segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

PT: Proposta para investigar dirigentes do partido que enriqueceram já encontra resistência



247 - O PT estuda a criação de uma comissão especial para investigar denúncias sobre enriquecimento pessoal de seus filiados em casos de corrupção. A proposta, que faz parte do texto “Luta Contra a Corrupção”, de autoria de Valter Pomar, é uma das que vão embasar os debates do 6º Congresso Nacional da legenda marcado para abril. O evento é visto como uma tentativa do PT de se reconstruir depois da devastação provocada pela Operação Lava Jato, o impeachment de Dilma Rousseff e a derrota histórica nas eleições municipais de 2016.
As informações são de reportagem de Ricardo Galhardo no Estado de S.Paulo. 
"O Estado teve acesso aos sete textos elaborados por integrantes da Comissão de Teses, formada por nomes de peso do partido como Marco Aurélio Garcia, Luiz Dulci e André Singer, entre outros, que codificou centenas de colaborações. As teses vão nortear o 6º Congresso.
A leitura das teses preliminares, ainda sujeitas a alterações, revela a intenção de uma guinada radical tanto no campo ético quanto do ponto de vista político, programático e de organização interna do partido. O texto “Estrutura e Funcionamento”, de Renato Simões, propõe a redação de um novo manifesto e abertura da estrutura partidária, hoje engessada, via grupos setoriais e adoção de uma “nova atitude partidária, uma nova cultura”.
O tema que mais tem gerado discussões, no entanto, é o combate à corrupção. Pela proposta de Pomar, a comissão especial de investigação seria um “tribunal de honra” formado por personalidades da esquerda, no qual nomes como José Dirceu e Antonio Palocci seriam julgados internamente. Ele também defende que “erros coletivos” sejam “assumidos pelo partido”.
A proposta, no entanto, já enfrenta resistências internas. “O 6º Congresso do PT não é um tribunal, nem será a ocasião para um ajuste de contas mesquinho entre tendências”, disse Marco Aurélio Garcia.

Nenhum comentário: