sábado, 26 de maio de 2018

"No movimento dos caminhoneiros tem dono de transportadora, de extrema direita e tem trabalhador motorista de caminhão, tem gente dizendo Intervenção militar"

Por Marcão Fonteles*                                Uma amiga bancária me perguntou porque as Centrais não aproveitam o momento e chamam uma greve geral.
Respondi que, na minha opinião , o “x” é essa heterogeneidade. No movimento dos caminhoneiros tem dono de transportadora, de extrema direita e tem trabalhador motorista de caminhão, tem gente dizendo Intervenção militar e um monte de coisas. As Centrais sindicais estão buscando dialogar com o “lado bom” do movimento, com os trabalhadores, já se colocaram à disposição para dialogar e até buscar intermediar negociações. Mas a própria direção do movimento - pela heterogeneidade - não tem um comando único. 
Os patrões caminhoneiros querem reduzir impostos do combustível para ampliar os lucros do setor, não se preocupam com a defesa da Petrobras, do patrimônio público, de onde sai o recurso dessa redução; não discute uma reforma tributária e nem a mudança do modal de transporte, há varias décadas vincadas com o sistema rodoviário e desprezando o modal ferroviário ou fluvio-marítimo, que seriam mais adequados às dimensões e natureza do país.
As Centrais podem convocar a greve geral e, no dia seguinte, atendida as demandas do segmento eles retornem à “normalidade”. 
O clima é tenso e denso.
Além do aspecto referente ao risco institucional de, por exemplo, os golpistas se aproveitem da instabilidade política, onde o Estado não consiga repor a “lei e a ordem”, se mostre incapaz de governar e, portanto, sem clima para realização de eleições. Uma coisa que eles não querem. Os golpistas até agora não tem um nome “deles” para disputar e ganhar a eleição e, depois de tudo que fizeram, rasgar constituição, clt, unir judiciário, mídia, ministério público, polícia federa e o escambau para ver no final uma pessoa de esquerda retomando o poder central.     * Direção nacional da CTB

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