Artigo de Renato Rovai
O candidato Aécio Neves foi o
primeiro entrevistado do Jornal Nacional. Por incrível que pareça a entrevista
foi séria e teve perguntas na medida da conjuntura. O único erro de Willian
Bonner foi fazer questões muito longas. Mas isso não comprometeu. Por ter sido
uma entrevista séria, Aécio teve um desempenho ridículo.
O candidato, por exemplo,
agradeceu a Willian Bonner pela pergunta sobre o aeroporto de Cláudio, mas se
enrolou inteiro e não conseguiu explicar se um aeroporto ao lado de sua fazenda
não valorizaria a área.
Disse que o povo da região sabe
da importância do, segundo ele, aeródromo, mas não falou porque ele fica
fechado com cadeado.
Patrícia Poeta lhe perguntou se
ele não questiona a ação dos governos petistas na área social, por que então
mudar. E o candidato disse que porque quem havia feito tudo na verdade era o
PSDB. Até a apresentadora deu uma risadinha.
Bonner falou que era estranho ele
destacar tanto as ações sociais que tinha feito nos seus governos se Minas
Gerais era nona colocada no IDH. E Aécio falou que iria fazer um governo ético
e sério.
Bonner disse que especialistas
atribuem as melhorias na saúde de Minas a investimentos do governo federal e de
municípios. Muito mais do que do governo estadual. Aécio disse que esteve
recentemente com um especialista da área de saúde que elogiou seu governo na
área. Mas não deu nomes
Poeta perguntou sobre Eduardo
Azeredo e Aécio disse que ele ainda não havia sido julgado. Como se o PSDB não
tivesse transformado Genoíno e Zé Dirceu em bandidos antes mesmo do julgamento.
Talvez Aécio não esperasse uma
entrevista com um nível razoável de seriedade. E surpreendido pelas perguntas,
teve um desempenho bizarro.
Quanto mais aparece, Aécio
demonstra mais fragilidades. É um candidato fraco. Se Eduardo Campos tivesse um
pouco mais de força partidária, seria ele o adversário de Dilma. E não o
mineiro. Que cada vez mais se mostra um filho de papai, criado na política pelo
avô e que não se furta de dar uma força pro titio utilizando-se de suas
atribuições de governador.
PS: Aécio, no momento climax de
sua entrevista, quando lhe foi dado o direito de fazer o discurso final, disse
que queria governar para gente como a Dona Brenda. Seja quem for a digníssima
senhora, neste momento ela deve estar arrependida de ter lhe dito o nome.
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