Via Jornal Impacto
Walter Duvall criticava prefeitura e denunciava crimes ambientais no sudoeste do estado.
Polícia Civil do Pará destacou três
delegados para apurar as circunstâncias do assassinato do blogueiro
angolano Walter Duvall, morto a tiros na noite de 27 de dezembro, na
porta de sua casa, na zona urbana do município de Abel Figueiredo, no
sudeste do Pará. O delegado João Bosco, titular das Delegacias do
Interior, afirma que a principal linha de investigação aponta para um
provável crime sob encomenda, uma vez que Duvall usava o blog para
denunciar os problemas da administração da cidade, além de crimes
ambientais supostamente praticados por fazendeiros da região.
A polícia ainda não tem pistas sobre a
identidade dos assassinos. Minutos antes do crime, ocorreu um blecaute
na cidade. A polícia investiga se a queda de energia foi proposital para
facilitar a ação.
O cônsul de Angola, Rodrigo Souza,
informou na tarde de ontem que o consulado já notificou as autoridades
brasileiras pedindo agilidade nas investigações sobre o assassinato.
O ex-prefeito de Abel Figueiredo
Adeilson Ataide Mateus, que concorreu à reeleição e perdeu, era um dos
alvos das postagens do blogueiro. Em postagens em seu blog, Walter
criticava a situação de falta de pagamento dos servidores do município,
assim como o não pagamento do 13º salário. Ele também mencionava
situações problemáticas da cidade em questões de Saúde, Saneamento e
Segurança Pública.
Até agora, os investigadores já
descobriram que um homem armado teria chegado à casa da vítima por volta
das 20h, bateu à porta, e logo que Walter abriu teria efetuado disparos
no rosto da vítima, que morreu na hora. Walter foi assassinado na
frente da mulher e das duas filhas, que são menores de idade. O corpo
foi velado na Câmara de Vereadores de Abel Figueiredo e sepultado no
cemitério municipal da cidade.
O aparelho de telefone celular e o
computador da vítima estão sendo submetidos à perícia. Em contato com a
reportagem na manhã de ontem, a mulher de Walter, Izabel Duvall, relatou
que não conseguiu ver o rosto do assassino.
— Ouvi os estampidos e corri para a
porta, quando já o encontrei caído no chão. Nossa filha gritava para que
não matassem o pai dela — afirmou Izabel.
Fonte: O GLOBO
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