quarta-feira, 26 de outubro de 2016

“Operários da construção civil devem votar no Edmilson 50”


O blog bateu um papo com Francisco de Jesus, mais conhecido como Zé Gotinha (Foto), coordenador do sindicato dos trabalhadores da construção civil de Belém:


Ananindeuadebates – Zé, como você avalia a PEC 241 do governo, conhecida como a PEC do fim do mundo?

Zé Gotinha - A PEC 241 é um conjunto de maldade, desgraça e miséria para o povo brasileiro. Ela destrói o passado “daqueles que lutaram contra a ditadura e contra o capital malvado. Ela esmaga o presente, levando o trabalhador à precariedade. E condena o futuro de várias gerações levando à barbárie”. Portanto, ela é um pacote de destruição generalizada ao povo brasileiro, ela ataca diretamente as políticas sociais para crianças, jovens, idosos e adultos. Por isso há uma necessidade de mobilizações constantes, onde devemos ocupar as escolas e ir pras ruas, paralisar obras e organizar e construir uma Greve Geral no país. Esse é o momento de se construir um novo projeto para a esquerda, onde possamos combater energicamente o capital e dar passos firmes rumo ao socialismo.

AD - Quais os reflexos desta PEC para os trabalhadores da construção civil de Belém?

ZG - Esta PEC atinge em cheio a nossa categoria, já temos sofrido muito com a política econômica do governo federal, que levou um corte brutal de vagas na categoria. Cortes nos investimentos no setor, gerando mais desemprego, precariedade e cortes em investimento em cursos de qualificação. Esta PEC do fim do mundo, como está sendo chamada, afeta profundamente a família operária: não vai ter dinheiro para saúde, educação, políticas públicas, ambientais e culturais. Quem é mais atingido? É claro! O trabalhador. O empresário vai em busca  do mercado, e o governo sempre dá um jeito para eles. Vão ser 20 anos sem investimento, como reza o texto da PEC, não vai restar outro caminho senão o confronto e a luta permanente, até derrubar esta PEC e esses famigerados políticos que querem colocar a conta para os trabalhadores pagar.
AD - O vereador Cleber Rabelo (PSTU), dirigente do seu sindicato, tem defendido nas obras o voto nulo para prefeito nas eleições de Belém. Você também é a favor do voto nulo?
ZG - Claro que não! Esse posicionamento do vereador Cleber, do PSTU, só ajuda e contribui com o quadro  caótico que Belém vive: falta de investimento em políticas públicas e sociais, corte no orçamento da saúde e educação. Isso tudo também  está embutido na PEC 241, que o PSDB, partido de Zenaldo, defende e já pratica. Hoje Belém é uma cidade abandonada pelo Zenaldo, os bairros onde os operários moram estão relegados por esta administração, falta tudo: remédios e médicos nos postos de saúde, merenda nas escolas municipais para os filhos dos trabalhadores. Obras de infraestrutura não existem, o povo mora encima de valas, não temos segurança, ruas escuras. Este é o quadro da administração Zenaldo. Por exemplo, pela falta de políticas públicas, as milícias ocupam esse espaço, levando terror e medo à periferia. O Governo Jatene, aliado e apoiador de Zenaldo, fecha os olhos para isso. Então a defesa do voto nulo ajuda essa política e só vai beneficiar o atual prefeito. Não podemos fazer política com raiva ou às cegas, como dirigente sindical e militante de esquerda temos de ter responsabilidade com a cidade e com os trabalhadores, que são os que mais sofrem com essa política nefasta dos tucanos. Por isso sem dúvida eu, como dirigente operário, vou votar em Edmilson, pois acredito que a cidade tem que melhorar, e vamos cobrar políticas públicas como sempre fizemos, seja quem for o prefeito. Por isso os operários da construção civil devem votar em Edmilson Rodrigues 50. Fora tucanos, fora a PEC 241 deles.
  
AD - Qual sua avaliação do governo Temer?

ZG - É um governo antipopular, oportunista, que tem a missão de implementar a política da ordem do capital e que atacará ferrenhamente a classe trabalhadora. Aos trabalhadores resta a tarefa árdua de se assumir como classe; se organizar, mobilizar e lutar pela derrubada desse governo e sua corja de congressistas e deputados corruptos. Portanto, vamos à luta, greve geral já! E construir novas eleições.

AD – Obrigado.

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