Jornal GGN – Luiza Erundina foi sempre uma
incansável batalhadora pela revisão da Lei de Anistia. Criticou
duramente a presidente quando esta declarou que não era a favor da
revisão. Além disso, Erundina se notabilizou por abraçar pautas
extremamente espinhosas no Congresso, como a criminalização da
homofobia, o casamento gay e outras batalhas ferrenhas.
Hoje Luiza Erundina foi alçada à incômoda coordenação da campanha de
Marina, uma voz do PSB nas decisões contidas em seu cargo. Confrontada
por jornalistas, Erundina disse que suas pautas até agora devem ser
discutidas em um outra oportunidade, não em campanha de Marina, onde se
discute um projeto de Brasil.
O Estadão explora essas divergências em matéria de hoje, bem como
‘arranja’ como ponto convergente entre as duas o ódio e a mágoa que
nutrem pelo PT. Leia a matéria a seguir.
do Estadão
ISADORA PERON, PEDRO VENCESLAU - O ESTADO DE S. PAULO
Com posições conflitantes com as de Marina, coordenadora da campanha da candidata do PSB tenta escapar de divergências públicas
Escolhida de última hora para coordenar a campanha de Marina Silva à
Presidência, a deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP), submergiu para
não divergir publicamente da candidata. Apesar de serem amigas e
compartilharem o mesmo projeto de poder, as duas têm posições
antagônicas em temas polêmicos que são especialmente sensíveis no atual
cenário eleitoral.
Erundina notabilizou-se no Congresso - ela está no quarto mandato de
deputada - pela defesa das bandeiras LGBT, da revisão da Lei da Anistia e
da democratização da mídia.
Marina, porém, evita encampar essas propostas. Em um episódio
recente, a equipe da candidata retirou do programa de governo trechos
que previam a criminalização da homofobia e a aprovação do casamento
gay. Na ocasião, Erundina não se manifestou. Hoje, quando questionada,
ela minimiza o caso. “Essas questões são menores. Em uma disputa
eleitoral com essa dimensão, essas questões precisam ser tratadas no seu
devido tempo”, afirmou.
Para evitar novos desgastes - e não se desgastar com os seus
eleitores - Erundina tem acompanhado Marina a pouquíssimos eventos. Sua
agenda tem se concentrado a atividades que fogem do seu perfil - a
burocracia do dia a dia da campanha.
Na sexta-feira, quando compareceu a um ato de Marina em São Bernardo
do Campo, na região do ABC paulista, a deputada foi questionada pelo
Estado sobre as divergências com a presidenciável. “Esta é uma coletiva
com a candidata à Presidência, não com a coordenadora da campanha”,
disse. “O centro do debate, a figura principal, o interesse que a
sociedade tem é pelo o que está falando a nossa candidata”, concluiu.
Em outra ocasião, também na semana passada, a deputada reconheceu as
diferenças. “Não alterei um milímetro das minhas posições. Mas há mais
convergências do que divergências.” Entre as discordâncias, talvez a
mais delicada seja a revisão da Lei da Anistia, que permitiria que
militares e civis sejam punidos por seus crimes da época da ditadura. Em
debates na Câmara, Erundina costumava fazer duras críticas à presidente
Dilma Rousseff (PT), por se mostrar contrária à revisão da norma. “A
postura da presidente Dilma é de leniência. Por que esse receio? Não
entendo, sobretudo para uma pessoa que pagou tão caro na época”, chegou a
dizer a parlamentar. A posição não mudou, mas Marina é poupada. “Temos
que lutar pela revisão, mas isso é um aspecto menor”, disse a deputada.
Quando questionada sobre sua baixa participação nos eventos de
campanha, a deputada diz que tem de se concentrar na sua campanha à
reeleição para a Câmara. Apesar das divergência, Erundin
Um comentário:
Erundina coordena a campanha de Marina Silva que tem um programa de governo ultradireitista. Ambas jogaram o seu passado no lixo. Optaram por atender aos interesses das elites nacionais e internacionais, abandonando a própria sorte a sociedade brasileira. Ambas são farinha do mesmo saco.
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