Movimentos de oposição e de ativismo digital realizam manifestação contra o PT e pedindo o impeachment da presidente, em Salvador
Jornal GGN - Além da crise política enfrentada pelo Partido dos Trabalhadores, o 5º Congresso Nacional da sigla teve a sua abertura em clima de tensão, com o ato de protesto do Movimento Brasil Livre (MBL), Revoltados Online e partidos de oposição em frente ao hotel que abrigará o evento, em Salvador, na tarde desta quinta-feira (11).
Logo pela manhã, o empresário Marcello Reis, líder do Revoltados Online, iniciou um bate-boca agressivo com petistas. Reis hospedou-se intencionalmente no hotel, à espera da chegada do ex-presidente Lula e de Dilma, no congresso. O manifestante ameaçou partir para agressão física, quando foi abordado pelo senador Paulo Rocha (PT-PA), questionando se a sua presença era uma "provocação".
"Pau no cu do PT", disse ele, completando: "provocação é esse governo, que rouba os nossos impostos". O ex-deputado Paulo Ferreira, ao presenciar o constrangimento, reagiu, ofendendo Reis.
O empresário afirmou à Folha de S. Paulo que 10 ônibus de manifestantes chegam à capital baiana, ainda hoje, para o protesto pelo impeachment de Dilma, durante o Congresso do PT. Ao todo, são cerca de oito movimentos que organizam a manifestação de repúdio ao partido, que se concentra na praça Brigadeiro Faria Rocha, no Rio Vermelho, a poucos metros do hotel.
Além de Reis, o coordenador do Movimento Brasil Livre, Kim Kataguiri, também está no protesto. Na terça-feira (09), ele participou de um café da manhã com deputados do DEM, PSDB e PMDB da Bahia.
De acordo com os organizadores do Congresso, o protesto busca "expor a radicalização socialista" do PT, que o partido da presidente Dilma "enfrenta a maior crise de sua história" e que deve atuar para "neutralizar a burguesia" e derrotar o "grande capital".
"Isso vai de encontro à democracia, não tem registro de um partido político fazer uma atividade e alguém ir promover um protesto. É um equívoco, mas é bom, pois cai a máscara de uma concepção fascista que ainda está internalizada nas pessoas, alguns antigos e outros jovens", afirmou o presidente do PT-Bahia, Everaldo Anunciação. "A tese do impeachment não faz eco na Bahia e esse tipo de manifestação é um desserviço à democracia", completou.
Diretrizes do Congresso
Entre as pautas esperadas para o 5º Congresso do PT, que se estende até este sábado (13), estão a escolha de uma nova direção, a proibição de doações de empresas a diretórios do PT, o fim da eleição direta interna, autonomia para os políticos definirem alianças municipais e a extinção do cargo de tesoureiro. Para uma saída a esta última medida, as finanças do partido ficariam a cargo de uma gestão coletiva.
A reformulação do partido estará presente em todas as linhas de discussão do encontro em Salvador, com frentes defendendo a criação de um novo "congresso constituinte", em cinco meses, para discutir "um plano atualizado para o Brasil" e dimensões para coordenar as mudanças dentro da sigla. Já a cúpula do PT não acredita que será possível um novo evento ainda neste ano.
Ao todo, 800 delegados petistas participam do encontro para discutir os rumos do partido, com oito teses inscritas para os debates. A presidente Dilma Rousseff, que mudou a agenda em Bruxelas para chegar a tempo, pontuou que o congresso é "um momento de reflexão".
Os documentos que serão apresentados incluem críticas de movimentos dentro do PT à sigla. Alas mais fortes internamente defendem que alguns pontos de discussões sejam adiados ou amenizados, a fim de não prejudicar, ainda mais, a imagem do partido.
A abertura solene, com presença da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está prevista para às 19 horas e será transmitida ao vivo.
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