terça-feira, 31 de março de 2015

Fotos do FEBEAPÁ - Festival de Besteiras que Assola o País






Calinhos Metralha Torturador









Prof. Ulisses Vasconcelos Colégio Castanheira. Parte 1



 O Colégio Castanheira conta com a credibilidade e a força em educação do grupo abril, a qualidade das editoras Ática e Scipione, o apoio pedagógico personalizado por uma equipe pedagógica preparada, a inovação pedagógica e administrativa, a maior percepção da qualidade pedagógica pelos clientes e o atendimento logístico personalizado COLÉGIO CASTANHEIRA Colégio Castanheira: Cidade Nova I, WE-9A, n. 121A, Ananindeua-PA, (91)3235-1844 Colégio Castanheira KIDS: Rod. 40 Horas, n. 170A, Ananindeua-PA, (91)3237-3595.

segunda-feira, 30 de março de 2015

A espionagem e o silêncio no Brasil. Por que alguns da Polícia Federal têm saudades do governo de FHC se ganhavam menos que hoje? Porque ganhavam jeton da CIA, FBI, DEA, NSA…


Bob Fernandes, publicado em 10/7/2013
O ex-presidente Fernando Henrique diz: “Nunca soube de espionagem da CIA no Brasil”. O governo atual cobra explicações dos Estados Unidos, e a presidente Dilma trata do assunto com a cúpula do Mercosul no Uruguai. O Congresso envia protesto formal ao governo de Obama.
Vamos aos fatos. Entre março de 1999 e abril de 2004, publiquei 15 longas e detalhadas reportagens na revistaCartaCapital. Documentos, nomes, endereços, histórias provavam como os Estados Unidos espionavam o Brasil.
Documentos bancários mostravam como, no governo FHC, a DEA, que combate o tráfico de drogas, pagava operações da Polícia Federal. Depositava na conta de delegados. Tempo em que a PF não tinha orçamento para bancar todas operações.
A CIA, via Departamento de Estado, pagou uma base eletrônica da PF em Brasília, governo Sarney, até os tijolos. Para trabalhar nessa base, até o início da gestão do delegado Paulo Lacerda, agentes e delegados da PF eram submetidos ao detector de mentiras nos EUA. Em hotéis em Washington.
Isso até que viessem a gestão do ministro Márcio Thomas Bastos e do delegado Paulo Lacerda e orçamento adequado. Essa base na PF chamava-se CDO. Publicadas as reportagens, tornou-se SOIP, depois COE. Hoje é a DAT, Divisão Antiterrorismo.
Carlos Costa chefiou o FBI no Brasil por 4 anos. Em entrevista de 17 páginas, revelou: serviços de inteligência dos EUA haviam grampeado o Itamaraty. Empresas eram espionadas. Nem o Palácio da Alvorada escapou.
Pelo menos 16 serviços secretos dos EUA operavam no Brasil. Às segundas-feiras, essas agências realizavam a “Reunião da Nação”, na embaixada, em Brasília. Tudo isso foi revelado com riqueza de detalhes: datas, nomes, endereços, documentos, fatos. Em abril de 2004, publicamos os nomes daqueles que, disfarçados de diplomatas, como é habitual, chefiavam CIA, DEA, NSA e demais agências no Brasil.
Chellotti, diretor da PF, caiu depois de reportagem, em março de 1999. Isso no governo de FHC, que diz desconhecer ações da CIA. Renan Calheiros, seu ministro da Justiça, foi convocado pelo congresso. Em público, se esquivou. A mim, disse: “Isso é assim mesmo, é do jogo”.
Carlos Costa, que chefiara o FBI no Brasil, foi ouvido em sessão secreta do Congresso, já em 2004. E confirmou tudo o que dissera na entrevista. Sobre a presença do seu FBI, da CIA, DEA, NSA, e sobre a espionagem em geral.
Tudo isso sob quase absoluto e estrondoso silêncio. Um silêncio assustador à época. Tão assustador quanto à suposta perplexidade ao “descobrir”, só agora, que os Estados Unidos, e não apenas eles, espionam o Brasil e o mundo.

sábado, 28 de março de 2015

Os comunistas cujo nome é ninguém, por Urariano Mota


Urariano Mota*
Pesquiso na internet, e vejo que o Partido Comunista do Brasil foi fundado em 25 de março de 1922 por um punhado de dirigentes, que representavam 73 militantes de associações políticas de trabalhadores: Astrojildo Pereira (jornalista), Cristiano Cordeiro (advogado), Joaquim Barbosa (alfaiate), Manuel Cendón (alfaiate), João da Costa Pimenta (gráfico), Luís Pérez (vassoureiro), Hemogêneo Fernandes da Silva (eletricista), Abílio Nequete (barbeiro) e José Elias da Silva (pedreiro).
Da pesquisa, no endereço  http://mucareis.blogspot.com.br/p/fundacao-e-fundadores-do-pcdob.html   vêm breves perfis dos fundadores:
Manuel Cedón

   "Artesão-alfaiate, espanhol-brasileiro. Militou em seu sindicato. Influenciado pelos socialistas da Argentina (Justo), onde viveu. Nunca foi anarquista. No PCB, fiel e disciplinado, mas um tanto pesado e bonachão. Faleceu em 1927, na Santa Casa de Misericórdia. Foi fiel até a morte."

Joaquim Barbosa

 "Artesão-alfaiate. Militou em seu sindicato..."

Astrojildo Pereira  

   "...nasceu em Rio Bonito, Estado do Rio. Era Filho de um médico proprietário rural e comerciante, descendente próximo de portugueses. [...] Era jornalista [...], Fluente e brilhante."

João da Costa Pimenta  

   "...gráfico. Militante sindical, ex-anarquista. Foi um dos raros operários comunistas de 1922. Prestou serviços no sindicato dos gráficos do Rio de Janeiro."

Luis Peres 

   "... artesão-vassoureiro. Filho de um vassoureiro anarquista, espanhol. [...] Militou nos primeiros tempos. Mudou-se para Taubaté, melhorou de condições e desapareceu."

Hermogênio Silva

  "Carioca, nascido em 1887, filho de um anarquista espanhol e da mulata Catarina, filha de lavradores. Hermogênio era operário eletricista da Light (empresa de eletricidade) na cidade de Cruzeiro, no Vale do Paraíba, São Paulo. Passa depois a ser ferroviário da Rede Mineira de Viação na mesma cidade."

Abilio de Nequete

  "barbeiro sírio foi um dos organizadores do congresso de fundação. Foi delegado de Porto Alegre (RS) e representava além daquele grupo comunista, o PC uruguaio e o Birô da IC para a América do Sul."

Cristiano Cordeiro

   "foi professor, bacharel, pequeno funcionário público no Recife. Militante devotado,[...] Sofreu perseguições. Continuou maçon, mesmo depois de ser membro da CCE. Foi prestista. Manteve ligações com o representante da Coluna Prestes no Nordeste..." .


A pesquisa nos fala que a reunião terminou com todos cantando (baixinho, por razões de segurança) o hino do proletariado do mundo, A Internacional. .
Não pretendo me referir aos ilustres fundadores, cujos nomes entraram na história. Mas gostaria muito de falar de Astrojildo Pereira e de Cristiano Cordeiro. De Astrojildo, era bom que falasse do intelectual brasileiro que primeiro assentou o lugar de Machado de Assis contra os sectários, que desejavam pôr o nosso mais genial escritor na categoria de alienado. Um crítico literário e homem de ação além do seu tempo, Astrojildo. Fica para outra oportunidade.
Já sobre Cristiano, era bom mencionar o lugar especial de um mestre agitador, liderança incontestável em Pernambuco, cuja influência sobre os militantes pernambucanos levou um delegado do partido a escrever num relatório, quando veio ao Recife resolver uma desobediência partidária. Cito mais ou menos de memória: “No Recife não existe comunismo. Ali, há somente o Cristianismo, de Cristiano”. Dele, ainda, era ótimo lembrar um ato no teatro de Santa Isabel, que foi documentado por vias indiretas na música popular. No século XX, em 1933, no  palco do teatro, Cristiano Cordeiro lançou a chapa de nome “Trabalhador, ocupa teu posto”, que depois serviria de inspiração para o compositor Nelson Ferreira, que compôs o frevo “Coração, ocupa o teu posto”. Um sucesso, na política e no frevo, que se canta até hoje.
Assim como não falo também, e como gostaria, se tempo e competência tivesse, da fase de ouro do Partido Comunista do Brasil, quando o partido era também o lugar de abrigo e estímulo dos mais brilhantes criadores da cultura e da ciência nacionais.  Se assim eu pudesse, passariam diante dos nossos olhos as pessoas de Graciliano Ramos, Jorge Amado, Portinari, Mario Schemberg, Di Cavalcanti, Caymmi, Rubem Braga, Barão de Itararé, Abelardo da Hora, Solano Trindade, Niemeyer, Mário Lago, e tantos, tantos que a simples ausência dos seus nomes na lembrança é sintoma de ignorância.
Prefiro falar, ainda que brevíssimo, da matéria mais perto de mim, do meu chão. Falar de quem muitas vezes é tido como de nível ao rés do chão.
Por exemplo, de uma arremetida do padeiro José, em Água Fria, no Recife. Parece incrível, mas ele, um sertanejo, vindo de um meio conservador, se fez operário e agitador de greves no Recife antes de 1964. Clandestino depois do golpe, sem poder voltar às antigas agitações nas praças, ele explodia para a esposa, uma senhora muito cristã e devota. Entendam. O padeiro recebia a provocação, na forma de piedoso motivo de, na hora do recolhimento. Um dia, quando a religiosa companheira foi dormir, ao fim de muitas orações ela se benzeu com estas palavras:
- Com Deus eu me deito, com Deus eu me levanto.
Ao que o vermelho e velho José deu um pulo da cama:
- Diabo! Se é com Deus, não é comigo. 
Tanto tempo se passou e não me esqueço de tal pulo de raiva do padeiro.  
É inesquecível para mim a pessoa de Ivo, dono de um boxe que ficava à esquerda da entrada do Mercado Público de Água Fria. Ele estudava economia, era leitor de Celso Furtado. Foi Ivo quem me apresentou a Bira, o primeiro comunista que eu soube ser comunista em Água Fria. Bira me falou das teorias de Darwin, enquanto eu lhe repetia a fé em Deus, embora eu próprio não possuísse tanta fé quanto gostaria. Antes de Bira, Ivo foi a primeira pessoa de esquerda que conheci na adolescência, a primeira a se declarar assim em fenomenais discussões. Escrevo agora e noto que o reino da cultura é a pátria da comunhão de toda a gente. Num clima de feroz repressão e de caça aos comunistas, Ivo discutia as luzes do socialismo com um menino magro, leitor de Seleções. Havia uma base de confiança entre nós, porque eu buscava uma razão para viver no mundo, não a encontrava, e o meu amigo Ivo afirmava ter o caminho para resolver toda a minha falta de um norte.
Existe ainda um outro comunista anônimo, de quem só vim saber da ideologia muitos anos adiante. A gente nem imaginava, mas ali perto do Mercado, na Rua Japaranduba, havia um comunista organizado, dirigente de célula, um homem que por si só, para quem não o conheceu, parece hoje mais um personagem de fábula. Um homem de história fantástica. Era seu Luiz, o barbeiro. Luiz Beltrão falava inglês, estudava filosofia, tanto na universidade quanto fora dela, em 1960. Depois se fez professor de escola pública. Um barbeiro professor de filosofia não seria mais próprio de uma história de Andersen? A gente nem se dava conta, mas o mundo da fantasia era parte da realidade dos nossos dias. E por isso o maravilhoso nos tomava como se fosse a coisa mais natural e elementar. Na barbearia de seu Luiz os moleques, os maloqueiros como eram tidos os jovens sem eira nem beira, sabemos hoje, os desocupados podiam entrar e ler à vontade os jornais e as reportagens da revista O Cruzeiro. Como se clientes fossem, todos os dias, todas as manhãs, abusando do ponto comercial, sem qualquer pagamento. Não sabíamos, aquilo era uma liberdade aberta por um comunista, barbeiro e filósofo.  
Sei, hoje, que os anônimos são tão importantes quanto qualquer celebridade, na história. “Depende, se estiverem organizados na luta” poderia me responder o filósofo na barbearia. Então eu conserto:
- Os comunistas fazem  a pátria onde os ninguéns se tornam alguém. 
Agora, sim, acho que o barbeiro Luiz Beltrão iria gostar desta lembrança.
*Urariano Mota é escritor e jornalista pernambucano. Colunista do Portal Vermelho

Levy em evento no EUA alfineta Dilma


Chegamos a conclusão que a presidenta Dilma aceitou "caladinha" o cavalo de Tróia que o mercado impôs a ela: Levy

Via Estadão 
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou em evento fechado na terça-feira, em São Paulo, que a presidente Dilma Rousseff demonstra um "desejo genuíno" de acertar, mas não o faz "da maneira mais fácil". 


A frase, divulgada ontem pelo portal da Folha de S.Paulo na internet, foi dita em inglês, para dezenas de alunos da escola de negócios da Universidade de Chicago. Esta é a primeira vez que Levy faz uma observação crítica na qual a presidente é mencionada pessoalmente. 



"Acho que há um desejo genuíno da presidente de acertar as coisas, às vezes, não da maneira mais fácil... Não da maneira mais efetiva, mas há um desejo genuíno", afirmou o ministro aos estudantes. No original, segundo alguns dos presentes, de língua inglesa, a ideia central proferida pelo ministro mencionava "a genuine desire by the president to get things right, sometimes not the easiest way". 



Em recente encontro com empresários, o ministro disse que o Brasil havia dado "uma escorregadazinha" no campo fiscal, já corrigida. Em outra ocasião, conversando com jornalistas, ele declarou que certas medidas anteriores do governo representaram "uma brincadeira" que acabou custando "cerca de 25 bilhões".

sexta-feira, 27 de março de 2015

Aécio Neves lidera doações de proprietários de contas secretas da Suíça

Patricia Faermann

O senador Aécio Neves (MG) e nenhum outro do PSDB assinou o pedido de abertura da CPI do SwissLeaks-HSBC
Via Jornal GGN - Com um dos maiores e mais importantes bancos de dados secretos em mãos, os jornais O Globo e Fernando Rodrigues não fazem o jornalismo de dados, com o cruzamento completo das informações. Ao analisar os arquivos disponibilizados nas reportagens, é possível constatar que, além do que divulgaram os jornalistas, de o PSDB ter sido o maior beneficiado dos doadores para campanhas eleitorais com contas secretas no HSBC, o senador Aécio Neves foi também o candidato à presidência que mais recebeu. Esta última informação foi omitida dos jornais. 
Diretamente para a sua campanha foi destinado R$ 1,2 milhão de doadores que tinham contas secretas na filial do banco em Genebra. Em seguida, a também candidata à presidência, Marina Silva (PSB) angariou R$ 100 mil desses doadores. A presidente da República, Dilma Rousseff, não teve doações diretas dos proprietários dessas contas.
Excluindo o que foi depositado para o Comitê de Aécio Neves, os demais comitês (estaduais e contas de políticos) do PSDB receberam um total de R$ 1,725 milhão. Já o PT recebeu R$ 1,505 milhão, incluindo direção estadual e para os deputados federais Vicente Cândido (SP) e Janete Rocha Pietá (SP). O PMDB contabilizou R$ 568 mil de doadores com contas na Suíça.
Esses dados integram um novo episódio do Swissleaks, em um seleto grupo de 976 doadores, que entregaram no mínimo R$ 50 mil para as campanhas eleitorais do último ano. Destes, 16 nomes aparecem nos arquivos que tinham contas secretas no banco suíço HSBC. 

O balanço foi um resultado da integração do jornal O Globo no acesso aos dados disponibilizados ao Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), no qual Fernando Rodrigues também participa.
Até então, somente personagens pontualmente selecionados, de todas as 5.549 contas secretas de brasileiros, foram vazadas. Com a adesão da equipe de O Globo, informações sobre políticos ligados ao PSDB e à escândalos de corrupção que envolveram diversos partidos foram, aos poucos, sendo divulgadas.
Dessa vez, os jornalistas elencaram os 976 empresários que doaram mais de R$ 50 mil nas campanhas eleitorais de 2014. Encontraram, então, 16 nomes que estão na lista investigada do HSBC da Suíça. 
Fábio Roberto Chimenti Auriemo, Filho de Fábio Roberto Chimenti Auriemo e Armínio Fraga teriam apresentado provas, de acordo com o blogueiro do Uol, de que suas contas foram declaradas à Receita Federal. O fato isentaria a ilegalidade das contas. 
Cláudio Szajman, Benjamin Steinbruch, Carlos Roberto Massa e Hilda Diruhy Burmaian não apresentaram provas, mas afirmaram que foi declarado ou que as contas eram regularizadas. 
Francisco Humberto Bezerra e Miguel Ricarto Gatti Calmon negaram que tivessem uma conta na filial suíça. Alceu Elias Feldmann, Edmundo Rossi Cuppoloni, Cesar Ades e Roberto Balls Sallouti disseram que não iriam responder sobre o assunto. José Antonio de Magalhães Lins, Gabriel Gananian e Jacks Rabinovich não responderam. E Paulo Roberto Cesso confirmou que teve uma conta, mas não disse se foi declarada à Receita.
Frente à essas informações é possível verificar, ainda, que curiosamente os doadores de Aécio Neves provaram ou afirmaram que as contas foram declaradas, segundo as divulgações de O Globo e Fernando Rodrigues. 
Por outro lado, ainda que com todos esses números em mãos, a redação de O Globo não publicou tudo. Nem Fernando Rodrigues. 
Para identificar que o senador e candidato derrotado Aécio Neves (PSDB-MG) liderou o índice de doações de contas suspeitas, foi preciso transcrever as quantias que cada empresário, donos das contas, repassou a cada político ou comitê. Neste caso, a ordem dos fatores altera o resultado. Uma vez separados por partidos, a visualização dos dados permite outras notícias. 
O Jornal GGN também elencou de acordo com as respostas dos empresários

quinta-feira, 26 de março de 2015

BRASIL: LIDERANÇAS DE ESQUERDA DEFENDEM FRENTE POPULAR PARA BARRAR AVANÇO CONSERVADOR

Via Blog Evidentemente de Jadson Oliveira

Boulos, Berna, Valente, Beto e Singer: consenso por uma Frente Popular e contra ajuste de Levy (Fotos: Escrevinhador)
O deputado Ivan Valente (PSOL) listou cinco pontos em torno dos quais poderia ser construída a frente: combate ao ajuste fiscal de Levy; democratização dos meios de Comunicação; reforma agrária e combate ao latifúndio; defesa da Democracia e rechaço ao golpismo; e defesa dos direitos trabalhistas.

Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador (Portal Fórum), de 23/03/2015

O debate ocorrido neste fim-de-semana em São Paulo, numa quadra da CUT, foi simbólico por muitos motivos.

Primeiro, mostrou o grau de esgotamento do PT, como força renovadora de esquerda. Sob  impacto do avanço da direita no Brasil, militantes de esquerda se reuniram atraídos pelo tema: “Direitos Sociais e Ameaça conservadora”.

Mas não foi um debate organizado pelo Partido dos Trabalhadores – principal alvo da fúria direitista do dia 15. O PT segue acuado, quase mudo. Havia na plateia do debate muitos petistas, mas sem camisas nem símbolos petistas. Isso tudo num evento organizado pelo PSOL
Mais que isso: na mesa, estavam dois ex-auxiliares de Lula – Frei Beto e André Singer (hoje, professor da USP, e que segue filiado ao PT). O debate, realizado na “Quadra dos Bancários” (histórico ponto de encontro dos militantes da CUT e do PT), reuniu quase mil pessoas no sábado à tarde.
Foi o deputado federal Ivan Valente (do PSOL) quem cumpriu o papel de criar aquele espaço de reflexão, abrindo o microfone também para Guilherme Boulos (MTST – Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e Berna Menezes (sindicalista ligada ao PSOL).
Quase mil pessoas: na casa do PT e da CUT, a esquerda se reúne (mas sem a presença oficial do PT)
As críticas ao governo Dilma foram duras. E generalizadas. Boulos disse que “o governo é indefensável”, e foi mais longe: “ou o governo reverte o modelo, baseado no ajuste liberal, ou em breve o golpismo terá base popular nas ruas”.

A avaliação do líder do MTST é de que, apesar da queda de popularidade de Dilma, quem está na rua por enquanto protestando  contra o PT é um setor mais radicalizado de direita e comandado pela classe média. Boulos, no entanto, diz que um ponto deveria preocupar os petistas: “a massa trabalhadora, que votava no PT até hoje, ficou em casa dia 15, mas  aplaudiu os protestos porque não aguenta mais”.

Ele reconheceu os avanços sociais da era Lula, mas reafirmou a posição do MTST de que o modelo de conciliação do lulismo se esgotou. “2013 foi um aviso, mas parece que o PT não entendeu”.


terça-feira, 24 de março de 2015

RAMONET: PT/LULA/DILMA NÃO CUIDOU DE CRIAR UM SISTEMA PÚBLICO DE COMUNICAÇÃOBlo

Via Blog Evidentemente de Jadson Oliveira

Ignacio Ramonet (Foto: Marco Salgado/El Telégrafo)
“Os amigos do Partido dos Trabalhadores (PT), governante, Lula (Da Silva) ou Dilma (Rousseff) não deram a importância necessária à criação dum sistema público de comunicação e informação”.

O presidente Rafael Correa “estudou a comunicação depois de chegar à Presidência. Tirou uma série de conclusões sobre o poder midiático, seu funcionamento, como se pode elaborar um contra-poder midiático e isto hoje em dia é indispensável”.

Esta é apenas uma pequena parte da rica entrevista do jornalista e professor Ignacio Ramonet, diretor do Le Monde Diplomatique em espanhol, ativista e estudioso do papel político exercido pelos meios de comunicação. Foi matéria de capa do El Telégrafo, com a manchete: ‘Ramonet: Meios de comunicação substituem as forças conservadoras’. Este blog Evidentemente publicará outras partes dependendo do ritmo da tradução.

Por Orlando Pérez e María Elena Vaca, do jornal estatal equatoriano El Telégrafo, edição impressa de ontem, dia 23 (o título e os destaques acima são deste blog)

Na América Latina há meios de comunicação e “grêmios” (associações de empresários de comunicação) que se converteram em atores políticos, inclusive contrários aos governos progressistas?

Isto já faz tempo. Evidentemente têm sido os principais opositores. Na experiência que têm vivido os países latino-americanos, onde governos progressistas têm sido eleitos pelos cidadãos, com base num programa de reformas e transformações sociais muito importantes, e não têm sido apenas eleitos, têm sido reeleitos. Observamos que nenhum programa de transformação social na América Latina perdeu uma eleição desde há 15 anos. Onde este tipo de reforma construtiva de esquerda, progressista, chegou ao poder, democraticamente se manteve até hoje, ainda que tenham mudado os líderes, como na Venezuela, Brasil, Paraguai...

Porém, estão aí os casos de Honduras e Paraguai?

Mas aí são golpes de Estado, não são os eleitores. Em nenhum caso os eleitores rechaçaram esta proposta. O único caso, se você quer, ainda que não seja pertinente, é o governo de Bachelet, quando ela não podia voltar a se candidatar, porém o primeiro governo de Bachelet não podíamos qualificar de neoprogressista porque estava governando com uma aliança social-democrata, democrata cristã, ainda que nesse caso, depois da experiência, Bachelet regressou com uma coalizão ainda mais ampliada com o Partido Comunista. Os eleitores não a rechaçaram e, por conseguinte, isso significou a derrota das forças conservadoras tradicionais, que em alguns países desapareceram, como no caso do Equador.

Quem substituiu nesses casos as forças conservadoras?

Os meios de comunicação, porque o empresariado, o poder econômico, historicamente dominante nesses países, acreditou que com estes meios de comunicação ia manipular, levar a cabo a contra-ofensiva conservadora. Por isso essa luta tem sido tão importante e por isso muitos governantes fizeram dessa luta uma confrontação central, como é na Venezuela, no Equador, onde Rafael Correa, talvez de todos os presidentes da América Latina, seja o que mais teve consciência de que essa luta era fundamental; também na Argentina, onde tem havido um enfrentamento importante contra o Grupo Clarín, que domina 80% dos meios de comunicação (imprensa, rádio e TV) desse país. Estes meios se erigiram em oposição oficial, quando não é sua função, pois sua função é informar, não ser partidos políticos.

Mas esta função tem eco e prestígio em certos setores e ao mesmo tempo contam com um “grêmio” (a SIP – Sociedade Interamericana de Imprensa) que quer influir até mesmo em eleições, como ocorreu no Brasil...

Claro, precisamente os amigos do Partido dos Trabalhadores (PT), governante, Lula (Da Silva) ou Dilma (Rousseff) não deram a importância necessária à criação dum sistema público de comunicação e informação. Primeiro, porque nunca tiveram maiorias claras, governaram com os parlamentos que negociavam, não tiveram as mãos livres, e os empresários, que no Brasil dispõem de grupos importantes, como o Grupo Globo, não lhes permitiram. De fato, não creio que tiveram a vontade, e mesmo se a tivessem, não creio que lhes tivessem deixado desenvolver um grupo público de meios de comunicação como se fez em outros países, como o Equador, Venezuela e Argentina.

Há uma mudança na ação dos políticos passando a atuar como comunicadores políticos e assumir como parte de sua estrutura formativa a comunicação?

Sim, o exemplo você tem aqui. O presidente que mais  integrou essa ideia é Correa. A partir do ponto de vista teórico e acadêmico, é alguém que estudou a comunicação depois de chegar à Presidência. Tirou uma série de conclusões sobre o poder midiático, seu funcionamento, como se pode elaborar um contra-poder midiático e isto hoje em dia é indispensável, é um parâmetro fundamental. Mas claro, também temos que ver como isso evolui. Muitos dirigentes fazem uma análise dos meios de comunicação, que é o que se podia fazer há 10 ou 15 anos, mas hoje a reflexão deve integrar as redes sociais, que são o principal ator na mobilização social. De fato, se você quer, a maioria destes governos sofre uma ofensiva que já não é megamidiática, mas sim micromidiática.


Tradução: Jadson Oliveira

Professores da Rede Estadual entram em Greve


Via Site do Sintepp

A categoria decidiu: é GREVE contra os cortes de Jatene
23/03/2015
Trabalhadores em educação da Rede Estadual de ensino, realizada na manhã desta sexta-feira (20), na EE. Cordeiro de Farias, em Belém, aprovou por ampla maioria GREVE nas escolas do estado do Pará.
Escrito por: Sintepp
A categoria sofre redução salarial com implementação da lotação 2015, imposta pela Seduc, além de permanecer sem previsão para o pagamento do piso nacional. Questões como reforma das escolas e falta de segurança também estão levando a comunidade escolar ao descalabro.

A partir de agora o Comando de Greve (CG) organizará o movimento e buscará as respostas do governo Jatene (PSDB) para a pauta de reivindicação da campanha 2015 e o cumprimento do acordo que pôs fim a greve de 2013.

Observe o calendário da GREVE

23.03 (segunda-feira)
Reunião com a comunidade

24.03 (terça-feira)
Reuniões por distrito e subsedes

Daico/Daout: EE. Palmira Gabriel
Dasac: EE. Graziela de Freitas
Daent: EE. Cordeiro de Farias
Damos: EE. Nonato Filgueiras
Dagua I: EE. Brigadeiro Fontenelle
Dágua II: EE. Barão de Igarapé-Mirim
Dabel: EE. Deodoro de Mendonça
Daben: EE. Raimundo Viana

25.03 (quarta-feira)

Assembleia geral, 9h, local a definir

segunda-feira, 23 de março de 2015

Enquete: Como você avalia a gestão Pioneiro?




O Blog quer saber como você avalia  a gestão do prefeito Manoel  Pioneiro de Ananindeua. Vote na Enquete

domingo, 22 de março de 2015

IGOR FELIPPE: O PROBLEMA DO GOVERNO BRASILEIRO NÃO É DE COMUNICAÇÃO

Via o Blog Evidentemente de Jadson Oliveira
(Foto: Internet)
Só haverá um enfrentamento na área da comunicação se a estratégia passar do amortecimento das contradições para o acirramento da luta política.

Por Igor Felippe - no blog Escrevinhador (Postal Fórum), de 16/03/2015

Mais de 500 mil pessoas saíram às ruas contra o governo Dilma em todo o país. A velha mídia diz que foram 2 milhões, com base em números evidentemente inflados pela Polícia Militar de diversos estados. Independente do número, a direita demonstrou uma capacidade mobilização que criou uma apreensão generalizada nos setores progressistas.
Esse processo de mobilização dos segmentos conservadores para esses protestos não começou ontem, mas tem raízes profundas lá em 2005. De lá pra cá, o PT ganhou três eleições presidenciais, mas quais instrumentos políticos construiu ou fortaleceu para enfrentar uma avalanche conservadora?
A ação política da direita incrustada no Poder Judiciário, na Polícia Federal, no Congresso e nos grandes meios de comunicação entrou em forte sintonia nesse período, colocando suas artilharias contra o governo.
A impressão que dá é que o comando do PT pensava que passaria desapercebido fazendo uma política de inclusão social, criação de emprego e valorização do salário mínimo, mantendo a lucratividade dos grandes empresários e sem aumentar a intensidade da luta política… Santa ingenuidade!
Uma leitura que tem ganhado força entre os blogueiros progressistas e nas universidades de comunicação, que repercute em setores críticos do PT, é que o problema central do governo é a dificuldade de comunicar com a sociedade.
A comunicação é parte do problema, decerto, mas não é a questão de fundo. Uma ação específica de comunicação corresponde a uma determinada estratégia política de uma organização ou campo político. A ausência de uma ação de comunicação é um sintoma, talvez o mais visível, do fracasso ou da falta de estratégia política do PT no governo. Aí que mora o problema.
Qual o projeto político estratégico do PT no governo federal? Como enfrentar os novos obstáculos que surgiram pela frente? Como encarar a forte reação dos setores de oposição ao governo depois de 13 anos?
Essas perguntas precisam ser respondidas para se compreender os limites do governo na área da comunicação. Um projeto político que não tem claro onde quer chegar não consegue desenvolver uma interlocução com a população.
O governo de composição de frações de classes liderado pelo PT teve como características a busca permanente de conciliação dos interesses divergentes, da despolitização da sociedade e da neutralização das organizações de esquerda.
O tipo de jornalismo insosso e inodoro desenvolvido nos instrumentos do governo federal, como a TV Brasil e a Agência Brasil, corresponde a essa tática de pacificar a luta de classes. Acredito que, se a Rede Globo passasse amanhã para as mãos do governo, os seus dirigentes não saberiam como usar essa artilharia da comunicação…
Só haverá um enfrentamento na área da comunicação se a estratégia passar do amortecimento das contradições para o acirramento da luta política, casando uma ação de governo para fortalecer a mobilização da sociedade e uma disputa ideológica com as forças neoliberais, que dirigem a oposição à presidenta Dilma.
O PT fugiu como o diabo da cruz dessa tática e apostou que poderia levar pra sempre em banho-maria, subindo o tom apenas nas eleições. No entanto, a água ferveu e não há outra saída diante da tática da direita, que é justamente acirrar a luta e fazer a batalha das ideias. Com suporte da mídia, milhares de pessoas foram às ruas manifestar sua insatisfação contra o governo nesse domingo.
As forças progressistas do movimento sindical, social e estudantil demonstraram que, independente da iniciativa governo, têm capacidade de mobilizar e fazer grandes protestos, com uma pauta avançada em defesa dos direitos, da soberania nacional e das reformas estruturais.
Somente será possível vencer essa luta se o governo cumprir o seu papel, assumindo uma tática de enfrentamento dos setores conservadores e lançando um programa de reformas estruturais.

Assim, estimulará a mobilização dos movimentos populares, ampliando a intervenção na sociedade e catalisando o sentimento difuso de insatisfação com o estado das coisas. Daí, sim, será possível colocar em curso uma estratégia de comunicação que corresponda ao novo momento político.