terça-feira, 9 de março de 2010

Morte de Luiz Carlos Prestes completa 20 anos.


Há exatos 20 anos, no dia 7 de março de 1990, morria um dos principais personagens da história do Brasil. Luiz Carlos Prestes liderou a histórica revolta tenenstista, iniciada em outubro de 1924 e que pretendia levantar a população contra a dominação das oligarquias da época, exigindo reformas políticas e sociais.

O movimento saiu do Rio Grande do Sul e se juntou aos paulistas. Sob o nome de Coluna Prestes e com mais de mil homens, a marcha percorre cerca de 25 mil quilômetros pelo pais e termina em 1927. Prestes, então, vai ao exílio.

Em 1935, volta clandestinamente ao Brasil sob o nome de Antônio Vilar. Sua esposa, Maria Bergner Vilar, do Partido Comunista Alemão era, na verdade, Olga Benário, retratada na biografia de Fernando Morais que foi adaptada para os cinemas sob direção de Jayme Monjardim.

No mesmo ano, Prestes publica um manifesto em nome da Aliança Nacional Libertadora (ANL) exigindo o fim do governo Vargas que, por sua vez, declara a ANL ilegal. Prestes e Olga são presos em março de 1936. Posteriormente Prestes é solto, mas Olga, grávida, é entregue a agentes nazistas. A filha nasce na prisão e depois é entregue à avó, mas Olga morre em um campo de concentração em abril de 1942.

Novamente exilado após o golpe militar de 1964, Prestes vai morar em Moscou. Volta ao Brasil com a anistia de 1979, mantendo seus ideais comunistas, apesar de não mais defender a revolução popular. Agora buscava o socialismo pelo voto.

Apoia a candidatura de Leonel Brizola à presidência da República em 1989. No início do ano seguinte é internado por insuficiência renal em uma clínica do Rio, vindo a falecer poucas semanas depois, com 92 anos.



Militante comunista

Comandante de uma extraordinária e revolucionária marcha, a Coluna Prestes, e líder do Partido Comunista Brasileiro (PCB) por mais de 50 anos, Luís Carlos Prestes foi uma das figuras da América Latina mais perseguidas do século XX. Nascido em Porto Alegre (RS), cursou a Escola Militar do Rio de Janeiro. Transferido para o Rio Grande do Sul, liderou no Estado uma revolta tenentista contra o governo de Arthur Bernardes em 1924. Compostos por jovens oficiais do Exército, os "tenentes" pretendiam levantar a população contra o poder da oligarquia governante e, por meio da revolução, exigir reformas políticas e sociais, como a renúncia de Bernardes, a convocação de uma Assembléia Constituinte e o voto secreto. Depois de vários combates, os gaúchos foram ao encontro das tropas paulistas rebeldes comandadas por Isidoro Dias Lopes e por Miguel Costa, em Foz do Iguaçu (PR), formando a Coluna Prestes, com o propósito de percorrer o Brasil para propagar as idéias tenentistas. Os integrantes da Coluna realizaram uma incrível marcha pelo interior do país, percorrendo, a pé e a cavalo, cerca de 25 mil km. A marcha terminou em 1927, quando os revoltosos se exilaram na Bolívia. Nesse país, Prestes conheceu Astrogildo Pereira, um dos fundadores do PCB. Convertido à ideologia marxista, viajou para Moscou (ex-URSS) em 1931. Retornou clandestinamente ao Brasil em 1935, casado com a comunista judia alemã Olga Benário. Depois de comandar o fracassado golpe conhecido como Intentona Comunista (1935), com o intuito de derrubar o então presidente Getúlio Vargas e instalar um governo socialista, foi preso e sua mulher entregue à Gestapo (polícia política nazista) e deportada grávida para a Alemanha, onde morreu em um campo de concentração (1942). Após ser solto com o processo de redemocratização (1945), Prestes elegeu-se senador pelo PCB. Com a cassação do registro do partido (1947), teve a prisão preventiva decretada e foi obrigado a retornar à clandestinidade. Sua prisão preventiva foi revogada em 1958, mas, com o golpe militar de 1964, o líder comunista voltou a ser perseguido. Em 1971, conseguiu sair do país e se exilou na antiga URSS. Com a anistia de 1979, retornou, mas afastou-se do PCB.

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