sábado, 30 de novembro de 2013

Artigo de Atnágoras Lopes: Lucro, FIFA, pressa, impunidade e falta de segurança matam dois operários do “Itaquerão”!

Atnágoras Lopes executiva da CSP Conlutas

A queda de um guindaste de 500 toneladas matou dois operários na obra do estádio do Corinthians, que pretende sediar a abertura da Copa do Mundo, neste último dia 27 de novembro de 2013. Segundo noticiários, o acidente, que matou Fábio Luiz Pereira (42) e Ronaldo Oliveira dos Santos (44), ocorreu durante o intervalo do almoço; se assim não o fosse, a tragédia, lamentavelmente, poderia ser ainda maior.

Agora, a dor e a incerteza tomam conta das famílias desses operários da construção. Quem será condenado por essas mortes? O que de fato causou o acidente? Como ficará a segurança para os demais operários, a obra terá de ser concluída? E a Odebretch será responsabilizada criminalmente, afinal eles eram terceirizados? E por quê? O Corinthians? Os governos? A FIFA? Diante de uma tragédia dessas nem o Ministério do Trabalho acatou a solicitação do sindicato da categoria, que pediu que a obra fosse embargada para que se garantisse a perícia investigativa do acidente. Tudo se repete!

Como disse o comentarista Juca Kfoury, “A Copa está manchada com o sangue de mortos nas obras…”, pois antes dessas duas mortes, pelo menos quatro outros operários foram mortos em acidentes de trabalho na construção de estádios de futebol nos últimos dois anos. Um morreu na construção do estádio no Amazonas, mais um no estádio de Brasília, e ainda outros dois operários mortos nas obras dos estádios do Grêmio e do Palmeiras. Desgraçadamente, para a FIFA, nada disso importa, a não ser se o “ocorrido” comprometerá ou não a “festa” de abertura da Copa do Mundo.

Essas mortes são a expressão mais visível de uma escalada de acidentes que, praticamente em todos os anos, torna o setor da construção um dos recordistas em número de mortes por acidente de trabalho. Eis um grande exemplo de onde o lucro segue infinitamente acima da vida, com a conivência dos governantes que, diga-se de passagem, despejam bilhões de recursos do BNDES e CEF (dinheiro público) nas mãos das empreiteiras, e depois os retribuem com centenas de milhares de reais em doação para suas campanhas eleitorais.

Quem paga o alto preço da perda, da dor e da impunidade são os trabalhadores dessas obras e, consequentemente, suas famílias. Também o que se tem visto é o avanço da precarização, da terceirização e da superexploração dos operários espalhados pelas milhares de obras, pública e privadas, espalhadas pelo nosso Brasil, bem como o aumento da criminalização dos operários da construção, quando os mesmos lutam por melhores condições de trabalho.

Neste momento, estão em greve os operários de Belo Monte e de SUAPE, são dezenas de milhares em luta contra essa insuportável situação. Contra todos estes, estão as empreiteiras e seus lucros, a impunidade para os responsáveis por nossas mortes, a conivência dos governantes e, especialmente nesse ano, também a FIFA. É fundamental que a luta siga até que os trabalhadores conquistem um mundo mais justo e, nesse momento, que essas lutas honrem os nossos mortos e confortem a dor dos que perderam seu convívio.

Operários mortos em acidentes de trabalho?

Presentes!

Por Atnágoras Lopes, membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

BARAFUNDA BRASILEIRA

     Via blog Evidentemente de Jadson Oliveira
                  
 
No Brasil, a esquerda está no poder? Suponhamos que sim. Mas quem são os líderes de sua base aliada? Todos conhecemos sobejamente: Sarney, Collor, Renan Calheiros, Jáder Barbalho, Maluf, Romero Jucá, Kátia Abreu...

Por Frei Betto (foto) - do sítio web do jornal Brasil de Fato, de 28/11/2013

Faustão é mestre em lembrar expressões populares que padeceram com o tempo. Arrastão já foi trabalho de pescadores e, hoje, é assalto coletivo em grandes concentrações urbanas. Quem ainda diz “mandar brasa”, “sujeito pau”, “aquele broto” ou “mocorongo”?

Deonísio da Silva, mestre em nosso idioma, escreveu o imprescindível “De onde vêm as palavras” (Mandarim), desnudando-as em suas etimologias, significados e empregos.
Palavras, como tudo, se gastam com o tempo. Perdem o brilho, o significado e, portanto, o uso. É o caso de direita e esquerda. No tempo da bipolaridade mundial entre capitalismo e socialismo, elas demarcavam terrenos nítidos. Hoje, o que é ser de direita ou de esquerda?

No Brasil, a esquerda está no poder? Suponhamos que sim. Mas quem são os líderes de sua base aliada? Todos conhecemos sobejamente: Sarney, Collor, Renan Calheiros, Jáder Barbalho, Maluf, Romero Jucá, Kátia Abreu...

Como um governo de um partido de trabalhadores pode se dar tão bem com o patronato brasileiro e manter relações tensas com movimentos sociais, como indígenas e sem terra?

Fora o PSDB e alguns pequenos partidos, todos os setores conservadores da sociedade brasileira apóiam o governo, incluindo empreiteiras, bancos e mineradoras, principais fontes de financiamento de campanhas eleitorais. Espero que a reforma política – quando houver – impeça candidatos de receberem grana de pessoas jurídicas, e as doações de pessoas físicas fiquem limitadas ao teto de um salário mínimo.

Agora estão presos companheiros meus na luta contra a ditadura, como Dirceu e Genoíno. Todos foram condenados por juízes nomeados, em sua maioria, pelo governo petista. Considero ilegal, injusta e despropositada a maneira como foram detidos na data da Proclamação da República. Fazer espetáculo com a dor alheia é tripudiar sobre a dignidade humana.

Aliados do governo acusam a grande mídia de conivência com a espetacularização do julgamento. Por que então o Planalto não dá andamento aos projetos de regulamentação e democratização da mídia? Por que não impede a formação de oligopólios? Por que a publicidade financiada pelo governo federal privilegia exatamente veículos de oposição do Planalto?

Em dez anos de governo petista, o Brasil melhorou muito, graças ao aumento real do salário mínimo, à redução do desemprego, à política externa independente, à solidariedade aos governos progressistas da América Latina e aos programas sociais – embora eu lamente que o Fome Zero, emancipatório, tenha sido trocado pelo Bolsa Família, compensatório.

Amigos “de esquerda” se queixam que os aeroportos estão demasiadamente cheios de famílias de baixa renda. No Nordeste, o jegue foi trocado pela moto. E as multinacionais automotivas continuam a entupir nossas ruas de carros, sem que haja investimento em transporte público.

É o efeito tostines: no Brasil, o produtos são caros porque dependem do sistema rodoviário? Ou os produtos são caros porque os caminhões são abastecidos com petróleo? Temos 8 mil quilômetros de litoral, rios caudalosos navegáveis, e quase nenhuma navegação comercial. E quando se fala em ferrovia se pensa no trem-bala, capaz de transportar a elite no circuito Campinas-São Paulo-Rio e não em trilhos que cortem o país de ponta a ponta, facilitando o escoamento barato de nossa produção.

Sim, o atual governo é muito diferente do governo FHC. E muito semelhante. Prometeu investigar as privatizações – “herança maldita” – do governo anterior, e ficou o dito pelo não dito. E adotou o mesmo procedimento: privatização do Campo de Libra, que abriga petróleo, um produto estratégico; e de rodovias, portos e aeroportos, sem prestar atenção na queda do lucro da Vale após ser privatizada e do valor das ações da Petrobrás depois que 60% delas passaram às mãos do capital privado e na falência da Vasp. E não houve nenhuma iniciativa de reestatização, como fez Evo Morales na Bolívia.

Segundo o IPEA, órgão federal, a desigualdade social entre os mais ricos e os mais pobres no Brasil é de 175 vezes! Por que não são tomadas medidas estruturais para reduzi-la? Em 10 anos de governo petista, houve apenas uma reforma estrutural no Brasil, a da Previdência do funcionalismo público, que favorece o capital privado.

Enquanto o orçamento da República destinar mais de 40% do nosso dinheiro para pagar juros, amortização e rolagem da dívida pública, e menos de 8% para a Saúde e a Educação, o Brasil continuará sonhando em ser o país do futuro.

Frei Betto é escritor, autor de “O que a vida me ensinou” (Saraiva), entre outros livros.
 

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Deputado ZÉ GERALDO EXIGE APURAÇÃO DE FRAUDE ELEITORAL no PED do PT Pará

ZÉ GERALDO EXIGE APURAÇÃO DE FRAUDE ELEITORAL EM PARAUAPEBAS

O Partido dos Trabalhadores – PT é o único partido do mundo que realiza, periodicamente, eleições diretas para a sua direção partidária em todos os níveis, numa importante demonstração de democracia direta e representativa.

O atual Processo de Eleições Diretas do PT (PED) foi coroado de êxito em todo país. No Estado do Pará, tanto no primeiro, quanto no segundo turnos, transcorreu normalmente, em todos os municípios. Por isso, na condição de candidato a Presidente do Diretório Regional do PT do Pará, nós exigimos a rigorosa apuração da denúncia de fraude no processo eleitoral do segundo turno, realizado no município de Parauapebas, uma vez que, na nossa avaliação, compromete o resultado do pleito, com a introdução artificial e irregular de mais de 400 votos, alterando o resultado e desrespeitando a vontade soberana do conjunto dos filiados paraenses que foram às urnas no último dia 24 de novembro.

Pelo depoimento de vários filiados e militantes do PT de Parauapebas, inclusive de um dos fundadores do PT do Pará e que foi Secretário Municipal por 8 anos, a hipótese mais provável é que o crime eleitoral tenha ocorrido mediante o seguinte “modus operandi”:

1. Foram instaladas 04 urnas, pró-forma, para que os eleitores que eventualmente comparecessem pudessem votar;

2. Estima-se que menos de trezentos filiados compareceram para votar no segundo turno. Não houve a mobilização e transporte de eleitores, à exemplo do primeiro turno, quando 03 candidatos disputaram a presidência municipal e votaram pouco mais de 600 filiados. Contudo, o resultado informado é de 714 votos para Milton Zimmer e 28 votos para Zé Geraldo, sem falar dos votos nulos e brancos.

3. As eleições foram encerradas as 17h00 e Parauapebas foi o primeiro município do Estado a anunciar o resultado, precisamente as 17h50, mesmo sem ter chegado a urna da zona rural. A hipótese é que sequer conferiram as poucas cédulas coletadas nas 04 urnas.

Caso seja necessária a judicialização da denúncia, vamos requerer ao delegado, que ficará responsável pelo caso, a reconstituição material do crime.

Ontem, dia 26 de novembro, representantes da nossa candidatura foram covardemente agredidos na Sede do PT de Parauapebas, pelos militantes conhecidos como Parazinho e Professor Pedro, quando foram entregar formalmente o Recurso à Comissão Organizadora Eleitoral (COE). Registraram ocorrência policial e esperamos que também este crime, de lesão corporal, seja apurado e punidos os responsáveis. Esta reação violenta, somada à negação do acesso à documentação das eleições reforça a suspeita de fraude, uma vez que, “quem não deve não teme”. Nossa solidariedade aos companheiros agredidos.

O prazo para que os municípios encaminhem a documentação das eleições para a Direção Regional do PT estende-se até esta sexta-feira. Temos recebido informações de que vários filiados estariam sendo visitados para assinar, de próprio punho e de forma retroativa, uma nova lista de votação, com a clara intenção de refazer e maquiar a documentação oficial.

Por isso, pedimos encarecidamente aos filiados do PT de Parauapebas, que eventualmente forem sendo procurados, para que NÃO ASSINEM A NOVA LISTA DE VOTAÇÃO DE FORMA RETORATIVA E QUE DENUNCIEM O FATO, contribuindo, assim, com a lisura do PED.

Por outro lado, em nosso nome, em nome da nossa tendência e de todas as forças políticas e lideranças que apoiaram a nossa candidatura, solicitamos à Comissão de Organização Eleitoral estadual que avoque para si a apuração destas denúncias, considerando que o Pleito é Estadual e que em Parauapebas perderam-se as condições de segurança e tranqüilidade necessárias.

Finalmente, esperamos contar com o apoio de todos os dirigentes do PT do Pará e do Brasil para que seja garantida a rigorosa apuração destas denúncias e para que seja respeitada a vontade de todos os filiados que generosamente se dirigiram às urnas no domingo próximo passado, preservando a imagem do PT como um partido sério e estratégico para a luta dos trabalhadores.

Água Azul do Norte, 27 de novembro de 2013.
Atenciosamente,
Deputado Federal Zé Geraldo - candidato a presidente do PT do Pará.

Jornal GGN realiza Seminário: As Hidrelétricas da Amazônia e o Meio Ambiente


CHOMSKY: “OS ESTADOS UNIDOS É UM PAÍS ATERRORIZADO”

Via Evidentemente do Jornalista Jadson Oliveira

Noam Chomsky, analista político e linguista do Massachusetts Institute of Technology/MIT (Foto: Aporrea)
“Existe um déficit de informação sobre temas fundamentais. Tal é o caso dos aviões não tripulados, ou 'drones', dos EUA, dos quais se fala muito, porém sem sublinhar que são as novas ‘armas do terror’ estadunidense”.
Por RT.com (Rússia Today) – reproduzido do portal venezuelano Aporrea.org, de 27/11/2013

Numa entrevista concedida à Free Speech Radio News, o professor Noam Chomsky analisa as mudanças no modelo de propaganda dos EUA 25 anos depois da publicação do seu livro 'Manufacturing Consent' ('Fabricando o consenso').

"Os Estados Unidos é hoje um país aterrorizado", afirma Chomsky durante a entrevista. Um país que, na sua opinião, fabrica seus próprios riscos e inimigos para criar um estado psicológico de medo generalizado, um medo pré-fabricado.


Para ele, os EUA se serviram duma propaganda respaldada por uma série de filtros que determinam o marco de apresentação da informação. Alguns desses filtros eram demasiadamente "estreitos", assinala Chomsky ao falar da revisão que fez do seu livro há 10 anos, segundo aborda a revista digital 'Salon'.


Assim, por exemplo, o "anticomunismo" pregado pelos EUA deveria ter se chamado o "medo do inimigo inventado". "É difícil acreditar, mas o Pentágono catalogava Cuba como uma das ameaças militares para os EUA até um par de anos atrás", revela Chomsky, que classifica o fato de ridículo, já que é "como se a União Soviética tivesse catalogado Luxemburgo como uma ameaça à sua segurança". 


Chomsky observa que, apesar da Internet facilitar a liberdade de informação, apesar de haver meios de comunicação objetivos e independentes e jornalistas comprometidos que permitem conhecer a realidade (como é o caso de Jeremy Scahill e seu livro 'Guerras sujas'), ainda existe um déficit de informação sobre temas fundamentais. Tal é o caso dos aviões não tripulados, ou 'drones', dos EUA, dos quais se fala muito, porém sem sublinhar que são as novas "armas do terror" estadunidense.


Continua em espanhol:


De hecho (De fato), pocos días después del atentado durante el maratón de Boston un avión no tripulado llevó a cabo un ataque en una aldea de Yemen, un pueblo aislado (um povoado isolado). "Obama y sus amigos decidieron asesinar a cierta persona", señala el autor, quien denuncia que no se informó de lo sucedido hasta (do acontecido até) una semana más tarde, cuando un habitante del pueblo (do povoado) atacado, que, parece ser, había estudiado en EE.UU., acudió (chegou) al Senado estadounidense para dar testimonio de lo ocurrido el día del ataque a su aldea.

Según el testigo, el hombre al que EE.UU. quería matar era muy conocido en la zona, por lo que hubiera sido muy fácil dar con él. Sin embargo (No entanto), el Gobierno de Obama prefirió organizar, para asesinarlo, un ataque en el que murieron también víctimas inocentes. Un golpe de efecto para lograr "aterrorizar" a todo el pueblo (o povoado). 

La consecuencia inmediata de este tipo de acciones es que EE.UU. siembra (planta, espalha) el odio contra él en pueblos enteros que piden "venganza" contra los estadounidenses. Por tanto, explica Chomsky, su país está fabricando todo un sistema de terror, que crea enemigos y amenazas más rápido de lo que se mata a "los sospechosos" (“suspeitos”). Una "estrategia horrible" que es posible gracias a un potente sistema de adoctrinamiento y a un control de los medios de comunicación.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Dirigentes da Abin no Pará podem está perseguindo Paulinho Fonteles


Fonteles é perseguido e deputados recorrem ao MPF




O ex-vereador Paulo Fonteles Filho (PcdoB) denunciou aos deputados estaduais Edmilson Rodrigues (PSOL) e Carlos Bordalo (PT), da Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Pará, nesta terça-feira, 26, que nos últimos dias se intensificaram as perseguições contra ele. "Desde que passei a integrar o GT (grupo de trabalho) Araguaia, do governo federal, que apura os crimes cometidos durante a Guerrilha do Araguaia (ocorrida entre os anos 60 e 70 no Sul do Pará) tenho sido pressionado", denunciou. Os deputados vão levar o caso ao conhecimento do procurador da República Felício Pontes Júnior.

"Na última quinta-feira, 21, fui alertado de que um carro estava me seguindo. No dia seguinte fizeram campana em frente à sede do PCdoB, onde eu estava, e no sábado, 23, fizeram campana novamente em frente ao restaurante em que eu almoçava com um ex-integrante da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) que está contribuindo com as investigações", relatou Fonteles, que fotografou os veículos suspeitos.

Fonteles afirmou que vem sendo pressionado por meio de perseguições desde o ano de 2011. Ele atribui a autoria desses atos suspeitos a dois supostos dirigentes da Abin no Pará, que teriam comandado a 5a Companhia de Guarda, o principal centro de tortura e assassinato de guerrilheiros, que funcionava na Casa das Onze Janelas, em Belém. "Na reforma do prédio, foram encontradas ossadas, que acabaram sendo retiradas do local por um agente da polícia do Distrito Federal e até hoje permanecem em local ignorado", contou. 

Fonteles relatou já ter denunciado as perseguições à Polícia Federal de Marabá, à Secretaria Nacional de Direitos Humanos e o Ministério da Justiça, além disso, há mais de dois anos ele integra um programa de proteção de defensores de direitos humanos, mas nenhuma providência foi tomada para efetivamente protegê-lo ou apurar e punir os autores das perseguições. "Eu tenho medo de morrer porque sei que as ameaças se cumprem", disse, referindo-se ao pai, o ex-deputado Paulo Fonteles, executado há 26 anos. "Eu não tenho o direito de recuar. Está em jogo o direito social à memória e à verdade", reafirmou.

O pecedebista também integra o Comitê Paraense pela Verdade, Memória e Justiça que luta pela implantação da Comissão Estadual da Verdade no Pará, a qual visa apurar os crimes cometidos durante a ditadura militar contra aqueles que lutavam pela democratização do país.

Título do blog

Por unânime, OAB pede ao CNJ que investigue Barbosa

 
Via brasil 247

 
O documento aprovado por todos os conselheiros federais da Ordem dos Advogados do Brasil, presidida por Marcus Vinícius Furtado Coelho, é ainda mais grave do que uma moção de repúdio a Joaquim Barbosa
      
Foi aprovada, por unanimidade, pela Ordem  dos Advogadosdo Brasil, uma decisão que ainda é ainda mais grave do que uma simples moção de repúdio ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa. A OAB irá cobrar do Conselho Nacional de Justiça uma investigação sobre a troca do juiz responsável pela execução das penas do chamado "mensalão".
Após pressões de Joaquim Barbosa, repudiadas por juristas e advogados, o juiz titular da Vara de Execuções Penais, Ademar Vasconcelos, foi substituído por Bruno Ribeiro, filho de um dirigente do PSDB do Distrito Federal. A decisão fere direitos da magistratura e também dos réus.
A decisão causou espanto na magistratura. "Eu espero que não esteja havendo politização, porque não vamos permitir a quebra de um princípio fundamental, que é uma garantia do cidadão, do juiz natural, independentemente de quem seja o réu", afirmou João Ricardo dos Santos Costa, presidente eleito da Associação dos Magistrados do Brasil. Segundo o jurista Claudio Lembo, já existem razões objetivas para o impeachment de Joaquim Barbosa. Os juristas Dalmo de Abreu Dallari e Celso Bandeira de Mello publicaram um manifesto em que defendem uma reação do Supremo Tribunal Federal, para que a corte não se torne refém de seu presidente.
A OAB agiu em resposta a uma cobrança pública feita no início desta tarde por um ex-presidente da entidade, José Roberto Batochio, em reportagem publicada no 247.  "Se alguém pode trocar um juiz, porque acha que este será mais rigoroso com os réus, deveria também ser facultado aos réus o direito de escolher o juiz pelo qual querem ser julgados", disse Batochio.
Pela primeira vez na história, o Conselho Nacional de Justiça receberá um pedido de investigação contra um ato de seu próprio presidente, uma vez que Joaquim Barbosa, como chefe do STF, acumula também o comando do CNJ.
Leia abaixo a nota:
Salvador (BA) - O Conselho Pleno da OAB aprovou por aclamação o envio pela diretoria da entidade, de ofício requerendo a análise do Conselho nacional de Justiça (CNJ), sobre a regularidade da substituição de magistrado da Vara de Execuções Criminais. A decisão do Pleno foi motivada pela recente substituição do juiz responsável pela execução das penas da AP 470.
Leia, abaixo, reportagem anterior sobre a cobrança feita por José Roberto Batochio:
BATOCHIO: "SILÊNCIO DA OAB JÁ FOI ALÉM DO RAZOÁVEL"
Ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, o criminalista José Roberto Batochio cobra uma postura mais firme do atual presidente da entidade, Marcus Vinícius Furtado Coelho, em relação aos abusos cometidos pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, e faz até uma piada: "se o chefe do Poder Judiciário pode escolher um juiz fora dos parâmetros legais porque acha que ele será mais rigoroso do que o juiz natural, deveria ser dado aos réus o direito de também escolher o juiz pelo qual querem ser julgados"; Batochio aponta "heterodoxia" no caso e critica a postura da OAB; polêmica recente diz respeito à escolha feita por Barbosa do juiz Bruno Ribeiro para tocar as prisões da Ação Penal 470
25 DE NOVEMBRO DE 2013 ÀS 14:34
247 - O criminalista José Roberto Batochio, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, cobra da própria OAB uma atitude mais firme diante dos desmandos do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa. Segundo ele, o sistema judiciário brasileiro tem dado exemplos recorrentes de "heterodoxia" na Ação Penal 470. Batochio afirma ainda que "o silêncio da OAB já foi além do razoável".
A polêmica mais recente diz respeito à determinação feita por Joaquim Barbosa para que o juiz da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, Ademar Vasconcelos, que conduzia as prisões da Ação Penal 470, fosse substituído por Bruno Ribeiro, filho de um dirigente do PSDB do Distrito Federal. Em relação ao caso, Batochio faz até uma piada. "Se alguém pode trocar um juiz, porque acha que este será mais rigoroso com os réus, deveria também ser facultado aos réus o direito de escolher o juiz pelo qual querem ser julgados", afirma.
A decisão, segundo Batochio, desrespeita a magistratura como um todo, uma vez que os juízes têm vários direitos assegurados, e também a defesa – uma vez que todo réu tem direito ao chamado juiz natural.
Não custa lembrar que Barbosa tentou minar a atuação de Ademar Vasconcelos antes mesmo das prisões, uma vez que, dez dias atrás, já havia mandado as ordens de prisão para Bruno Ribeiro, que estava de férias – e não para o juiz natural.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Morre Judyelson o Locutor de Ananindeua

 
 
Faleceu hoje vítima de um enfarte o locutor Judyelson Melo. Nossos votos de pesar aos amigos e familiares

PED PT: Tendência que defende apoio a candidatura de Helder Barbalho para governo, ganha a eleição do PT Pará

Deputado estadual Milton Zimmer  venceu as eleição  para presidência do Partido dos Trabalhadores no Pará, ele é membro da tendência AS que defende apoio do PT a candidatura de Helder Barbalho (PMDB) já no primeiro turno. A Articulação Socialista (AS) e dirigida no Pará pelos deputados Bordalo e Beto Faro, é uma grupo considerado à direita do PT.

Milton Zimmer é o novo presidente estadual da legenda, ao derrotar o deputado federal Zé Geraldo em disputa de segundo turno.
Veja o Resultado do PED (eleição direta do PT)
De  17.963 votantes, Milton Zimmer,  8.904  (50.4%); Zé Geraldo,  8.780  (49.6%).

sábado, 23 de novembro de 2013

Incêndio do Líder: Prefeitura registra Boletim de Ocorrência pela escola atingida no incêndio , mas não emitiu nenhuma nota de solidariedade

A Prefeitura de Ananindeua (PMA) registrou Boletim de Ocorrência pelo incêndio que atingiu algumas dependências Escola Municipal João Paulo II (veja no site da PMA), que fica ao lado do Supermercado Líder, procedimento jurídico normal. Só que até agora a PMA não emitiu nenhuma nota de solidariedade para os trabalhadores e proprietários do estabelecimento. Ainda há tempo...

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Líder da Cidade Nova pega fogo

Nossa solidariedade aos donos e aos trabalhadores, esse era o melhor Supermercado da Região Metropolitana de Belém. Esperamos que volte em breve a funcionar.







Fotos Rui Baiano Santana

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Para Olívio Dutra, condenação de petistas é justa: "eu não os considero presos políticos

Via Jornal do Comércio
  
Destoando do discurso de lideranças petistas, intelectuais de esquerda e juristas, o ex-governador do Rio Grande do Sul Olívio Dutra não acredita que houve cunho político na condenação e na prisão dos correligionários José Genoino, José Dirceu e Delúbio Soares, detidos, na semana passada, pelo escândalo do mensalão durante o primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Funcionou o que deveria funcionar. O STF (Supremo Tribunal Federal) julgou e a Justiça determinou a prisão, cumpra-se a lei”, analisa o ex-presidente estadual e um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT).
 
No entendimento de Olívio Dutra, o desfecho da Ação Penal 470, conhecida popularmente como mensalão, foi uma resposta aos processos de corrupção que, historicamente, permeiam a política nacional, independentemente de partidos. 
 
Sobre a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, de ordenar a prisão dos réus no processo sobre a compra de parlamentares por dirigentes petistas para a aprovação de projetos do governo Lula, Olívio disse que cada instituição tem seu funcionamento. “Até pode ser questionado, mas as instituições têm seus funcionamentos. O que não se pode admitir é o toma-lá-dá-cá nas práticas dos mensalões de todos os partidos, nas quais figuras do PT participaram”, avalia o petista histórico. O ex-governador gaúcho reitera que tem respeito à história de lutas de José Dirceu e Genoino, mas que em nada o passado de combate à ditadura militar abona qualquer tipo de conduta ilícita. “Há personalidades que fazem política por cima das instancias partidárias e seguem seus próprios atalhos. Respeito a biografia passada dessas figuras que lutaram contra a ditadura, mas (a corrupção) é uma conduta que não pode se ver como correta”, critica. 
 
Ironicamente, Olívio Dutra, então ministro das Cidades de Lula, foi isolado por políticos fortes no governo, como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, ainda antes do escândalo do mensalão vir à tona. 
 
Em julho de 2005, Olívio é retirado da pasta para dar lugar a Márcio Fortes, do Partido Progressista (PP), sigla também envolvida no escândalo de corrupção. Olívio diz que o PT está acima de indivíduos, e acredita que se fez justiça no caso de corrupção. 
 
“Não deveria ser diferente (sobre as condenações e prisões). Um partido como o PT não pode ser jogado na vala comum com atitudes como esta. Com todo o respeito que essas figuras têm, mas não é o passado que está em jogo, é o presente, e eles se conduziram mal, envolveram o partido. O sujeito coletivo do PT não pode ser reduzido em virtude dessas condutas. O PT surgiu para transformar a política de baixo para cima. Eu não os considero presos políticos, foram julgados e agora estão cumprindo pena por condutas políticas”, dispara o líder petista. 
 
‘Nunca se governa em condições ideais’, avalia o ex-governador
 
Distante da vida política, mas a par da vida partidária do PT estadual e nacional, o ex-governador gaúcho Olívio Dutra dedica os dias à família e aos estudos de Latim na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Formado em Letras pela Ufrgs, Olívio pediu reingresso para aproveitar cadeiras não cursadas. Além disso, ocupa o tempo em livrarias da cidade, bem como em espetáculos culturais, gosto que fez com que ele se integrasse à Associação Amigos do Theatro São Pedro. 
 
Ovacionado em eventos públicos pela militância petista e integrantes de movimentos sociais, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), Olívio faz uma análise da conjuntura atual e os cenários para que o PT consiga reeleger o projeto de Tarso Genro.
 
Para o Galo Missioneiro, apelido dado por admiradores, o distanciamento de forças políticas, tais como o PDT e o PSB, do governo Tarso Genro é algo natural em vésperas de eleição eleitoral, ainda mais pela conjuntura. O PSB, por exemplo, terá provavelmente o governador pernambucano Eduardo Campos como candidato à presidência da República na disputa contra a presidente Dilma Rousseff (PT). 
 
No Estado, os socialistas não descartam a possibilidade, inclusive, de uma aliança com o Partido Progressista (ex-Arena) na candidatura da senadora Ana Amélia Lemos ao Palácio Piratini, ou com o PMDB, que poderá lançar o ex-prefeito de Caxias do Sul José Ivo Sartori. 
 
“A candidatura própria do PDT é uma hipótese ainda. O fato de os partidos tomarem outros rumos antes do pleito não é novidade. As forças se estremecem quando se aproxima a eleição. Mas isso não é o ideal no campo democrático popular”, analisa Olívio. 
 
O ex-governador entende, no entanto, que nunca se governa em situação tranquila, pois há interesses pessoais e partidários distintos dentro do tabuleiro político. “Os governos (Dilma e Tarso) fazem um grande esforço para o funcionamento da máquina pública em prol da sociedade, não como projeto pessoal, para atender à maioria do povo. Nunca se terá condições ideais, claro, pois há uma pressão enorme dos poderosos.” 
 
Quando esteve no Palácio Piratini (1999-2002), seu governo foi alvo de uma CPI sobre uma suposta relação com o jogo do bicho. O Ministério Público não aceitou as acusações e decidiu não denunciar o petista e outros citados. A primeira gestão petista no Piratini também foi criticada por setores contrários à reforma agrária e à implementação de políticas de desenvolvimento social.
 
Na avaliação do governo Tarso Genro, o petista acredita que tem tido avanço nas questões sociais e na consolidação de políticas apresentadas. “O governo pode fazer mais e melhor na execução de um programa. Nunca se governa em situação ideal. Há muito o que fazer para um projeto de desenvolvimento sustentável. Por isso, defendo a reeleição”, disse Olívio, que também reiterou não desejar mais ser candidato a cargos públicos.
 
‘Há um clima de revolta muito grande’, avaliam deputados após visita aos condenados detidos
 
Uma comitiva formada por 26 deputados federais do PT visitou na tarde de ontem alguns presos do processo do mensalão, instalados no Complexo Penitenciário da Papuda. O encontro durou cerca de 30 minutos e aconteceu em sala reservada para a conversa. Estavam presentes o deputado licenciado José Genoino (PT), José Dirceu (PT), Delúbio Soares (PT) e Romeu Queiroz (ex-PTB).
 
“O que notamos é um clima de revolta muito grande pelas circunstâncias em que a prisão ocorreu, completamente ao arrepio da legislação, aos procedimentos (...) normais”, afirmou o deputado federal Nelson Pellegrino (PT-BA). Entre os parlamentares que visitaram os presos, estavam o gaúcho Marco Maia, além de Iriny Lopes (ES), Fátima Bezerra (RN) e Vicentinho (SP).
 
Em nome dos demais petistas, Pellegrino afirmou que não houve críticas às condições da prisão, embora haja uma preocupação sobre a situação da saúde de Genoino. “Até agora, as juntas médicas atestaram a gravidade da situação do deputado Genoino e atestaram que ele não pode estar custodiado aqui nesta unidade. Esta unidade não tem sequer um sistema de emergência”, reclamou, afirmando ainda ser precária a situação do colega.
 
Pouco depois da visita, houve discussão entre manifestantes do PT e mulheres que aguardavam desde a manhã o momento de visitar filhos e maridos no complexo da Papuda, cuja entrada só será permitida a partir da manhã de hoje. Elas começaram a gritar frases como “puxa-saco de ladrão” para os deputados

25 anos sem João Batista


Direito de resposta: Secretário de Cultura do munícipio de Ananindeua Sr. Alexandre Gomes



O Secretario Municipal de Cultura, Esporte, Lazer e Juventude do Município de Ananindeua. PA, Sr. Alexandre Cesar Santos Gomes, no uso de suas atribuições, ao tomar conhecimento de publicações infundadas, passa a fazer as seguintes ponderações para posterior Solicitar que seja reformulado o noticiado, publicado no endereço:  http://ananindeuadebates.blogspot.com.br, a seguir:
“O Secretário de Cultura Alexandre Gomes está preocupado com a violência no município, mandou alugar um carro blindado, o prefeito Pioneiro já tinha feito o mesmo. Nossos homens públicos são prevenidos, quando se trata da  segurança pessoal. Hoje é 20 de Novembro dia da Consciência  Negra, Ananindeua é a 2ª  cidade com maior número de jovens   assassinados no Pará,  em nenhum outro município a probabilidade do adolescente morto ser negro é tão alta quanto no nosso município. 'Quer dizer que se a proporção de um adolescente morrer no município já é muito elevada, se for da cor negra, ela aumenta mais de dez vezes em Ananindeua”.

Respeitamos todas as formas de manifestação desde que as mesmas sejam verídicas e externadas de forma clara sem haver constrangimento para a parte atacada nem cause clamor publico, assim assegura a Lei de Imprensa:
 Art . 16. Publicar ou divulgar notícias falsas ou fatos verdadeiros truncados ou deturpados, que provoquem:
        I - perturbação da ordem pública ou alarma social;
É sabedor que a Administração Pública é regida por Princípios Legais quanto aos Atos Praticados pelo Administrador o mais conhecido LIMPE – LEGALIDADE, IMPESSOALIDADE MORALIDADE, PUBLICIDADE E EFICIENCIA.
Esclarecemos que ao fazer a Publicação da Contratação,  divulgado de forma deturbada no Blog,  em Diário Oficial do Município de Ananindeua, o Sr. Secretário apenas cumpriu com o que determina o Principio da PUBLICIDADE, onde TODOS os Atos da administração pública deve ser transparente.
Na Publicidade, o gerenciamento deve ser feito de forma legal, não oculta. A publicação dos assuntos é importante para a fiscalização, o que contribui para ambos os lados, tanto para o administrador quanto para o público. Porém, a publicidade não pode ser usada de forma errada, para a propaganda pessoal, e, sim, para haver um verdadeiro controle social.
A referida Contratação refere-se a uma adesão à ATA REGISTRO DE PREÇOS, onde esta Secretaria de Cultura aderiu a apenas alguns itens constantes na ATA que são os Itens: 01, 02, 10 , 05 e 12, NÃO se tratando de nenhum VEICULO BLINDADO, porém há necessidade de publicar o OBJETO da Contratação, também publicado anteriormente pela Prefeitura de Ananindeua, tal e qual foi o Processo de registro de Preços que gerou a Adesão à ATA para a referida Contratação.
Ante o exposto, O Secretario de Cultura de Ananindeua solicita A Reformulação noticiada, bem como seu DIREITO  de resposta assegurados legalmente:
Art . 12. Aquêles que, através dos meios de informação e divulgação, praticarem abusos no exercício da liberdade de manifestação do pensamento e informação ficarão sujeitos às penas desta Lei e responderão pelos prejuízos que causarem. Parágrafo único. São meios de informação e divulgação, para os efeitos deste artigo, os jornais e outras publicações periódicas, os serviços de radiodifusão e os serviços noticiosos.
No aguardo,

Atenciosamente,           

Alexandre Cesar Santos GomesSecretário de Cultura,
Esporte Lazer e Juventude:


 

A aliança PT-PSDB contra a educação inclusiva



Por Luis Nassif
 
Ontem, no Senado, quase se consumou um pacto inédito, entre o PT e o PSDB, na Comissão de Educação do Senado – presidida pelo senador tucano Álvaro Dias. Não se pense em nenhum objetivo de interesse público.
Uma frente montada por Álvaro Dias, pelos petistas Paulo Paim e Lindhberg Farias, apoiado pelas Ministras Gleise Hoffmann, da Casa Civil, e Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos, pretendeu eliminar a Meta 4, do Plano Nacional de Educação, e acabar com a obrigatoriedade da rede básica de ensino acolher crianças com deficiência.
Não fosse o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) requerer vistas, poderia ter sido aprovado por acordo de lideranças.
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Em 2010, 700 mil educadores de todo o país reuniram-se em conferências municipais e estaduais, desembocando no CONAE (Conferência Nacional de Educação) que definiu um conjunto de metas para os próximos dez anos. A meta 4 é sobre educação inclusiva. E peça central de sua implementação é a obrigatoriedade das crianças com deficiência serem matriculadas na rede básica.
Trata-se de um trabalho complexo, que começa pela obrigatoriedade da escola se preparar para acolher as crianças com deficiência. Há um sem-número de programas no MEC (Ministério da Educação) de apoio à inclusão, desde salas multifuncionais (para todo tipo de acessibilidade), veículos especiais, pagamentos diretos para reformas de escola, pagamento para matrículas, para atendimento especial).
Em 2007, o MEC criou uma linha especial de financiamento para as APAEs contratarem professores que pudessem acompanhar alunos nas escolas regulares. A mais relevante APAE do país – a histórica APAE São Paulo, onde começou o movimento – aderiu, fechou sua escola especial, preparou os professores para o atendimento na rede básica. Em vez de apenas 80 alunos, passou a apoiar 400.
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De 337.326 alunos com deficiência atendidos em 1998 (dos quais apenas 43.923 na rede regular) saltou-se para 820.433 em 2012, 620.777 da rede regular, cerca de 200 mil nas escolas especiais.
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Nesse período, no entanto, o movimento das APAEs foi dominado pela Federação das APAEs, que acabaram por se tornar um aparelho político ambicionado por oportunistas de todos os partidos.
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Acabaram por dominar os convênios com o poder público e, a partir dai, a exercer uma marcação implacável para impedir a adesão de APAEs municipais à educação inclusiva.
A APAE de Contagem é exemplar. Participa de estudos com a Secretaria da Saúde de Minas, com o MEC, foi a primeira a trabalhar o conceito de educação inclusiva nos anos 90.
Recentemente, foi descredenciada pela Federação das APAEs por não abrir mão da educação inclusiva e o trabalho de 19 educadores.
O oportunismo político pretende deixar em mãos dessas Federações o controle das verbas públicas para deficiência.
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É questão de tempo para a opinião pública assimilar as informações e se dar conta da relevância da educação inclusiva. Quando isso ocorrer, todo o capital político que oportunistas de todos os partidos pretendem angariar virará pó.