Patricia Faermann
O senador Aécio Neves (MG) e nenhum outro do PSDB assinou o pedido de abertura da CPI do SwissLeaks-HSBC
Via Jornal GGN - Com um dos maiores e mais importantes
bancos de dados secretos em mãos, os jornais O Globo e Fernando
Rodrigues não fazem o jornalismo de dados, com o cruzamento completo das
informações. Ao analisar os arquivos disponibilizados nas reportagens, é
possível constatar que, além do que divulgaram os jornalistas, de o
PSDB ter sido o maior beneficiado dos doadores para campanhas eleitorais
com contas secretas no HSBC, o senador Aécio Neves foi também o
candidato à presidência que mais recebeu. Esta última informação foi
omitida dos jornais.
Diretamente para a sua campanha foi destinado R$ 1,2 milhão de
doadores que tinham contas secretas na filial do banco em Genebra. Em
seguida, a também candidata à presidência, Marina Silva (PSB) angariou
R$ 100 mil desses doadores. A presidente da República, Dilma Rousseff,
não teve doações diretas dos proprietários dessas contas.
Excluindo o que foi depositado para o Comitê de Aécio Neves, os
demais comitês (estaduais e contas de políticos) do PSDB receberam um
total de R$ 1,725 milhão. Já o PT recebeu R$ 1,505 milhão, incluindo
direção estadual e para os deputados federais Vicente Cândido (SP) e
Janete Rocha Pietá (SP). O PMDB contabilizou R$ 568 mil de doadores com
contas na Suíça.
Esses dados integram um novo episódio do Swissleaks, em um seleto
grupo de 976 doadores, que entregaram no mínimo R$ 50 mil para as
campanhas eleitorais do último ano. Destes, 16 nomes aparecem nos
arquivos que tinham contas secretas no banco suíço HSBC.
O balanço foi um resultado da integração do jornal O Globo no
acesso aos dados disponibilizados ao Consórcio Internacional de
Jornalistas Investigativos (ICIJ), no qual Fernando Rodrigues também
participa.
Até então, somente personagens pontualmente selecionados, de todas
as 5.549 contas secretas de brasileiros, foram vazadas. Com a adesão da
equipe de O Globo, informações sobre políticos ligados ao PSDB e à
escândalos de corrupção que envolveram diversos partidos foram, aos
poucos, sendo divulgadas.
Dessa vez, os jornalistas elencaram os 976 empresários que doaram
mais de R$ 50 mil nas campanhas eleitorais de 2014. Encontraram, então,
16 nomes que estão na lista investigada do HSBC da Suíça.
Fábio Roberto Chimenti Auriemo, Filho de Fábio Roberto Chimenti
Auriemo e Armínio Fraga teriam apresentado provas, de acordo com o
blogueiro do Uol, de que suas contas foram declaradas à Receita Federal.
O fato isentaria a ilegalidade das contas.
Cláudio Szajman, Benjamin Steinbruch, Carlos Roberto Massa e Hilda
Diruhy Burmaian não apresentaram provas, mas afirmaram que foi declarado
ou que as contas eram regularizadas.
Francisco Humberto Bezerra e Miguel Ricarto Gatti Calmon negaram
que tivessem uma conta na filial suíça. Alceu Elias Feldmann, Edmundo
Rossi Cuppoloni, Cesar Ades e Roberto Balls Sallouti disseram que não
iriam responder sobre o assunto. José Antonio de Magalhães Lins, Gabriel
Gananian e Jacks Rabinovich não responderam. E Paulo Roberto Cesso
confirmou que teve uma conta, mas não disse se foi declarada à Receita.
Frente à essas informações é possível verificar, ainda, que
curiosamente os doadores de Aécio Neves provaram ou afirmaram que as
contas foram declaradas, segundo as divulgações de O Globo e Fernando
Rodrigues.
Por outro lado, ainda que com todos esses números em mãos, a redação de O Globo não publicou tudo. Nem Fernando Rodrigues.
Para identificar que o senador e candidato derrotado Aécio Neves
(PSDB-MG) liderou o índice de doações de contas suspeitas, foi preciso
transcrever as quantias que cada empresário, donos das contas, repassou a
cada político ou comitê. Neste caso, a ordem dos fatores altera o
resultado. Uma vez separados por partidos, a visualização dos dados
permite outras notícias.
O Jornal GGN também elencou de acordo com as respostas dos empresários
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