Olhem bem para a foto dessa Mulher (com M maiúsculo), ela sofreu o diabo nas mãos de homens covardes, gângster da ditadura. Nenhum deles tem a dignidade de Inês, e os que ainda estão vivos, não podem olhar seus netos e dizer: Sou homem. Viva Inês Etienne NT Ananindeuadebates
Via Revista Fórum
Etienne estava com 72 anos e faleceu na manhã desta
segunda-feira (27) em Niterói; militante de esquerda à época da
ditadura militar, ela foi a única que saiu com vida depois de ter ficado
presa na famosa casa clandestina localizada em Petrópolis, onde se
praticavam tortura e estupros
Por Redação
Morreu na manhã desta segunda-feira (27), aos 72 anos, Inês Etienne
Romeu. Ela estava em sua casa em Niterói (RJ) e, segundo a família,
faleceu enquanto dormia.
Figura fundamental no processo de resgate à memória e verdade quanto
às violações de direitos humanos cometidas à época da ditadura militar,
Inês foi a única sobrevivente da conhecida “Casa da Morte”, imóvel
clandestino localizado em Petrópolis (RJ) onde militares torturaram e
estupraram militantes de esquerda. Estima-se que cerca de vinte pessoas
morreram ao longo da prisão ou depois de terem passado pela casa, de
acordo com as investigações conduzidas pela Comissão Nacional da Verdade
(CNV).
Inês era uma das líderes da Vanguarda Revolucionária Palmares (VPR) e
foi detida em 5 de maio de 1971, em São Paulo, pelo delegado Sérgio
Fleury. Na Casa da Morte, ela ficou presa ao longo de 96 dias, sendo
liberada em agosto do mesmo ano. Para garantir sua vida, Inês se
entregou às autoridades oficiais e permaneceu detida até 1979,
se tornando a última militante a ser libertada após a anistia. Dois anos
depois, em 1981, Inês localizou a casa e denunciou a existência do
centro de tortura.
Por meio de nota, o presidente da Comissão da Verdade do Rio de
Janeiro, Wadith Damous, afirmou que Inês permitiu que a sociedade
brasileira ficasse sabendo “dos horrores a que eram submetidos os presos
políticos” e pede para que o imóvel, que ainda existe em Petrópolis,
seja transformado em um espaço de memória como forma de homenagear a ela
e aos demais cidadãos e cidadãs que foram presos e submetidos
a violações de direitos humanos no local.
“Cabe ao Estado transformar a Casa da Morte de Petrópolis em um
Espaço de Memória para fomentar uma cultura de direitos humanos na
cidade. A história por ela já foi contada, mas é necessário que os
arquivos do CIE sejam abertos e que os agentes torturadores sejam
ouvidos e responsabilizados por seus atos”, diz a nota.
Foto: Divulgação
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