Via Jornal Poços 10 de MG
Em 26/04/14
O Jornalista paraense Palmério Dória diz que ex-presidente tem sorte de não sofrer mesmo destino de Carlos Menem e Alberto Fujimori, ex-presidentes que hoje estão presos
“Mensalão é pouco perto da emenda da reeleição”
Vamos comparar o mensalão à emenda da reeleição. Houve
blindagem da imprensa ao presidente Fernando Henrique Cardoso? O sr.
acha que o caso da emenda mereceria tanta repercussão quanto o mensalão?
É exatamente o inverso. O caso do mensalão é café pequeno perto da questão da emenda da reeleição, se pegarmos o volume de gente envolvida, as filas de parlamentares se vendendo, segundo diz Pedro Simon [senador pelo PMDB-RS], por exemplo. O mensalão está sendo reavaliado. O próprio Elio Gaspari [jornalista], em sua coluna, disse que, perto da história do propinoduto, o mensalão é café pequeno. Os números começam a aparecer. Sempre digo que os tucanos roubaram em um padrão galáctico. Só computação quântica pode chegar perto dos valores que houve em São Paulo, na privatização — para comprar a reeleição de FHC, porque não dá para separar as coisas, é como suplemento de jornal, as coisas estão unidas e coesas.
É exatamente o inverso. O caso do mensalão é café pequeno perto da questão da emenda da reeleição, se pegarmos o volume de gente envolvida, as filas de parlamentares se vendendo, segundo diz Pedro Simon [senador pelo PMDB-RS], por exemplo. O mensalão está sendo reavaliado. O próprio Elio Gaspari [jornalista], em sua coluna, disse que, perto da história do propinoduto, o mensalão é café pequeno. Os números começam a aparecer. Sempre digo que os tucanos roubaram em um padrão galáctico. Só computação quântica pode chegar perto dos valores que houve em São Paulo, na privatização — para comprar a reeleição de FHC, porque não dá para separar as coisas, é como suplemento de jornal, as coisas estão unidas e coesas.
Sobre o propinoduto, a imprensa sabia do escândalo do metrô de São Paulo e fingia que não sabia…
Guardou [a imprensa] como o quarto segredo de Fátima…
Guardou [a imprensa] como o quarto segredo de Fátima…
Então,
quando a “IstoÉ” publicou o caso, inicialmente a imprensa tentou
desacreditar a investigação, sugerindo que era uma coisa política.
Depois, os veículos noticiaram, alguns até dando manchete, como se nada
tivesse sido publicado antes sobre o caso. A questão do metrô de São
Paulo é, de fato, uma grande corrupção?
Não é uma coisa nova. O começo dessa
história é com a Tejofran [conglomerado da área de infraestrutura], uma
espécie de “guarda-chuva” de Antônio Dias Felipe, sócio de Zuzinha
[Mário Covas Neto, filho do ex-governador de São Paulo Mario Covas,
morto em 2001] e compadre do ex-governador Mário Covas. A Tejofran
“garfava” mil contratos e depois terceirizava. No livro há o caso
Siemens, o momento exato em que Renan Calheiros [senador pelo PMDB-AL)
sai disparando do governo FHC, dizendo que Zuzinha era “a chuva ácida
que iria erodir a biografia de Mário Covas”.
Todo esse escândalo remonta àquela época. Naquele período o jogo
foi armado, os contratos todos. Em meu livro há o começo do caso
Siemens e foi quando se rasgou a fantasia em torno da figura santificada
de Covas. A Tejofran tem contrato de pedágio, passaporte, trem, tudo,
enfim, é mesmo um guarda-chuva. Pegam os contratos e depois os
distribuem. Acho que a origem do propinoduto está aí. Depois, aparece
essa questão da imprensa. Precisou que a “IstoÉ” lançasse mil denúncias
terríveis para que as pessoas vessem e reconhecessem. É o que eu digo:
os tucanos são imbatíveis no quesito “roubalheira”.
Não estou dizendo que é
lícito, porque todo roubo é roubo. Mas quando se compara o apartamento
de R$ 20 milhões de Antonio Palocci [ex-ministro do Planejamento
no governo Lula] a tudo isso que o PSDB protagonizou vê-se que há outra
escala de roubo. No caso do campo de Libra dá para perceber. Não se
pode comparar privataria a partilha. No caso de Libra, não estou vendo
nenhum ladrão desse padrão planetário — daquele que domina paraíso
fiscal, domina offshore etc. —, gângster mesmo. É claro que dá certa
tristeza ver em um leilão desses alguém como Edison Lobão [ministro das
Minas e Energia], mas sabemos que não é ele quem decide, que há alguém
por trás dele. No tempo do PSDB no governo, era uma quadrilha organizada
para vender o País. E venderam. No caso da Petrobrás, por exemplo, só
não venderam o “mastro”, mas todas as condições para enfraquecer a
empresa, para torná-la vulnerável, vem daquela época.
Mas e a compra daquela usina nos Estados Unidos por Sergio Gabrielli [ex-presidente da Petrobrás], o sr. não vê problema?
Sim, vejo um problema sério, mas gostaria de me ater ao livro, até porque eu não sou especialista em petróleo. O entrevistado principal do livro na questão de petróleo é Fernando Siqueira, que conta passo a passo como foi a tomada da estatal. FHC, já como ministro da Fazenda de Itamar Franco, cortou 52% do orçamento da Petrobrás, para já dizer a que tinha vindo.
Sim, vejo um problema sério, mas gostaria de me ater ao livro, até porque eu não sou especialista em petróleo. O entrevistado principal do livro na questão de petróleo é Fernando Siqueira, que conta passo a passo como foi a tomada da estatal. FHC, já como ministro da Fazenda de Itamar Franco, cortou 52% do orçamento da Petrobrás, para já dizer a que tinha vindo.
Já era a preparação para a privatização?
Quando FHC entrou, a Petrobrás tinha 5 mil fornecedores. Foram desindustrializando e fatiando a empresa para vender. Queriam criar unidades para ir privatizando uma a uma. Foi naquela época também que houve a quebra do monopólio. Siqueira diz mais ainda: que Lula e Dilma Rousseff “amarelaram”, na questão do leilão [do campo de Libra], abriram as pernas mesmo. São forças terríveis, estamos falando de geopolítica, é jogo pesado internacional. O jornalista Mauro Santayana diz, com todas as letras, que o Brasil, se tem uma riqueza desse tipo, já deveria ter todo um aparato para defendê-la, com Forças Armadas, caças etc. Mas FHC vendeu até a segurança nacional, ao assinar o tratado de não proliferação e, de cara, já beneficiou os americanos, com o Sivam [Sistema de Vigilância da Amazônia] passado à empresa Raytheon, dos EUA. Venderam o espaço aéreo. Toda a fragilidade da Petrobrás hoje advém disso tudo, como diz também Mauro Santayana.
Quando FHC entrou, a Petrobrás tinha 5 mil fornecedores. Foram desindustrializando e fatiando a empresa para vender. Queriam criar unidades para ir privatizando uma a uma. Foi naquela época também que houve a quebra do monopólio. Siqueira diz mais ainda: que Lula e Dilma Rousseff “amarelaram”, na questão do leilão [do campo de Libra], abriram as pernas mesmo. São forças terríveis, estamos falando de geopolítica, é jogo pesado internacional. O jornalista Mauro Santayana diz, com todas as letras, que o Brasil, se tem uma riqueza desse tipo, já deveria ter todo um aparato para defendê-la, com Forças Armadas, caças etc. Mas FHC vendeu até a segurança nacional, ao assinar o tratado de não proliferação e, de cara, já beneficiou os americanos, com o Sivam [Sistema de Vigilância da Amazônia] passado à empresa Raytheon, dos EUA. Venderam o espaço aéreo. Toda a fragilidade da Petrobrás hoje advém disso tudo, como diz também Mauro Santayana.
Do ponto de vista político, quais são os principais beneficiados com esse negócio de privatização?
Só o fato de não ter americanos na partilha, já é uma coisa fantástica, mas as pessoas reclamam dos chineses. Só que os chineses nunca tentaram nos invadir; os americanos, em 1964, estavam prontos para invadir o País se houvesse reação ao golpe. Tem um ponto interesse, que está na entrevista com o Guilherme Estrela à “Folha de S. Paulo”, quando ele conversou com a Graça Foster, dizendo que em 2015 a Petrobrás estaria preparada para fazer a exploração do pré-sal sozinha. A Dilma chegou a falar que seria um crime privatizar o pré-sal — e veja que não estou confundindo privataria com concessão ou partilha.
Só o fato de não ter americanos na partilha, já é uma coisa fantástica, mas as pessoas reclamam dos chineses. Só que os chineses nunca tentaram nos invadir; os americanos, em 1964, estavam prontos para invadir o País se houvesse reação ao golpe. Tem um ponto interesse, que está na entrevista com o Guilherme Estrela à “Folha de S. Paulo”, quando ele conversou com a Graça Foster, dizendo que em 2015 a Petrobrás estaria preparada para fazer a exploração do pré-sal sozinha. A Dilma chegou a falar que seria um crime privatizar o pré-sal — e veja que não estou confundindo privataria com concessão ou partilha.
Mas pense bem: em 2014 teremos eleição.
Já pensou essa riqueza na mão dos tucanos, a festa que seria? Temos de
ponderar isso, as urnas estão vindo já e a Dilma pode ganhar ou perder,
como todos os outros três candidatos. Nisso estou considerando
candidatos Eduardo Campos (PSB), Marina Silva (PSB) e Aécio Neves
(PSDB). E quem eles representam? A Marina está andando a tiracolo com
André Lara Resende [economista com PhD pela Universidade de
Massachusetts (EUA)]. Ela ainda falou que é capaz de fazer “gestos
teatrais” — as palavras são dela — para devolver o País ao chamado
ajuste, que envolve arrocho salarial, desemprego e outras questões.
Aécio está fazendo aquela mesma entrega a domicílio nos Estados
Unidos. Ele foi a Nova York e fez o mesmo discurso de FHC quando foi
eleito, entregando o País aos piratas. Já Eduardo Campos fala de ajustes
fiscais parecendo falar que vai fazer justiça com as próprias mãos.
Nisso aí, a turma de FHC está, na verdade, com as três candidaturas. É um jogo pesadíssimo.
Imagine, então, eles ganhando a eleição. Aí, em 2015 a parada é outra. Se você se lembra, David Zylbersztajn [primeiro diretor-geral da então recém-criada Agência Nacional do Petróleo (ANP), em 1998, liderou a quebra do monopólio da Petrobras na exploração do petróleo no Brasil], vendeu uma parte de Libra por R$ 250 mil, ou coisa assim. Isso não esteve nas mãos dos tucanos, só que eles não sabiam disso. Aliás, hoje nem teria a Petrobrax, não haveria nada, porque ela é para vender a Petrobrás, e isso eu não vi em nenhum lugar até agora.
Imagine, então, eles ganhando a eleição. Aí, em 2015 a parada é outra. Se você se lembra, David Zylbersztajn [primeiro diretor-geral da então recém-criada Agência Nacional do Petróleo (ANP), em 1998, liderou a quebra do monopólio da Petrobras na exploração do petróleo no Brasil], vendeu uma parte de Libra por R$ 250 mil, ou coisa assim. Isso não esteve nas mãos dos tucanos, só que eles não sabiam disso. Aliás, hoje nem teria a Petrobrax, não haveria nada, porque ela é para vender a Petrobrás, e isso eu não vi em nenhum lugar até agora.
Já estaria vendida a
Petrobrás inteira, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, porque a briga
toda de hoje em dia é questão de juros. Todos os candidatos estão vindo
com a história de subir os juros no nível do mandato do FHC, porque
eles não aguentam essa inclusão. Eles odeiam o Bolsa
Família, como odeiam a Petrobrás, o Banco do Brasil e a Caixa
Econômica. E eu estou falando do mais perigoso deles, que está voltando
com Eduardo Campos, que é Jorge Bornhausen [ex-presidente do DEM, hoje
sem partido]. ACM [Antonio Carlos Magalhães, ex-governador, senador pela
Bahia e uma das maiores lideranças da direita no País, morto em 2007]
não é nada perto dele.
Mas eu falava sobre as pessoas
beneficiadas pela privatização. Quando houve a privatização da
telefonia, Carlos Jereissati, que é irmão de Tasso Jereissati [PSDB,
ex-governador do Ceará] foi o maior beneficiado. Ou seja, teve também
grupos políticos beneficiados, não?
Sem a menor dúvida. Agora, naquele caso houveram os grampos telefônicos. De 54 fitas, foram transcritas 2 ou 3. O esquema ali era de assalto, mas a imprensa sempre tratou essas questões como um desvio, como um caso policial, nunca enfrentaram esse assunto como gangue. O governo do Fernando Henrique Cardoso nunca foi tratado como um enorme esquema de formação de quadrilha. Eram vistos como casos isolados, como um “desvio de conduta”.
Sem a menor dúvida. Agora, naquele caso houveram os grampos telefônicos. De 54 fitas, foram transcritas 2 ou 3. O esquema ali era de assalto, mas a imprensa sempre tratou essas questões como um desvio, como um caso policial, nunca enfrentaram esse assunto como gangue. O governo do Fernando Henrique Cardoso nunca foi tratado como um enorme esquema de formação de quadrilha. Eram vistos como casos isolados, como um “desvio de conduta”.
Essa esquema só houve nesse período na
história do Brasil. É possível que o Fernando I [Fernando Collor de
Mello, presidente de 1990 a 1992, quando sofreu impeachment] talvez
tivesse vontade ou pudesse armar uma coisa parecida, mas não deu tempo.
Mas o Fernando II [FHC] conseguiu armar um esquema de roubo. A
organização criminosa aconteceu para lesar e vender o País durante o
período FHC.
O Carlos Jereissati é o Anastasio
Somoza [Anastasio Somoza Debayle, ditador que presidiu a Nicarágua de
1967 a 1979, seguindo uma dinastia de ditadores de sua família desde
1936] do Ceará. Sua família tem um Estado. O Ceará é uma holding dos
Jereissati, mas isso nunca sai na imprensa, exceto por Sebastião Nery,
que, inclusive, usou esse termo “holding”. São sujeitos que dão pistas
para se fazer matérias impressionantes sobre organizações criminosas,
mas a imprensa não faz isso. Você já viu em algum lugar uma investigação
séria sobre a Rádio Arco-Íris, de Aécio Neves? Sobre os aviões em que
ele circula pelo Brasil? Sobre o poder que ele exerce sobre a imprensa
mineira, que não publica nada? Sobre a irmã dele, que é, de fato, quem
manda? Nunca houve matérias completas sobre isso.
Euler de França Belém — A
principal resposta do PSDB quanto às privatizações é que, por exemplo, a
qualidade dos serviços de telefonia melhorou. Como o sr. vê essa
justificativa?
Você inclusive falou sobre isso ao escrever sobre o livro, sobre os R$ 21 bilhões investidos na Telebrás às vésperas do leilão. Como você vai vender uma coisa quando se investe um valor exorbitante desses e dá de presente para o comprador? Hoje em dia isso é falso, porque nós pagamos uma das maiores tarifas telefônicas do mundo. Isso é uma lenda, uma lorota.
A revolução do sistema de telefonia teria de qualquer jeito, foi uma estupidez político-estratégica, em sentido mais amplo, o Brasil não ganhou nada com isso, a revolução aconteceria de qualquer maneira. Foi um roubo incomensurável, inquestionavelmente uma roubalheira.
Quando você fala de privatização, esse livro não trata de privatização, mas, sim, de privataria, que é outra coisa.
Você inclusive falou sobre isso ao escrever sobre o livro, sobre os R$ 21 bilhões investidos na Telebrás às vésperas do leilão. Como você vai vender uma coisa quando se investe um valor exorbitante desses e dá de presente para o comprador? Hoje em dia isso é falso, porque nós pagamos uma das maiores tarifas telefônicas do mundo. Isso é uma lenda, uma lorota.
A revolução do sistema de telefonia teria de qualquer jeito, foi uma estupidez político-estratégica, em sentido mais amplo, o Brasil não ganhou nada com isso, a revolução aconteceria de qualquer maneira. Foi um roubo incomensurável, inquestionavelmente uma roubalheira.
Quando você fala de privatização, esse livro não trata de privatização, mas, sim, de privataria, que é outra coisa.
O leilão da Petrobrás, por exemplo, foi
feito em cima de pressões terríveis. Essas são jogadas internacionais,
não dá para pegar em apenas um detalhe, como no caso da telefonia. O
livro mostra as perversidades. Para fazê-lo, nós fomos às periferias de
São Paulo para conviver com o povo, para ver qual a tarifa de luz, para
descobrir como alguém com salário mínimo paga R$ 500 de luz. Há pessoas
querendo se suicidar por causa das dívidas pendentes. É só entrar na
periferia para ver isso. A telefonia é a mesma coisa. Ampliou-se o papo
furado, a maioria das pessoas usa os pré-pagos e ainda pagam tarifas
espantosas para esses grupos. Enfim, a roubalheira continua, eu não sei
como se estrutura isso, talvez seja tarefa para um outro livro.
Um dos capítulos do livro mais
esclarecedores sobre as desmontagens de bancos com caixa, foi quando
fizemos uma “entrevista mediúnica” com Aloysio Biondi. Tentamos trocar
em miúdos o que foi essa roubalheira. Esse capítulo deixa claro que não
dá para comparar o que aconteceu naquela época, de quase 10 anos de
tucanato, ao que acontece agora. E não estou sendo benevolente com o que
está acontecendo agora.
Cezar Santos — Mas fica
parecendo isso: que o sr. sataniza muito um período para “angelizar” o
outro — no caso, o período atual, sendo que as evidências estão aí. Por
mais que a gente tenha de desconfiar de uma mídia que passa mensagens
interessadas, a corrupção desse governo é muito evidente. Ou não?
Eu vejo, sim, o que acontece. Mas eu não estou tratando disso no livro, tanto que o título inicial pensado seria “Honoráveis Bandidos 2” — nem usaríamos o termo “privataria” na capa, isso foi uma decisão tomada na sequência. Se nós queremos pegar uma época, temos de nos situar em tal época. Como já disse, acho que Lula já foi “contemplado” com muitos livros, enquanto não havia nenhum do período FHC.
Eu vejo, sim, o que acontece. Mas eu não estou tratando disso no livro, tanto que o título inicial pensado seria “Honoráveis Bandidos 2” — nem usaríamos o termo “privataria” na capa, isso foi uma decisão tomada na sequência. Se nós queremos pegar uma época, temos de nos situar em tal época. Como já disse, acho que Lula já foi “contemplado” com muitos livros, enquanto não havia nenhum do período FHC.
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