Via Revista Fórum
As últimas declarações públicas dos generais Antonio Hamilton Martins
Mourão, reforçadas pelo primeiro comandante brasileiro da Força de Paz
no Haiti, o general quatro-estrelas da reserva, Augusto Heleno, que o
defendeu, acenderam o sinal amarelo entre os que prezam pelo processo
democrático.
Fosse só isso, poderia se dizer que o gato apenas subiu no telhado, mas pode ser mais do que isso.
Além dessas duas declarações, houve movimentos pra cima e pra baixo
na hierarquia militar do Exército que precisam ser analisados.
Pra cima, o comandante do Exército brasileiro, general Eduardo Villas
Bôas, em entrevista ao jornalista Pedro Bial, disse que não iria punir
Mourão e acrescentou que uma intervenção militar é algo constitucional.
Pra baixo, um dos representantes mais ativos do baixo clero da
corporação, o deputado Cabo Dacciolo, eleito pelo PSOL-RJ e atualmente
no PTdoB, defendeu ontem aos gritos da tribuna da Câmara Federal a
intervenção militar e o fechamento do Congresso.
O clima já foi muito melhor nas casernas do que hoje. Entre as baixas
patentes há um quase consenso em torno das teses de Bolsonaro. Ele
virou o herói do guardinha da esquina. Aquele que acha que direitos
humanos é coisa de vagabundo. E que bandido bom é bandido morto.
Esse sujeito é adepto de teses como a Escola Sem Partido e hoje se tornou militante de causas anti-democráticas.
Por outro lado, há uma crise completa de credibilidade do governo
Temer. Com 3% de apoio nas pesquisas de opinião e envolvido com inúmeras
denúncias de corrupção, o presidente atual não tem condições morais
para cobrar respeito hierárquico e constitucional de quem quer que seja.
Para estancar a sangria, antes que ela se torne uma hemorragia
incontrolável e leve o Brasil a entrar num túnel ainda mais escuro do
que o atual, independente de partido, os que têm a democracia como um
valor deveriam começar a discutir com celeridade o impeachment de Temer e
antecipação das eleições diretas.
Tirar Temer e entregar o governo a Rodrigo Maia com um vice como Aldo
Rebello, que é próximo das Forças Armadas, pode segurar as coisas por
um período. Mas se a operação der errado, a crise pode se aprofundar
ainda mais.
O melhor caminho é restabelecer a autoridade democrática pelo voto. E isso passa por diretas já.
O fogo tá alto. E brincar de pular a fogueira agora pode levar a democracia não só a mijar na cama, mas a se queimar.
PS: Quem começou a brincar com esse fogo, diga-se, foram procuradores
irresponsáveis e juízes personalistas que apostaram tudo na
criminalização da política.
3 comentários:
Mais fácil é os comunistas tentarem assumir o poder pela força porque aos poucos estão perdendo espaço nas instituições (escolas, universidades, imprensa, tv, editoras, igrejas, etc.) em que se instalaram!
Pode ser última cartada!
Bolsonaro é um liberal de princípios conservadores. Provavelmente não tentará assumir o poder pela força, caso contrário não estaria tentando candidatar-se para presidente.
Mais fácil é os comunistas tentarem assumir o poder pela força porque aos poucos estão perdendo espaço nas instituições (escolas, universidades, imprensa, tv, editoras, igrejas, etc.) em que se instalaram!
Pode ser última cartada!
Bolsonaro é um liberal de princípios conservadores. Provavelmente não tentará assumir o poder pela força, caso contrário não estaria tentando candidatar-se para presidente.
Falamos muito em democracia mas ela está longe da nossa prática. Por exemplo, será que este Blog censurará o meu post para evitar uma discussão que nos esclareça a verdade?
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