quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Senador Paulo Rocha e o deputado Wlad com problemas de saúde










O senador Paulo Rocha está fazendo tratameno de saúde em um hospital de Belém, a coluna tem dado susto no senador. Com as idas e vindas de Belém para Brasilia a situação se agravou. Ele deve submeter a uma cirugia. Falando em saúde, quem também enfrenta problemas de saúde é o deputado Wlad Costa, ele pediu licença saúde da Câmara Federal.

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Joãozinho baixista do Rato dos Porões:"O cara quer o Brasil para os Brancos e para os Ricos"



Joãozinho Baixista da Banda Ratos de Porão: "Aqui no Brasil quando você vê um cara com a bandeira e camiseta do Brasil dizendo ‘meu país, meu orgulho’, o que esse cara quer? O cara quer o Brasil para os brancos, para os ricos, para a classe média, ele quer que os pobres se fodam. Ele quer que os pobres e pretos vão morar longe, o Brasil dele é esse. Já na Venezuela é completamente o contrário. É uma posição política que não tem aqui no Brasil. É um cara que é patriota, só que o cara tá pelo povo, tá pelas pessoas"

domingo, 27 de setembro de 2015

A esquerda depois do PT, por Luis Felipe Miguel


Por Luis Felipe Miguel, via Jornal GGN

"PT caminha para se esfarelar com uma velocidade inimaginável ..."


É possível dizer que é injusta a maneira pela qual o Partido dos Trabalhadores se tornou o emblema de todos os vícios da política brasileira, enquanto seus concorrentes da direita são preservados sistematicamente por uma cobertura de mídia manipulada. É verdade. Caixa dois, loteamento do Estado, relações de compadrio com grandes grupos econômicos, corrupção: o PT não inventou nada disso; pelo contrário, tornou-se participante tardio de uma festa que começara muito antes (e, aliás, para a qual nem fora convidado). Nem por isso, os efeitos do desgaste do PT no eleitorado deixam de ser sentidos. Para a classe média, que se sentiu ameaçada pelo pequeno avanço dos mais pobres nos três mandatos presidenciais petistas, o discurso da indignação moral permite extravasar sua insatisfação, de maneira mais legítima do que se ficasse apenas no registro do simples egoísmo. E a maioria politicamente desmobilizada, com menor acesso a outros canais de informação, tem poucos recursos para resistir ao bombardeio da mídia.

Ao mesmo tempo, os grupos mais politizados à esquerda se sentem cada vez menos contemplados pelo partido que é responsável por um governo que implanta políticas altamente prejudiciais aos interesses dos trabalhadores e que, na busca da permanência no poder, não imagina outro caminho além de uma submissão cada vez mais profunda ao capital. Em nove meses de segundo mandato, a presidente Dilma Rousseff não foi capaz sequer de fazer um aceno simbólico aos movimentos populares, certamente por imaginar que tal gesto assustaria aqueles que ela tenta desesperadamente agradar. Na visão política de Dilma e seu círculo, os movimentos populares não existem. Todas as equações que fazem para sair da crise incluem os mesmo elementos: os grandes grupos econômicos, as elites políticas tradicionais, as oligarquias partidárias. Por mais que a conta nunca feche, não se cogita agregar um novo fator.

No início deste segundo mandato ainda era possível imaginar que, apesar de todo desgaste, o PT possuía lastro nos movimentos sociais para manter sua relevância como força política. Hoje, está claro que não. Por mais que o golpismo dos defensores do impeachment seja evidente, por mais que ver Fernando Henrique Cardoso e Aécio Neves entronizados no papel de guardiães da moralidade pública cause repulsa, quem quer defender um governo cujo único programa é o aumento do desemprego e a redução do investimento social?

Espremido entre a campanha ascendente da direita, uma mídia cada vez mais abertamente hostil e o seu governo, que age diariamente contra sua base social, o PT caminha para se esfarelar com uma velocidade inimaginável um ano atrás. Movimentos sociais acomodados com a interlocução com o PT estão percebendo que o partido perdeu a capacidade de expressar suas demandas. Mas também muitos deputados, prefeitos e vereadores petistas buscam novas legendas, por vezes até na direita, em geral por simples oportunismo – o que revela, por si só, como o PT se tornou parecido com os partidos tradicionais.

Evidentemente, tudo isso não é efeito apenas do descalabro do segundo governo Dilma. O PT nasceu com um projeto – inacabado, em aberto, contraditório. Apontava para um horizonte de transformação profunda da sociedade, incluindo algum tipo indefinido de socialismo, alguma forma nova de fazer política e também a revalorização da experiência das classes trabalhadoras. A busca de relações radicalmente democráticas, de uma política efetivamente popular, fazia parte da “alma do Sion”, como André Singer definiu o espírito original do partido, fazendo referência à sua fundação no Colégio Sion, em São Paulo, em 1980.

Para pessoas treinadas nas tradições organizativas da esquerda, o PT original possuía uma perigosa indefinição programática, além de ser vítima de um basismo e de um purismo paralisantes. De fato, o partido surgiu num momento em que essas tradições estavam em xeque. Os equívocos do PT foram fruto de sua vontade de não repetir o trajeto dos partidos leninistas ou da social-democracia, que, cada um a seu modo, tenderam a se fossilizar em estruturas hierárquicas e burocráticas. Tratou-se de uma experiência inovadora, inspiradora para a parte da esquerda que tentava se renovar em muitos lugares do mundo.

Tal inovação apresentava custos crescentes, à medida em que o partido crescia. Na famosa lei de ferro das oligarquias, no início do século XX, Robert Michels afirmou que “quem fala organização, fala oligarquização”. Deixando de lado seu determinismo retrógrado, é possível dar crédito ao pensador alemão nos dois eixos centrais de sua reflexão: as camadas dirigentes tendem a desenvolver interesses próprios, diferenciados daqueles da massa de militantes, e a eficiência organizativa trabalha contra a democracia. De fato, é fácil “discutir com as bases” quando se é um ator político pouco relevante. Depois, fica cada vez mais claro que o timing da negociação política prevê a concentração das decisões nas mãos dos líderes.

Como costuma ocorrer em organizações políticas inovadoras, o crescimento levou a tensões crescentes entre percepções mais “realistas”, que julgavam necessário um esforço de adaptação ao mundo da política tal como ele é, e outras mais principistas. A conquista das primeiras prefeituras municipais foi, em muitos casos, dramática. Mas até então o partido lutava para não renunciar à possibilidade do exercício localizado do poder político sem abrir mão dos princípios gerais que orientavam sua organização.

É possível datar com precisão o momento em que o PT iniciou sua caminhada para se transformar naquilo que é hoje: o anúncio do resultado do primeiro turno das eleições de 1989. Quando Lula passa à etapa final da disputa, ao lado de Fernando Collor, parecia se tornar claro que um bom aproveitamento do clima político, aliado a um marketing eleitoral competente, proporcionaria um acesso mais rápido ao poder do que o trabalho de mobilização no qual o partido apostava desde sua fundação. O fato de que o partido hesitou em aceitar, no segundo turno, o apoio de políticos conservadores, mas democratas, é em geral apontado como uma demonstração de seu caráter naïf e de seu despreparo para a política real. É provável. Mas não dá para não respeitar tal purismo, sobretudo à luz do PT posterior, para o qual ninguém, de Maluf a Collor, de Sarney a Jader Barbalho, de Kátia Abreu a Michel Temer, está fora do alcance de uma possível aliança.

Entre a hesitação inicial de 1989 e a política de alianças indiscriminada adotada a partir de 2002 houve uma evolução paulatina, eleição após eleição. Evolução também no discurso, no programa político, na forma de fazer campanha. É razoável dizer que o PT abandonou a ideia de que a campanha eleitoral era um momento de educação política. Quando Duda Mendonça assume, na quarta candidatura presidencial de Lula, já está claro que não se deve mais disputar a agenda, nem os enquadramentos ou valores dominantes. Para ganhar a eleição, é mais fácil mudar o candidato para se encaixar nas expectativas vigentes. Estava surgindo o Lulinha paz e amor, que não é só uma persona do marketing eleitoral, mas a indicação da visão de que seria possível fazer política transcendendo os conflitos.

Só que os conflitos não são transcendidos, são escamoteados. E quando são escamoteados, isso sempre trabalha em favor daqueles que já estão em posição privilegiada. O governo Lula vendeu ao capital sua capacidade de apaziguar os movimentos sociais. Com a elite política, prosseguiu no toma-lá-dá-cá típico brasileiro, agravado pelo fato de que, dada a desconfiança que o PT precisava enfrentar, os termos da troca eram piores. Graças a isso, ganhou a possibilidade de levar a cabo uma política de combate à miséria. Sem negar sua importância, o fato é que foram 12 anos em que o avanço social se mediu exclusivamente pelo acesso ao consumo. A fragilidade de uma política que não enfrentou nenhuma questão estrutural nem desafiou privilégios fica patente pela facilidade com que os supostos avanços da era petista vão sendo desmontados. Voltamos ao momento do desemprego, da redução do poder de compra dos salários, do desinvestimento nos serviços públicos. E, como o ambiente parece propício, de roldão são acrescentados retrocessos ainda maiores: precarização das relações de trabalho, criminalização da juventude, legislação retrógrada no campo da família e da sexualidade.

O momento, em suma, é o da maior derrota das forças progressistas no Brasil após o golpe de 1964. E uma parcela considerável da responsabilidade recai sobre um partido que não soube ou não quis aproveitar as oportunidades de que dispôs para consolidar algum tipo de avanço político e social.

Ao fim do processo, a esquerda brasileira parece órfã. Nos últimos 30 anos, o PT ocupou uma posição de absoluta centralidade neste campo, seja sob a chave da utopia, seja sob a chave do possível. Mesmo os críticos, mesmo os não petistas, encaravam o partido com um pilar incontornável da esquerda. Hoje, é cada vez mais evidente que a única maneira de ler o PT é como um experimento fracassado. Torna-se necessário pensar novas formas de organização e ação, novos instrumentos para fazer política, superando o saldo de desencanto e de desesperança que o final melancólico dos governos petistas deixa.

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Luis Felipe Miguel é professor do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília, onde edita a Revista Brasileira de Ciência Política e coordena o Grupo de Pesquisa sobre Democracia e Desigualdades – Demodê, que mantém o Blog do Demodê, onde escreve regularmente. Autor, entre outros, de Democracia e representação: territórias em disputa (Editora Unesp, 2014), e, junto com Flávia Biroli, de Feminismo e política: uma introdução (Boitempo, 2014). Ambos colaboram com o Blog da Boitempo mensalmente às sextas.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

COHAB virou um balcão de emprego para "cabos eleitorais" do governo Jatene (PSDB)



Trabalhadores da COHAB foram hoje (25/09) ao Ministério Público entregar abaixo assinado solicitando providências quanto as contratações sem concurso público. A empresa virou um balcão de emprego de "cabos eleitorais" do governo Jatene

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Utilidade pública: Luz do poste queimou em Ananindeua ligue para 08002007175

Esse é o número do serviço de iluminação pública da prefeitura de Ananindeua. A luz do poste da sua rua queimou, ligue 08002007175 . Rua iluminada ajuda na segurança.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Deputado estadual do PC do B chama índios de 'bando de veadinhos'



Via Estadão

Fernando Furtado participava de encontro promovido por entidades ligadas ao agronegócio




Em audiência, deputado do PC do B chama índios de 'bando de veadinhos' Foto:
São Luís - Indígenas da terra Awá-Guajá foram vítimas de ataques verbais do deputado estadual maranhense Fernando Furtado (PCdoB). O parlamentar participava de uma audiência pública no município de São João do Caru no dia 4 de julho,organizada pela CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil) e pela FAEMA (Federação de Agricultura e Pecuária do Maranhão) para discutir a desintrusão de terra por parte de produtores rurais. Foi quando chamou ps índios de 'bando de veadinho'.

“Lá em Brasília o Arnaldo (Lacerda) viu os índios tudo de camisetinha , tudo arrumadinho, com flechinha, tudo um bando de veadinho. Tinha uns três lá que eram veado que eu tenho certeza, veado. Eu não sabia que tinha índio veado, fui saber naquele dia em Brasília, tudo veado. Então é desse jeito que tá, índio já consegue ser veado, boiola, e não consegue trabalhar e produzir? Negativo!”. O deputado disse ainda que “índio diz que não sabe plantar arroz, então morre de fome, desgraça, é a melhor coisa que tem, porque não sabe nem trabalhar".

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B) afirmou, por meio de sua conta pessoal do twitter, que “discordo de qualquer discurso nessa linha”. O secretário de Direitos Humanos, Francisco Gonçalves (PT) e o presidente do PCdoB no Maranhão, Márcio Jerry, foram procurados, porém ambos não responderam ao contato.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Tribuna Debate: Esquerda e o impeachment


Publicamos aqui dois textos de militantes e  de uma corrente da esquerda sobre a crise atual brasileira

ESCRITO POR MÁRIO MAESTRI E OTTO FILGUEIRAS   
SEGUNDA, 21 DE SETEMBRO DE 2015


O governo Dilma Rousseff rompeu com a população que o elegeu, no próprio dia da vitória. Da promessa demagógica de administração popular, passou sem transição, à acelerada e incessante reorientação neoliberal. Tratou-se de desesperada corrida para salvar sua presidência e o aparato petista que sonhou governar eternamente o Estado brasileiro, no gozo das imensas benesses decorrentes, legais e ilegais.

A situação da presidenta, do governo e do PT era, convenhamos, dramática.

A conjuntura que atinge os países ditos emergentes alcança singular paroxismo no Brasil. A crise, de fundo estrutural, acelerou-se com o esgotamento do período de semi-expansão do comércio internacional e valorização das commodities - petróleo, grãos, minérios etc. Período no qual a economia brasileira conheceu radical processo de desnacionalização e desindustrialização tendenciais, sob a droga de um real supervalorizado, de juros elevados, de domínio do capital financeiro e bancário.

No dia seguinte às eleições, o governo Dilma Rousseff encontrou-se com as finanças e as contas públicas afundadas na desgovernança sem limites das renúncias fiscais para o capital industrial, de capitalização do capital privado através de juros subsidiados etc. Nesse imenso rombo, pouco peso tiveram as pequenas liberalidades demagógicas para com a população, ao contrário do que a mídia sugere.

O naufrágio geral deveu-se, sobretudo, à hemorragia desenfreada motivada por dívida pública alimentada, nos últimos anos, pela manutenção dos mais elevados padrões de juro do mundo. Tudo associado à expatriação vultuosa de capitais - dividendos, royalties etc. -, acrescida pela desnacionalização da indústria, dependência tecnológica etc. Os imensos gastos eleitoreiros foram a cereja do bolo.

Além da crise econômica real, a senhora Dilma Rousseff, sua administração e o PT se deparavam com uma investigação judicial e exposição midiática da corrupção amazônica promovida pelo núcleo central do PT, partido da presidenta, e pelos partidos fisiológicos aliados. Assalto ao Estado transformado em processo institucional, que irrigou as campanhas eleitorais em todos os níveis e enriqueceu milhares de vorazes particulares.

Diante da exposição interessada, promovida pela mídia e pela oposição, do rastro de corrupção, a única defesa da administração e do PT é que todos fazem e que apenas eles foram alvos de denúncia da mídia conservadora.

A senhora Dilma Rousseff, sua administração e o PT sentem-se traídos pela exposição privilegiada que sofrem da mídia e da justiça burguesa. Afinal, eles embolsaram apenas a ‘remuneração’ extra dos conservadores tradicionais, ao servirem o grande capital.

Não compreenderam que, ao prestarem um serviço aos donos das riquezas nacionais e internacionais, no governo, expunham-se a prestar outro também, ao serem lançados, pelo ex-patrão, na prisão e sarjeta, como exemplos da maldade e corrupção dos princípios de esquerda, populares e operários, que há muito renegaram e enxovalharam.

Incontinenti, o governo Dilma Rousseff constituiu um ministério de mostrengos políticos, comandados por um boy dos banqueiros, enquanto lançava o país na inflação e recessão, para cortar o valor real dos salários como exigido pelo capital nacional e internacional. A senhora Dilma Rousseff abandonou crescentemente a demagogia e afagos parciais e restritos dados tradicionalmente a sua base de sustentação, em prol do consenso do grande capital nacional e internacional.

O escandaloso estelionato eleitoral reviveu e engrossou os segmentos sociais ricos e médios derrotados na eleição passada, que saíram às ruas pedindo o fim do governo. A presidenta, sua administração e o PT viram-se imobilizados e acuados, sob o ataque das ruas e de um legislativo em paroxismo conservador, em grande parte pertencente à base parlamentar do governo.

Conhecendo a mais rápida e radical queda de apoio da história nacional, o governo Dilma Rousseff procedeu, sem pudor, nojo e dignidade, concessões sem fim para o grande capital e os conservadores tradicionais, na oposição e na sua base de apoio. Tudo na desesperada esperança de permanecer a qualquer custo no governo até 2018, se arrastando.

Ninguém pode prever se a senhora Dilma Rousseff permanecerá até o fim do mandato, a custa de tudo entregar, de tudo privatizar, de tudo cortar, de reduzir os trabalhadores e assalariados à miséria relativa e absoluta, radicalizando o descalabro que assola a sociedade brasileira. Ou se será defenestrada, quem sabe, já nos próximos meses.

O certo e líquido é que o presente governo, visto ainda por parte da população como administração popular e de esquerda, se encontra, de fato, nas mãos do grande capital, que impulsiona, através da presidenta, como implementará, sem ela, após sua derrubada, retrocesso geral e histórico das condições de existência da população trabalhadora e assalariada no país.

Temos que sair da sinuca de bico em que nos encontramos. A proposta de mobilização pela queda de Levy é fumaça nos olhos da população. Esse cavaleiro da triste figura e língua enrolada é apenas um convidado de importância em ministério formado por walkings deadsconservadores de todos os sabores. Uma reforma ministerial e uma radical reorientação política do governo são propostas fantasiosas, vista a essência da atual administração. Ela já concedeu tudo e se encontra atualmente dançando no fio da navalha.

Não podemos, em nenhum caso, apoiar um impeachement conservador que substitua vinte por dez + dez, e receba, ainda, um trocado. Ele seria um golpe das forças de direita que violaria, ao menos no sentido, instituições que as próprias forças burguesas se deram. E significará, igualmente, importante operação política, ideológica e social contra o mundo do trabalho, pois identificá com a presidenta e sua administração, jogados ladeira abaixo, o derrubamento de ideias e programas de esquerda e de um partido que traz no seu nome “dos trabalhadores”, apesar de há decadas ter se posto ao serviço do poder.

Nem apoio ao governo, nem apoio à sua derrubada

Devemos exigir, ao contrário, que se entregue a solução nas mãos da população brasileira. Temos que sair às ruas pedindo novas eleições, para presidente, vice, senadores e deputados, já. Sem a participação de acusados por qualquer prevaricação contra os cofres públicos. Sem contribuição dos grandes capitalistas. Com o direito de candidaturas que passem ao lado dos partidos presentes.



Centrar o ataque na direita, com decisão e clareza 

A crise do capitalismo e suas manifestações no terreno nacional, bem como os limites do social-liberalismo, os erros dos governos anteriores e os equívocos do atual – ajuste conservador, arrocho, desemprego, corte de recursos para áreas sociais, aumento de tarifas públicas e supressão de direitos –, estão na base do impasse multilateral que assola o País. Todavia, nem mesmo diante das enormes concessões oficiais que lhe foram e estão sendo feitas o capital monopolista-financeiro e seus representantes se dão por satisfeitos: exigem cada vez mais. 
Nesse quadro complexo, as forças reacionárias de dentro e de fora do Brasil aprofundam o cerco e o ataque à Presidência da RepúblicaSeu objetivo é explícito: assumir o controle imediato do Palácio do Planalto e colocá-lo aberta e diretamente ao serviço dos interesses antinacionais, antidemocráticos e antipopulares. Como o proletariado combate dentro de um período de defensiva estratégica, faz-se necessário garantir as posições e conquistas alcançadas até hoje, que se encontram ameaçadas pela direita. 
A interrupção do mandato de Dilma Rousseff pelas forças conservadoras significaria um dos maiores retrocessos políticos da história brasileira. Refundação Comunista – com autoridade de estar fora do campo situacionista – alerta aos comunistas, bem como aos partidos, forças e movimentos socialistas, revolucionários, democráticos e populares, além de todos os militantes e ativistaspara a importância de barrar tal plano. O rechaço ao impeachment, a mobilização contra a política econômica e a luta pelos direitos sociais são a tarefa central da conjuntura. 
Para tanto, é preciso manter distância de qualquer atividade ou iniciativa que – sob qualquer pretexto, direta ou indiretamente – fortaleça ou mesmo se confunda com a direita e seu movimento para sabotar o atual governo federal e afastar a PresidenteO caminho da esquerda é outro: demarcar com a oposição burguesa-conservadora e unir as forças do povo na construção de uma ampla frente de unidade popular. 

Belo Horizonte, 15 de setembro de 2015, 
Comissão Política Nacional da Refundação Comunista – Brasil 

80 anos da Insurreição Democrática e Nacional-libertadora de 1935