sábado, 29 de novembro de 2014

Começou pelo Pará: STF começa a derrubar pensões de ex-governadores:


Ministra Cármem Lúcia votou a favor de ação da OAB contra o benefício no Pará. Corte deve se adiantar sobre o mérito da questão

A ministra Cármem Lucia, durante sessão plenária do STF: voto pela inconstitucionalidade das pensões de ex-governadores
A ministra Cármem Lucia, durante sessão plenária do STF: voto pela inconstitucionalidade das pensões de ex-governadores (Carlos Humberto/SCO/STF/VEJA)
A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu hoje a suspensão do pagamento de pensões a ex-governadores. Ao votar a favor de uma ação na qual a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) contesta a concessão do benefício a ex-chefes do Executivo do Pará, a ministra concluiu que o pagamento é inconstitucional.

Após o voto de Cármen Lúcia, o ministro José Antonio Dias Toffoli pediu vista, adiando a conclusão do julgamento. Apesar de o tribunal analisar apenas um pedido de liminar, que é uma decisão provisória, ministros sinalizaram que vão adiantar o mérito e que, possivelmente, vão declarar inconstitucional o benefício. No caso do Pará, a pensão equivale ao salário de desembargador, que é de cerca de R$ 24 mil.

Tramitam no tribunal outras oito ações contra a pensão de ex-governadores. Mais processos podem ser protocolados porque, de acordo com estimativas da OAB, legislações de 15 Estados preveem aposentadoria para ex-chefes do Executivo. Em 2007, o STF já determinou a suspensão do pagamento de pensões a ex-governadores do Mato Grosso do Sul e a expectativa é de que confirme que se trata de um privilégio incompatível com a Constituição Federal.

Em seu voto, Cármen citou juristas e frases impactantes como "pagamento sem trabalho é doação e nesse caso seria doação com dinheiro público". Chefe do Ministério Público, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, aliou-se à tese defendida pela OAB: "Trate-se de uma regalia, uma dádiva, uma recompensa vitalícia".

"É o mesmo que conferir aposentadoria a um trabalhador que nunca contribuiu", disse o presidente da OAB, Ophir Cavalcante, que fez sustentação oral durante o julgamento para defender a ação movida pela entidade. Para Cavalcante, o pagamento do benefício a ex-governadores choca o trabalhador comum, que tem de recolher 35 anos de contribuição para a Previdência e que tem de trabalhar até 65 anos para obter a aposentadoria. "E alguém que passa 6 meses, 1 ano, 4 anos no governo, passa a ter direito a pensão vitalícia", constatou o presidente da OAB.

(Com Agência Estado)

Tom Zé " O amor é Velho menina"

Judeus brasileiros iniciam movimento para que Estado Palestino seja reconhecido


Via Jornal GGN
Uma onda dissidente na comunidade judaica brasileira vem acumulando forças, e se articulando com setores importantes no movimento dentro de Israel pelo fim da ocupação. Às vésperas do Dia Mundial de Solidariedade ao Povo Palestino,  judeus brasileiros que incluem lideranças de vários grupos juvenis e dezenas de intelectuais, artistas e profissionais liberais de 7 das maiores cidades brasileiras, e também pessoas residentes na Austrália, Israel e Turquia, divulgam uma carta de apoio a iniciativa de 660 israelenses, que pedem a parlamentares da União Europeia para atuarem para que seus países reconheçam o Estado Palestino.
O movimento responde também à tensão derivada de ações do governo Netanyahu com provocações aos palestinos na questão de acesso aos lugares sagrados, e com um projeto de lei submetido ao Knesset (Parlamento), que pretende instituir oficialmente a discriminação a não-judeus.
Diferente de iniciativas pontuais anteriores, desta vez a campanha prosseguirá acumulando força para catalisar outras iniciativas na Diáspora que fortaleçam os setores em Israel que resistem à direitização e ao racismo crescentes na sociedade israelense. A expectativa dos organizadores (rede JUPROG - Judeus Progressistas) é alcançar 1000 assinaturas qualificadas em 60 dias (120 foram obtidas em 10 dias, e agora se inicia um processo multiplicativo pelas redes sociais).

Esse movimento ocorre num contexto em que até nos Estados Unidos, que tem a maior comunidade judaica fora de Israel, com população quase equivalente, já se produziram rupturas no coração do establishment judaico (*).
A carta aberta (com versão em inglês para ser utilizada em Israel e outros países) encontra-se neste link: http://bit.ly/1BYsbVt, onde está linkada a página com assinaturas até 27/11.
(*) Henry Siegman, Leading Voice of U.S. Jewry, on Gaza: "A Slaughter of Innocents" | Democracy Now! - líder do American Jewish Congress - http://bit.ly/1wyv474


quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Câmara de Vereadores de Ananindeua: "Manda quem pode obedece quem tem juízo"




Com a reeleição da Vereadora Francy Pereira (PSDB) essa semana para a presidência da câmara, fica evidente o papel inoperante daquela casa. A presidenta da casa com um mandato pífio que se sustenta através da submissão ao prefeito, cumpre o papel profetizado pelo saudoso vereador Tonico Vicente, “Manda quem pode obedece quem tem juízo”.   Enquanto a cidade dorme e Pioneiro, manda e desmanda, os vereadores dormem junto com a cidade.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Dilma ganhou pela esquerda e vai governar com a direita

Outro dia no Facebook   Victor Javier Ventura  militante da juventude e um dos maiores ativista da campanha de Dilma contra a direita, postou: Quem lutou e ganhou a eleição, foi a esquerda e não a direita. Foi um protesto contra Levy e Katia Abreu a musa do agronegócio no Brasil. 

 

PAULO NOGUEIRA: O 'SACO DE GATOS' DO MINISTÉRIO DE DILMA

Kátia Abreu, o agronegócio e a presidenta Dilma, uma parceria que começou faz tempo
Kátia Abreu, o agronegócio e a presidenta Dilma, uma parceria que começou faz tempo (Foto: Correio do Brasil)
“Em nome da coesão nacional”, escreveu Gilberto Maringoni no Facebook, “Dilma monta o ministério de Aécio”.

Por Paulo Nogueira, de Londres - reproduzido do jornal digital Correio do Brasil, de 22/11/2014

Numa de suas melhores intervenções na campanha presidencial, Lula disse que os tucanos só se lembram dos pobres em época de eleição.

Visto o ministério que vai sendo montado por Dilma, talvez só possa dizer que hoje o PT só se lembra da militância em época de eleição.

Causou um estridente desagrado à maioria dos petistas a notícia – ainda por confirmar – de que o Ministério da Agricultura será entregue à senadora Kátia Abreu, uma das lideranças mais conspícuas entre os ruralistas.

Montar um gabinete com o quadro político atual, em que se governa com coalizão, é realmente complicado. Você acaba fazendo um “saco de gatos”, como o velho Frias se referia às diferentes ideologias dos colunistas do jornal no passado.

Mas Kátia Abreu?

Viralizou nas redes sociais, ressuscitado pelo DCM, um artigo que ela publicou na Folha em agosto passado.

Nele, Kátia acusava o governo de atrelar o Brasil ao “abismo bolivariano”.

Quando alguém usa a palavra “bolivarianismo” é porque enxerga o espectro de Simon Bolivar debaixo da cama.

“Bolivarianismo” é a versão moderna de “comunismo” na ditadura militar.

É uma expressão que você encontra frequentemente em Olavo de Carvalho, Reinaldo Azevedo, Rodrigo Constantino, Jabor, Gilmar Mendes – a essência, em suma, da direita radical brasileira.

Você pode, com boa vontade, alegar que o Ministério da Agricultura não vai ditar os rumos ideológicos do governo.

Mas há um alto custo simbólico em chamar para o ministério alguém tão claramente identificado como Kátia Abreu com tudo aquilo que, na reta final da campanha, Dilma disse ser contra.

No Ministério da Fazenda, as coisas não foram tão diferentes assim.

Com toda razão, Delfim Netto disse que algo está “muito errado” quando você “tem” que colocar na Fazenda alguém do mercado financeiro.

A notícia – também ainda não confirmada — de que o economista Alexandre Levy, do Bradesco, foi o escolhido foi comemorada pelo “mercado”. A Bolsa teve uma subida expressiva na sexta.

Levy, um economista ortodoxo, estudou em Chicago, berço do pensamento ultraconservador de Milton Friedman.

Para quem acha que o que é bom para o “mercado” é bom para a sociedade, Levy é o nome certo.

Mas quando a Bolsa subia a cada má notícia para Dilma na campanha não era este o entendimento do governo.

Era ingenuidade pensar que muita coisa mudaria com a permanência do mesmo sistema político, mas o choque de realidade foi demais para muitos petistas.

Está claro que uma reforma política genuína só será feita com movimentos sociais saindo às ruas, como em junho de 2013. A diferença é que não se lutará por vinte centavos. E é previsível que militantes petistas, ao contrário do que ocorreu em junho de 2013, adiram às manifestações.

A melhor tirada veio de Gilberto Maringoni, candidato do PSOL ao governo de São Paulo.

“Em nome da coesão nacional”, escreveu ele no Facebook, “Dilma monta o ministério de Aécio”.

Paulo Nogueira é jornalista, fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

domingo, 23 de novembro de 2014

O governo não faz o povo faz

                                                          Foto Rui Baiano Santana


Placa na entrada da  Alça Viária em Ananindeua

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Helder Barbalho Ministro do Governo Dilma?



Uma fonte informou ao Blog que Helder Barbalho ex-prefeito de Ananindeua pode assumir um Ministério no governo Dilma. A pasta pode ser da pesca. Esse ministério tem muito recurso e tem um peso especial no Pará,  um estado que tem uma forte Indústria do pescado.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

MIGUEL DO ROSÁRIO: PROCURADORES DA LAVA JATO DIZEM QUE ESQUEMA COMEÇOU NO GOVERNO FHC

Via Blog Evidentemente de Jadson Oliveira

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(Foto: do Tijolaço)
Como o escândalo respinga em todos os principais partidos e teve início na gestão FHC, atravessando a era Lula, até explodir no governo Dilma, a imprensa de oposição terá dificuldade em aplicar seus critérios de indignação seletiva.

Por Miguel do Rosário, no blog Tijolaço, de 16/11/2014 às 11:48

A mídia vai tentar esconder isso, mas não será possível.

Os procuradores que respondem pela Operação Lava Jato afirmaram ontem, em coletivas de imprensa, que o esquema de cartel das empreiteiras em obras da Petrobrás teve início antes da chegada dos diretores Paulo Roberto Costa e Renato de Souza Duque.

Aliás, sempre é bom lembrar que Costa e Duque estavam na Petrobrás desde os anos 70, e que assumiram cargos de responsabilidade bem antes da eleição de Lula.



Voltando aos procuradores, eles afirmaram que o esquema dura há, no mínimo, 15 anos, ou seja, desde 1999, bem antes de Lula.

Sem esquecer que as mesmas empreiteiras envolvidas no esquema junto a Petrobrás, desbaratado pela Polícia Federal, também estão envolvidas com escândalos relacionados à oposição, como o Rodoanel de São Paulo.

Essas informações são importantes para que o escândalo seja despolitizado e tratado como ele é: um esquema de corrupção que precisa ser investigado com objetividade.

Corruptos e corruptores acusados no escândalo da Petrobrás não queriam implantar nenhum “bolivarianismo” no país.

Não estão interessados em “revolução comunista”.

Não participam do “Fóro de São Paulo”.

Muito provavelmente não são nenhum entusiastas da reforma agrária ou da necessidade de ampliação de programas sociais.

Ao contrário, são empresários politicamente conservadores, que corromperam servidores que pensam da mesma forma.

Os marchadores golpistas, portanto, devem baixar a bola, porque a informação do Ministério Público confirma um fato insofismável: as investigações de hoje apenas são possíveis em virtude da autonomia e liberdade proporcionadas por Dilma Rousseff à Polícia Federal e ao próprio MP.

Não se trata apenas de autonomia funcional, mas de um posicionamento político republicano, e que inclusive às vezes criticamos como republicano demais, ao permitir um proselitismo político e partidário de oposição dentro das próprias instituições do Estado.

Entretanto, desta vez, o republicanismo radical de Dilma deu certo.

Se os delegados federais responsáveis pelo Lava Jato, ao invés de flagrados fazendo festinha para Aécio Neves e xingando o governo, no Facebook, tivessem sido apanhados na situação contrária, fazendo festinha para Dilma e xingando o PSDB, Dilma estaria sendo chamada de “bolivariana”.

E “bolivariano”, no vocabulário especial da mídia brasileira, que é uma espécie de universo paralelo do ultraconservadorismo, mas com grande influência nos estamentos superiores da sociedade, significa autoritarismo.

Se houve a intenção de transformar a Lava Jato num ensaio de golpe político contra a presidenta, não está dando certo.

A presidenta prometeu que as investigações seriam levadas às últimas consequências e que não sobraria pedra sobre pedra.

Está cumprindo o que prometeu, e da maneira mais democrática e republicana: sem interferir nas investigações.

Como o escândalo respinga em todos os principais partidos e teve início na gestão FHC, atravessando a era Lula, até explodir no governo Dilma, a imprensa de oposição terá dificuldade em aplicar seus critérios de indignação seletiva.

sábado, 15 de novembro de 2014

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Descoberta identidade secreta de torturador da 'Casa da Morte

Antonio Lima era o Camarão, homem de confiança do coronel Paulo Malhães

Jornal o Dia 
por JULIANA DAL PIVA
Rio - Das tristes lembranças que Inês Etienne Romeu carrega sobre os 96 dias de tortura a que foi submetida, uma imagem é mais presente que as outras. Ela jamais conseguiu esquecer o rosto redondo e a pele avermelhada do soldado cearense de codinome Camarão. Sentinela em uma casa no alto do morro Caxambu, em Petrópolis, na Região Serrana, o militar trabalhou em 1971 — auge da ditadura militar—naquela que ficou conhecida como a “Casa da Morte”, uma das principais estruturas do Centro de Informações do Exército (CIE) para assassinar opositores do regime.

Carlos Alberto Soares de Freitas, o comandante Breno da VAR-Palmares, desapareceu na Zona Sul do Rio em fevereiro de 1971
Foto:  Acervo de Élvio Moreira

Inês só não conseguiu gravar com exatidão o nome do militar. “Wantuil ou Wantuir”, diz ela, desde que foi libertada da prisão em 1979. E durante mais de quatro décadas, por trás de “Camarão” estava o soldado paraquedista Antonio Waneir Pinheiro Lima, descoberto pelo DIA há três meses. “Eu reconheço”, afirmou Inês, ao verificar duas imagens do militar.
Poucas horas antes do dia em que a reportagem chegou a sua casa, Lima viajou e nunca mais retornou. Foi localizado na semana passada pelo Ministério Público Federal do Rio no Ceará. Amigos próximos confessaram que ele temia ser convocado pela Comissão Nacional da Verdade para prestar esclarecimentos sobre sua atuação na repressão. Por isso, se abrigou na casa de familiares no Nordeste. 
Inês foi a única que conseguiu sobreviver à Casa da Morte. No depoimento que prestou à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), ela denunciou que foi estuprada por Lima duas vezes no período em que esteve na casa. A um mês da divulgação do relatório final da CNV, a identificação do agente pode ajudar a elucidar o destino de cerca de 20 desaparecidos políticos que passaram pelo cárcere clandestino no Rio.
Entre eles, há expectativa de informações sobre um dos líderes da VAR-Palmares: Carlos Alberto Soares de Freitas, amigo de Inês e da presidenta Dilma Rousseff. De acordo com a sobrevivente, Lima confessou que Beto ou o comandante Breno, como era chamado pelos amigos e pelos colegas de militância, respectivamente, foi o primeiro prisioneiro da Casa da Morte. “Disse-me que Breno foi o primeiro terrorista que esteve preso naquela casa”, descreveu ela. 
Aos 71 anos, Lima vivia até agosto deste ano uma vida modesta em Araruama, na região dos Lagos. Dividia os dias entre caminhadas à beira da lagoa e a leitura de jornais. O tênis de corrida ficava postado na garagem aberta, perto da porta de entrada. Ele é um homem que posa carrancudo. Não sorri nem nas imagens feitas por amigos em datas festivas. Na parede da sala de casa está o que restou da passagem pela tropa: o certificado de integrante da Brigada Paraquedista do Exército. Aos amigos mais próximos, Camarão dividiu o mesmo orgulho que exibiu a Inês sobre seu trabalho como segurança do presidente João Goulart antes do golpe militar. E também a cobiça que sentia ao observar a beleza da ex­primeira-dama Maria Thereza Goulart em trajes de banho na piscina. 
Camarão foi recrutado para a Casa da Morte pelo coronel reformado Paulo Malhães, falecido em abril. O oficial demonstrava intimidade com o antigo subordinado e se negou diversas vezes a fornecer a identificação do soldado. Homem de confiança de Malhães, Camarão esteve com o coronel em diversas missões importantes do Exército. Entre elas, aquela que ficou conhecida como a ‘Operação Juriti ou Medianeira’ e que teve como objetivo a captura e morte de Onofre Pinto, líder da VPR, e de outros cinco militantes em Foz do Iguaçu, no Paraná.
Antonio Waneir Pinheiro Lima

Antonio Waneir Pinheiro Lima
Foto:  Reprodução

O soldado reformado do Exército integrou a Brigada Paraquedista e trabalhou como caseiro da Casa da Morte de Petrópolis no ano de 1971. Inês Etienne Romeu o reconheceu por meio destas imagens acima e o acusou de estupro durante o tempo em que ficou presa.

Camarão baleou pagodeiro  do Grupo Molejo em 2004 
A longa trajetória policialesca do soldado Antonio Wenair Pinheiro Lima não terminou quando os militares deixaram o poder. Camarão sempre foi conhecido na tropa por seus excessos com bebida, mulheres e festas — costume que impediu a ascensão de sua carreira militar. 
Em 2004, Lima estava em um quarto da Pousada Veleta Flat, na Praia Seca, em Araruama, Região dos Lagos quando baleou o pagodeiro do Grupo Molejo Lúcio Francisco do Nascimento, 52 anos. Os dois que eram amigos, segundo testemunhas, acabaram discutindo e Camarão disparou quatro tiros em Nascimento: dois no tórax, um no punho e outro na coxa. O pagodeiro foi operado e sobreviveu aos ferimentos. Ele acabou acusado por tentativa de homicídio e ficou preso por 30 dias, mas depois foi absolvido.

Coronel Paulo Malhães recrutou Camarão para a repressão
Foto:  José Pedro Monteiro / Agência O Dia

Pouco antes de morrer, Malhães falava de Camarão com decepção ao citar as confusões envolvendo bebida. Ele contou que após as primeiras entrevistas nas quais admitiu seu trabalho na Casa da Morte em 2012, o ex-subordinado foi o único que o procurou, mas ele estava a caminho do médico. “Vem outro dia porque hoje eu estou indo ao médico e tal”, afirmou Malhães. Camarão nunca mais retornou.
Parentes querem que agente seja chamado pela Comissão da Verdade 
A identificação de mais um agente desconhecido da Casa da Morte de Petrópolis reacendeu as esperanças de familiares de desaparecidos políticos. Sérgio Ferreira, primo de Carlos Alberto Soares de Freitas, considerou a descoberta “importantíssima”. 
“É obrigação da Comissão Nacional da Verdade procurar essa pessoa reservadamente ou publicamente. Essa é uma novidade importante que não podemos deixar escapar. É fundamental que a CNV convoque ele ”, afirmou Ferreira. 
Desaparecido na Zona Sul do Rio em fevereiro de 1971, o comandante Breno teve sua trajetória recontada no livro “Seu amigo esteve aqui”, de Cristina Chacel, em 2012.
Inês Etienne Romeu foi a única sobrevivente do centro de torturas. Ela contou que, quando esteve presa no local, foi informada por seus torturadores que Beto havia sido executado naquela casa. A dirigente da VPR também viu e conversou com Mariano Joaquim da Silva, ouviu as torturas a que foram submetidos Aluísio Palhano, Heleny Telles Guariba e Paulo de Tarso Celestino. Além disso, conforme depoimentos de militares, ao menos outros 15 desaparecidos podem ter morrido no local.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Políticas para Juventude do Pará

Hoje em Brasília aconteceu uma reunião entre o senador eleito Paulo Rocha e o militante da juventude  e ativista das redes socias Fernando Assunção. A reunião foi para debater as demandas da juventude do Pará, e ações para reforçar as redes socias na democratização da comunicação no estado. 

Jovens negros pelo direito de viver





Por Ivan Accioly Colunista do JB



Estamos em novembro, mês de comemoração do dia da consciência negra (20), em homenagem a Zumbi dos Palmares, herói brasileiro. No entanto, o país segue com seus quilombos, casas grandes e senzalas. Alguns se acham melhores do que os outros. Arrotam suas arrogâncias sem pudor, se consideram os donos da nação, ungidos para comandarem. Creem que seus dinheiros lhes dão poderes especiais. Uma falsa e ignorante aristocracia. Enfim, pessoas que não estão preparadas para a convivência democrática.


O conceito do “racismo ambiental” se aplica perfeitamente frente aos incessantes e continuados crimes cometidos por estas pessoas contra grupos étnicos em função da cor de suas peles ou de suas origens.
Nestas semanas pós-eleições esta parte da chamada índole brasileira, quase sempre escamoteada, foi escancarada e o que se viu foi lamentável. Principalmente pelas redes sociais, mas também nos meios de comunicação, nortistas e nordestinos foram achincalhados de todas as formas. Na esteira das ofensas entraram os pobres em geral, acusados – como no passado – de serem indolentes e interesseiros por trocarem seus votos por benefícios sociais. Já aqueles que não podiam ser classificados desta forma, entraram no grupo da “esquerda caviar”.
Esse racismo ambiental infelizmente faz parte de nosso cotidiano. Os negros, por exemplo, não precisam encontrar insatisfeitos com os resultados de eleições para sofrerem com ele. Pior ainda se forem jovens. Segundo dados de 2012, dos 56 mil assassinatos no Brasil, 30 mil foram de pessoas entre 15 e 29 anos, das quais 77% eram negros.
Neste domingo, dia 9 de novembro, a Anistia Internacional Brasil lança a campanha “Jovem Negro Vivo”. Será na pista de skate do Parque do Flamengo, das 10 às 16 horas. Durante este período estão previstas diferentes atividades de dança, música, conversas, oficinas. O objetivo é divulgar a realidade enfrentada pelos jovens negros e fazer com que haja visibilidade desse massacre que ocorre no país.
Será lançado o manifesto ‘Queremos ver os jovens vivos’, em defesa por uma vida livre de violência e preconceito para os jovens negros. O documento aborda a necessidade de políticas públicas de segurança pública, educação, saúde, trabalho, cultura, mobilidade urbana, entre outras.
É hora de mobilização em defesa da vida. Quem puder que esteja lá e divulgue. Nossa juventude merece muito mais do que tem conseguido obter.



sábado, 8 de novembro de 2014

Músicos são agredidos próximo ao ato pró-impeachment

Jornal GGN  No final de semana passado, músicos do grupo Bixiga 70 se envolveram em uma confusão depois de se manifestarem contra um ato político que acontecia a poucos metros do local onde realizavam um show, em favor de intervenção militar no país. Em outubro, em caso semelhante, a cantora Céu foi vaiada depois de declarar apoio à reeleição de Dilma Rousseff.
Enviado por Assis Ribeiro
Por Lívia Rangel
Do Eleven Culture
No último final de semana, músicos do grupo paulistano Bixiga 70, um dos expoentes da música instrumental contemporânea brasileira, se envolveram numa briga no final de um show da banda, em São Paulo. O caso aconteceu após o grupo se manifestar contra um ato político que acontecia a poucos metros do local, em prol de uma "intervenção militar" no país. Nesta quarta-feira, a banda soltou uma carta aberta (leia abaixo) para explicar o ocorrido.
Outra situação parecida ocorreu com a cantora Céu. Segundo relato de fãs, postado em uma rede social, a artista paulistana também teria sido vaiada por pessoas que estavam na plateia, na sexta-feira, 24/10, no Grand Metrópole, quando Céu teria exposto seu apoio à reeleição da presidenta Dilma.
Mas a situação se agravou com o Bixiga70, onde músicos, fãs e agressores de plantão chegaram a entrar em confronto físico. Segundo nota publicada na página oficial da banda, ao anunciarem a última música da apresentação, onde fariam uma homenagem ao maior nome da música nordestina, Luiz Gonzaga, as agressões de extremistas presentes no local pioraram. Uma fã que apoiava a banda na frente do palco foi agredida por um homem e, nesse momento, os músicos interviram para defendê-la.
"O Brasil vive um momento muito delicado. Os ânimos estão à flor da pele e o resultado disso tem sido a polarização, o crescimento do ódio e dos ataques entre as partes. Nós sempre fizemos questão de nos manifestar publicamente, em shows ou nas redes sociais, a respeito de opiniões que discutimos muito entre nós. Foi assim no caso do Pinheirinho, da ocupação do Estelita, nas Manifestações de Junho, contra a xenofobia, a homofobia, o machismo, o preconceito... Os exemplos são inúmeros, qualquer pessoa que já foi a um show nosso sabe disso", diz trecho do comunicado do Bixiga 70.
No Facebook da banda, o internauta Vinícius Lecci falou sobre o que aconteceu no show de Céu: "Quem é capaz de pedir "intervenção militar" desconhece absolutamente o que é democracia! A Céu fez um show no Grand Metrópole, deu a sua opinião, escolheu o seu representante e tbm foi vaiada! Vaiada pq a direita fascista, retrógrada, não consegue argumentar, debater ideias, discutir opiniões, pontos de vista. A resposta da Céu foi ótima: "Gente, isso é uma democracia. Cada um escolhe o seu representante!".
Leia íntegra da NOTA DE ESCLARECIMENTO do Bixiga 70:

"Recentemente passamos por uma situação lastimável, que colocou em risco nossa integridade física e moral. Situação que simboliza bem o momento que o país vive e achamos importante esclarecer os fatos publicamente para evitar ruídos e reafirmar nosso posicionamento que vai muito além da polarização partidária simplista, da forma como se coloca hoje.
Quem nos conhece, pessoalmente ou através de nossa música, sabe que nós somos da paz. Somos artistas e cidadãos. Prezamos pela liberdade de expressão, pela igualdade entre as pessoas, pelos Direitos Humanos e isso está presente tanto na nossa música como em nossa vida, em nossa atitude, enquanto grupo que funciona horizontalmente, na base da coletividade, da parceria e da liberdade criativa.
O Brasil vive um momento muito delicado. Os ânimos estão à flor da pele e o resultado disso tem sido a polarização, o crescimento do ódio e dos ataques entre as partes. Nós sempre fizemos questão de nos manifestar publicamente, em shows ou nas redes sociais, a respeito de opiniões que discutimos muito entre nós. Foi assim no caso do Pinheirinho, da ocupação do Estelita, nas Manifestações de Junho, contra a xenofobia, a homofobia, o machismo, o preconceito... Os exemplos são inúmeros, qualquer pessoa que já foi a um show nosso sabe disso.
No dia do ocorrido, não foi diferente. Manifestamos nossa opinião contrária a um ato que defendia a intervenção militar no Brasil que acontecia perto dali, no mesmo instante em que nos apresentávamos.
A reação imediata de parte do público foi “xingar o PT’’, dirigindo-se a nós com dedos em riste. Até aí, sem problemas. Respeitamos opiniões diferentes da nossa e enquanto artistas estamos preparados tanto para os aplausos, quanto para as vaias. Tentamos, em vão, explicar que a banda não tem qualquer ligação com partido, que falávamos como artistas e que iríamos tocar nossa última música - de um nordestino que nos inspira e nos orgulha, chamado Luiz Gonzaga. Entre vaias, xingamentos e alguns aplausos, tocamos nossa última música. Alto.
Logo após o fim do show, vimos um rapaz agredindo uma garota que foi para a frente do palco após nossa fala, nos apoiar com sua dança e sua alegria. O rapaz estava fora de si, inconformado com a situação, com o dedo médio na cara dela, empurrando e a ofendendo, aos berros. Para além de qualquer questão partidária, enquanto homens, parceiros, maridos, pais e filhos, não admitimos qualquer tipo de violência contra as mulheres ou qualquer indivíduo.
Ao vermos a cena, e na falta de quem a protegesse, descemos do palco para garantir a segurança da garota. Nesse momento, parte do público que nos xingava partiu pra cima. O tumulto estava formado e, diante da agressividade dos muitos que nos rodearam, nos defendemos como qualquer outro o faria em situação semelhante.
Não queremos nos vitimizar, nem nos tornar mártires de uma disputa política vazia e reducionista. Fomos tragados por uma violência que está cada vez mais presente em São Paulo e no Brasil. Nos sentimos na obrigação de alertar sobre os perigos desse movimento pois a desinformação e o discurso de ódio têm sido utilizados como ferramentas para que as pessoas se desentendam e não percebam sua situação real. Esperamos que o ocorrido, por pior que tenha sido, reflita positivamente e que isso ajude, não na polarização de um discurso politico simplista, pautado pelo ódio, mas na evolução do diálogo que é tão importante nesse momento.
Muito obrigado pelo apoio e pelo carinho que temos recebido dos amigos e fãs. Agradecemos aos que puderem compartilhar essa mensagem.
Paz.
Bixiga 70"

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Em Ananindeua prefeito Pioneiro (PSDB) lançou o programa "Menos Médicos"

O PSDB quer acabar com o programa “Mais Médico” do governo federal, parece que começou a experiência em Ananindeua. Com atrasos nos salários, aumento na carga horária dos plantões e assedio moral, com ameaça de demissões aos profissionais que protestam.  
 O prefeito Pioneiro (PSDB) lançou oficialmente o programa “Menos Médico”, quem for às UPAS já vai sentir o impacto do programa do Prefeito, que deve receber uma comenda do PSDB nacional, por lançar o programa “Menos Médico”.  A população de Ananindeua que precisa do atendimento público de saúde vai sofrer.

'Movimento Sem Escalas' foi aderido por quase todos os médicos da UPA III, na Cidade Nova II. Eles reclamam de ameaças de demissão em massa

Por: Redação ORM News
Cerca de 50 médicos da UPA III, localizada no Conjunto Cidade Nova II, em Ananindeua, região metropolitana de Belém, aderiram ao 'Movimento Sem Escalas' desde o último sábado (1º). Com o movimento, os profissionais da saúde protestam contra atrasos no pagamento e ameaças de demissão em massa.  Eles só devem voltar às atividades quando a permanência no emprego for garantida.
De acordo com um médico que trabalha na UPA III, a prefeitura de Ananindeua perdeu a verba federal que era destinada para a UPA e, por isso, veio a ameaça de demissão. Ele conta que com a atual escala são seis médicos para cada turno de seis horas: um ortopedista, quatro clínicos gerais e um médico na emergência grave. As demissões seriam para deixar apenas dois médicos na clínica geral, num total de quatro médicos em cada turno.
Ainda segundo o médico, que não quis se identificar, cada profissional atende de 70 a 100 pacientes nas suas seis horas de turno e seria impossível fazer este atendimento com uma equipe menor. 'A UPA III tem a maior demanda de todas as UPAs, só perdendo para o PSM da 14 e do Guamá. Nenhum outro pronto atendimento de Ananindeua ou Belém atende tanto quanto a UPA III, ou seja, ao invés de diminuir a quantidade de médicos, era pra aumentar', relatou o médico.
Ele conta que a maior prejudicada é a população, já que o número de atendimento subiria para até 200 pacientes por médico, o que não é possível. 'O movimento começou no sábado e o secretário de saúde, Marco Antônio, foi para a UPA com outros dois médicos, mas eles não deram conta do atendimento. Então, fecharam as portas e mandaram os pacientes irem para outras unidades. A UPA do Icuí está lotada, o PS do PAAR está lotado, o da Cidade Nova 6 também e ninguém está dando conta de atender. É muita gente', contou.
A paralisação, segundo o médico, foi a alternativa encontrada pela categoria para se defender. 'Desde o início do ano os salários saem atrasados, mas a gente ia trabalhar do mesmo jeito. Faltou equipamento, mas a gente também ia do mesmo jeito. Agora disseram que um monte de gente vai ser demitida e pra piorar nem disseram quem são. Agora, o pessoal resolveu se juntar e paralisou o atendimento. A gente não está recebendo direito e ainda vai ser demitido, então pra que a gente vai trabalhar?', justificou o profissional. 'Quem atende o público somos nós, então, é mais fácil colocar a culpa na gente', completou.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Ananindeua (Sesau) informou que discorda da paralisação e que a UPA continua atendendo, mas com lentidão. 'A Sesau, que não concorda com este descaso e irresponsabilidade por parte do corpo clínico, convocou uma equipe e em nenhum momento o atendimento na unidade foi paralisado, apenas se tornou um pouco mais demorado. Pacientes mais graves foram transferidos para os hospitais de retaguarda do município. A Secretaria de Saúde conduziu a situação com a equipe substituta para que esse descaso não causasse maiores transtornos para a população', diz a nota na íntegra.