segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

WASHINGTON QUAQUÁ: "SEM REFORMAS, NEM LULA SALVA A ESQUERDA EM 2018"


Prefeito de Maricá, Quaquá (de vermelho) levou o presidente do PT, Rui Falcão (esquerda), para andar nos ônibus gratuitos da cidade (Foto: reproduzida de Carta Capital)
Blog Evidentemente de Jadson Oliveira

Para o presidente do PT-RJ, o "pacto com a burguesia se esgotou" e a alternativa é uma "aliança com movimentos de massa"
  
Por Renan Truffi — publicado 08/02/2015  no site da revista Carta Capital - reproduzido aqui em 09/02/2015
  

Estratégia das gestões petistas desde 2002, primeiro com ex-presidente Lula e agora com Dilma Rousseff, a governabilidade baseada no pacto com diferentes partidos no Congresso e na aproximação com setores da elite brasileira se esgotou. Essa é a avaliação do presidente do PT no Rio de Janeiro, Washington Quaquá. De acordo com a liderança fluminense do partido, o governo da presidenta Dilma Rousseff precisa investir em uma agenda de reformas populares, senão “nem o Lula salva a esquerda brasileira em 2018”. A alternativa, segundo Quaquá, é fazer, desta vez, um pacto político com os movimentos de massa.

“O ciclo de mudanças [iniciados em 2002] esgotou. Era um ciclo baseado no seguinte: numa aliança com a burguesia e num pacto com o Congresso Nacional. Esse pacto se esgotou. O PT e os nossos governos têm de estabelecer uma agenda de reformas populares para o Brasil. [...] Sem isso, nós vamos ser derrotados em 2018. Nem o Lula salva a esquerda brasileira”, defende.

Apesar de ser da corrente interna Construindo um Novo Brasil (CNB), considerado um grupo mais à direita dentro do PT, Quaquá é tido como um dos quadros de esquerda do partido. “Ninguém acredita, mas eu sou [da CNB]”, brinca. Em entrevista à reportagem deCartaCapital, ele afirma que o momento é de rediscutir a forma de fazer política do partido. Como acumula o cargo de prefeito do município de Maricá (RJ), primeira cidade com mais de 100 mil habitantes a implantar o passe livre no Brasil, ele defende, por exemplo, que o governo federal assuma a pauta da tarifa zero nacionalmente. “Seria um golaço do governo Dilma”.

No cenário estadual, Quaquá projeta uma nova estratégia. “Não seremos mais linha-auxiliar do PMDB no Rio de Janeiro. O PT não pode ir para governo, como fez aqui no Rio, em troca de meia dúzia de cargos para meia dúzia de malandros”, diz. O presidente do partido revela, no entanto, que as articulações para apoiar o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) para prefeito da capital carioca em 2016 foram descontinuadas porque o socialista “desdenhou da proposta”. "O PSOL é um partido de pseudointelectuais de zona sul", rebate.
 

Um comentário:

Na Ilharga disse...

Perdão pelo trocadilho infame, mas a proposta do companheiro Quáquá parece piada, a essa altura do campeonato quando as massas estão inebriadas reféns de espetáculos midiáticos e reproduzindo tudo aquilo que a mídia prega mistificadoramente. Talvez, o grande teste seja a mobilização em torno de temas como reforma política, passe livre no transporte coletivo das grandes cidades, democratização da mídia na perspectiva da democratização da informação, enfim, primeiro há que se consolidar o movimentos de massa a fim de resgatar o protagonismo da sociedade, ora apartada da cena política.