Foto: Jaélcio Santana/Força Sindical
Da Rede Brasil Atual
Centrais apostam em greve 'contundente' na sexta contra reformas
Dirigentes se reuniram em São Paulo para discutir movimento. Metalúrgicos em várias bases fazem protestos nesta terça-feira
São Paulo – As centrais sindicais
apostam em uma paralisação "contundente" na próxima sexta-feira (28)
contra as reformas trabalhista e da Previdência, a terceirização e "por
nenhum direito a menos". As entidades avaliam também que o governo Temer
enfrenta dificuldades para levar sua agenda adiante, enfraquecido e com
baixa popularidade. Em reunião realizada na tarde desta segunda-feira
(24), na sede da Força Sindical, em São Paulo, dirigentes das centrais
falaram, inclusive, na possibilidade de nova manifestação nacional, na
sequência da tramitação das reformas.
"Queremos mostrar nossa indignação com o
desmonte que esse governo está fazendo", afirmou o presidente da UGT,
Ricardo Patah. Segundo ele, categorias como motoristas de ônibus
urbanos, caminhoneiros, motoboys e trabalhadores na limpeza urbana – de
sindicatos filiados à central – vão aderir à greve na sexta-feira, o que
deve garantir ainda força ao movimento, inclusive em relação aos
protestos realizados em março "Vai ser com certeza muito mais amplo."
Para Patah, as centrais tiveram certo
"afastamento" após o período de impeachment, por diferença de posições
em relação ao processo, mas se rearticularam e estão unidas contra o
"momento caótico" que o país vive. "Essas questões já estão superadas",
afirmou o dirigente, para quem o governo comete um "crime de lesa-pátria
contra os direitos dos trabalhadores".
O secretário-geral da CSB, Álvaro Egea,
avalia que a greve geral de sexta-feira poderá "criar outro patamar" em
relação à possibilidade de barrar as reformas. "O governo está
absolutamente intransigente, mas acredito que isso (paralisação) vai
criar impacto. A avaliação que foi feita (na reunião) é que a reforma
trabalhista é devastadora, refunda todos os parâmetros do Direito do
Trabalho que vem sendo construídos desde o século 19. É uma reforma a
favor da empresa e contra o trabalhador. Enfraquece a Justiça de uma
forma brutal. Devemos dar uma resposta muito contundente."
Para o sindicalista, o governo se
aproveita de uma situação econômica de crise e de um momento de
retrocesso político "para impor essa agenda tão sonhada pelos
empresários há tantos anos". A proposta tem "ideologia privatista",
acrescenta.
Hoje, o presidente da Câmara, Rodrigo
Maia (DEM-RJ), disse que o substitutivo ao Projeto de Lei 6.787, de
reforma trabalhista, deverá ser votado no plenário até quinta-feira. Se
aprovado, seguirá para o Senado.
Metalúrgicos
Trabalhadores em montadoras cujos
sindicatos são ligados às centrais CUT, Força Sindical, CTB,
CSP-Conlutas e Intersindical fazem nesta terça (25) um dia nacional de
mobilização. O protesto é contra o projeto de reforma trabalhista e a
lei de terceirização, sancionada em março por Michel Temer. No ABC
paulista, haverá assembleias pela manhã. O movimento deve atingir o
interior do estado e unidades em Minas Gerais, Paraná, Pernambuco e
Santa Catarina.
"Ela (reforma) muda os
paradigmas da negociação coletiva, incentiva o trabalho temporário e a
‘pejotização’, desvaloriza os salários", afirma o presidente do
Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques.
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