rainha Beatriz, da Holanda, anunciou ontem que abdicará do trono em favor de seu filho mais velho, o príncipe Willem-Alexander. Extremamente popular, ela escolheu o dia 30 de abril - Dia da Rainha e feriado nacional - para passar o trono, que desde 1890 é ocupado por mulheres: Guilhermina (1890-1948), Juliana (1948-1980) e Beatriz (1980-2013).
Ter novamente um rei após 123 anos representa uma mudança em alguns costumes holandeses, que se despedirão da tradicional expressão "Salve a rainha" e do próprio Dia da Rainha - que agora passará a chamar-se Dia do Rei e será comemorado no aniversário de Willem-Alexander, dia 27 de abril.
A abdicação era esperada e tornou-se uma tradição da monarquia holandesa, que prefere realizar a transição ainda em vida. Mesmo assim, a saída de Beatriz deve causar uma comoção nacional em razão de sua popularidade. Em pronunciamento na TV, ela disse que o filho, de 45 anos, está "preparado" para assumir a coroa.
O príncipe é casado com a argentina Máxima Zorreguieta. O fato de ela ser filha do ministro da Agricultura do ditador Jorge Rafael Videla causou constrangimento na Holanda. O Parlamento só deu aval para o casamento depois que o pai, Jorge Zorreguieta, foi proibido de comparecer à cerimônia.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Tragédia nesse domingo: Número de mortos em incêndio em Santa Maria chega a 180, diz polícia

Atualização: números de mortos já chega a 245. Leia mais..

Incêndio começou na madrugada deste domingo na boate Kiss.
Polícia trabalha no reconhecimento dos corpos e nos escombros.


           
                                                                              
  
Incêndio deixa mortos em boate de Santa Maria (Foto: Germano Roratto/Agência RBS)Incêndio deixa mortos em boate de Santa Maria (Foto: Germano Roratto/Agência RBS)
Via Portal G1
O número de mortos no incêndio que atingiu a boate Kiss em Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul, já chega a 180, segundo o major Cleberson Bastianello, comandante do BOE da Brigada Militar. O número total de vítimas ainda é desconhecido e há centenas de feridos sendo atendidos nos hospitais da cidade. A polícia e o Corpo de Bombeiros ainda trabalham no local, checando as circunstâncias do fogo e retirando corpos da área.
Mapa, boate, Santa Maria, incêndio (Foto: Editoria de Arte/G1)
"Nós temos 180 corpos aqui. Pessoas foram levadas em óbito ou feridas para os hospitais da região. Mas repito: esse é o número de mortes que temos aqui. Infelizmente poderá aumentar", disse em entrevista coletiva o major Bastianello.
O número de pessoas que estavam na boate ainda não foi confirmado pelos autoridades. A festa reunia estudantes da Universidade Federal de Santa Maria, dos cursos de pedagogia, agronomia, medicina veterinária, zootecnia e dois cursos técnicos.
Todos os hospitais da região estão recebendo as vítimas. São ao menos seis casas de saúde. Voluntários estão auxiliando os trabalhos na cidade. "Estamos mobilizando todo o estado, temos hospitais de diversas regiões se disponibilizando para ajudar. De Canoas, Santo Ângelo, Santa Cruz, enfim. Todos estão colaborando para oferecer o melhor atendimento possível. Os trabalhos são intensos e é preciso uma mobilização muito grande", ressaltou o Secretário Estadual da Saúde, Ciro Simoni, em entrevista à Rádio Gaúcha. Veja mais...

El País faz manchete com falso Hugo Chávez entubado



O El País fez manchete nesta quinta-feira com um falso Hugo Chávez entubado e foi obrigado a retirar o jornal de circulação.

Da polémica, contudo, não se livra, uma vez que as reações de desagrado não tardaram, sobretudo do Governo venezuelano.

O El País reconheceu, já depois da sua publicação, a falsidade da imagem, retirando-a do site e interrompendo a circulação da edição impressa durante a madrugada.

A imagem, que o diretor do El Mundo disse no Twitter ter-lhe sido «oferecida» por cerca de 30 mil euros, foi retirada de um vídeo no Youtube, datado de 6 de janeiro de 2008, sob o título «Entubação em acromegalia».

«Ofereceram-nos esta foto ontem [quarta-feira], mas recusámos. Como se vê, outro jornal aceitou», escreveu na rede social Pedro J. Ramirez, ainda antes de a imagem ter sido retirada.

Identificado no vídeo como um homem de 48 anos, menos 10 que o presidente da Venezuela, o paciente, sem cabelo, tem parecenças físicas com Hugo Chávez, que recupera de intervenção cirúrgica a um cancro e complicações pós-operatórias em Cuba e não é visto há mais de seis semanas.

Foi também no Twitter que surgiu a primeira reação do Governo venezuelano, através do ministro Informação. «É tão grotesca quanto falsa a foto de Chávez entubado», lamentou Ernesto Villegas, que também partilhou o vídeo do Youtube em questão.

O mea culpa do El País chegaria pouco depois, através de um comunicado publicado no site do jornal.

«O El País retirou esta madrugada do seu site uma foto que mostrava um homem entubado numa cama de hospital e que uma agência de notícias fez chegar até ao jornal afirmando tratar-se de Hugo Chávez, presidente da Venezuela. Chávez encontra-se hospitalizado em Cuba depois de ter sido operado a um cancro cujas características o Governo venezuelano nunca especificou. A foto esteve online no site do El País aproximadamente meia hora. No texto que acompanhava a foto, o El País reconhecia que não tinha sido possível verificar de forma independente as circunstâncias, o lugar ou a data a que correspondia a fotografia. Depois de constatar que a imagem não correspondia a Chávez, o El País parou de imediato a distribuição da edição impressa, fazendo chegar uma nova edição aos pontos de venda», lê-se no comunicado.

Horas antes da imagem do falso Chávez entubado surgir, a EFE adiantava que o El País iria publicar uma foto «de pouca qualidade, tirada há uns dias e com o rosto de Chávez, sem cabelo, em primeiro plano, e com uns tubos na boca», escreveu a agência espanhola, citando fonte do jornal.


Este é o vídeo de onde foi retirada a imagem:
 

Marchinha de Carnaval


 
Gravação de 25 de novembro de 1937, lançada em janeiro de 38 pela Odeon (11550-B, matriz 5714). Chegou a vencer o concurso oficial da prefeitura carioca, mas foi desclassificada sob a alegação de que era um passo-doble e não marchinha. Mas Braguinha não ficou sem vencer, pois a obra-prima "Pastorinhas", dele com Noel Rosa, passou do segundo para o primeiro lugar. No outro lado desse disco, Almirante gravou outro hit de Barguinha e Alberto Ribeiro: "Yes! Nós temos bananas".
 

Touradas em Madri

     
                                               
Eu fui às touradas em Madri
E quase não volto mais aqui
Pra ver Peri beijar Ceci.
Eu conheci uma espanhola
Natural da Catalunha;
Queria que eu tocasse castanhola
E pegasse touro à unha.
Caramba! Caracoles! Sou do samba,
Não me amoles.
Pro Brasil eu vou fugir!
Isto é conversa mole para boi dormir!

sábado, 26 de janeiro de 2013

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Artigo do Vereador Cleber Rabelo (PSTU): A crise da saúde pública em Belém: um desafio ao prefeito Zenaldo Coutinho



Vereador Cleber Rabelo (PSTU)
A maioria da população de Belém, não sem razão, considera a saúde pública o problema mais grave da cidade. Com tantas mortes nas filas dos pronto-socorros e denúncias diárias de falta de médicos, de remédios e de equipamentos nas unidades de saúde, há uma enorme expectativa de que o atual prefeito consiga solucionar o caos no setor deixado por Duciomar Costa, sobretudo após a campanha eleitoral de Zenaldo enfatizar repetidas vezes que a saúde seria a prioridade absoluta de seu governo.
É bem verdade que a saúde pública em nosso município encontra-se de fato em “estado de emergência”, contudo não é através da mera dispensa de licitações por 30 dias para contratação de serviços e compra de materiais que serão eliminadas as causas responsáveis pela calamidade da saúde pública.
O grande problema da saúde em nossa cidade, e que se repete no Estado e no país guardadas as devidas particularidades, é a hegemonia do setor privado na oferta deste direito público que deveria ser dever do Estado promover, conforme está assegurado na Constituição Federal em seu artigo 196. De um total de 1685 estabelecimentos de saúde cadastrados no DATASUS no município de Belém, 1542 (mais de 90%) são privados. A privatização se expressa também na quantidade de leitos. Dos 3209 leitos existentes clínicos e cirúrgicos existentes em Belém, apenas 1569 (menos de 50%) são leitos do SUS.
            Essa prevalência do setor privado na oferta do atendimento é fruto de um intenso processo de consolidação de uma concepção neoliberal de Estado que trata saúde como mercadoria e os investimentos sociais como gastos desnecessários. Em âmbito nacional, o Brasil investe apenas 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em saúde pública e 4,4% e saúde privada (consultas, convênios, medicação), sendo que a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que sejam investidos no mínimo 6% do PIB em saúde pública para que se universalize o acesso.
            Esse problema do desfinanciamento do setor público e da desregulamentação do setor privado obviamente atinge nosso município também. A rede municipal de saúde administrada pela SESMA conta com apenas 02 pronto-socorros, 29 Unidades Básicas de Saúde, 15 casas especializadas, 107 equipes do Programa Saúde da Família e 15 ambulâncias do SAMU para atender uma demanda de uma capital com mais de 1,4 milhões de habitantes e mais de 2 milhões de pessoas se considerarmos a Região Metropolitana. Tudo isso com R$ 529. 835.258,00 alocados para a saúde em 2012. Para este ano de 2013, estão previstos no orçamento municipal um total de R$ 562.743.197,00 de um orçamento de um pouco mais de R$ 2,4 bilhões.
            Algumas conclusões podem ser extraídas desses dados para a formulação de um programa que garanta a efetivação desse direito social: há necessidade de mais investimentos federais, estaduais e municipais na saúde pública; é preciso combater a privatização do setor, que drena recursos públicos para os hospitais, clínicas, consultórios e laboratórios privados e urge, ao mesmo tempo, democratizar a gestão para que se tenha de fato controle social dos usuários e trabalhadores e se possa efetivamente combater a corrupção e a má gestão orçamentária.
            O Ministério Público, juntamente com os órgãos de controle e auditoria das contas públicas, tem o desafio de cobrar da SESMA e da Prefeitura o volume e o detalhamento dos recursos repassados das verbas do SUS para o setor privado e os movimentos sociais precisam recuperar a pauta de luta por mais verbas para a saúde pública, contra a privatização do setor e pela democratização da gestão.
            A rede pública de saúde tem que ser dirigida e controlada por quem de fato entende seus problemas, suas virtudes e necessidades: os usuários e trabalhadores. Só assim haverá concurso público para contratação de profissionais, valorização da carreira e a efetivação dos princípios do SUS (universalidade, integralidade, equidade). O prefeito também precisa entender que investir em saneamento básico e segurança alimentar também é investir em saúde, pois os benefícios à saúde da população que trazem o acesso à rede de esgoto, coleta de lixo, água potável e a uma alimentação balanceada se revertem em economia com a saúde pública e melhoria da qualidade de vida.
            Não somos partidários da tese do “quanto pior, melhor”, porém queremos alertar para a profunda limitação que representa o ato de decretar o estado de emergência, pois a crise estrutural da saúde pública em nosso município não irá se resolver apenas com medidas de efeito midiático ou com troca de secretário. Só com medidas socialistas, que concebam a saúde como direito social e dever do Estado e não como mercadoria, é que poderemos avançar na resolução desse grave problema social. Saúde é vida e não pode ser tratada como fonte de lucro. O programa tucano de “choque de gestão” nunca deu certo em lugar nenhum. Um exemplo é o atual governo Jatene que mantém a sangria de recursos públicos para organizações sociais e fundações de direito privado administrarem os hospitais regionais. Apenas favoreceu os grandes planos de saúde e empresários do setor privado e os ricos que podem pagar pelo acesso à saúde de qualidade enquanto os trabalhadores padecem com o péssimo atendimento, filas intermináveis e falta de médicos e remédios. O Ophir Loyola vive uma crise crônica em relação às debilidades no atendimento aos pacientes vítimas de câncer e o hospital metropolitano administrado pelo idesma vive atrasando o salário dos funcionários, que causou inclusive demissão recente de vários destes, deixando sem atendimento centenas de pacientes e justifica isso pela falta de repasse dos recursos do estado.
            É preciso inverter a lógica de gestão da saúde. Fortalecer financeira e tecnicamente o SUS, combater a privatização, abrir concursos públicos, valorizar os profissionais da saúde e democratizar a gestão são os caminhos que podem realmente mudar essa triste realidade em que vivemos.
            Fazemos um desafio ao prefeito Zenaldo Coutinho: abrir a caixa preta da SESMA e tornar as transferências, contratos e convênios do SUS com o setor privado informações públicas e transparentes e ao mesmo tempo convocar os movimentos sociais em defesa da saúde (sindicatos, usuários, etc,) para planejar, dirigir, acompanhar e controlar a gestão da saúde municipal. Com a palavra, o prefeito de Belém.

Índios Tembé enfrentam o abandono do poder público


Crianças Tembé
       Enviado ao blog  pelo Deputado Edmilson Rodrigues (PSOL)

Postos de saúde sem medicamentos, educação indígena executada de forma precária e 160 quilômetros de estrada de terra cheias de buraco e em péssimas condições são alguns dos muitos problemas enfrentados pelos índios Tembé Tenetehara, no Alto Rio Guamá. Essas foram algumas das constatações feitas in loco pelo deputado estadual Edmilson Rodrigues (PSOL), durante visita realizada nesta quarta e quinta-feira, 23 e 24, a quatro aldeias da etnia, que ficam a 160 quilômetros de Paragominas. Edmilson foi oúnico parlamentar a representar a Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) na comissão externa criada pela casa, em dezembro do ano passado, à unanimidade, para visitar os índios Tembé e conhecer de perto as dificuldades enfrentadas por eles. Durante a visita, ele se comprometeu em organizar - com a participação dos indígenas - uma sessão especial, em Belém, em fevereiro, para discutir os problemas e buscar soluções junto a representantes de vários órgãos ligados a questão indígena. As aldeias visitadas foram: Cajueiro, Teko-Haw, Canindé e Ikatu.
         Como os problemas enfrentados pelos tembés são graves, Edmilson propôs algumas ações emergenciais para serem executadas antes da realização da sessão especial. São elas: reunião com a Eletronorte e a Celpa para discutir a execução de um projeto e instalação de energia elétrica nas aldeias, através do programa 'Luz para todos', já que a maioria utiliza gerador movido a óleo diesel, e ainda uma reunião com representantes do Ministério da Saúde, Cesai, Funai e Ministério Público Federal (MPF) para tentar resolver o problema das péssimas condições do atendimento de saúde prestado aos indígenas. "A ideia é que nessas reuniões consigamos encaminhar algumas soluções, de forma emergencial, para conseguir atendimento médico digno aos tembés", explicou Edmilson, que a partir da semana que vem começará a articular a realização das reuniões. Lideranças indígenas serão convocadas para vir a Belém participar das duas reuniões.
         As primeiras constatações de abandono foram vistas logo no início da viagem, ao trafegar pela estrada de terra de 160 quilômetros que dá acesso às aldeias, saindo de Paragominas. Sem asfaltamento, iluminação pública e cheia de buracos e lama, há trechos com depressões tão intensas que são completamente intrafegáveis por carros pequenos. Além disso, o trecho que poderia ser feito em apenas duas horas (caso a via fosse pavimentada) foi percorrido em mais de cinco horas pelo deputado e sua equipe de assessoria técnica. "Em períodos mais chuvosos, a gente gasta até oito horas e tem vezes que ficamos isolados porque o rio enche muito e transborda, não dando para passar. O pior de tudo é quando estamos descendo com índios que estão doentes para buscar atendimento médico em Paragominas porque o nosso sofrimento só aumenta", disse Sérgio Muxi Tembé, liderança da aldeia Teko-Haw. Além disso, como a estrada é cercada pela mata, muitas árvores caem na pista, dificultando ainda mais o trajeto. No primeiro dia da visita, um poste também caiu e a aldeia Cajueiro ficou sem energia elétrica.
         Ao chegar na primeira aldeia, a Cajueiro, mais problemas foram vistos e ouvidos dos próprios indígenas. A falta de medicamentos foi logo denunciada e mostrada por eles. No posto de saúde não há quase nenhum medicamento e nem material para fazer um simples curativo. A realidade não é diferente, na sede da Casa de Apoio a Saúde indígena (Casai), em Paragominas. Edmilson também esteve lá, antes de pegar a estrada para as aldeias. Lá, os armários de remédios estão quase vazios em contraposição com o espaço para os índios atarem suas redes para receberem o atendimento, que estava lotado. Dores de cabeça, dores pelo corpo, febre e diagnósticos ainda não definidos estão na lista dos problemas de saúde apresentados pelos índios que estão em atendimento. "Nós somos três enfermeiras atuando, aqui, sendo uma por plantão e temos pouca medicação. Poucos analgésicos, xaropes e vitaminas", disse a enfermeira maranhense Talita Luiz, de 23 anos, que trabalha na Casai há pouco menos de um ano.
         No entanto, a situação mais grave está mesmo na aldeia Canindé, localizada a cerca de 40 minutos de voadeira da aldeia Teko-Haw. Lá, o posto de saúde da aldeia está totalmente abandonado, virou abrigo de morcegos. Há fezes de animais por toda parte. Diante da falta de condições, o prédio está fechado e o pouco atendimento ainda existente é feito nas instalações da escola da aldeia. "Eu estou fazendo atendimento na escola, mas não temos medicamentos. Não há material para fazer nem um simples curativo, caso algum índio se corte nas atividades de roça, artesanato ou de caça", disse o enfermeiro Alessandro Botelho da Silva, de 32 anos, que mora em Belém e passa 20 dias do mês, trabalhando na aldeia. O enfermeiro também usa o alojamento da escola para ficar durante o período de trabalho.
         A situação de abandono dos índios é grande. Edmilson criticou bastante a atuação do poder público e a falta de compromisso com o povo. "É inadmissível que os índios estejam nessa situação de abandono. A impressão que se tem é que parece que querem que eles morram, que sejam exterminados", disse o deputado, que é autor do livro "Tembé-Tenetehara: a nação resiste". A publicação "Tembé-Tenetehara: a nação resiste" (Assembleia Legislativa do Pará, 1994) foi o ponto alto de meses de trabalho da Comissão Especial de Estudos criada para analisar a dramática situação do povo Tembé-tenetehara e a luta pela demarcação de suas terras ancestrais. A iniciativa da Comissão foi de  Edmilson Rodrigues, a quem coube a relatoria dos trabalhos, além da arte da capa.

Conflito pela terra
         No meio de tanto abandono e exclusão, um problema é destacado pelos Tembés como sendo o maior enfrentado por eles: a intrusão de posseiros e madeireiros em suas reservas. No final do ano passado o índio Valdeci Tembé, liderança da aldeia Teko-Haw teve que se embrenhar na mata e ficou perdido durante três dias para não ser morto. Ele participou de uma ação de apreensão de madeira ilegal extraída de suas terras junto com agentes do Ibama e foram atacados por posseiros. "Os agentes do Ibama foram bastante agredidos e eu fugi pra mata e fiquei perdido lá três dias até chegar a aldeia", disse Valdeci, que revela estar bastante preocupado com a situação na região. "Não temos paz, não podemos mais nem ser índios e caçar, pescar, fazer nossas festas, porque temos que ficar lutando com os intrusos que estão invadindo nossas terras", disse o indígena que, como liderança da região, tem que se deslocar várias vezes no ano para Belém em busca de ajuda para colocar um fim no conflito.
         A desintrusão da reserva é uma bandeira de luta antiga dos índios que sempre estiveram tendo que enfrentar o problema da invasão de suas terras por madeireiros e posseiros. Em 2002, a comunidade indígena de Teko-Haw conseguiu a homologação da desintrusão de suas terras, mas até hoje isso não ocorreu na prática e o clima na região é tenso. Na estrada da aldeia para Paragominas, Edmilson ouviu vários relatos de que há plantação de maconha, além da ação de traficantes e até de assaltos em vicinais dessa estrada maior que liga o município às aldeias. "Nós estamos sofrendo muita pressão, precisamos de paz para plantar, caçar, pescar, fazer nossas festas. Mas não estamos podendo fazer nada, nem mesmo sermos índios porque temos que ficar o tempo todo, tentando impedir que invadam cada vez mais nossas terras, além de ter que ficar indo em Belém para buscar ajuda dos órgãos para resolver isso", disse Valdeci.
         Liderança da aldeia Canindé, Valdivino Tembé ressaltou que é preciso que algo seja feito para evitar conflitos ainda maiores. "Essa questão da intrusão das nossas áreas é muito grave. A gente sofre muito com isso. Nós somos povo brasileiro, não somos estrangeiro. Precisamos ser respeitados porque temos o direito de ter nossas terras e vivermos em paz nela", enfatizou Valdivino. O deputado Edmilson também destacou. "Japoneses, portugueses, libaneses e vários outros povos vêm para nosso país e são respeitados. Reportagem recente na TV mostrou um município no Sul do Brasil que a população é toda de alemães, cujo idioma principal é o alemão e são respeitados. Em relação a esses povos ninguém diz que eles têm muita terra para poucas pessoas, mas dizem que 'é muita terra para pouco índio', o que é, além de um preconceito, uma falta de respeito muito grande", disse Edmilson.

Educação indígena
         Outra reivindicação feita pelos tembés nas quatro aldeias visitadas foi em relação à educação indígena. De acordo com as lideranças indígenas, embora já esteja "no papel" ainda não está sendo executada de forma correta. Ao todo, na região existem 510 indígenas estudando no ensino fundamental e médio. Todo o ensino fundamental já está municipalizado e nas aldeias há instalações para o funcionamento dessa etapa educacional. Ocorre que o ensino médio, que é estadual, está com problemas ainda maiores. Apenas na aldeia Caujueiro já está sendo construído o prédio para funcionamento das salas de aula do ensino médio. Nas demais, são usadas as instalações físicas municipais.
         Os problemas, porém, vão além disso. Os indígenas reivindicam que os próprios indígenas sejam professores. Já existem alguns deles atuando como professores, mas ainda há muito a avançar. Valdeci Tembé destaca, por exemplo, que há muita rotatividade de professores, além de um problema de formação precária para atuar no campo da educação indígena. Outro aspecto destacado por Valdivino Tembé é o fato de que eles têm indígenas que já concluíram o ensino médio e tiveram que parar de estudar porque não está sendo viabilizado o ensino superior para que eles possam se preparar melhor para, inclusive, serem professores nas aldeias da etnia. "Um exemplo disso é que temos 12 alunos que concluíram há três anos o ensino médio e até agora não se teve nenhuma demonstração do poder público, no sentido de garantir o acesso deles ao ensino superior", disse Valdivino Tembé, que propôs também que representantes da UEPA e da UFPA sejam convocados para a sessão especial da Alepa para discutir mais esse problema.

Licença e salário-maternidade para índias professoras
         Mesmo o direito a licença e salário-maternidade já estando garantido há décadas no Brasil, as índias que atuam como professoras na rede municipal de Paragominas, ministrando aulas nas aldeias não estão tendo a sua garantia respeitada. Um exemplo disso é Sandra Tembé, que tem um filho de 9 meses, é professora da Semec de Paragominas e não recebeu salário-maternidade e nem teve o direito a licença. O deputado Edmilson Rodrigues reuniu informações sobre o caso e prometeu encaminhar o caso a sua equipe jurídica para que seja dada entrada em uma ação judicial para que esse erro seja reparado e a professora indígena, assim como todas as demais que já engravidaram e que vão engravidar daqui por diante tenham os seus direitos garantidos. "Meu filho já tem 9 meses e eu nunca recebi salário-maternidade e nem tive direito a licença", disse Sandra Tembé. "Eu fui atrás disso lá na secretaria (Semec de Paragominas) e fui informada que nós não tínhamos direito a isso e, então, eu desisti de ir atrás de meu direito", concluiu a professora indígena.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Secretariado de Pioneiro incompleto

Pioneiro ainda não completou sua equipe, ou resolveu fazer uma reforma administrativa e deletar muitas pastas. Na gestão Helder tinha umas 17 secretarias,  até agora o "Dr. Pioneiro" só indicou 10 secretários.  Veja abaixo o nome de alguns secretários.

 
Via o Blog  do Japonês, Resistência & Luta Cabana - ML 

 

NOMES DOS SECRETÁRIOS DE ANANINDEUA


Segundo o #blogRaizesdoAnanin, o time de secretariado de Ananindeua já está formado e pronto para o trabalho, que não será pouco. No quase um mês de gestão do então novo prefeito eleito; a população do município ainda não conhece os responsáveis pelas pastas, causando vários comentários e apostas do jogo dos bastidores.

De acordo com o blog citado, o prefeito já esta com a lista dos futuros secretários. Uns já velhos conhecidos da politica ananin, tendo participado da gestão anterior do prefeito, outros vindo de acordos partidários.
Luciano Seki


LISTA DOS SECRETÁRIOS E SEUS CURRICULUM'S 


Secretaria Municipal de Saúde – Dr. Marco Antonio Luz e Silva, de 60 anos, é médico ortopedista com formação e experiência em Administração Hospitalar, Medicina Desportiva, Gestão em Saúde e Auditoria. Primeira vez como secretário da pasta, mas já assessorou secretários nas gestões anteriores de Manoel Pioneiro. Tem 30 anos de serviço público. Foi diretor geral do Hospital do Pronto Socorro Mário Pinotti, em Belém, e ainda diretor do Hospital da Polícia Militar.



Secretaria Municipal de Educação – Cláudia do Socorro Silva de Melo, 42 anos – graduada em Pedagogia/Supervisão Escolar, com especialização em Gestão Escolar. Professora Cláudia é ananindeuense. Concursada da Seduc há 5 anos, trabalha na educação há 20. Foi diretora de uma escola estadual no bairro do Aurá.





Secretaria Municipal de Assistência Social – Lenice Silva Antunes, 51 anos, é pedagoga e funcionária pública. Vai exercer pela terceira vez a Secretaria de Assistência Social em Ananindeua. Tem como prioridade o trabalho intensivo com as comunidades carentes com o olhar das necessidades e não do assistencialismo. À frente da Semcat, pretende fazer algo para mudar a realidade da população, de acordo com as políticas públicas federal, estadual e municipal.




Secretaria Municipal de Meio Ambiente – O ananindeuense Rui Begot da Rocha, 43 anos, é administrador e contador. Assume pela segunda vez a pasta.
Secretaria Municipal de Administração – O advogado Victor Orengel Dias, 26 anos é pós graduando em Direito Tributário e Ambiental. Já atuou na consultoria jurídica da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema).
Secretaria Municipal de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – Francildo Nobre, 64 anos, é membro da Associação Comercial e Industrial de Ananindeua (ACIA). É engenheiro civil que sempre atuou na área comercial. Há 50 anos está no segmento de bebidas.
Procuradoria Geral – Sebastião Piani Godinho, é advogado e assume pela segunda vez a Procuradoria Geral do Município. Já foi procurador geral da Assembleia Legislativa do Estado do Pará.
Chefia de Gabinete – Carlos Amílcar de Sales Pereira, 48 anos, é administrador, advogado e economista. É pós graduado em Administração e possui mestrado em Recursos Humanos. Já foi secretário municipal de Administração nas gestões de Manoel Pioneiro (1997 A 2003) e ainda na Prefeitura de Benevides. Exerceu na Prefeitura de Belém a presidência da Fundação Cultural do Município (Fumbel). Foi ainda diretor administrativo e financeiro na Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SEJUDH).
Secretaria Municipal de Planejamento – Ana Azevedo, 61 anos, é economista com especialização em Análise e Elaboração de Projetos pelo Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA) da Universidade Federal do Pará (UFPA). Foi presidente da Fundação de Terminais Rodoviários do Estado do Pará (FTERPA), coordenadora do Fundo Estadual de Saúde durante cinco anos e secretária adjunta da Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e Finanças (SEPOF).
Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer - Alexandre Cesar Santos Gomes, 35 anos, é pedagogo com pós graduação em Gestao Pública. Foi diretor de Cidadania e Direitos Humanos, da Secretaria de Justiça e Diretos Humanos (SEJUDH).
FONTE: raizesdoananin.blogspot.com.br

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Marina Silva pode dar importante passo hoje para criar novo partido

Via Blog do Melck


Candidata pelo pequeno PV, a ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, fez história nas eleições presidenciais de 2010 ao conseguir a terceira colocação e quase 20 milhões de votos. Um patrimônio político considerável.

Contrariando expectativas de lideranças históricas do PV, ela deixou o partido e se recusou a disputar eleições municipais no seu Acre no ano passado. Liderança nacional, reconhecida internacionalmente por sua luta por um desenvolvimento sustentável, a defesa intransigente da cidadania e o combate à corrupção, há dois anos ela alimenta a ideia de criar um novo partido e desde o ano passado esteve à frente da articulação do Movimento por uma Nova Política.

Agora, faltando ainda um ano e oito meses da eleição presidencial, a ex-senadora Marina Silva dá um passo importante no dia de hoje. Ela reúne em São Paulo lideranças do movimento de todo o Brasil para avançar na decisão de lançar a campanha para recolher assinaturas que possam viabilizar o novo partido, que no seio do movimento já tem, inclusive, debate sobre o nome da nova agremiação.

O anuncio público e a campanha, que precisa recolher 500 mil assinaturas de apoio, deve ser deflagrada na reabertura dos trabalhos do Congresso Nacional em fevereiro. O novo partido deve reunir muitos ambientalistas, lideranças de entidades organizadas da sociedade civil, profissionais liberais, gente oriunda da comunidade universitária, e ainda atrair parlamentares descontentes oriundos de várias legendas.

A imprensa nacional já especula possíveis adesões, como da ex-senadora e atual vereadora por Maceió Heloísa Helena, do PSOL, o deputado federal Walter Feldman (SP), descontente com o PSDB, o deputado Alessandro Molon, do PT carioca, o deputado Reguffe (PDT-DF) e o deputado Domingos Dutra (PT-MA), dentre outros.

Se algumas teses que vem sendo discutidas no seio do Movimento por uma Nova Política se concretizarem na formatação final do programa, manifesto  e estatuto da nova sigla o discurso de Marina de edificar um "partido diferente", pode conquistar muita gente descrente com a prática política e os processos eleitorais. Os debates vão ser intensos, mas é forte a tendência de que a nova sigla não vá aceitar doações de pessoas jurídicas - serão aceitas apenas as oferecidas por pessoas físicas. A ex-senadora é também defensora que a legenda reserve cota de 50% das vagas para os filiados que tenham "ativismo autoral", deixando-os livres para empunhar as bandeiras e teses que quiserem, sem impor uma camisa de força partidária. E o combate à corrupção será outro tema central do programa partidário.  

Já são 30 partidos oficialmente reconhecidos no Brasil. Boa parte deles verdadeiras siglas de aluguel, sem postura ideológica ou proposições efetivas a fazer à sociedade. Pelo que tudo indica, o partido em gestação por Marina Silva quer quebrar esta triste realidade. Isso, pode contribuir, em muito, para o debate democrático no país, e ocupar uma lacuna deixada pelo PT, que depois que se tornou governo experimentou um afastamento crescente do movimento sindical, popular e estudantil. Até porque o perfil que o movimento vem adotando é de centro-esquerda.

Eu sou Melck Aquino, e essa é a minha opinião.

Mostra retrata famílias que tiveram parentes desaparecidos na ditadura

Fernando Santa Cruz (esq.), com os irmãos Ana Lucia, Ana Carolina, Marcelo e Ana Maria (embaixo). Líder estudantil e integrante da Ação Popular Marxista-Leninista, Fernando desapareceu em 1974, depois de ter sido preso pelo DOI-Codi no Rio
Os irmãos hoje, sem Fernando: Ana Lucia, Ana Carolina, Marcelo e Ana Maria (embaixo) 
Orlando René Méndez e Leticia Oliva com a filha Laura Méndez Oliva
Laura na cama, em 2006, sem os pais, desaparecidos durante a ditadura na Argentina

 

NATÁLIA PEIXOTOCOLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Reabre-se hoje a mostra Ausências Brasil, em exposição no Arquivo Público do Estado de São Paulo, que reúne fotografias de famílias brasileiras que sofreram com a perda de um parente durante a ditadura militar.
A exposição traz fotos das famílias durante o regime, ao lado de uma recriação atual da cena, feita pelo fotógrafo argentino Gustavo Germano.
O projeto começou com o retrato das famílias de vítimas da ditadura na Argentina (1976-1984) e se expandiu aos países do Cone Sul, palco da operação Condor --uma ação conjunta das ditaduras dos países da América Latina para prender seus opositores. Um dos irmãos de Germano, Eduardo, foi um dos 30 mil mortos durante o regime.
Entre os casos brasileiros, há o da família de Fernando Santa Cruz Oliveira, líder estudantil e integrante da Ação Popular Marxista-Leninista. Ele desapareceu em 1974, depois de ter sido preso pelo DOI-Codi no Rio.

Exposição Ausências Brasil

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domingo, 20 de janeiro de 2013

Jarbas Vasconcelos da OAB, para governador?

Jarbas Vasconcelos Presidente da OAB-Pará
Nesse final de semana o PV reuniu os dirigentes municipais da Região Metropolitana de Belém,  No encontro  alguns militantes defenderam que o partido tenha chapa própia  para concorrer ao governo do estado e ao senado, os nomes  debatidos, foram  do presidente do PV estadual Zé Carlos Lima  e do presidente da OAB-Pará, Jarba Vasconcelos. Como a eleição  só ocorrerá em 2014, muito água ainda vai rolar, nesse meio ambiente eleitoral. Leia mais...

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Nação Zumbi e Munzenza (Guerrilheiros da Jamaica: Rumpilê)

Justiça manifesta parecer favorável à liberdade dos presos políticos de Belo Monte

Via blog do Vereador Cleber Rabelo (PSTU)

Deputado  Edilson Moura (PT) e o Vereador Cleber Rabelo (PSTU)

Deu Vitória! ! Justiça manifesta parecer favorável à liberdade dos presos políticos de Belo Monte




  
      Na manhã ontem quinta-feira (17), ocorreu no município de Altamira a visita da comissão parlamentar aos operários de Belo Monte presos após a greve de novembro de 2012.  A visita contou com a presença do Vereador de Belém (PA), Cleber Rabelo, do PSTU, do Deputado Estadual Edmilson Rodrigues (PSOL) e do Deputado Estadual Edilson Moura (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da ALEPA, do Diretor do Sindicato da Construção Civil de Belém (STICMB)"Zé Gotinha" e da Advogada da CSP-Conlutas,DrªAnacely Rodrigues.

     Após a visita aos trabalhadores, os parlamentares e demais se dirigiram ao Fórum, onde ocorreu uma audiência com o Juiz Substituto da 3ª Vara Criminal da comarca de Altamira,DrºGleucivalZeed Estevão, com o intuito de sensibilizar a justiça pela libertação dos presos. Durante a audiência o magistrado entendeu que não há motivo para manter in cárcere os operários Odivaldo dos Santos, Ernesto Melo, Mateus Brasil Pinheiros, Elizeu Rabelo e Raimundo Nonato Farias. Na ocasião em que ele notificou os presentes a cerca do parecer do MPE, favorável à revogação da prisão preventiva, com base na solicitação daadvogada,DrªAnacely.que havia reiterado o pedido de revogação no inicio da semana. Em acordo com os presentes, o juiz manifestou seu parecer também favorável e que iria notificar na manha desta sexta-feira (18) a secretaria da 3ª Vara para que fossem expedidos os alvarás de soltura ainda hoje.

Recepção aos trabalhadores

     Após a confirmação da liberdade provisória, a CSP-Conlutas e o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Madeireiras e da Construção Civil Leve de Altamira (Sinticma) estão preparando uma recepção com festa na sede do sindicato, lá ocorrerá uma coletiva de imprensa com a presença dos operários, da advogada e do Vereador Cleber Rabelo. O evento contará também com a presença de diversos operários de Belo Monte, além da presença de sindicalistas e ativistas da região.
Por telefone, Cleber Rabelo, comentou o caso: “Estamos próximos da vitoriosa libertação desses operários lutadores, tivemos uma boa audiência ontem com o juiz e estamos no aguardo para receber esses lutadores, verdadeiras vítimas da criminalização, cada vez maior dos movimentos sociais nesse país”.

Relembrando o caso

      A rebelião foi desencadeada diante da negativa dos trabalhadores à proposta salarial defendida pelo Consórcio Construtor Belo Monte – CCBM e pelo SINTRAPAV – Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Pesada. A proposta salarial não avançava nos reajustes dos salários de algumas faixas, do vale alimentação e na “baixada” (período de visita à família).

      A luta dos trabalhadores buscava equiparar os salários e nivelá-los aos salários e benefícios de Jirau (RO) onde a “baixada” é de 3 meses e o vale alimentação é de R$ 300,00.

Após três fortes dias de protestos, o Consórcio Construtor Belo Monte, numa medida desesperada para esfriar o clima de revolta, liberou todos os trabalhadores para retornar aos seus locais de origem. Cerca de duas semanas depois, a Justiça do Trabalho determinou a redução da “baixada” para 3 meses, e a elevação do vale-alimentação de R$ 110,00 para R$ 210,00.

       Os cinco operários foram presos no dia 12 de novembro, acusados de liderar a greve e o motim que resultou no incêndio que destruiu alojamentos, refeitórios e veículos. Já permanecem encarcerados há 65 dias na delegacia de Altamira, concedida a liberdade provisória, eles responderão ao processo em liberdade.