Daniel Veiga |
O balanço dos
resultados do 1 turno nos mostra que a derrota foi do PT.
Nacionalmente, as candidaturas majoritárias do PT receberam cerca de 6,8 milhões de votos. Em 2012, havíam recebido 17,2 milhões de votos.
Nacionalmente, as candidaturas majoritárias do PT receberam cerca de 6,8 milhões de votos. Em 2012, havíam recebido 17,2 milhões de votos.
Nacionalmente,
o PT caiu de 630 para 231 prefeituras. Ao levar em consideração o número de pessoas que moram em cidades
governadas por prefeitos/as petistas, a derrota vira desastre, pois em 2016 o PT
governava cidades onde residiam 37,9 milhões de pessoas. A partir de 1 de
janeiro, o PT vai governar cidades onde residem 6,1 milhões de pessoas.
Mas
a derrota não foi só do PT. Foi também do conjunto da esquerda.
O
número de eleitores que votam na esquerda, em suas variadas expressões, é muito
menor hoje do que nas eleições anteriores.
O
que significa dizer que os partidos de esquerda que sonham em superar o PT pela
via eleitoral, também verão pela frente tempos difíceis.
O PSOL, por exemplo, elegeu um número reduzido de prefeitos e de vereadores em todo o país. Se ganhar o segundo turno, passará a dirigir 5 (cinco) prefeituras. Sua votação caiu, entre o primeiro turno de 2012 e o primeiro turno de 2016, de 2,38 milhões para 2,09 milhões de votos.
O PSOL, por exemplo, elegeu um número reduzido de prefeitos e de vereadores em todo o país. Se ganhar o segundo turno, passará a dirigir 5 (cinco) prefeituras. Sua votação caiu, entre o primeiro turno de 2012 e o primeiro turno de 2016, de 2,38 milhões para 2,09 milhões de votos.
Uma das causas da derrocada do PT e o desfecho do ciclo aberto com a eleição de Lula da
Silva pode ser traduzido em que “Desde
2003, pontifica a tentativa de gerir a ordem vigente por meio de políticas que
procuraram compatibilizar, ecleticamente, em uma economia capitalista
dependente, concentrada e centralizada, preceitos neoclássicos, medidas
compensatórias, leniência em face das conquistas trabalhistas e planos
nacional-desenvolvimentistas a meio pano. Após o fracasso do transformismo
social que sugou correntes e políticos de origem popular em 13 anos de
administração federal possibilista e adaptacionista, bem como a abertura de um
novo período da luta de classes, a sanha obscurantista vem hostilizando e
buscando desmoralizar tudo que cheira à esquerda.”
OS RESULTADOS EM BELÉM E ANANINDEUA
Como confirmação de que o
campo democrático-popular, representado principalmente pelo PT, PSOL, PC do B,
vem sofrendo derrotas eleitorais, a partir de 2012, na região metropolitana de
Belém, apresentamos os resultados das eleições municipais em Belém e Ananindeua
nos anos de 2012 e 2016 :
BELÉM
PSOL
|
PT
|
PC DO B
|
||||
VEREADOR
|
PREFEITO
|
VEREADOR
|
PREFEITO
|
VEREADOR
|
PREFEITO
|
|
2012
|
84.898 (11.27%)
|
252.049 (32,58%)
|
59.371 (7,88%)
|
2 23.678 (3,06%)
|
36.088 (4,79%)
|
-
|
2016
|
61.691(8,11%)
|
229.343(29,50%)
|
23.289 (3,06%)
|
13.332(1,71%)
|
34.403 (4,52%)
|
5.900 (0,76%)
|
O decréscimo nas votações
nominais e percentuais dos 03 partidos se refletiu na diminuição das bancadas
de vereadores, haja vista que :
2012 = 04 PSOL
03 PT
02 PC DO B
2016 = 03 PSOL
01 PT
02 PC DO B
A queda mais acentuada foi
com o PT, que alguns analistas do partido creditam ao fato de :
Os
resultados de 2014: A política adotada no início do segundo mandato Dilma.
A
operação Lava Jato. A ação do oligopólio da mídia. As manifestações de massa da
direita. O impeachment. As campanhas eleitorais, incluindo aí a linha de
campanha, as alianças indevidas, o esconder da estrela e do Partido.
ANANINDEUA
PSOL
|
PT
|
PC DO B
|
||||
VEREADOR
|
PREFEITO
|
VEREADOR
|
PREFEITO
|
VEREADOR
|
PREFEITO
|
|
2012
|
2.826 (1,29%)
|
2.590 (1,19%)
|
10.424 (4,76%)
|
2 11.428 (5,24%)
|
5.595 (2,55%)
|
-
|
2016
|
2.941(1,25%)
|
12.508 (5,44%)
|
5.768 (2,45%)
|
-
|
1.483 (0,63%)
|
2.547 (1,11%)
|
Em Ananindeua o desastre
ainda foi maior, haja vista que, além do decréscimo das votações nominais e
percentuais, exceto a de Prefeito do PSOL, o resultado eleitoral ceifou a única
vaga de vereador do campo democrático-popular para a próxima legislatura, pois
nenhuma das agremiações conseguiu eleger representante na CMA para o período
2017-2020.
O QUE FAZER?
Neste momento de crise, o
mais importante é construir a coesão
nas disputas concretas, com senso prático e maior abrangência possível. Para tanto, ouso ariscar alguns elementos básicos na
tática:
1- A resistência ao
conservadorismo exige a construção de uma alternativa nacional e instrumentos
novos – a frente de unidade popular,
de caráter orgânico, institucional, permanente, amplo e unitário, capaz de
abrigar, institucionalmente, não só partidos, como também correntes políticas,
dirigentes e parlamentares hoje minoritários em agremiações conservadoras –,
para além de entendimentos intracongressuais em torno de temas singulares ou de
articulações voltadas exclusivamente à mobilização de massas;
2- Trabalhar pela formação
de um comando operacional de partidos, frentes, entidades representativas,
movimentos, dirigentes e militantes, cujo centro seja unificar as forças
populares, resgatar o papel do proletariado, garantir o alargamento social das
lutas e aumentar a pressão sobre o governo federal, especialmente a partir dos
fóruns unitários – envolvendo todas as centrais, confederações, federações e
sindicatos interessados – e das jornadas nacionais com manifestações,
paralisações e greves;
Reafirmo que é a urgência de aglutinar o campo democrático-popular numa Frente de Unidade Popular, que garanta
a unidade na pluralidade, num novo tipo de organização e de relação política.
*Daniel Veiga- militante da Refundação Comunista,
Pará.
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