quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Por que os governos de esquerda são mais cobrados do que os de centro e de direita?

 

Ana Júlia e Edmilson Rodrigues 

Uma pergunta que precisa ser respondida. Temos uma cobrança muito grande  por parte do mercado, o que se reflete na cobrança exagerada da chamada grande imprensa (Globo & Cia). Por exemplo, os índices econômicos e sociais no governo Lula superam os dos governos de extrema direita e direita (Bolsonaro e Temer), e também os considerados de centro (FHC). Lula quando fala em colocar o pobre no orçamento, tem um sentido real. Quando os governos neoliberais falam que têm que conter os gastos públicos, setores da classe média baixa aplaudem, uma política que, na verdade, é seu algoz.

Aqui no Pará tivemos o governo Ana Júlia que implantou políticas públicas e sociais que ajudaram os pobres, apesar do núcleo de poder do governo petista na época (Puty e os irmãos Monteiros) ser neoliberal. Dos governos estaduais, a da petista foi o único que não ganhou a reeleição. Edimilson Rodrigues, no seu terceiro mandato, amargou uma derrota, e teve menos votos para prefeito do que para deputado federal (2018) em Belém. Seus antecessores, Duciomar e Zenaldo Coutinho, endividaram Belém, e na área de políticas públicas e sociais foram um desastre. Mesmo assim, se reelegeram. Ana Júlia, desde que deixou o governo, disputou duas vezes o mandato de deputada federal e não conseguiu se eleger.

Um debate que a esquerda precisa fazer para 2026 e etc... Vamos convidar alguns intelectuais para escrever sobre o tema.

Vídeo: Prefeitura de Ananindeua zerando o acúmulo de lixo na cidade

 


IDEB 2023: Pará aprendeu a ganhar boa nota na avaliação tal qual aluno que não estuda e escancara limitações do indicador

 


Via Amazônia Latitude por Felício Garcia Passos - Mudança no sistema de avaliação impulsiona resultado do Pará no IDEB, mas não reflete  avanço real na qualidade de ensino ou aprendizagem dos estudantes. Leia mais 

quarta-feira, 16 de outubro de 2024

SECULT Ananindeua realiza primeiro Festival infantil com shows gratuitos


Via ASCOM PMA - A programação conta com shows gratuitos, torneios, brincadeiras e muito mais

A Prefeitura de Ananindeua, por meio da Secretaria de Cultura (SECULT) e Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude (SELJ), realizará no próximo sábado, 19, o Festival Brinca Ananin, um evento alusivo ao Dia das Crianças. A programação inicia às 08h e se estende até às 20h30 na Rua 11 do Conj. Júlia Seffer, em frente ao CRAS Estrela Ananin. A programação é gratuita.

A ação reunirá atividades culturais, circuito esportivo, contação de histórias, show ao vivo, torneios, danças, entre outras. O evento é direcionado às crianças que moram principalmente do lado sul, para famílias que moram ao redor do CRAS Estrela Ananin. Esse festival é um projeto nosso de encontro com a comunidade. Vai ser um evento muito importante para que a população conheça o trabalho da cultura e que a comunidade participe, esteja presente e se sinta incluída nesse festival. Esperamos por todos e a expectativa é uma das melhores", ressaltou Marcio Farias, secretário de cultura do município.

O objetivo é proporcionar às crianças, atividades lúdicas, socioeducativas e de lazer, que contribuam para o sentimento de pertencimento e seu desenvolvimento pessoal, proporcionando oportunidades de integração e sociabilidades educativas, além do fortalecimento dos vínculos comunitários.

Para o diretor de cultura, Hugo Tomkiwitz, valorizar artistas locais é fundamental para o município. Além de trazer novidades para essa edição a expectativa é uma das melhores.

"Meu sentimento é um sentimento de dever cumprido em ajudar e fazer um projeto que comtemple o lado sul, como os artistas de bairro, que possam mostrar seu trabalho. A minha expectativa é de muita animação e que cada criança possa aproveitar o máximo e agradecer aos parceiros como o CRAS Ananin, Shopping Metrópole, e com isso, valorizando cada artista.

Entre as atrações do evento estão o Tio Bolota, Gabriel Pompeu, além de distribuições de brindes, cama elástica, pinturas faciais, mini-torneio de vôlei, queimada e futsal. Esta é a primeira edição do festival para as crianças. A expectativa é que o evento reúna mais de 500 crianças com as programações gratuitas.

Polícia mata dois sem-terra e movimentos denunciam execuções e tortura contra acampamento no Pará

 


Via Brasil de Fato por Gabriela Moncau

Após ação, acampados na Fazenda Mutamba, em Marabá, estão em barracão coletivo, sob rasante FC helicóptero da polícia

 . Policiais civis da Delegacia de Conflitos Agrários (Deca) de Marabá assassinaram dois trabalhadores sem terra no acampamento da Associação Rural Terra Prometida, na última sexta-feira (11), no Pará. Outros quatro foram presos e, segundo os acampados, torturados por horas.  

Desde então, as cerca de 200 pessoas que ocupam a área em disputa – localizada na Fazenda Mutamba, da família Mutran – estão agrupadas em um barracão coletivo. Afirmam que um helicóptero da polícia sobrevoa e dá rasantes, todos os dias, no local.  

Os sem-terra denunciam que a operação policial Fortis Status (Estado forte, em latim), comandada pelo delegado Antônio Mororó, deixou feridos. Há pessoas com tiro na mão, na perna e com a costela quebrada.  

A Polícia Civil do Pará informa que a operação tinha o objetivo de cumprir três mandados de prisão e 18 de busca e apreensão por denúncias de furto, extração de madeira, associação criminosa, tentativa de homicídio, porte ilegal de armas e queimadas irregulares. Nenhum dos presos ou dos mortos, no entanto, era alvo dos mandados.  Os assassinados são Edson Silva e Silva e Adão Rodrigues de Sousa. Este último deixou cinco filhos e, de acordo testemunhas, foi executado enquanto dormia na rede. A polícia alega que houve confronto.  

O acampamento tem organização independente, mas o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Pará é uma das entidades que vem dando suporte ao coletivo. Polly Soares, da direção estadual do MST, esteve no território no sábado (12), horas depois do ataque. "As famílias estão lá, sofrendo violência e intimidação todos os dias", descreve. "A gente presenciou o voo rasante do helicóptero, com policiais dentro apontando armas", conta Soares. 


O que aconteceu, segundo movimentos 

Nesta segunda-feira (14), o MST, a Comissão Pastoral da Terra (CPT), e o Instituto José Cláudio e Maria (IZM) e outras entidades soltaram uma nota em que, a partir dos relatos dos acampados, reconstituem o episódio.  

Segundo o documento, cerca de 16 trabalhadores dormiam e dois preparavam o café em um barracão coletivo quando, por volta das 4h da manhã de sexta (11), foram surpreendidos por policiais gritando "perdeu, perdeu" e atirando. "No desespero e na escuridão cada um tentou escapar como pôde dos tiros. O resultado foram dois mortos, vários feridos a bala e quatro presos", diz a nota. 

"O discurso divulgado pelo delegado Mororó e incorporado pelo Secretário de Segurança Pública do Estado", diz o texto, se referindo a Ualame Machado, do governo de Helder Barbalho (MDB), "é que se tratava de uma organização criminosa fortemente armada, envolvida em venda ilegal de madeira, roubo de gado e outros crimes".  

"O resultado da operação que envolveu dezenas de policiais, várias viaturas, dois helicópteros, foi a apreensão apenas de 7 espingardas cartucheiras e algumas munições. Nenhuma arma pesada, nenhuma motosserra, nenhum caminhão de madeira, nenhum gado roubado, nada mais", segue o texto, assinado também pela Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos. "A operação, nessa perspectiva, foi uma farsa", concluem as entidades.

"Os trabalhadores não morreram em confronto, essa versão é inventada", salienta Polly Soares. "Não existe confronto quando a pessoa está dormindo e é surpreendida por rajada de bala. A tese do confronto é mentirosa, é para criminalizar os trabalhadores", diz a dirigente do MST. 

"O delegado titular da Deca, Antônio Mororó, esteve presente nas torturas e nos assassinatos. A gente pede que ele seja afastado. Este homem não tem condição nenhuma de permanecer à frente da delegacia. E a gente acredita que a permanência dele vai prejudicar as investigações. Como é que a polícia vai investigar a polícia?", questiona Polly.  

O Brasil de Fato pediu um posicionamento da Polícia Civil do Pará sobre as denúncias, mas não teve resposta até o fechamento desta matéria. Caso haja retorno, o texto será atualizado.  

Despejo suspenso temporariamente 

A área de 12.229 hectares da Fazenda Mutamba, localizada na área rural da cidade de Marabá, tem três ocupações de famílias sem terra. O núcleo alvo da operação policial está a cerca de 500 metros da sede da propriedade da família Mutran e não foram despejadas por pouco.  

Em março, a reintegração de posse foi decretada pelo juiz Amarildo José Mazutti, da Vara Agrária de Marabá. Em maio, no entanto, foi suspensa temporariamente em maio pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin.  

Em sua decisão, Zanin reforça a obrigatoriedade de serem cumpridas as medidas que, segundo a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 828, devem anteceder remoções forçadas. Entre elas, inspeções judiciais no território e que o caso seja debatido em uma comissão de conflito fundiário no Tribunal de Justiça. 

Fazenda com histórico de trabalho escravo 

Situada no sudeste do Pará, a fazenda Mutamba integra uma "região de histórico de conflito agrário e trabalho forçado", contextualiza a deputada estadual paraense Lívia Duarte (Psol), que acompanha o episódio. A parlamentar encaminhou as denúncias de execução e tortura às secretarias de Segurança e de Direitos Humanos do Pará. 

"A área não fica longe da curva do S", ilustra, se referindo ao palco do Massacre de Eldorado do Carajás. "É uma região, por exemplo, onde a minha família, meu avô, meu pai, foram submetidos a trabalho escravo por toda a vida", conta Duarte.  

A Fazenda Mutamba, assentada sobre um antigo castanhal desmatado para dar lugar à pastagem, foi flagrada com trabalho escravo em agosto de 2002. Na ocasião, 25 trabalhadores foram resgatados. Dois anos depois, a empresa Jorge Mutran Exportação e Importação Ltda entrou na "lista suja" do trabalho escravo e teve de pagar uma multa de R$ 1,3 milhão ao Fundo de Amparo ao Trabalhador. 

Edição: Thalita Pires

terça-feira, 15 de outubro de 2024

BALANÇO CAMPANHAS PREFEITOS (AS) – Ananindeua : RECURSOS RECEBIDOS x VOTOS


Os dados são referentes aos recursos recebidos pelos candidatos da verba oficial do fundo eleitora. Fonte TSE. Por Daniel Veiga* Engenheiro e membro do Conselho Estadual de Cultura do Pará. Para receber em PDF envie email para ananindeuadebates@gmail.com.

ANTONIETA DE BARROS A CRIADORA DO DIA DO PROFESSOR


 
Por Wellington Bahia Nkosi 

Você sabe qual é a história por trás do Dia do Professor? Hoje eu vou te contar. Neste 15 de outubro, data que nos acompanha desde a infância como o dia de agradecer e parabenizar nossos mestres, vamos resgatar a memória de Antonieta de Barros, uma mulher preta,  professora e jornalista, filha  de ex-escravizados, e responsável pela criação da Lei nº 145, de 12 de outubro de 1948.

Na época, Antonieta criou o Dia do Professor e o feriado escolar no estado de Santa Catarina. Só duas décadas depois, em outubro de 1963, que o então presidente João Goulart tornou a lei nacional. Antonieta nasceu em 1901, em Florianópolis, e sua paixão pela educação iniciou ainda na infância, na casa da família que empregava sua mãe, Catarina Waltrick.

Antonieta lutou pela educação durante toda sua vida e marcou a história não apenas na área de ensino, mas, também, na política, sendo a primeira mulher a se eleger no Brasil. Ela conquistou a sua cadeira na Assembleia Legislativa no ano de 1934, pelo Partido Liberal Catarinense, eleita deputada estadual. Em 1948, foi eleita mais uma vez.

Em um de seus discursos no Congresso, Antonieta disse: "Educar é ensinar os outros a viver; é iluminar caminhos alheios; é amparar debilitados, transformando-os em fortes; é mostrar as veredas, apontar as escaladas, possibilitando avançar, sem muletas e sem tropeços; é transportar às almas que o Senhor nos confiar à força insuperável da Fé”.