sexta-feira, 8 de setembro de 2017

BOLSONARO E AS GALINHAS

Artigo de Ivan Sampaio*
A cada vez que recebo esse texto, vem adornado com um novo personagem e lembrei que temos um novíssimo em gestação. Xinguei uma amiga perguntando afinal, qual realmente era o verdadeiro ditador, Hitler ou Stalin (?), por fim depois de muita conversa, ela me disse que não interessava saber quem era.

Discordei, afinal para que a história tivesse um enredo forte, deveria ter um personagem com essa grandeza histórica, no entanto, como os personagens mudam, por certo, a história perde um pouquinho de seu impacto, e começa a se tornar uma grande mentira. Esse detalhe histórico jamais realmente ocorreu com esses ditadores, apesar de na prática, eles usarem técnicas semelhantes para submeter o povo ao domínio e se manterem hereditariamente no poder.

Prestemos atenção,  pois em nossas cercanias, se aproveitando do caos e da desordem política, surge Bolsonaro como um novo salvador da pátria, tal qual Collor, que prometeu acabar com os Marajás e a anarquia pós Regime Militar, mas foi incapacitado em face de suas  péssima relações com o congresso.

Os defensores do "novo" golpe militar reunem os motivos nos cenários dos escândalos atuais para justificá-lo e tornar procedente a tese de que só na borracha e no retorno aos anos de "Chumbo" se conserta esse país...

Convém lembrar no inicio dos anos 60, haviam motivos para a tomada do poder, pois era o auge da guerra fria estimulada pela crise dos mísseis e a funesta invasão da Baia dos Porcos em Cuba, somada ao "perigoso" namoro de Jango com nações do bloco comunista. Os EUA apenas jogou fósforo em nossa frágil fogueira institucional e os militares foram os vilões dessa trágica página histórica.

Hoje, a geopolítica e nosso amadurecimento institucional, apesar dos percalços e da atual lavagem de roupa, não conspiram para termos um retrocesso democrático que alguns tanto desejam. Em 2018, Bolsonaro por certo terá discursos moralista de sobra, e surfará descendo das nuvens como um anjo que nos salvará dos precipícios, por certo, com apoio da sociedade mais radical e conservadora, e tambem ombreado pelas bancadas das Igrejas, da Bala e do Centrão com os conhecidos personagens atuais que não se rogam a apoiar aquele que conquistará o poder.

Caso convença os eleitores, principalmente os obscurecidos sempre dispostos à novas e boas conversas, esperarão que coelhos saia de sua cartola e que a corrupção e os males sejam sanados. Caso não consiga institucionalmente, tentará usar a retrógrada política dos quartéis do manda quem pode e obedece quem tem juízo. Um risco a ser evitado. Para que depois, as estes tempos, não lembremos como os do Bolsonaro e suas galinhas. Afinal, todos os ditadores serão iguais...

* Empresário e ex-presidente da ACIA (Associação Comercial e Industrial de Ananindeua)

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