terça-feira, 3 de janeiro de 2017

A verdade não importa (ou importa muito pouco)

 
Coluna de Jadson Oliveira:  jornalista baiano. Trabalhou nos jornais Tribuna da Bahia, Jornal da Bahia, Diário de Notícias, O Estado de S.Paulo e Movimento. Depois de aposentado virou blogueiro e tem viajado pela América do Sul e Caribe.
 
 
 
 
 
 
A verdade não importa (ou importa muito pouco)
 
“Pós-verdade” e estupidez estão na ordem do dia num mundo cada vez mais submetido aos avanços e delírios da TI (Tecnologia da Informação). Como brinde de Ano Novo, sirvo aos leitores de minha coluna as notas abaixo, traduzidas – com certa liberdade, em especial nos títulos – do jornal argentino Página/12:
 
No nosso mundo da cada vez mais avançada TI – para os menos atualizados, Tecnologia da Informação – começa a fazer sucesso ao que se chama “pós-verdade”, uma nova palavra que se refere à ideia de que não importa a veracidade duma informação, mas apenas o impacto emocional que ela possa causar. Na sua campanha presidencial, Donald Trump fez reverência a ela.
 
Depois de sua surpreendente vitória, a consultora Buzzfeed contabilizou os números do novo fenômeno:
 
As 20 notícias falsas mais populares durante os três meses que antecederam a eleição estadunidense, em 8 de novembro - em geral favoráveis ao controvertido milionário ou contra Hillary Clinton -, obtiveram no Facebook mais de um milhão de compartilhamentos acima das principais matérias divulgadas por veículos como os jornais The New York Times e The Wall Street Journal ou a rede de TV CNN.
 
 
“As pessoas são cada vez mais estúpidas”
 
Paul Horner é um humorista estadunidense desta era marcada também pela desinformação que grassa através da Internet. Há vários anos ele vem se dedicando a inventar notícias e dar risada da repercussão que elas conseguem nas redes sociais.
 
Nos meses da campanha presidencial dos Estados Unidos ele difundiu dezenas de informações (ou desinformações) absurdas que supunham ironia em torno de Donald Trump. Mas elas circularam através das redes sociais como verdadeiras, o que acabou ajudando o candidato republicano.
 
“As pessoas são, sem dúvida, cada vez mais estúpidas. Se dedicam a repassar coisas sem investigá-las. Ninguém faz verificação de nada. Foi assim que Trump foi eleito presidente”, diagnosticou o piadista no jornal The Washington Post.
 
Maconheiros felizes, mas de olho em Trump
Fumar maconha por prazer já é legal em todos os estados da costa oeste dos Estados Unidos a partir do primeiro dia do novo ano, quando entrou em vigor na Califórnia e Nevada a liberação aprovada nos plebiscitos realizados juntamente com as eleições presidenciais de 8 de novembro.
Em ambos os estados, qualquer pessoa maior de 21 anos pode ter a posse, legalmente, de 28,3 gramas da cannabis, pode fumá-la em sua casa ou espaços privados e cultivar até seis plantas.
Apesar do avanço ocorrido, os lutadores pela legalização da maconha estão de olho no próximo dia 20, quando Donald Trump assumirá a Casa Branca. Na campanha, ele prometeu jogar duro contra as drogas.

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