Via assessoria de comunicação do PSTU
O projeto que pretendia reduzir o salário dos parlamentares de Belém, de
autoria do vereador Cleber Rabelo (PSTU), entrou em votação hoje (08).
Como já esperado, a Câmara Municipal foi palco de discussões tensas e de
muitas divergências. E mesmo que a maioria dos vereadores já tivesse se
pronunciado contra o projeto, a forma como a votação foi encaminhada e
os argumentos utilizados revelaram toda a hipocrisia que está presente
no parlamento.
“O projeto nem teve a oportunidade de ser
votado”, afirmou Rabelo, acusando a Câmara Municipal e os vereadores de
terem feito uma manobra regimental.
O artigo 1º do projeto
apresentado por Cleber, fixava a remuneração dos vereadores em 8
salários mínimos, o que reduzia os atuais R$15.031,76 para R$6.304,00
mensais. Entretanto, o vereador Moa Moraes (PCdoB) apresentou uma emenda
substitutiva ao artigo, na qual tornava facultativa a doação de parte
dos salários dos vereadores. A emenda, que altera a essência do projeto
de Cleber, foi aprovada com 26 votos a favor.
Votar na emenda é votar contra a redução dos salários
Após
a votação da emenda, a presidência entendeu que o mérito do projeto já
havia sido apreciado, não colocando em votação a proposta do vereador
Cleber e substituindo-o pela emenda do vereador do PcdoB. No fundo, a
aprovação da emenda proposta pelo vereador Moa Moraes modifica o projeto
de redução dos salários dos vereadores e o anula por completo. “O que
aconteceu foi que os vereadores não quiseram se expor e se esconderam
atrás de uma manobra regimental. Mas na verdade, votar a favor da emenda
do Moa Moares é votar contra a redução dos salários dos
parlamentares!”, afirmou Cleber.
Além de Cleber,
apenas mais dois vereadores votaram contra a emenda proposta pelo
vereador doPCdoB: Igor Normando (PHS) e Victor Cunha (PTB), mas por que
alegaram ser contrários não só à emenda, como também ao projeto de
redução dos salários.
Argumentos
Muitos
tentaram justificar o injustificável durante a sessão. E com argumentos
que mais pareciam debochar das condições de vida dos trabalhadores.
Houve aqueles que, para ironizar, diziam que o projeto ia na contramão
dos direitos dos trabalhadores, já que a briga deveria ser para que os
salários fossem aumentados. Mas também houve quem afirmasse que o
salário não é tão alto assim: “O salário é muito pouco. Até porque eu
tenho quase certeza que a maioria dos vereadores não fica nem com a
metade, já que ajudam comunidades, ajudam pessoas...”, disse o vereador
Zeca Pirão (Solidariedade), admitindo, na opinião de Cleber, uma
possível compra de votos: “Esse papel assistencialista que muitos
vereadores cumprem desvirtua a função do legislador. Assegurar remédios,
projetos educativo é função do estado. Mas com isso, o vereador compra a
confiança das pessoas e garante seu voto na próxima eleição”, disse.
A
vereadora Ivanise Gasparim (PT) afirmou não abrir mão do salário que
considera justo, já que quem “delegou este emprego com a respectiva
remuneração foi o povo de Belém nas últimas eleições”. O vereador do
Psol, Dr. Chiquinho, também se posicionou contrário ao projeto e cobrou
coerência, finalizando sua fala afirmando que “se o vereador quer
reduzir salário, que então reduza o seu”, no que chegou a ser aplaudido
pelos vereadores da bancada de apoio ao prefeito Zenaldo Coutinho
(PSDB).
Para Cleber, a síntese de todos estes
argumentos é uma só: “Os vereadores não querem abrir mão de suas
mordomias. Muitos dizem que a Câmara de Belém é uma das mais enxutas e
que não possuem privilégios como auxílio-moradia ou paletó. Mas em um
estado onde 40% da população ganha até um salário mínimo, receber 19
vezes mais do que isso é o quê?”, disse.
A luta continua
Apesar
desta manobra, a luta contra os privilégios e mordomias dos políticos
continua. O projeto que reduz o salário do prefeito, vice-prefeita e
secretários ainda não foi apreciado e segue tramitando.Além disso,
continuamos com o abaixo-assinado online para dar continuidade à
campanha. “Temos o apoio da maioria da população e seguiremos
denunciando no dia-a-dia os desmandos e absurdos que são votados na
Câmara Municipal de Belém”, finalizou o vereador operário do PSTU.
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