Via Blog do Branco
No dia 4 de janeiro, na segunda edição do Jornal Liberal, uma reportagem chamou
atenção aos mais atentos sobre a seara política paraense. Por mais de
cinco minutos, portanto, matéria longa (para o formato do telejornal)
teceu e fez duras críticas ao governo do Pará. A chamada da reportagem
afirmava que em 2017 não haverão investimentos oriundos do tesouro
estadual, ou seja, o governador Jatene avisou que o Estado não irá
promover obras pelo território paraense que venham de orçamento próprio.
Como há escassez de capitação de recursos externos pela crise
econômica, a decisão do governo, não permitirá que nada de novo
aconteça.
Relacionado ao fato do congelamento de ações do governo, a reportagem
vinculou a questão dos impostos pagos pela população nas compras do
dia-a-dia. A comparação teve como claro objetivo, afirmar que se
arrecada, que a população paga, mas não terá a contrapartida por parte
do Estado.
Ao assistir a reportagem, o telespectador poderá ser levado a pensar
que o telejornal estaria preocupado com o bem-estar do paraense. Estaria
fazendo a cobrança em defesa da população, especialmente os menos
favorecidos. A questão vai além. Em jogo, nos bastidores, está a disputa
eleitoral de 2018.
A cobrança e as críticas ao governo são um claro recado do
descontentamento dos Maioranas com a decisão. Deixar o governo em “ponto
morto” é arriscado, ainda mais em ano que antecede a disputa eleitoral.
Jatene não será candidato, não se sabe ainda quem será o seu sucessor e
Helder Barbalho desponta como favorito ao Palácio dos Despachos. Tudo
isso assombra os donos das ORM. Vivem o temor de ter um Barbalho como
mandatário da política estadual. Estão em jogo milionárias verbas de
publicidade.
Geralmente o maior veículo de comunicação age desta forma quando quer
“enviar” recados. Prepara reportagens com grau de criticidade acima do
normal e vai vinculando em doses homeopáticas. Essa tática é velha e
sempre funciona.
Para a ORM, Jatene precisa encontrar uma forma de manter obras e
ações de governo mesmo com baixa arrecadação e crise econômica. Deixam
claro que não aceitarão medidas que estanquem a promoção de
investimentos, o que gera baixa popularidade e desgaste. Deixam nas
entrelinhas que Jatene precisa mostrar serviços, chegar à 2018 bem
avaliado, fortalecendo assim o candidato que escolher para a sua
sucessão, disputando uma concorrida eleição. Aguardemos cenas dos
próximos capítulos.
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