terça-feira, 5 de julho de 2016

Por Bob Fernades: Justiça abalaqda

O jornalista Jorge Bastos Moreno conhece o Poder e poderosos como poucos. Desde sábado, 2, uma nota na sua coluna em "O Globo" provoca temores e tensão.
Moreno disse que "renomado advogado, um dos melhores do país", "entregou" ministros "do Superior Tribunal de Justiça e também do Supremo Tribunal".
O advogado "procurou investigadores" ao saber que estava sendo investigado. E teria revelado "relações nada republicanas de ministros dos tribunais", relatou Moreno.
Segundo o jornalista, "Quem teve acesso às negociações diz que não vai sobrar pedra sobre pedra quando a delação for fechada".
No Brasil das coberturas, temores e tensão em alta...apesar do clima faz-de-conta-que-tá-melhor.
As prisões do doleiro Lucio Funaro, lobista de Eduardo Cunha, do empresário Adir Assad, do Cavendish -da empreiteira Delta-, e do bicheiro Cachoeira apavoram o "Cunhistão" e toda a 'Política".
Mas não apenas a Política, mesmo que a ação de políticos e funcionários públicos atraia e concentre a atenção nos escândalos de corrupção.
Salta aos olhos a quantidade de empresas que agiram como quadrilhas, de empresários que se associaram a bandidos.
Causa perplexidade ver figuras que roubaram dezenas de bilhões ou milhões apenas dedurar os parças, e pronto.
Pena reduzidíssima, um tempinho na cadeia, e prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica. Com ainda muitos bilhões, ou milhões, pra viver.
Assim começa a parecer fácil assaltar o Estado. Se for pego, basta dedurar, delatar.
Mas por isso, o dedurar pra escapar, se espalha a tensão a cada nova notícia de delação. Por isso a expectativa, quase pânico, com o que virá da Odebrechet e OAS.
Explosiva novidade será se chegar ao topo da Justiça.
Embora, nem tanto assim. Há dois meses, na Folha, Frederico Vasconcelos, abordava fronteiras da moralidade, ao menos. Contou então:
-De 33 ministros do Superior Tribunal de Justiça, 10 têm filhos ou mulheres advogados que defendem interesses de clientes com processos em tramitação na Corte.
Enganou-se quem, fora ou dentro da Lava Jato, pensou ser esse um jogo que poderia ser controlado.

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