Se virar à direita dá Aécio (PSDB). Um projeto das elites; Os petistas
nos dizem que virar à esquerda é manter Dilma (levando junto, de quebra,
os aliados dela e sua opção de governar com os ricos) e "PT
saudações"...
Estamos diante de uma eleição polarizada. Isso,
depois de anos de frieza e aparente hegemonia, tem o seu valor. Esse
cenário se explica, entre outras coisas, pelos levantes e greves que
ocorrem desde junho do ano passado e mudaram a situação política de
nosso país. As pessoas estão cansadas de políticos corruptos que, com má
utilização do dinheiro público, só enriquecem a si, seus financiadores e
familiares. O povo sabe que eles fazem essa farra em detrimento da
falta de moradia, de saneamento, de educação, de saúde e de transporte
público acessível e de qualidade para a maioria da população que vive
somente de seu trabalho e hoje exige mudanças.
Esse sentimento
(que exige mudanças) vem sendo disputado pelas duas candidaturas que ora
chegaram ao segundo turno das eleições presidenciais. De um lado, Aécio
(PSDB) que representa o retorno de uma política, categoricamente,
liberal e a serviços dos Bancos, das Empreiteiras, do lucro das
multinacionais e de uma filosofia privatista que defende um Estado cada
vez mais diminuído, quanto as suas responsabilidades sociais e no que se
refere à proteção aos direitos básicos e coletivos da população. Na
verdade ele pretende levar o Brasil a uma condição de um sócio menor das
empresas e bancos nacionais e estrangeiros. Acrescenta-se a isso a
intolerância e a repressão aos movimentos sociais, que sempre marcaram
os governos ditos “Tucanos”.
Do outro lado está Dilma e o PT e
também encontramos hoje: Sarney, Collor de Melo, Renan Calheiros, Jader
Barbalho, Edir Macedo e tantas outras velhas figuras que, na opinião
mais geral dos que se mobilizam por mudanças, também representam o
atraso e a velha política carreirista e corrupta; Todos esses são
agentes do clientelismo, do cinismo e do destrato com a coisa pública
para beneficiamento próprio e de seus “patrocinadores”. Por falar em
patrocínio, é flagrante ver que grande parte das empreiteiras, empresas e
bancos que financiam a campanha de Aécio, também investem fortunas na
candidatura da petista. Assim, se queremos, de fato, ir à esquerda, não
dá pra dizer que devemos manter o atual governo e “PT saudações...”.
Nesses dias de embate eleitoral, enquanto vimos o desaparecimento das
grandes manifestações de massa, também assistimos o PT e o PSDB omitirem
temas chaves e estruturais para o futuro de nosso país; Isso se deu por
que ambos defendem “Seguir remetendo metade de todo orçamento anual
para o pagamento de juros e serviços da dívida pública”. Essa atitude
revelou que são iguais os que, na aparência ou passado, poderiam ser
diferentes. Essa opção os
Como parte desse filme, estamos
assistimos o reflexo dessa disputa se expressar em amplos setores,
organizações, classes sócias e personalidades de nossa sociedade. Mesmo
que estejamos tratando de uma fita inteira o que aparece com maior
relevância, é apenas uma fotografia. Essa imagem mostra uma encruzilhada
com duas estradas a serem tomada: A que dá em “uma onda conservadora”
(Aécio) ou a que nos leva a manter um aparente “mal menor” (Dilma).
Assim, para infelicidade de toda uma geração, segue prevalecendo um
velho dito popular: “todo caminho vai dar na venda!”; literalmente
falando.
Nossa tarefa é ir em frente; Anular o voto e manter o pé
na estrada das lutas, das greves e das manifestações para
reconstruirmos o caminho que, verdadeiramente, nos leve a uma virada à
esquerda.
Atnágoras Lopes
Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas
Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas
Foto Rui Baiano Santana
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