Ontem (Quinta-feira 07), fui fisicamente atacado por um jornalista de direita durante uma transmissão ao vivo em São Paulo, Brasil. O incidente ganhou manchetes em todo o mundo, mas não foi isolado.
Toda a nossa equipe aqui no Brasil está sob constante ameaça de um movimento político fascista que apoia o presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro que quer nos intimidar em silêncio.
Essa ameaça está aumentando severamente como resultado de eventos hoje no Brasil, onde um juiz da Suprema Corte acaba de ordenar que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, principal rival político de Bolsonaro, seja libertado da prisão.
Quero explicar o que aconteceu, o que está em jogo e por que precisamos da ajuda dos leitores do Intercept neste momento crítico.
O jornalista que me atacou é o ex-editor-chefe da maior revista semanal do Brasil que se tornou ativista pró-Bolsonaro.
Ele pediu publicamente um juiz para investigar minha família, sugerindo que meus filhos fossem removidos de minha casa e retornassem ao abrigo de onde eu e meu marido os adotamos.
Sua retórica homofóbica obviamente excede os limites de decoro, mas eu concordei em aparecer ao lado dele em um programa de rádio da direita porque acredito que é crucial em qualquer democracia, especialmente uma tão polarizada como o Brasil, manter um diálogo político com seus adversários.
Eu queria a oportunidade de discutir com ele por que ele diria algo tão inapropriado. Em vez disso, ele me agrediu fisicamente - e os apoiadores de Bolsonaro, incluindo o filho do próprio presidente, reagiram com aplausos.
Nossa equipe do The Intercept Brasil convive com a ameaça de violência desde que publicamos documentos que revelaram impropriedades graves, sistemáticas e sustentadas pelos funcionários judiciais brasileiros que prenderam Lula.
O próprio Bolsonaro me ameaçou publicamente com prisão, e tivemos que fazer investimentos caros em nossa segurança digital, física e jurídica para que nossa equipe possa continuar fazendo esse trabalho inovador e impactante.
Lula pode estar saindo da prisão hoje, mas nosso trabalho não está completo. Temos muito mais exposições para publicar
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