terça-feira, 30 de julho de 2013

ESSA É MARIA RAIMUNDA, LÍDER DO MST NO PARÁ, AMEAÇADA DE MORTE

Via blog Evidentemente de Jadson Oliveira



Sem medo de assumir a frente do Movimento dos Sem Terra em um estado onde eles são mortos pelos fazendeiros, Maria Raimunda segue em frente (Foto: Edinaldo Souza)


Por Ismael Machado, Diário do Pará/Agência Pública, de 29/07/2013



A frase foi dita em uma reunião entre latifundiários de Marabá, a 685 quilômetros de Belém: para enfraquecer o movimento dos Sem Terra no sudoeste do Pará bastava tirar quatro pessoas do caminho. Uma delas era Maria Raimunda César de Souza.

Maria Raimunda não ficou surpresa ao ouvir o veredito dos fazendeiros dias depois da reunião. Aos 39 anos, já foi ameaçada de morte e teve a prisão decretada em algumas ocasiões e sabe que é uma pedra no sapato deles. Afinal, ela é a diretora nacional do MST no Pará.

Em 2008 recebeu de um amigo um recado: era para se afastar de ações no município vizinho de Parauapebas. Um policial militar havia sido sondado para executar Maria Raimunda e outras três lideranças do MST na região. O policial a conhecia e não topou a empreitada. Pediu para avisá-la do risco que corria.

Viver sob esse tipo de tensão não é novidade para Maria Raimunda. Ela nasceu em Marabá, mas cresceu em Brejo Grande do Araguaia, a 100 km de Marabá. Era o auge da Guerrilha do Araguaia e a cidadezinha vivia com medo. “Quem mandava era o Exército. Toda a cidade era vigiada. Todos tinham que dormir em esconderijos subterrâneos por causa dos ataques de bomba. Eu fui crescendo nesse ambiente”, lembra.

No auge do conflito, a casa de farinha no quintal da casa em que morava com os pais foi escolhida pelo Exército para servir de alojamento aos soldados. Com o fim dos combates a residência passou a ser apoio de padres e freiras, principalmente dominicanos. O temido major Curió era presença constante em Brejo Grande do Araguaia. Junto aos ex-guias do Exército durante a campanha de combates aos guerrilheiros, Sebastião Curió impunha o terror.

“Minha opção de vida foi escolher entre o medo de calar e a defesa dos direitos humanos. Optei pela segunda via”, diz Maria Raimunda. A decisão veio cedo. Com menos de 12 anos, na primeira metade dos anos 80, já participava das comunidades eclesiais de base da igreja católica. 

Acompanhou marchas e mobilizações num período em que os crimes de pistolagem e a luta pela posse da terra atingiram o ápice no sul e sudeste do Pará.

Em 1993, Maria Raimunda mudou para Marabá para cursar Letras na Universidade Federal do Pará. Um ano depois ingressou no Diretório Central dos Estudantes (DCE). Era uma época de embates entre o MST e os latifundiários. Em Parauapebas, a fazenda Palmares era uma das primeiras ocupações em que o MST e as milícias organizadas pelos fazendeiros se enfrentaram. “Dávamos apoio a essas manifestações e aos poucos fui conhecendo o pessoal que fazia parte do movimento”.

Em 1996 ocorreu o massacre de Eldorado dos Carajás. Sangue, retaliações, violências. Maria Raimunda sentia que havia algo se modificando dentro dela e na situação agrária do Pará. Em 1998 ingressou no MST e, de cara foi enviada a Belém para atuar no escritório político da organização. Ficou seis anos em Belém. Acompanhou de perto as tensões envolvendo os assentamentos João Batista, em Castanhal, distante a duas horas de carro de Belém e as diversas ações de despejo e resistência do assentamento Mártires de Abril, no distrito do Mosqueiro. Tornou-se forte, acostumada à tensão e à resistência.

“Em Marabá ficou mais pesado. As ameaças são mais fortes. E é uma ameaça a toda luta. Os fazendeiros ‘fazem o serviço’. Eles querem ver o sangue derramar. Várias vezes recebi avisos de que poderia morrer. Muitas mensagens, gente dizendo para me cuidar, não viajar à noite, evitar ônibus, barzinhos, a não me expor”. Às vezes o telefone toca e do outro lado, só o silêncio ou uma respiração profunda. Pressão psicológica.

E há a pressão oficial. Desde 2006 Maria Raimunda assumiu a direção do MST. Todos os processos de ocupação de terra, todos os embates e confrontos com a polícia, fazendeiros ou mesmo com a Justiça, têm o nome dela à frente. Por conta disso, já teve pelo menos três prisões decretadas. “Tive de passar três meses foragida, de canto em canto, com a minha prisão preventiva decretada na região”.

A última foi no governo petista de Ana Júlia Carepa, depois do fechamento de pista na Curva do S, local do massacre de Eldorado dos Carajás, em protesto contra as milícias armadas nas fazendas do controverso banqueiro Daniel Dantas, espalhadas pelo sudeste do Pará.

Mas ela diz que sente ainda mais medo quando a situação parece mais tranquila.  “Quando baixa a poeira dessas tensões é que eu tenho mais medo. É na calmaria que os pistoleiros agem mais, quando estamos de guarda baixa. Mas o que a gente pode fazer? Não dá para parar a vida, deixar de viver. Tem que seguir em frente e é isso que eu faço”.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

DECISÃO STJ mantém condenação por improbidade de prefeito que pintou cidade de amarelo


Olha aí para os prefeitos que gostam de pintar tudo de amarelo

STJ mantém condenação por improbidade de prefeito que pintou cidade de amarelo O ex-prefeito Osvaldo Ferrari, de Boa Esperança do Sul (SP), terá de devolver aos cofres públicos os valores gastos com a pintura de prédios municipais de amarelo. Apelidado de “Marelo”, ele ainda pagará multa equivalente a duas remunerações que recebia, ficará impedido de contratar com o governo e terá direitos políticos suspensos por três anos. A Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou a condenação.

"Marelo" usava a cor amarela na campanha eleitoral, em camisetas e material de divulgação, como sua cartilha com o plano de governo. Depois da posse, passou a adotar a cor em bens públicos e de uso público, em uniformes escolares, embalagens de leite e prédios municipais. O logotipo do governo também seria similar ao da campanha, tendo inclusive a letra “M” ladeada de slogans e da inscrição 2001-2004, anos de seu mandato.

No recurso, o ex-prefeito afirmou que a Lei de Improbidade Administrativa (Lei 8.429/92) não seria aplicável aos agentes políticos, que deveriam ser regidos apenas pelo Decreto-Lei 201/67, que trata dos crimes de responsabilidade de prefeitos e vereadores. Afirmou também não ter havido dano ao erário nem intenção ímproba nos atos.

A ministra Eliana Calmon rejeitou as alegações. Ela esclareceu que a jurisprudência do STJ já está absolutamente pacificada quanto à aplicação da Lei de Improbidade a prefeitos, por ser plenamente compatível com o decreto sobre crimes de responsabilidade.

domingo, 28 de julho de 2013

DIFÍCIL INÍCIO: PAPA FRANCISCO ENFRENTA CRÍTICAS DE SUA PRÓPRIA CASA

                                                                                              Foto Internet


Está circulando na Internet  (recebemos via e-mail) este texto, alguns blog estão reproduzindo e o ananindeuadebates, entra no circuito. Como os outros blogs, não publicamos o nome que vem assinando o texto, pois não temos como checar a autoria.
Boa leitura.



 "Na reunião almoço com Bento XVI em Castel Gandolfo, o mesmo confiou ao papa Francisco que uma das causas que influenciaram a sua demissão foram as ameaças recebidas e por medo de ser envenenado, pois já estavam decididos a matá-lo,"


Se é verdade o que está relacionado, é realmente preocupante, só podemos rezar pelo Papa Francisco e desejar-lhe sucesso em sua gestão e que Deus possa protegê-lo 

COMEÇO DIFÍCIL: Ataques e críticas contra o Papa FRANCISCO 

Rebotes que circulam entre a comunidade da inteligência em Roma, Itália, indicam que os setores conservadores radicais da Igreja Católica Romana, lançaram duras críticas e ataques brutais contra o Papa Francisco, através da mídia, sites de redes sociais e sua atitude reformista.Entre os argumentos radicais entre católicos conservadores são: 

1. Papa Francisco rompeu com a tradição e ritual violando o Vaticano para realizar um lava-pés na Quinta-feira Santa fora dos muros do Vaticano, em uma prisão juvenil "mármore Casal" em Roma, incluindo dois muçulmanos e duas mulheres não-católicas. Este é um evento sem precedentes na história e na tradição dos rituais rígidos da Igreja Romana. O ritualismo Vaticano da Igreja Romana ao longo dos séculos, desde a sua fundação, tinha marginalizados e não são tidas em conta as mulheres nesses rituais. Os conservadores olhavam com horror esse "sacrilégio", o Papa sorridente Francis que ironicamente chamam 
"Papa piacione" termo pejorativo que se refere a alguém que sempre sorri e se dá bem com todos. 

2. A recusa do Papa Francisco a residir no apartamento papal no palácio do Vaticano, decisivo para a sua segurança pessoal residir na residência de Santa Marta, o Vaticano hotel de quatro estrelas, onde há muitas pessoas, e evitar o isolamento que envolve o papa a residir no Palácio do Vaticano.

Papa Francisco quer estar ciente do que está acontecendo ao seu redor e fora dos muros do Vaticano. No apartamento papal e subdivisão guardado seriamente, de certa forma, controlada e mediada, e mais importante, desinformados e à mercê de "hienas do Vaticano", o que estão planejando para remover o meio. 

3. Na reunião almoço com Bento XVI em Castel Gandolfo, o mesmo confiou ao papa Francisco que uma das causas que influenciaram a sua demissão foram as ameaças recebidas e por medo de ser envenenado, pois já estavam decididos a matá-lo, por isso que Bento XVI, em um movimento para neutralizar o atentado contra sua vida, tornou pública a sua renúncia com o que desarmou a tentativa de matá-lo. 

Abril. O alto poder entrincheirado na cúpula do Vaticano está totalmente contra os planos do Papa para a reforma Francisco, que é modificar a pompa, ritualismo, luxo e ostentação da Igreja Católica Romana. (Francisco tem um desejo secreto e o pensamento de permitir as mulheres entrar no sacerdócio católico, que seria um terremoto como efeito internamente nos ensotainados). 

De Maio. A Cúria Romana e os grupos de poder rejeitam o fato de o Papa Francisco fazer um apelo público à Igreja Católica para reforçar o diálogo e as relações com o Islã. Ele é acusado de ser de uma teologia relativista.



Junho. Papa Francisco marginalizado do Vaticano porque lá é o mais antigo local de lava-pés cerimônia de lavagem em Quinta-feira Santa e ele o fez em outro lugar.



Julho. Eles acusam o Papa Francisco de ignorar regras e regras da Igreja Católica Romana, porque, do jeito que o Papa está agindo sem consultar ou pedir permissão de ninguém para fazer exceções sobre a forma como as regras da igreja se relacionam com ele. 

Agosto. A organização Opus Dei "Dios>



9. O promotor anticorrupção Romano fez apreensão significativa de centenas de caixas de documentos que comprometem e envolve finanças do Vaticano e pessoas importantes para a "máfia" e gigantesca lavagem italiana, operações e desfalque em um complicado mecanismo do Vaticano para o dinheiro desaparecer.

Este escândalo é o "Sansão", que vai derrubar as colunas que sustentam a Capela Sistina e todos os edifícios reluzentes e estrutura do Vaticano luxuoso. 

10. Tanto o "Opus Dei", como a "Maçonaria Illuminati" importante e setores influentes bancários, setores econômicos mafiosos italianos, os próprios cardeais são a "máfia do Vaticano por se sentirem" em perigo iminente pelo confisco dessas caixas extremamente comprometedoras, documentos pela corrupção do procurador romano, e pelo Papa Francisco que tem toda a intenção de limpar e colocar controles sobre as finanças do Vaticano e de todas as empresas e investimentos bilionários do estado religioso. 

11. Outra situação que tem extremamente irritado e furiosos esses grupos eram sempre o poder atrás do poder. É que o papa Francisco concorda que os infratores de batina que vivem na área do Vaticano, refugiados, escondidos, de frente para a lei evadidos. Papa já emitiu instruções que quem processa com contas pendentes ou acusações criminais, deixarem o chão do Vaticano porque, em seu pontificado, o santuário do Vaticano não será de infratores ... 

Imaginem o que é ....!

Deus o proteja dos lobos, que 
em grande número, estão começando a circular em volta da caça! 

Oremos por ele. Precisa de nossa ajuda, de todos os CATÓLICOS DO MUNDO.

APOIEMO-LO.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Artigo de Atnágoras Lopes: Enquanto as ruas pedem mais investimentos, governo anuncia “cortes” e ataca previdência pública!,

Via Site do Sticmb

Por Atnágoras Lopes Membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas. 
 
Enquanto as ruas pedem mais investimentos, governo anuncia “cortes” e ataca previdência pública! Com cortes anunciados, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, não repassará R$ 4,5 bilhões ao INSS e ainda suspenderá a convocação de servidores concursados, conforme defende a presidente Dilma. O anuncio do corte de R$ 10 bilhões nas “despesas”, andou longe de atender as expectativas do “mercado”. Esse é o centro da crítica que faz a grande mídia e os economistas liberais de plantão. No fundo eles defendem a mesma coisa que o Governo: manter intacto os compromissos com o pagamento (sangria) da dívida pública. No que isso dialoga com o clamor das ruas? Em absolutamente nada. Na verdade, se observado a fundo, esse “corte”, mesmo nos itens como passagens, diárias e locação de veículos, entre outros, quando efetivados (e já vimos isso antes), de fato só afetará as condições de trabalho de vários servidores, especialmente os que têm como principal atividade a fiscalização e combate aos diversos crimes praticados contra o país e contra as pessoas. Leia mais

O PAPA FRANCISCO CONSIDERA RECEBER NO BRASIL O GRANDE TEÓLOGO DA LIBERTAÇÃO

Via blog Evidentemente de Jadson Oliveira
Leonardo Boff, numa foto de 2006 (R. Gutiérrez)

Segundo Leonardo Boff, Francisco disse que pretende recebê-lo, mas só depois de terminar a reforma da Cúria

A teologia de Francisco é a de Amós, e não a de Marx

Os teólogos da libertação apoiam o início do papado de Francisco

, do Rio de Janeiro, no sítio do jornal espanhol El País, de 23/07/2013


Ao chegar ao Brasil, o papa pediu um exemplar do livro recém publicado do teólogo ”rebelde” Leonardo Boff, intitulado Francisco de Assis e Francisco de Roma, em que analisa a ruptura que este papa está fazendo na Igreja, com a volta às origens do cristianismo.

“Entreguei o livro ao arcebispo do Rio, monsenhor Orani Tempesta, e ele o entregou ao Papa”, disse-me Boff, que estava de saída para o aeroporto, a caminho de encontros com mais de mil jovens em Santa Catarina e em São Paulo.

Sobre a possibilidade de que Francisco queira se encontrar com o teólogo brasileiro que Bento XVI, o seu antecessor, condenara ao silêncio quando era prefeito da Congregação da Fé, Boff explicou: “Não pude cancelar um compromisso assumido há muito tempo com jovens com quem vou conversar. Por isso, só estarei no Rio no sábado, último dia da visita do Papa.”

Porém, Boff contou o seguinte: “Uma amiga do papa do tempo em que era arcebispo de Buenos Aires e com quem ele fala por telefone toda semana, me disse que lhe perguntou se pretendia me receber e a resposta foi ‘Sim, mas só depois de concluir a reforma da Cúria’.”

Neste caso, o encontro seria oficial, o que não impede que Francisco se encontre no Rio com o teólogo franciscano, um defensor ferrenho da revolução que ele está fazendo na Igreja e que Boff chama de “ruptura”.

Boff confirmou o que havia declarado ao jornal O Globo: Francisco pode reabilitar os mais de 500 teólogos condenados pela Igreja quando foi comandada por Ratzinger e Wojtyla, mas ele acredita que isso não ocorrerá “enquanto Bento XVI viver”.

domingo, 21 de julho de 2013

Férias do Blog

Tiramos uns dias de férias para recarregar as baterias blogosféricas,  voltamos dia 01 de agosto com fé em Deus. 

terça-feira, 16 de julho de 2013

Por que os trabalhadores não são notícias?

  Via Blog Evidentemente de Jadson Oliveira

 

HÁ QUE DERROTAR O OLIGOPÓLIO INFORMACIONAL

mídia
A mídia a serviço dos poderosos
Por Elaine Tavares - de Florianópolis - reproduzido do Correio do Brasil, de 13/07/2013

O Primeiro Seminário Unificado de Imprensa Sindical, promovido por um grupo de sindicatos de Florianópolis, partiu de uma pergunta, praticamente retórica: por que os trabalhadores não são notícias? Ora, essa questão tem uma resposta óbvia. Vivemos em processo de luta de classe no sistema capitalista que é predador. E, nesse sistema, quem detém o poder é quem determina o que sai na imprensa.
A mídia comercial nada mais é do que uma ventríloqua do sistema. Através das bocas alugadas sai a matéria prima que sustenta a classe dominante. Por isso, as lutas dos trabalhadores não interessam à mídia, a não ser como possibilidade de sujar, embaralhar e enganar a população. Trabalhadores em luta são sempre vândalos, baderneiros, bando. Agora, nos protestos das últimas semanas, em Santa Catarina, ouvimos o coronel da polícia dizer claramente: “protegemos os manifestantes porque não são sindicatos, nem movimentos de trabalhadores, é a sociedade”. Ora, e o que são os trabalhadores senão a sociedade? Para a classe dominante não. Assim, compreendendo isso parte do problema se esclarece.
Os trabalhadores não são notícia porque suas lutas não interessam ao sistema. Dito melhor, essas lutas, que aparecem como desestabilizantes, precisam ser escondidas ou deturpadas. Por isso aparece quase como uma ingenuidade a ideia de “mais democracia” nos meios de comunicação. Aos grandes meios não há que pedir melhorias, há que tomá-los! Como? Essa pergunta ainda não tem resposta, mas é para ela que temos de caminhar.
Nesse universo de controle oligopólico da informação por parte dos meios comerciais – seis famílias ou grupos controlam tudo que vemos, lemos e escutamos – estamos nós, os chamados meios alternativos, populares ou comunitários. E a pergunta que se faz necessária é: disputamos, de fato a hegemonia? Uma rádio comunitária, como é o nosso caso do Campeche, que poder tem diante do oligopólio? Como constituir uma audiência que de fato dispute com o Jornal do Almoço ou o RBS Notícias? Podemos fazer isso ou apenas atuamos na resistência?.
A Rádio Campeche se diferencia de muitas rádios comunitárias porque foi criada desde a luta mesma. Nasceu da articulação orgânica de vários movimentos que já atuavam no bairro do Campeche na luta pelo plano diretor, pelo saneamento, pela qualidade de vida. Esses movimentos foram os que decidiram criar a Associação Rádio Campeche. Então, ela é fruto legítimo da organização comunitária. Está no ar, 24 horas, desde 2004, embora tenha iniciado sua programação ao vivo só em 2006. Tenho o privilégio de fazer parte do grupo que instituiu o primeiro programa ao vivo, o Campo de Peixe, no ar até hoje.
Nossos programas abrem os microfones para a comunidade e tudo que acontece no sul da ilha passa por ali, embora não tenhamos um programa específico de jornalismo diário. Ainda assim, todos os programas ao vivo tem o compromisso de trazer a voz da comunidade. Alguns conseguem mais outros menos.
Tivemos momentos importantes no bairro que mostram a força da rádio, como no caso do “Bar do Chico”, espaço histórico da comunidade que foi derrubado pela prefeitura. Nos dias em que vinham as máquinas, havia uma chamada à população pelos microfones da rádio, as gentes acorriam ao bar, protegendo-o, e isso impediu muitas vezes que a prefeitura o colocasse no chão. Tanto que só conseguiram fazê-lo porque trouxeram as máquinas de madrugada, quando a comunidade dormia.
Também quando ocorrem grandes chuvas e alagamentos, os líderes comunitários aportam na rádio para informar e organizar a comunidade. São coisas que definem o nosso trabalho. Mas, sabemos que 30 segundo no RBS Notícias podem por abaixo todas as informações que divulgamos durante os programas. Um exemplo disso foi a luta que travamos contra a destruição de parte da mata atlântica para a realização de um show do cantor estadunidense Ben Harper.
Durante semanas fizemos campanha contra a derrubada das árvores, pela segurança das gentes e tivemos o apoio da comunidade. Mas, a entrada da RBS no tema fez com que muita gente se voltasse contra nós, acusando-nos de “contra o progresso”. Conseguimos barrar a derrubada das árvores, mas o show aconteceu.
Nesse sentido é importante ressaltar que os meios de comunicação comunitários são importantes, é fato, mas, sozinhos, não conseguem competir com eficácia diante da alienação e confusão provocadas pela grande mídia. Nossa única chance como meios alternativos e comunitários é unir as forças e potencializá-las. Essa outra informação, que forma, que contextualiza, que esclarece, precisa estar em rede. Temos de reproduzir uns aos outros, formar grupos, replicar as notícias de cada um. Isso funciona em alguma medida, mas não é suficiente. A verdadeira saída é controlar os meios massivos. E, para isso, o desafio maior é o de mudar o estado, avançar para uma democracia participativa. Vai daí que essa é uma luta gigante a ser travada.
Agora estamos aí discutindo a lei de meios. Essa novidade começou com a Venezuela em 2004 , quando criou uma lei específica da comunicação que foi uma revolução no setor. Mas a Venezuela estava em processo de transformação, com o povo organizado e nas ruas, querendo mudança. Tanto que levaram dois anos discutindo, com ampla participação das gentes, o que resultou numa lei extremamente completa e democrática. Depois vieram leis similares na Argentina, na Bolívia, no Equador. Todos esses países estão em processo de transformação da forma de ser estado, com ampla participação popular nos debates, com movimentos sociais muito fortes, gente com poder de decisão.
No Brasil estamos tentando dar foco nessa questão, mas qual é a nossa chance? Temos uma Federação de Jornalistas extremamente formalista, sem perfil popular, que não encaminha lutas no chão da vida. Temos o fórum de democratização da comunicação e o Intervozes que estão nesses debate, mas são financiados por fundações estrangeiras, do tipo Ford. Isso é problemático, uma vez que sabemos muito bem qual é o papel dessas fundações estadunidenses no mundo: desmobilizar, desfazer, desestruturar.
Temos um Congresso Nacional dos mais conservadores, com ampla bancada de proprietários de meios de comunicação. Assim, como vamos avançar para uma lei de meios se não tivermos uma sociedade em ebulição como é o caso dos países já citados? Se esse debate não se encarnar na vida real, nos movimentos sociais, nos sindicatos, corremos o risco de construir uma lei de meios minotáurica, disforme, formal, não revolucionária.
Então, o papel dos trabalhadores e imprensa sindical é bem mais importante do que apenas compreender como fazer as notícias das lutas saírem nos jornais. Enquanto esses jornais, rádios e TVs estiverem na mão da classe dominante nada vai mudar. É preciso dar combate para construir uma outra forma de ser estado, com verdadeira participação popular. O Vito Gianotte tem falado aí há anos sobre isso, sobre os sindicatos se unirem e construírem veículos massivos de comunicação, mas a gente vê que a coisa não avança. Poucos usam dos seus meios de comunicação para tratar de assuntos fora do mundo do trabalho. Preferem apostar em proselitismo, em discursos vazios.
Os trabalhadores precisam de informação de qualidade, de análise sobre o que acontece no mundo, na aldeia. Eles não são otários. E temos de dar a eles uma “fina iguaria”, como dizia o grande repórter Marcos Faermann. Mas, fundamentalmente, temos de dar batalha a esse estado, fomentar a rebeldia, a desconstrução, a transformação. Sem isso, só faremos remendos…
Elaine Tavares é jornalista e editora do blog Palavras Insurgentes.
 
Titulo do Blog Ananindeuadebates

domingo, 14 de julho de 2013

Entrevista a TV Brasil: Atnágoras Lopes, secretário executivo da CSP Conlutas fala sobre o Dia de Paralisação nacional







Muita gente que está ali vai votar na Dilma.. muita gente vai rejeitar o projeto politico que é o PSDB



Nesta Entrevista o líder comunitário e ativista social Joclau, fala das manifestações que tomam conta do Brasil. e afirma que os manifestantes irão votar em Dilma em 2014 e vão rejeitar o projeto do PSDB

quinta-feira, 11 de julho de 2013

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Greve de ônibus amanhã

Amanhã (11/07) acontece o Dia de Paralisação, Greves e Manifestações em todo Brasil, os ônibus não devem circular em Belém e em toda Região Metropolitana, o Sindicato dos Rodoviários filiado a CUT, uma das centrais que estão articulando a Paralisação Geral , deve parar a circulação de ônibus, acreditamos.
A CSP Conlutas, CUT, UGT CTB e outras centrais, realizam um ato amanhã em frente a prefeitura de Belém a partir das 07h30min e depois saem em caminhada para o CIG (Centro Integrado de Governo) na Avenida Nazaré, encontrado lá a massa operária da construção civil, comandada pelo forte Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Belém, filiado a CSP Conlutas. Também deve reforçar o movimento os servidores públicos comandados pelo Sepub filado a CTB, que trava uma luta para que os servidores do Sistema Penal não sejam demitidos pelo governo Jatene (PSDB). 

Amanhã o Pará deve parar

 Os Sindicatos junto com os estudantes e partidos de esquerda devem realizar a maior paralisação dos últimos 20 anos no Brasil.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Vereador Cleber Rabelo (PSTU), fala da Greve Geral de quinta-feira (11/07)

Cansados de esperar pela prefeitura de Ananindeua, moradores tapam buraco na Cidade Nova

Por 4 meses  esse buraco ficou aberto

Prefeitura fez  serviço "meia boca"e abandonou os moradores

Cansados de esperar por 2 meses, para a  prefeitura concluir o serviço, jovens moradores da We 64 resolveram fazer o serviço

Trabalho concluído: moradores vão convidar o Prefeito Pioneiro para inauguração da obra

Obs. Localização do buraco WE 64 rua entre Y. Yamada e o Líder

quarta-feira, 3 de julho de 2013

CSP Conlutas e outras centrais vão parar o Brasil dia 11 de julho

Via site Sticmb
Nosso país está sendo sacudido nas últimas semanas por grandes manifestações de rua. O povo está indo às ruas, com a juventude à frente, para cobrar dos nossos governantes solução para as mazelas que afligem a vida de todos: além do transporte, saúde, educação, moradia, inflação, violência policial, corrupção, desmandos dos políticos, entre muitas outras.
A classe trabalhadora brasileira precisa ocupar o seu lugar nesta luta, entrar nela com todas as suas forças, de forma organizada, e em defesa de suas reivindicações. Somos parte e apoiamos as manifestações que estão nas ruas, apoiamos suas bandeiras. Precisamos com nossa ação, fortalecer esse processo de lutas e agregar às bandeiras das ruas, as reivindicações da nossa classe.
O dia 11 de julho foi definido pelas centrais sindicais – além da CSP-Conlutas, a Força Sindical, CUT, CTB, UGT, NCST, CGTB, CSB – como um dia de greves, paralisações e manifestações de rua, para cobrar do governo e dos patrões o atendimento de nossas reivindicações:
- Reduzir o preço e melhorar a qualidade dos transportes coletivos;
- Mais investimentos na saúde e educação pública;
- Fim do fator previdenciário e aumento das aposentadorias;
- Redução da jornada de trabalho;
- Fim dos leilões das reservas de petróleo;
- Contra o PL 4330, da terceirização;
-  Reforma Agrária
A estas reivindicações, obviamente, podem agregar-se outras que cada categoria achar adequado e que ajude a mobilizar os trabalhadores.
Organizar a greve e os protestos em todas as categorias
- Esta é a tarefa imediata de todos os sindicatos: convocar assembleias, fazer reuniões por local de trabalho, fazer agitação política na base, informando a categoria sobre a natureza e os objetivos da mobilização, etc.
-  Os ativistas de oposição devem cobrar a realização de assembleias dos sindicatos onde atuam para decidir sobre a paralisação.
- Procurar as demais entidades nos estados para tentar coordenar os esforços para a paralisação e as manifestações que acontecerão.
- Lembremos que alem da construção da greve e da defesa da pauta comum definida pelas centrais, há também a necessidade de expormos aos trabalhadores todas as nossas opiniões acerca do processo em curso. É fundamental para nos delimitarmos das centrais que apoiam o governo. Portanto é fundamental que a CSP-Conlutas tenha um material próprio de agitação e informação (boletim, jornal, etc). Este material deve ser amplamente distribuído na nossa base
e em todas as outras bases onde consigamos chegar. Alguns estados já estão providenciando. Os que não se sentirem em condições de fazê-lo devem contatar a sede nacional.
De quem vamos cobrar o atendimento destas reivindicações?
Muitas das reivindicações dos setores que representamos serão cobradas dos patrões diretamente, nas campanhas salariais ou fora delas. No entanto, a maior parte dos problemas que afetam a classe trabalhadora foram causados pelas decisões dos governo e dependem de decisões do governo federal, e também dos governos estaduais e municipais, para serem solucionados.
É para cobrar destes governo, portanto, que faremos greves e manifestações no dia 11 de julho. O governo Dilma tem demonstrado muita disposição quando se trata de atender interesses das grandes empresas e dos bancos. Pois queremos que atenda reivindicações dos trabalhadores.
Os dirigentes do Congresso Nacional estão dizendo que estão atentos à cobrança das ruas. Pois bem: queremos que seja colocado em votação a derrubada do veto à lei que acaba com o fator previdenciário; queremos que seja arquivado o PL 4330 (das terceirizações) e o PL 092 (que permite privatizar o serviço público).
O primeiro passo de uma longa jornada
Este dia de luta e estas bandeiras implicam em um passo importante no sentido de nossa classe entrar na luta. No entanto é apenas um primeiro passo. Para que se criem condições de resolver os problemas apontados nas manifestações de rua, e para atender as necessidades dos trabalhadores é preciso mudar profundamente as coisas no Brasil. Precisamos cobrar do governo a suspensão do pagamento da dívida externa e interna, que todo ano destina metade do orçamento do país aos banqueiros e grandes especuladores. Só assim haverá recursos para investir na educação, moradia, transporte e na saúde pública.
Precisamos parar as privatizações (a começar com o fim dos leilões das reservas de petróleo) e reverter as que já forma feitas, recuperar o patrimônio público que foi entregue a preço de banana para empresas privadas a preço de banana. Sem isso não há soberania nem futuro para o país. O governo precisa de parar de dar dinheiro público para as grandes empresas, para que haja recursos para financiar as políticas públicas que melhorem a vida do povo.
É preciso acabar com o domínio dos bancos sobre o nosso país. O povo brasileiro trabalha a vida inteira apenas para enriquecer banqueiros. É preciso estatizar o sistema financeiro, de modo que o sistema bancário possa estar a serviço de promover crédito barato para a população e para financiar aquilo que for de interesse da população.

 Nenhuma destas mudanças será feita sem muita luta contra, pois nenhuma destas medidas cabe dentro do modelo econômico aplicado no país pelo governo Dilma (e reproduzido nos estados e municípios pelos governadores e prefeitos). Por isso é importante entender que nossa luta está apenas no começo. Que o dia 11 seja prenuncio de uma jornada duradoura e que só termine quando mudarmos o país!
O desafio das centrais sindicais e sindicatos de todo o país
Em toda luta que se pretenda vencer é preciso saber contra quem lutamos. A jornada que ora se inicia tem como objetivo fortalecer as mobilizações em curso para mudar o país e melhorar a vida dos trabalhadores e do povo pobre. Essa mudança só será possível houver uma inversão completa do modelo econômico que se aplica no país hoje. Trata-se de um modelo todo voltado para favorecer os bancos, as empreiteiras, as grandes empresas e o agronegócio. Leia mais no site do Sticmb

terça-feira, 2 de julho de 2013

Condenado de justiça por roubo é nomeado Agente Prisional no Pará

Coletiva a Imprensa
Em entrevista Coletiva a Imprensa hoje a tarde na sede da CTB, a direção do Sepub e o Presidente da CTB Marcus Araujo, apresentaram um relatório sobre a situação caótica que vive o Sistema Penal e denunciaram a nomeação de um condenado de justiça (por roubo) como agente prisional, feita pelo Superintendente da Susipe Ten. Cel. PM André Luiz de Almeida Cunha. O Sepub e a CTB enviaram ofício ao governador Jatene, denunciando e pedindo providências:

Exmo. Sr. Simão Jatene
Governador do Estado do Pará
Nesta

Senhor Governador,

Vimos a Vossa Excelência solicitar providências relativas ao Sistema Penal do Estado do Pará, em decorrência das declarações do Superintendente Estadual, Ten. Cel. PM André Luiz de Almeida Cunha que, através da imprensa de nosso estado atacou de forma covarde e desleal os trabalhadores daquele Sistema.

Ao tempo que o Senhor Superintendente faz acusações vazias, sem qualquer comprovação ou objeto, ele faz nomeações, publicadas no Diário Oficial do Estado de 18.06.13, para a função de Agente Prisional, a partir do dia 11.06.13, de cidadão com pendências na Justiça de nosso Estado, com pena ainda a ser cumprida e outros crimes, com julgamentos a serem realizados, para atuar no Sistema Penal.

O cidadão em questão é condenado por roubo qualificado, com uso de violência e uso de arma e participação de terceiras pessoas. São ocorrências nos municípios de Ananindeua, Santa Izabel, Belém, com fatos ocorridos em diversos momentos. Encontra-se o mesmo como condenado de justiça em um processo e ainda em situação de soltura provisória, ainda sem julgamento definitivo, em 3 (três) outros processos.

Após as declarações do Senhor Superintendente acerca de existência de servidores públicos, efetivos ou temporários, mancomunados com o crime dentro das Casas Penais, facilitando irregularidades a soldo dos apenados vimos essa nomeação realizada pelo Senhor André, como uma tentativa de criar uma situação de “verdade” dentro do sistema quando na realidade é um factoide perigoso e de consequências imprevisíveis.
Entendemos ser justo e adequado a política de recuperação dos internos do sistema penal, de homens e mulheres que, tendo cometido crimes e ajustado as contas com a Justiça e a Sociedade, possam ser reintegrados de forma digna.

Porém, utilizar-se pessoas ainda com contas a acertar devido a crimes cometidos, de forma violenta e, colocando-as para servir exatamente dentro da estrutura penal, nas casas de detenção, junto a pessoas em cumprimento de penas por delitos cometidos e julgados. Nesse caso, avaliamos uma situação perigosa para os demais servidores do sistema, para os apenados e para os próprios cidadãos colocados nessa situação.

Dessa forma, vimos solicitar o cancelamento daquela nomeação e que o Estado do Pará possa refazer a declaração acerca dos servidores que diuturnamente labutam em benefício da sociedade, mesmo que em condições adversas, com enormes dificuldades de baixos salários e falta de estrutura e ainda tem de sofrer esse tipo de achincalhe.

Em anexo encaminhamos cópia dos documentos acerca do tema tratado neste ofício, certo de sua atenção e no aguardo de sua manifestação, colocando-nos a seu dispor para esclarecimentos adicionais,

Atenciosamente,

José Marcos de Lima Araujo Ezequiel Sarges Cavalheiro
Presidente CTB Pará Presidente SEPUB Pa

Mario e Ezequiel Sarges (diretor e presidente do Sepub) Marcos Araujo Presidente da CTB,

                                                                                   Fotos Rui Baiano Santana