segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Bolsonaro e a tragédia na escola de Goiânia




Um adolescente de 14 anos, em Goiânia, matou dois colegas de escola (até o momento, pois há outros atingidos por tiros hospitalizados). Uma tragédia. O motivo... uma arma.

A violência, e de todo tipo, é uma peculiaridade do Brasil. Matamos todos os dias e por todos os tipos de coisas, por qualquer motivo mesmo. Por jogo de futebol, por religião, por separação entre casais, porque o outro é gay, porque o outro é diferente. Parece uma ficção de Allan Poe, mas é a realidade brasileira. Aprendemos a matar e nunca mais cessamos.
Somos, definitivamente, violentos, mas tem gente que, sabe se lá o que colocara na cabeça, prefere fazer o discurso de aumentar a nossa violência. Explico: é que pessoas como Bolsonaro, uma tragédia política, berra dia e noite aos quatro cantos que a sociedade brasileira precisa se armar cada vez mais. O deputado de quase 30 anos de Câmara Federal não tem projeto, não tem soluções, não tem nada a apesentar de útil aos brasileiros, a única coisa que sabe fazer é cuspir suas aberrações intelectuais para seus seguidores, na maioria inocentes úteis que aumentam a força do projeto de poder que o deputado tem de lançar sua família na política e faturar bons salários e uma vida de marajá, que é a vida de muitos políticos no Brasil. Bolsonaro acusa os outros de fazerem o que ele faz na política de há muito: nada.
O deputado federal, é bom alembrarmos, foi julgado no Exército por ter cometido uma contravenção naquela Força Armada, pretendia estourar uma bomba, num ato quase terrorista, para reivindicar aumento de salário, assim desrespeitando seus colegas de farda, por isso teve que pedir aposentadoria antecipada. Assim que teve que sair do Exército acabou surfando no momento que teve na mídia, fez aquele discurso burro e arcaico do ‘bandido bom é bandido morto’ e assim conseguiu entrar na política, de onde nunca mais saiu. Aproveitou a vida boa de deputado e levou os filhos também. O irmão de Bolsonaro, Renato Bolsonaro, também estava muito bem na política, mas dum jeito criminoso: era funcionário fantasma com salário de 17 mil reais na Assembleia Legislativa de São Paulo.
Bolsonaro é um péssimo político brasileiro, é raivoso e irresponsável quando faz propaganda para armar a população brasileira. Em um país que as pessoas não aceitam uma derrota de seu time de futebol que já quer matar o adversário, vamos esperar o que dessa população quando estiver cada pessoa com uma pistola igual à do adolescente que tirou a vida de dois colegas? Teremos que ver um banho de sangue em nossas cidades para entendermos que não se deve armar a população com pretexto de resolver o problema da violência? Essa solução fácil e estúpida só brota das cabeças de inocentes e de aproveitadores da política que viram que esse discurso rende muitos votos, apena. Alguém minimamente sério e com um pouco de neurônios em atividade vislumbrará que armar o povo brasileiro não resolverá patavina o problema da violência, na verdade, penso eu, aumentará a estatística das perdas de vidas. É tão óbvio isso.
Imaginemos um clássico Vila Nova e Goiás, no Serra Dourada, com parte dos torcedores, dos dois times, armada? Ganha o próximo Nobel quem acertar o que acontecerá antes, durante e depois do jogo. Não é preciso ser muito astuto para entender isso, arma mata e nas mãos de muita gente matará mais ainda. Doem livros, não armas.
Até o findar deste texto, não se tem informações precisas de como o adolescente conseguiu pegar a arma da mãe, uma policial militar, não se sabe se a arma ficava em local fácil, à vista do menino, mas ainda que tenha sido guardada em local seguro, um dia esta arma poderia parar nas mãos daquele adolescente. Assim como era uma policial que tinha uma arma em casa; podia, também, ser uma pessoa doutra profissão que tivesse comprado uma arma numa padaria, como defendem esses lunáticos a favor de armar as pessoas de todo jeito. Recentemente Bolsonaro aparecera num vídeo, postado numa rede social, em que ele dava tiros e fazia defesa das armas, seus discursos, quase sempre, é repleto de ódio, de intolerância e se apresenta como dono da verdade. Mas é possível que a verdade de Bolsonaro seja parecida como sua trajetória política, isto é, uma piada de mau gosto.
Boa parte dos brasileiros espera agora que Bolsonaro, depois dessa tragédia em Goiânia, possa mudar essa obsessão por armar a população e em vez disso ele cobre de seus colegas da política mais empenho para que ofereçam segurança à população e não queiram vender em cada mercado uma pistola .40, pois com essa ideia assassina mais mortes virão nas escolas e em todos os lugares.
Thyago Humberto
Thyago Humberto nasceu em 1984, é formado em jornalismo pela Faculdade Araguaia.
É um defensor das causas sociais. Sua ideologia é ver todos bem, física e mentalmente

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