terça-feira, 24 de setembro de 2019

Quem é Raoni, o líder indígena atacado por Bolsonaro


 Via Congresso em Foco

Cacique Raoni tem mais de 50 anos de militância na defesa de povos indígenas e da preservação da Amazônia 
O líder indígena chamado de “peça de manobra” pelo presidente Jair Bolsonaro em seu discurso na Assembleia Geral da ONU nesta terça-feira (24), em Nova York, teve seu nome lançado, no último dia 12, à disputa pelo Prêmio Nobel da Paz de 2020 por entidades indigenistas e ambientalistas. Aos 89 anos, o cacique kaiapó Raoni Metuktire é um dos principais porta-vozes da causa indígena em todo o mundo. Apenas este ano foi recebido por autoridades como o presidente da França, Emmanuel Macron, e o Papa Francisco, aos quais denunciou a política socioambiental do governo Bolsonaro, o que gerou a irritação do presidente brasileiro.

Com mais de 50 anos de militância em defesa da preservação da floresta amazônica e dos povos indígenas, Raoni ganhou notoriedade internacional em 1987, quando se encontrou em São Paulo com o cantor inglês Sting durante uma turnê promovida pela Anistia Internacional para pedir apoio à demarcação de terras indígenas.


Em 1989, sempre com seu inconfundível disco de madeira que estica o lábio inferior, brincos e cocar amarelo, percorreu 16 países ao lado de Sting, em campanha pela criação do Parque Nacional do Rio Xingu, que veio a ser homologado em 1993 com 180 mil quilômetros quadrados entre Mato Grosso e Pará. Sua militância nunca parou. Raoni também atuou contra a construção de barragens em terras indígenas como a Usina de Belo Monte, autorizada pela ex-presidente Dilma Rousseff.

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