domingo, 29 de dezembro de 2013

Repostas que ficaram para 2014

 
Em que arquivo morto do Tribunal de Justiça do Pará está  o escândalo da ALEPA?

  Quando Jatene vai  começar a governar?

Quando o  Prefeito Pioneiro (PSDB)  vai  cuidar da saúde, educação, saneamento, cultura e dos buracos em Ananindeua?

A Câmara de vereadores de  Ananindeua  finalmente vai funcionar?

A violência vai parar no Pará? 

Romário vai falar  se sabia  que a "menina" bonita era uma traveca?

Quem vai ser o deputado que vai assumir a vaga do deputado do Gabriel Guerreiro (PV)?

Que seleção  vai ganhar a Copa do Mundo?

O Remo vai subir para alguma série?

 Paysandu vai voltar para segundona?
  
O ex-prefeito Duciomar (PTB) vai ser preso pela grana que desviou do BRT, Justiça Paraense?

O STF vai mandar prender  Roberto Jeferson (PTB)?

Quem vai ser o novo governador do Pará?

Quem vai ser o vice de Dilma?

Vai ter topless em Outeiro?

Mande sua pergunta para publicarmos: via email ananindeuadebates@gmail.com ou na caixa de comentários do blog ou no face




 

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Com a prisão de Dirceu e Genoino, fecha-se um ciclo


 Por Luis Nassif
 
A democracia se consolida nos grandes processos bem conduzidos de inclusão social e política.
Em determinados momentos da história, emergem novas forças políticas, inicialmente em estado bruto, ganhando espaço com a radicalização do discurso contra o status quo.
Em todos os tempos, as democracias passam por processos de estratificação nos quais os grupos que chegaram antes ao poder levantam um conjunto amplo de obstáculos – políticos, econômicos e legais – para impedir a ascensão dos que chegam depois.
Trava-se, então, uma luta feroz, na qual os grupos emergentes radicalizam o discurso, enfrentam as leis, as restrições e vão abrindo espaço na porrada.
É a entrada definitiva no jogo político que disciplina esas forças, enriquece a política e reduz os espaços de turbulência. Todos ganham. Rompe-se a inércia dos partidos tradicionais, amaina-se o radicalismo dos emergentes; abre-se mais espaço para a inclusão; permite-se uma rotatividade de poder que derruba a estratificação anterior.
Sem essas lideranças, as disputas políticas iniciais enveredam para o conflito permanente, deixando o legado de nações conflagradas, como na Colômbia e no México.
Daí a importância essencial dos líderes que unificam a ação, impedem a explosão das manadas e montam estratégias factíveis de tomada do poder dentro das regras do jogo.
Acabam enfrentando duas espécies de incompreensão. Dos adversários políticos, a desconfiança sobre suas reais intenções, manobrando o receio que toda sociedade tem em relação ao novo. Dos aliados, a crítica contra o que chamam de “acomodamento”, a troca do sonho por ações pragmáticas.
Em seu estudo sobre Mirabeau, Ortega y Gasset define bem o perfil do estadista e de outros personagens clássicos da política: o pusilânime e o intelectual. O estadista só tem compromisso com a mudança do Estado. É capaz de alianças com o diabo, desde que permita a suprema ambição de mudar um país, um povo. Já o intelectual se vale todos os argumentos do escrúpulo como álibi para a não ação.
Aliás, nada mais cômodo que o niilismo de um Chico de Oliveira, do bom mocismo de Eduardo Suplicy, dos homens que pairam acima dos conflitos, como Cristovam Buarque, dos apenas moralistas, como Pedro Simon. Para não se exporem, não propõem nada, não se comprometem com nada, a não ser com propostas genéricas de aprovação unânime que demonstrem seus bons sentimentos, sua boa índole, sua integridade intelectual – e que quase nunca resultam em mudanças essenciais.

As mudanças no PT

É por esse prisma que deve ser analisada a atuação não apenas de Lula, mas de José Dirceu e José Genoíno.
Ambos passaram pela luta armada. Com a redemocratização, ingressaram na luta política e das ideias. E ambos foram essenciais para a formação do novo partido e para a consolidação do mito Lula.
Na formação do PT, cada qual desempenhou função distinta.
José Genoíno sempre foi o intelectual refinado. Durante um bom período dos anos 90 tornou-se um dos mais influentes formadores de opinião do Congresso e do país, com suas análises sobre regimento da Câmara, sobre reforma política, sobre defesa.
Já José Dirceu era o “operador”, trabalhando pragmaticamente para unificar o PT em torno de um projeto de tomada do poder e, a partir daí, de reformas.
A estratégia política do PT passava por sua institucionalização, por um movimento em direção à centro-esquerda, ocupando o espaço da socialdemocracia aberto pelo PSDB – devido à guinada neoliberal conduzida por Fernando Henrique Cardoso e à ausência de lideranças sindicais.
Não foi um desafio fácil. O PT logrou juntar em torno de si uma multiplicidade de movimentos sociais, a parte mais legítima do partido mas, ao mesmo tempo, a parte menos talhada para a tomada de poder. Foram movimentos que surgiram à margem do jogo político, desenvolvendo-se nos desvãos da sociedade civil e sem nenhuma vontade de se sujar com a política tradicional.
Por outro lado, o papel unificador de Lula o impedia de entrar em divididas. Tinha que ser permanentemente o mediador.

O papel do operador Dirceu

Sobrava para Dirceu o papel pesado de mergulhar no barro. De um lado, com o enquadramento das diversas tendências – o que fez com mão de ferro -, dando ao PT uma homogeneidade que tirava o brilho inicial do partido, mas conferia eficiência no jogo político tradicional trazendo-o para o centro.
E o jogo político exigia muito mais do que enquadrar os grupos sociais do PT.
As barreiras eram enormes. Passava por montar formas de financiamento eleitoral, pela aproximação com o status quo econômico, pelos pactos com os grupos que atuam na superestrutura do poder, com os operadores dos grandes interesses de Estado, pelo mercado, pelo estamento militar, pela mídia.
Dirceu foi essencial para essa transição, tanto para dentro como para fora.
Um retrato honesto dele, mostrará a liderança inconteste sobre largas faixas do PT, o único a se ombrear com Lula em influência interna e com uma visão do todo que o coloca a léguas de distância de outros pensadores do partido.
Mas também era dono de um voluntarismo até imprudente.
Lembro-me de uma conversa com ele em 1994 em Brasília, com Lula liderando as pesquisas. Falava do projeto popular do PT e do projeto de Nação das Forças Armadas, sugerindo um pacto não muito democrático.
Não por outro motivo, em diversas oportunidades Lula confessou que, se tivesse sido eleito em 1994, teria quebrado a cara.
Com o tempo, o voluntarismo foi sendo institucionalizado. Internamente, no governo, Dirceu exercia uma pressão similar à de Sérgio Motta sobre FHC. Queria avançar mais, queria menos cautela na política econômica, queria um projeto de industrialização.
Sua grande obra de arte política, nos subterrâneos do poder, no entanto, foi ter mapeado os elos da superestrutura que garantia FHC e inserido o PT no jogo.
Esse mapeamento resultou na viagem aos Estados Unidos, desarmando as desconfianças do Departamento de Estado, dos empresários e da mídia; a ocupação de cargos-chave no Estado, que facilitaram negociações políticas com grupos de influência. Nada que não fosse empregado pelos partidos que já haviam chegado ao poder e que precisaram garantir a governabilidade em um presidencialismo torto como o nosso.

O veneno do excesso de poder

Assim como Sérgio Motta, no entanto, as demonstrações de excesso de poder tornaram-no alvo preferencial da mídia.
Trata-se de uma regra midiática clássica, que não foi seguida por ambos. Quando a mídia sente alguém com superpoderes, torna-se um desafio derrubá-lo. Com exceção de ACM e José Serra – a quem os grupos de mídia deviam favores essenciais e, em alguns casos, a própria sobrevivência -, todos os políticos que exibiram musculatura excessiva – de Fernando Collor ao próprio FHC (no período de deslumbramento), de Sérgio Motta a José Dirceu - terminaram fuzilados.
No auge do poder de Dirceu, creio que foi o Elio Gaspari quem o alertou para o excesso de exibição de influência. Foi em vão.
O reinado terminou em um episódio banal, a história dos R$ 3 mil de propina a um funcionário dos Correios. Tratava-se de uma armação de Carlinhos Cachoeira com a revista Veja, visando desalojar o grupo de Roberto Jefferson para reabilitar os aliados de Cachoeira (http://bit.ly/19sMvtX).
O que era claramente uma operação criminosa midiática, de repente transformou-se em um caso político, por mero problema de comunicação. Roberto Jefferson julgou que a denúncia tinha partido do “superpoderoso” Dirceu, para amainar sua fome por cargos. E deu início ao episódio conhecido por “mensalão”.
E aí Dirceu – e o próprio Genoíno – sentiram o que significa ter chegado tardiamente ao jogo político, não dispor de “berço” e de blindagem contra as armadilhas institucionais do Judiciário e da mídia.

A cara feia da elite

É uma armadilha fatal. Para chegar ao poder, tem que se chegar de acordo com as regras definidas por quem já é poder. Mas, sem ter sido poder, não se tem a mesma blindagem dos poderosos “de berço”.
O episódio do “mensalão” acabou explodindo, revelando – em toda sua extensão – a hipocrisia política e jurídica brasileira, o uso seletivo das denúncias, o falso moralismo do STF (Supremo Tribunal Federal).
Nos anos 40, Nelson Rockefeller tinha um diagnóstico preciso sobre o subdesenvolvimento brasileiro: havia a necessidade de um choque de modernidade, de criação de uma classe média urbana que superasse o atraso ancestral das elites brasileiras, dominada pelo pensamento de velhos coronéis.
Uma coisa é a leitura fria dos livros de história, as análises de terceiros sobre a República Velha, sobre o jogo político dos anos 30, 40, 50. Outra, é a exposição dos vícios brasileiros em plena era da informação.
Para a historiografia brasileira, o “mensalão” é um episódio definitivo, para entender a natureza de certa elite brasileira, a maneira como o conservadorismo vai se impondo, amalgamando candidatos a reformadores de poucas décadas atrás, transformando-os em cópias do senador McCarthy. E não apenas no discurso antissocial e na exploração primária ao anticomunismo mais tosco, mas na insensibilidade geral, de chutar adversários caídos, de executar adversários moribundos no campo de batalha, de abrir mão de qualquer gesto de grandeza.
Expõe, também, de maneira definitiva as misérias do STF.
Aliás, Lula e o PT foram punidos pela absoluta desconsideração pelo maior órgão jurídico brasileiro. Só o desprezo pelo STF pode explicar a nomeação de magistrados do nível de Ayres Britto, Luiz Fux, Joaquim Barbosa e Dias Tofolli, somando-se aos inacreditáveis Gilmar Mendes e Marco Aurélio de Mello, à fragilidade de Rosa Weber e Carmen Lucia e ao oportunismo de Celso de Mello.
O resultado final do julgamento foi o acirramento da radicalização, o primado da vingança sobre a justiça, a exposição do deslumbramento oportunista de Ministros sem respeito pelo cargo.
No plano político, sedimentam no PT a mística de Genoino e Dirceu.
Se deixam ou não o jogo político, não se sabe. Mas, com sua prisão, fecha-se um ciclo que levou um partido de base ao poder, institucionalizou um novo jogo político e, sem o radicalismo dos sonhadores sem compromissos, permitiu mudar a face social do país.
Não logrou criar um projeto de Nação, como pensava Dirceu. Mas deixou sua contribuição para a luta civilizatória nacional.
A democracia brasileira deve muito a ambos.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Feliz Natal! Arroyo


Arroyo enviou esse cartão ao blog

Deu no Blog Na Ilharga: Pionero mandou comprar R$ 72 mil de bolachas e suco só para seu gabinete


Vá gostar de bolacha e suco assim lá na sede do PSDB!

À sua esquerda, um tarado por hospitais; ao centro, um tarado por Cerpa; e à direita, um tarado por bolacha e suco


Anônimo disse...

D. João VI gostava de coxinhas de Galinha, e Pioneiro gosta de Bolacha. Na Ilharga denúncia isso aí.
abcs

TERMO DE ADJUDICAÇÃO
O Gabinete do Prefeito, no uso de suas atribuições legais tendo em vista a
realização do Processo Licitatório na modalidade Convite N.º
2013.007.PMA.GABINETE DO PREFEITO, decorrente do PROCESSO
096/2013/GP, destinado à AQUISIÇÃO DE GÊNEROS ALIMENTÍCIOS (ÁGUA,
SUCO, BISCOITO), PARA ATENDER AS NECESSIDADES DO GABINETE DO
PREFEITO, considerando os critérios legais e observados os preceitos da Lei
Federal n.º 8.666/93, resolve ADJUDICAR a licitação, indicando como
vencedor a empresa ARTHFER COMERCIO E SERVIÇOS LTDA, com CNPJ nº.
09.178.404/0001-44, com o valor de R$ 73.622,50 (setenta e três mil,
seiscentos e vinte dois reais e cinquenta centavos), para que produza os
efeitos legais e jurídicos.
Ananindeua/PA, 19 de dezembro de 2013.
Ana Maria Nogueira Mendes
Chefe do Gabinete do Prefeito

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

domingo, 22 de dezembro de 2013

Decoração de Natal de Ananindeua vai sair por R$ 420 mil reais para o contribuinte

 
 
 
O contrato foi  firmado entre a Prefeitura de Ananindeua (PMA) e ACIA (Associação Comercial e Industrial de Ananindeua). A PMA vai passar aos empresários Anins R$ 420 mil para eles fazerem a decoração  Natalina do munícipio.
 
 
 COOPERAÇÃO TÉCNICA FINANCEIRA PARA IMPLEMENTAÇÃO DE ORNAMENTAÇÃO NATALINA NAS VIAS E PRÓPRIOS PÚBLICOS DE ANANINDEUA, COM
E PRÓPRIOS PÚBLICOS DE ANANINDEUA, COM

APRESENTAÇÃO DE ATRAÇÕES CULTURAIS.


VALOR: R$ 420.000,00
 
 
 

VIGÊNCIA: SESSENTA DIAS A PARTIR DA ASSINATURA.

EMBASAMENTO LEGAL: ART. 25, INCISO III E 116, § 1° DA LEI



FEDERAL N° 8.666/93

FORO: COMARCA DE ANANINDEUA – ESTADO DO PARÁ.

DATA DA ASSINATURA: 6 DE DEZEMBRO DE 2013




ALEXANDRE CÉSAR SANTOS GOMES

SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA, ESPORTE, LAZER E

JUVENTUDE – SECELJ.

FRANCISCO DE ASSIS DE SOUSA

ASSOCIAÇÃO EMPRESARIAL DE AN
ANINDEUA

Acesse e veja no Diário do Munícipio:

http://www.ananindeua.pa.gov.br/diario/public/diariopdf/2013_DIARIO,_DEZEMBRO,_19.pdf



Prefeito Pioneiro esses artista moram em Ananindeua Parte II




Artista de Ananindeua, mande seu vídeo para o blog Ananindeuadebates para publicarmos: ananindeuadebates@gmail.com

Feliz Natal. Viva Mario Quintana!

Via Blog Evidentemente de Jadson Oliveira

QUINTANA: "ELES PASSARÃO... EU PASSARINHO"



Poeminhos do Mario Quintana (parte 1)



POEMINHO DO CONTRA
Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!

  De CH (Caderno H - 1973)

O verdadeiro imortal



Por Carlos Machado

O "Poeminho do Contra" também tem sua história. Mario Quintana, sabe-se lá por quê, candidatou-se três vezes à imortalidade da Academia Brasileira de Letras. Na primeira (em março, 1981), perdeu para Eduardo Portella, ex-ministro da Educação do general-presidente João Figueiredo. Depois (em novembro, 1982), foi derrotado pelo jornalista Carlos Castello Branco (1920-1993). Na última vez, a vaga foi para o professor carioca Arnaldo Niskier.

Diante da insensibilidade dos acadêmicos — que parecem votar com critérios como influência política, poder e prestígio social (e não os méritos literários), Quintana desistiu. E brindou os que lhe atravancaram o caminho com o delicioso e profético "Poeminha do Contra".

Eles passarão...
Eu passarinho!



Tarsila do Amaral - A caipirinha
Mais poeminhos:



A coisa mais solitária que existe é um solo de flauta.

  De CH

TIC-TAC

Esse tic-tac dos relógios é a máquina de costura do Tempo a fabricar mortalhas.

  De CH

RELÓGIO

O mais feroz dos animais domésticos é o relógio de parede; conheço um que já devorou três gerações da minha família.
          
De CH

COISAS NUMERADAS DE UM A TRINTA E CINCO

XIX

Um dia de chuva é bom para a gente comprar livros de poemas... Quem perguntar por que, de nada lhe adianta comprar um livro de poemas.

XXXII

Me lembro de um colega de ginásio que tirou da sua própria cachola e escrevia em seus cadernos e livros, com letra caprichada, o seguinte: "Estudo, és tudo!". Teve o fim que merecia.

  De CH


DA ARTE PURA

Dizem eles, os pintores, que o assunto não passa de uma falta de assunto: tudo é apenas um jogo de cores e volumes. Mas eu, humanamente, continuo desconfiando que deve haver alguma diferença entre uma mulher nua e uma abóbora.

  De CH

Tudo aí, inclusive exemplar da obra de Tarsila do Amaral, vem do sítio Poesia.net , mantido na web por Carlos Machado.

Jorginho do Na Ilharga mete o malho no "Pastor-vereador" Paulo Queiroz (PSDB)

 

A dívida nada divina

Via o Blog Na Ilharga

Dessa vez o arqui pelego Sindicato dos Servidores de Belém não tem como sair em socorro do traquinas presidente da Câmara Municipal de Belém, o tucano Paulo Queiroz. Como se sabe, quando a justiça já se preparava para executar o vereador por desobediência ao pagamento de multa diária decorrente de sentença transitada em julgado, vieram os bondosos dirigentes sindicais e fizeram um acordo velhaco que dá mais três meses ao fora-da-lei pra que arranje um jeito de pagar aquilo que deve e a justiça mandou que o faça, salvando a pele do maroto.

 Agora, porém, caso o Ministério Público leve adiante a disposição de cobrar o pagamento indevido de ticket alimentação pra vereador, ardil utilizado pra livrar da cobrança do imposto de renda a tal verba de gabinete que custeia  as despesas dos parlamentares, 34 vereadores que receberam o mimo terão de devolver esses valores. E o presidente mais ainda, pois foi quem autorizou o malsinado benefício em total desrespeito, diga-se, à Lei de Responsabilidade Fiscal, que considera o vale alimentação um benefício indireto ao servidor que não incorpora em seu salário, daí não dever entrar no cálculo das despesas com pagamento de pessoal e muito menos de quem não é reconhecido como trabalhador.

 Como se vê, nunca o dublê de vereador e pastor Paulo Queiroz precisou tanto de um milagre pra livrar-se dessa bananosa que o coloca como um dos mais endividados da cidade. Evidentemente que parte dessa dívida ainda passará por uma longa tramitação, ainda mais em se tratando de uma das mais lerdas justiças do país como a nossa. No entanto, o que já está contabilizado e o que prenuncia avolumar-se anuncia que o cioso religioso terá que emprestar muito aos pobres, agora, para no futuro ter lastro espiritual suficiente pra fazer um vultoso empréstimo a Deus. Credo!

Fala sério: FHC pode ser vice de Aécio Neves

Exclusivo: FHC pode ser vice na chapa de Aécio

:

Via Brasil 247

Construção de uma dupla puro-sangue do PSDB para as eleições de 2014 pode envolver o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso; até agora, ele e Aécio vinham defendendo que o vice fosse de São Paulo e também tucano, o que faria a escolha recair sobre o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP); no entanto, aliados afirmam que uma chapa 100% tucana só seria aceita se o vice fosse o próprio FHC; "ninguém melhor do que ele próprio para defender o legado dos seus oito anos de governo", diz o deputado Eduardo Giomes (SSD-TO), que migrou do PSDB para o Solidariedade, mas continua próximo a Aécio e a FHC

22 de Dezembro de 2013 às 06:58

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Falta alguém na Papuda: Deputado Geovane Queiroz PDT, que foi dedo-duro da ditadura, diz que solução para conflito é “dar um cacete” em quem ocupa terra

 
 
Ele  queira dividir o Pará, foi colaborador da Ditadura Militar, se no o Brasil os crimes da ditadura fossem apurados ele estaria no  presídio da Papuda.
 
Para deputado, solução para conflito é “dar um cacete” em quem ocupa terra


 
Via Revista Fórum
 
Deputado Giovanni Queiroz recomenda violência contra índios para se resolver questão agrária (Foto: www.giovanniqueiroz.com.br)

 
 
 
Durante audiência pública, Giovanni Queiroz (PDT-PA) “ensinou” a outros parlamentares os métodos utilizados no Pará para resolver questão agrária
Por Igor Carvalho
 

A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados resolveu realizar uma audiência pública, na última quarta-feira (11), para “Debater as crescentes demarcações de terras indígenas no país”. Às 13h14, o deputado Giovanni Queiroz (PDT-PA) pediu a palavra e explicou como aconselha os fazendeiros de sua região a lidarem com os conflitos fundiários. “O primeiro que reclamar, dá-lhe um cacete, bota em cima de um caminhão e manda devolver.”
Queiroz, falando ao lado da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), convidada a participar da audiência, explicou que no Pará já houve um leilão, similar ao realizado por pecuaristas do Mato Grosso do Sul no último sábado, “para juntar dinheiro e contratar advogado para tirar invasores de terra”.
Porém, segundo o deputado, o “problema” não foi resolvido e a estratégia foi diversificada. “Ninguém mais gasta dinheiro com advogado. Entrou hoje, sai na madrugada do dia seguinte, sai debaixo de cacete”, afirmou Queiroz, provocando aplausos da plateia. De acordo com o parlamentar, desde que a “nova tática” foi adotada, a questão fundiária se “resolveu” no Pará. “Eu não ouço falar de invasão de terra de um ano para cá.”
Em sua fala, na audiência, o deputado contou a história de um fazendeiro que o procurou pedindo um conselho, pois a sua propriedade havia sido ocupada por 40 trabalhadores sem terra. “Você quer um conselho para resolver? Contrata uma empresa de segurança. Tem que ser regular, bonitinho, não é contratar pistoleiro não. Bota dentro de um ônibus. Quantos invadiram? 40? Leva 60 ou 80. O primeiro que reclamar, dá-lhe um cacete, bota em cima de um caminhão e manda devolver.”
Por fim, Queiroz afirmou que “às vezes tem alguns excessos, natural que haja, tem gente resistindo.”

Escritor cubano reabre o debate sobre o assassinato de Trótski

 
Via folha de SP
 
Em "O Homem que Amava os Cachorros", o escritor cubano Leonardo Padura apresenta um romance investigativo sobre o assassinato Leon Trótski e do assassino, Ramón Mercader.
No dia 21 de agosto de 1940, no México, Trótski foi assassinado a golpe de picareta. Josef Stálin (1879-1953) foi visto como o principal suspeito de encomendar o crime.
Eles tinham desavenças notórias e Stálin o considerava um rival, motivo que exilou Trótski.
A história de "O Homem que Amava os Cachorros" começa em 2004 e é narrada por Iván, que trabalha em uma clínica veterinária em Havana e pretende se tornar escritor.
O narrador encontra um homem que passa a contar detalhes sobre Mercader, como a adesão ao Partido Comunista espanhol, o treinamento em Moscou, a mudança de identidade e os artifícios para ser aceito na intimidade do líder soviético. Padura procura manter o texto fundamentado em documentação e pesquisas para não cair na mera especulação.
"A verdade histórica é um limite que não se deve violar, pois um livro também tem o poder da letra impressa, que tende a ter um sentido de credibilidade", disse Padura a Joca Reiners Terron. "Por isso eu sou muito respeitoso com minhas investigações históricas".
Lev Davidovich Bronstein nasceu em família judaica no dia 7 de novembro de 1879, na Ucrânia. Adotou o nome Leon Trótsky apenas aos 18 anos, quando foi preso por conspirar contra o czar. Amigo de Lênin (1870- 1924), foi exilado da Rússia diversas vezes. No final de 1917, ambos lideraram os bolcheviques e derrubaram o governo. Era o início da República Soviética da Rússia.
Mercader, que nunca afirmou ter sido enviado pelo ditador soviético, cumpriu pena por homicídio até maio de 1960. Ele viveu em Cuba e na União Soviética até morrer em Havana, em 1978. Seu corpo foi enterrado sob o nome de Ramon Ivanovitch López, em Moscou, e tem um lugar de honra no museu da KGB.

sábado, 14 de dezembro de 2013

Vote na enquete: O que você acha do prefeito Pioneiro (PSDB) ter contratado Luan Santana por R$ 300 mil para cantar no aniversário de Ananindeua?

Pesquisa Ibope: Governo Jatene quase na "segunda divisão"

Na pesquisa CNI Ibope, divulgada nesta sexta-feira (13), o governador Simão Jatene (PSDB) tem apenas 22% de aprovação popular, empate técnico com Sérgio Cabral do Rio de Janeiro . O Governo Jatene amarga a 5º posição dos piores governadores do Brasil, se fosse um time disputando o Brasileirão estaria próximo a segunda divisão. Leia mais
 

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Prefeito Pioneiro (PSDB) contrata Luan Santana por R$ 300 mil e IPTU aumenta em Ananindeua


O niver (03/01/2014) de Ananindeua vai sair caro para o contribuinte, o prefeito Pioneiro (PSDB) mandou contratar  o Sertanejo Luan Santana por R$ 300 mil reais.  Os artistas da terra com esse dinheirão fariam um festão. Outro grande acontecimento em Ananindeua foi o aumento no valor do IPTU. Uma  Professora protestou no face  do Ananindeuadebates: 
  • Professora Socorro Aranha
    10/12/2013 18:39
    Professora Socorro Aranha

    Estou deixando meu protesto aqui em relação ao Iptu, não foi entregue esse ano de 2013, teve um aumento de quase cem por cento e sem parcelamento, jogaram a culpa na gestão passada, dizendo que eles calcularam errado, e eu pago pelo erro deles, pelo amor de Deus é muita incompetência. Vamos fazer protesto na arterial, obrigada.

domingo, 8 de dezembro de 2013

Debate: Mulheres da CUT são contra regulamentação da prostituição X As prostitutas também são mulheres trabalhadoras defende o Deputado Jean Wyllys

Roberto Parizotti/CUT
Mulheres CUT
Cleone (com o microfone na mão) acredita que regulamentação vai apenas fazer com que exploração das mulheres deixe de ser crime
Para a maior parte das dirigentes, a medida favorece apenas quem lucra com o corpo das mulheres

O Coletivo Nacional de Mulheres da CUT discutiu na terça-feira 3, em São Paulo, a regulamentação da prostituição e, para a maior parte das dirigentes, a medida favorece apenas quem lucra com o corpo das mulheres*.

Elas debateram o Projeto de Lei (PL) 4.211/2012, do deputado federal Jean Willys (PSOL-RJ), que descriminaliza a exploração da atividade por casas noturnas e figuras como o cafetão.

Para a secretária da Mulher Trabalhadora da Central, Rosane Silva, o PL referenda um modelo de sociedade baseado no sistema capitalista, no patriarcado e no machismo. Ela criticou ainda a atuação do parlamentar nos bastidores e cobrou políticas públicas para que as mulheres não enxerguem na prostituição uma forma de sobrevivência.

“O Jean está pressionando a Kokay (deputada Érika Kokay do PT-DF) para assumir a relatoria do projeto e enquadrar o PT. E a companheira está esperando a posição da CUT para saber como pensamos. Minha opinião é que ela não aceite ser relatora e organize as deputadas do Congresso para votar contra esse texto. O que precisamos é lutar por políticas públicas que tirem as mulheres da condição de prostitutas”, afirmou.

A dirigente também criticou a Caixa Econômica Federal pelo convênio com a Associação das Prostitutas de Minas Gerais (Aprosmig) para oferecer benefícios como máquinas que aceitam cartões de crédito e debito.

“Um banco público deve atender aos interesses da população e não ter essa posição vergonhosa que só interessa ao sistema financeiro”, falou.

Prostituição como saída

Com a experiência de quem viveu da prostituição durante 15 anos, a militante da Marcha Mundial de Mulheres Cleone Santos também criticou o projeto e destacou que o perfil das mulheres continua o mesmo de quando estava nas ruas: negras ou afrodescendentes, em sua maioria, muito pobres e idosas. Nesse último caso, o perfil mais fragilizado.

“Aos 30 anos, a mulher já é considerada velha pelos donos das casas e vai para a rua, ficar encostada nas paredes, nos pontos de ônibus, nas bancas. E ali passa o resto da vida. Aí vem uma pessoa querendo regulamentar e achando que está fazendo uma coisa boa. As mulheres não estão ali porque querem. Nos lugares onde vou, não foi ela quem decidiu. Ela acorda pela manhã e está faltando comida e se não fizer um programa, por R$ 20, R$ 10, R$ 5, não vai ter dinheiro.”

Para Cleone, a ideia de regulamentação, que pode parecer positiva, na prática, acaba por prejudicar. Da mesma forma que Rosane, ela defende que o melhor caminho é garantir o acesso a direitos que já são garantidos a outras mulheres. “O explorador vai deixar esse papel para se tornar empresário, como nas grandes empresas que contratam as trabalhadoras faxineiras e as mandam para onde quiserem. A regulamentação não facilita vida das mulheres, só vem para sugar. O que queremos sim ter direito a políticas como saúde pública e de qualidade. Que a prostituta tenha direito de chegar ao médico e poder dizer qual é sua profissão sem ser humilhada. Se houver um profissional preparado lá dentro, não precisa de lei. Dentro do mundo do trabalho, esse trabalhador te que estar preparado”, comentou.

Mercado da exploração

Cleone comentou a experiência de Aprosmig, em Belo Horizonte, onde as prostitutas oferecem os programas em quartos de hotéis e são reféns de diárias que giram em torno de R$ 210, conforme comentou. “Não entendo uma associação que diz defender as mulheres, na verdade, defenda os donos dos hotéis. Conheço várias companheiras que foram mortas por dívidas”, crédito.

Ela cobrou que o debate continue no movimento feminista, já que a discussão tem relação direta com a autonomia das mulheres sobre o próprio corpo. “A discussão tem de ir além do projeto, porque são mulheres que estão numa luta quase que solitárias. E se formos pensar, todas nós nos prostituímos um pouquinho, quando aceitamos um chefe safado que nos assedia, quando casamos com um cara que não nos respeita em troca de um poder econômico. A luta é de todas nós.”

Reprodução da opressão

Professora aposentada pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) Iolanda Ide fez um resgate histórico da exploração sexual sobre as mulheres e lembrou que os proprietários de escravos já eram donos também da sexualidade e mandavam escravas para se prostituírem.

Uma situação, afirmou, que é reproduzida na formação de homens e mulheres. “Estamos à mercê de uma estrutura arcaica e profundamente arraigada dentro de nós. Porque aceitamos que meninos possam chegar em casa e jogar sapato, meia, roupa e a menina tenha que ir lavar a louça? O patriarcado penetra profundamente no tecido social e no sentimento das pessoas e faz com que os que sofrem a opressão repitam sem perceber”, explicou.

Como Rosane e Cleone, ela também avaliou que a regulamentação interessa exclusivamente aos exploradores. “No Brasil não é crime nem contravenção penal se prostituir. Crime é explorar, ter prostíbulo, ser gigolô. O Jean Willys quer descriminalizar os exploradores da prostituição com o argumento de proteger direitos das mulheres às vésperas da Copa. A quem interessa isso? Aos homens, porque são eles que são donos das casas, são eles os cafetões e são eles os gigolôs. Novamente o liberalismo vai lucrar em cima das mulheres”, criticou.


Texto originalmente publicado no site da Central Única dos Trabalhadores
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Da Carta Capital

As prostitutas também são mulheres trabalhadoras
É curioso que as mulheres da CUT, por um moralismo não assumido, atentem contra as liberdades individuais e contra o direito de uma mulher de dispor sobre seu corpo
por Jean Wyllys 
Muito me surpreenderam os ataques públicos de um grupo de mulheres da CUT contra o "PL Gabriela Leite", projeto de lei que regulamenta o trabalho das/dos profissionais do sexo e o distingue do crime de exploração sexual; projeto construído democrática e participativamente pelas prostitutas organizadas e apresentado por mim, a pedido delas, na Câmara dos Deputados. (Leia a posição das mulheres da CUT clicandoAQUI)
E muito mais me surpreenderam as declarações maliciosas da secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, Rosane Silva (gostaria que ela lembrasse que as prostitutas que escreveram o projeto também são mulheres trabalhadoras), que disse que eu estou "pressionando" minha amiga e parceira de lutas, a deputada Érika Kokay, para que assuma a relatoria do projeto. A deputada Érika é uma pessoa de convicções e não permite que ninguém a pressione; mas me parece que, ao contrário do que foi dito, essa declaração contra o projeto é que pretende ser uma forma de pressão (inútil) contra ela, para que não assuma a relatoria ou se pronuncie contra o projeto para não contrariar um setor do seu partido.
Sim, do partido, porque é claro que essa declaração de algumas mulheres da CUT é, na verdade, uma declaração de algumas mulheres do PT contra um parlamentar do PSOL que faz oposição de esquerda ao governo Dilma - declaração que tem um olho no cálculo eleitoral para 2014. As mulheres da CUT nunca me procuraram para conversar sobre o Gabriela Leite — como, em outras ocasiões, já me procuraram para apoiá-las em outras lutas das quais também faço parte, como a luta pela legalização do aborto e contra o assédio moral no mercado de trabalho —, como também não procuraram o movimento das prostitutas; o que, sem dúvidas, teria feito se tivesse um interesse real - e não apenas partidário - em debater essa reivindicação da categoria que eu, como deputado de um partido de esquerda que quer representar os interesses da classe trabalhadora e não tem medo de fazê-lo mesmo quando envolve temas "polêmicos", decidi defender no Congresso.
É lamentável que as mulheres da CUT não levem em conta o trabalho que eu faço em outras frentes contra a exploração sexual de mulheres e crianças ou as emendas que destinei para políticas que deem oportunidade para mulheres prostitutas pobres que desejem deixar de ser prostitutas.
E é lamentável que não respeitem também a liberdade das mulheres prostitutas que querem continuar sendo prostitutas e ter seus direitos reconhecidos.
É curioso que as mulheres da CUT, por um moralismo não assumido, atentem contra as liberdades individuais e contra o direito de uma mulher de dispor sobre seu corpo, colocando-se ao lado do discurso dos fundamentalistas que impulsionam projetos para criminalizar o trabalho sexual, como o PL-377/2011 do deputado fundamentalista João Campos, o mesmo que defendia a bizarra lei de "cura gay".
É chocante que as mulheres da CUT não enxerguem o óbvio: que a prostituição como atividade praticada por uma pessoa adulta e capaz é diferente da exploração sexual (esta, sim, é um crime a ser enfrentado; seja quando vitima mulheres, seja quando vitima crianças e é chamada equivocadamente de "prostituição infantil") e que o Gabriela Leite - elaborado por mulheres prostitutas organizadas politicamente (quem melhor para falar em nome delas do que elas mesmas?) - diz respeito à prostituição como exercício da liberdade individual ou ao meio de sobrevivência de uma pessoa adulta, e a distingue da exploração sexual, inclusive apontando os meios de enfrentamento desse mal (a exploração sexual).
O "PL Gabriela Leite" - que leva o nome dessa saudosa lutadora, querida amiga, exemplo de luta e inspiração para mim e para muitos e muitas, recentemente falecida - é uma iniciativa das próprias trabalhadoras sexuais organizadas. Durante a minha campanha, elas me procuraram para debater esse assunto e colocar suas reivindicações em minha agenda, e eu assumi o compromisso de tocar essa pauta na Câmara, caso fosse eleito — eu eu honro minhas promessas de campanha, mesmo que impliquem num custo político por contrariar o senso comum, os preconceitos e os lobbys das corporações. Já deputado, mantive reuniões com trabalhadoras sexuais, tanto mulheres heterossexuais quanto travestis e transexuais, de diferentes estados, e também consultei a opinião dos garotos de programa — mas, como eles não estão organizados, não participaram como coletivo da redação do projeto. Tenho pelos trabalhadores e trabalhadoras sexuais o mesmo respeito — e o mesmo compromisso de acompanhar suas lutas — que por qualquer outro trabalhador ou trabalhadora.
O "PL Gabriela Leite"  como todo projeto, pode ser melhorado com o debate, mas este precisa ser honesto e qualificado, sem baixarias e, sobretudo, deve incluir aqueles e aquelas que são sujeitos políticos dessa luta. Devemos deixar atrás a arrogância de pensar e decidir em nome de quem que nem sequer convidamos a participar de uma discussão que diz respeito a sua vida. Quando Gabriela me trouxe essa demanda e eu comecei a me reunir com as prostitutas em diferentes estados e cidades, a dialogar com elas e a ouvir suas experiências de vida e suas reivindicações, ficou claro para mim que eu sabia muito pouco e precisava aprender. Aprendi com elas e estou muito agradecido! Um representante do povo precisa ouvir, não apenas falar! Tem aspectos do projeto que eu só entendi depois de ouvi-las, e gostaria que aqueles que fazem ataques tão levianos tivessem a mesma disposição e humildade.
O debate sobre a prostituição, tanto no movimento feminista quanto no movimento LGBT, está longe de acabar. Não há uma opinião comum, nem no Brasil, nem no mundo. Há quem seja a favor da regulamentação do trabalho sexual (como eu) e há quem seja abolicionista e considere que toda forma de prostituição é uma forma de "mercantilização do corpo da mulher" — esquecendo, aliás, a prostituição masculina.
Eu defendo que todos e todas nós sejamos donos do nosso próprio corpo e, pelo mesmo motivo que sou a favor do direito das mulheres a decidir sobre a interrupção voluntária da gravidez, sou contra a criminalização dos usuários de drogas atualmente ilegais, sou a favor do direito das pessoas trans a fazerem cirurgias de transgenitalização e/ou tratamentos hormonais (se assim o desejarem!) e a ter seu nome e sua identidade reconhecida (independentemente do que façam com o corpo), sou a favor da morte digna e da autodeterminação sobre o fim da própria vida; também considero que toda pessoa adulta e capaz tem direito a decidir livremente se quer exercer a prostituição.
Considero que há uma parte da esquerda e do feminismo que tem uma posição conservadora e moralista sobre o uso do corpo e sobre a sexualidade (moralista e, inclusive, machista!), pela qual comete a contradição ideológica de defender o direito da mulher a abortar mas, ao mesmo tempo, pretender que o Estado tutele o corpo dela quando se trata da prostituição. Se o trabalho sexual é uma forma de mercantilização do corpo, qualquer trabalho que envolva o corpo também é! O que é que diferencia o pênis, a vagina ou o ânus das partes do corpo que usamos em outros trabalhos considerados "braçais", a não ser os tabus que interditam a sexualidade e querem escondê-la sob uma redoma sombria e custodiada por demônios?
"Eu sou mulher, mãe, filha, avó e puta", dizia Gabriela Leite, desafiando o sentido pejorativo e preconceituoso da palavra. Já é hora de que nos assumamos: veados e sapatões, putas, negros, macumbeiros, nordestinos, favelados, latino-americanos, sem medo nem vergonha de dizer quem somos, sem medo nem vergonha de sermos felizes.
O Estado deve combater a exploração sexual e o tráfico de pessoas e garantir que ninguém seja obrigado/a (por um proxeneta, pela máfia ou por circunstâncias sociais) a exercer a prostituição. E, da mesma maneira, o Estado deve reconhecer os direitos daquelas pessoas que decidem se dedicar ao trabalho sexual, sejam do gênero masculino ou feminino. Sei que, por dizer isso, posso ser tachado de "liberal". Ora, não tenho medo de ser "liberal" para defender o direito ao aborto ou à prostituição, da mesma maneira que, para defender os interesses da classe trabalhadora, não tenho medo de ser socialista.
Porém, essa discussão ideológica (teórica), que é muito interessante e deve ser feita, não pode ter mais destaque que os anseios humanos, reais, marcados no corpo, daqueles e daquelas que, como as prostitutas que me procuraram quando eu era, ainda, candidato (e elas acreditaram que, se eleito, poderia ser dos poucos que topariam, sem medo nem vergonha, defender as putas), precisam de nós para ter garantidos seus direitos fundamentais.