Unidos em toda a área metropolitana, operários da construção civil podem conquistar cesta básica
Apenas R$ 30,00 a título de cesta
básica, por mês. O valor, oferecido pelos empresários da construção civil de
Belém, está longe da proposta defendida pelos operários que, de forma mais
intensa, lutam há quatro anos por esse benefício e exigem os R$ 150,00. No atual
estágio das negociações, além da proposta de cesta básica, os empresários
incluíram um reajuste de apenas 6,5% nos salários dos trabalhadores e
trabalhadoras da obra,
“Apesar de uma proposta ainda muito
rebaixada, recebemos como uma sinalização muito positiva o fato de, pela
primeira vez, eles apresentarem uma proposta de cesta básica. Estamos com uma
assembleia decisiva da categoria, convocada para as 10h, dessa quinta-feira, na
sede do nosso sindicato (Av. 09 de Janeiro, entre Magalhães e José Malcher) .
Até lá vamos insistir na negociação e faremos todos os esforços pra chegarmos a
um acordo, mas só R$ 30,00 não tem nenhuma condição e muito menos um acordo que
também não apresente aumento real no nosso salário”, enfatiza Francisco de
Jesus, o Zé Gotinha, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Construção de
Belém.
Como desdobramento da última conversa
ocorrida entre os representantes dos trabalhadores e dos empresários, e os três
sindicatos dos operários, da região metropolitana de nossa capital (Belém,
Ananindeua e Marituba), que passaram o final de semana se articulando,
juntamente com dezenas de trabalhadores e trabalhadoras das obras que compõem a
comissão de negociação, foi apresentada nessa segunda-feira uma contraproposta
ao SINDUSCON-PA (Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará). de:
Reajuste de 12% para todas as faixas e Cesta Básica de R$
110,00
O objetivo é apostar no avanço das
negociações antes da grande assembleia que realizarão unificando os
trabalhadores desses municípios.
Como vem ocorrendo nos últimos quatro
anos, no último dia 21, cerca de dois mil operários marcharam pelas ruas de
Belém, após aprovarem em assembleia geral que se não conquistarem a cesta básica
entrariam em greve, levantando, além da luta por esse benefício, a exigência de
aumento real nos salários, a reserva de 15% das vagas nos canteiros para as
mulheres, bem como a qualificação e classificação profissional das mesmas, o
plano de saúde, entre outras pautas.
Parece que a mesma disposição e força
dos operários da construção para deflagrarem mais uma greve também agora se
expressa na disposição de evoluírem rumo a um acordo com os empresários. A
distância entre eles está, principalmente, no índice de reajuste para os
salários, no valor da cesta básica e nos temas referentes as condições e
direitos da mulher trabalhadora. Até o próximo dia 4 tudo está em aberto, tudo
está em movimento, e tudo pode acontecer.
Fotos Rui Baiano
Santana
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