segunda-feira, 28 de maio de 2012

Blogueiros querem VEJA e CIVITA na CPI do Cachoeira

Por Jadson Oliveira

PALAVRA DE ORDEM DOS BLOGUEIROS: FOGO CERRADO CONTRA A VEJA


Conceição Oliveira, Altamiro Borges e Leandro Fortes na mesa da plenária final (Foto: Manoel Porto)
Por Jadson Oliveira, do blog Evidentemente

De Salvador (Bahia) – Os blogueiros, chamados progressistas, decidiram na plenária final do seu terceiro encontro nacional, ontem, dia 27, em Salvador (no Hotel Sol Bahia), centrar fogo contra a Veja, revista semanal do grupo Abril que se tornou a ponta de lança da ultradireita brasileira e que teve exposta publicamente sua cumplicidade com a quadrilha do bicheiro Carlinhos Cachoeira, objeto de investigações da Polícia Federal, do Ministério Público e da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) no Congresso Nacional.

Veja e outros órgãos da velha mídia (ou do PIG, Partido da Imprensa Golpista, expressão muito difundida pelo blog “Conversa Afiada”, de Paulo Henrique Amorim) já tinham elegido os blogueiros, chamados por eles de “sujos”, como um de seus inimigos preferenciais.

O enfrentamento com a revista da Abril, um dos poucos grupos que monopolizam as comunicações no Brasil, foi discutido e aprovado entre as propostas de ação política. Os blogueiros vão pressionar, inclusive através de audiência com autoridades do governo federal, visando a suspensão de verbas publicitárias para a Veja, e vão patrocinar uma representação na Justiça contra a revista. Também prometem twitaços semanais ou quinzenais com a mensagem “Civita na CPI”, referência ao dono da Abril, Roberto Civita.
Paulo Henrique homenageia Castro Alves: leu trechos de "O livro e a América" (Foto: Manoel Porto)
Platéia na abertura do encontro (Foto: Manoel Porto)
Outra decisão do encontro, com 292 participantes de 18 estados – reunidos em painéis, audiência pública, grupos de trabalho e oficinas nos dias 25, 26 e 27 de maio -, foi aumentar a pressão para que o governo federal avance rumo à instituição do marco regulatório da mídia, em especial a regulação das concessões de rádios e TVs, propriedade pública que sempre é tratada pelos monopólios da comunicação (tratamento referendado pelos governos) como privada.

Foi um dos temas mais discutidos pelos blogueiros. Tal pressão será incrementada em parceria com o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), entidade que vem há bastante tempo desenvolvendo um trabalho nesse sentido. Houve palestras e debates sobre vários outros aspectos da atuação da blogosfera e da defesa da liberdade de expressão, como a luta pelo marco civil da Internet, direito de resposta, direitos humanos e a atuação da mídia nas eleições da Venezuela (no próximo 7 de outubro).   

Ações políticas: ampliar nas redes e também ganhar as ruas

Altamiro Borges, do “Blog do Miro”, presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, entidade que organiza os encontros dos blogueiros, enfatizou a nova orientação que deve guiar os passos do movimento: avançar para fora através de ações políticas, ou seja, não interessa mais os blogueiros ficarem falando entre eles, como aconteceu até agora nesses últimos dois anos, marcados pela realização de três encontros nacionais: em São Paulo, Brasília e agora Salvador.
Grupo de trabalho faz avaliação dos três dias de trabalho (Foto: Jadson Oliveira)
Outro grupo: avaliação, críticas e sugestões no último dia (Foto: Jadson Oliveira)
“Foi uma etapa válida, mas temos que avançar”, disse. E avançar significa ampliar a ação nas redes e também ganhar as ruas. E principalmente: interagir, atuar junto com a juventude. A meta – ou o sonho, talvez seja a palavra mais apropriada – é fazer um próximo encontro em 1914 com 1.000 a 2.000 participantes, a grande maioria formada por jovens com idade em torno dos 20 anos.
 
A plenária final, já meio esvaziada porque muitos já estavam embarcando para seus estados, acabou quase 3 horas da tarde de domingo. Foi fechada com a aprovação do conteúdo da Carta de Salvador, cuja redação definitiva ficou a cargo de uma comissão dirigida por Leandro Fortes, da revista Carta Capital e do blog “Brasília, eu vi”. A mesa dirigente da sessão foi composta por Miro, Leandro e Conceição Oliveira, do blog “Maria Frô”.





(Jadson Oliveira é jornalista baiano aposentado e blogueiro. Vive viajando pelo Brasil, América Latina e Caribe. Atualmente está em Salvador. Mantém o blog Evidentemente - www.blogdejadson.blogspot.com). 

Um comentário:

Anônimo disse...

Baiano, sobre a farsa armada pelo Gilmar Mentes:
Gilmar Mendes mentiu, revela exame de voz
Complica-se a situação do ministro tucano

Com infos do
UOL, em São Paulo

O laudo de uma perícia em análise de frequência de voz aponta trechos "fraudulentos e suspeitos" na entrevista do ministro Gilmar Mendes veiculada na segunda-feira (28) pelo canal GloboNews, sobre um encontro seu com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na edição do último domingo (27), a revista Veja publicou reportagem em que o ministro Gilmar Mendes relata um suposto encontro entre ele, Lula e o ex-ministro Nelson Jobim no dia 26 de abril.

Segundo Mendes, o ex-presidente teria insinuado que poderia protegê-lo na CPMI do Cachoeira, que investiga a relação entre políticos e agentes públicos com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, em troca do adiamento do julgamento dos envolvidos no mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal).

À emissora de TV, Mendes confirmou o teor da conversa que teria travado com Lula. Na análise de um total de 3 minutos de trechos da entrevista, foram detectadas 11 ocorrências de "alto risco", cinco de "provável risco" e duas de "baixo risco".

"Alto risco é uma maneira de dizer que a pessoa está mentindo", afirma o perito responsável pela análise, Mauro Nadvorny.

Nadvorny é diretor-presidente da empresa Truster Brasil, que produz a tecnologia que detecta sinais de tensão, estresse, medo, embaraço e excitação em arquivos de voz. De acordo com Nadvorny, esses fatores permitem situar declarações em uma escala de veracidade.

O laudo indicou "alto risco" de fraude nos trechos em que o magistrado diz que o mensalão "entrou na pauta das conversas", que "o presidente tocou várias vezes na questão da CPMI" e no trecho em que Mendes diz ter "nenhuma relação, a não ser relação de conhecimento e de trabalho funcional com o senador Demóstenes".