Depois de mais vinte anos e uma articulação em todos os níveis,
prefeitura, governo federal, universidade, MPF e profissionais
estrangeiros tentam dar respostas a desaparecidos políticos; o GGN
acompanhou esse processo e produziu um documentário
Jornal GGN - Vinte e cinco anos se passaram desde
que as ossadas de desaparecidos políticos da ditadura brasileira
(1964-1985) foram encontradas na vala clandestina de Perus, no cemitério
Dom Bosco, na zona norte de São Paulo. No ano passado, os resquícios
dos mortos pela ditadura começaram a receber a devida investigação, após
períodos de negligência. Esse importante capítulo de correção histórica
e de marco na antropologia forense mundial foi acompanhado pela equipe GGN, resultando na produção do documentário “Ossadas da Vala Clandestina de Perus, de 1970 a 2015”, com lançamento neste sábado (30), no Espaço Itaú de Cinema Frei Caneca, em São Paulo.
A estreia do documentário contará com uma programação completa para
quem quer conhecer a fundo o que se passou nesses 25 anos, desde que a
vala foi aberta, e como atua a criteriosa equipe do Grupo de Trabalho
Perus. Outros dois documentários sobre o tema serão exibidos. Por fim, o
cinema será palco para um debate com mediação do jornalista Luis Nassif
e participação confirmada da Secretaria Municipal de Direitos Humanos,
da procuradora da República Eugênia Gonzaga, presidente da Comissão
Especial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, do coordenador do
Centro de Arqueologia e Antropologia Forense, Prof. Dr. Rimarc Gomes
Ferreira, e da cineasta Clara Ianni.
Formado por diversos especialistas, o Grupo de Trabalho Perus é
fruto da iniciativa do então secretário Municipal de Direitos Humanos e
Cidadania Rogério Sottili, em articulação com a então ministra de
Direitos Humanos Ideli Salvatti, apoio do Ministério Público Federal e a
estrutura da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Com
experiências internacionais, profissionais da Cruz Vermelha, peruanos e
argentinos também foram trazidos para compor a equipe que trabalha
incessantemente, sob o rigor da técnica e do calendário, com o objetivo
comum de trazer respostas.
O processo de identificação de, ao todo, 1.049 ossadas tem por fim
buscar nomes: de quem eram os resquícios encontrados. Entretanto, o
longo processo de negligência a que foram submetidos os ossos prejudicam
a investigação. Ainda que não seja possível definir todas ou alguma das
identidades, o Grupo conseguirá fazer um balanço de informações: como
aquela pessoa foi ferida, como morreu, se era homem ou mulher, criança
ou adulto.
"Eu acho que o Brasil está vivendo um novo momento que quer dizer o
seguinte: chegou a hora de virar essa página da história! Não é mais
possível a gente viver com fantasmas de generais de reserva, se
pronunciando a cada semana sobre uma barbaridade e amedrontando o
Estado. Isso não é mais possível! Até porque, se a gente não contar essa
história e não enfrentar essa verdade vamos ficar sobre fantasmas de
pessoas que estão a beira de desaparecerem", disse Rogério Sottili, em entrevista ao GGN.
“A ciência chega até a um certo lugar, depois não há nada a fazer.
Creio que o mais importante para as famílias é que, finalmente, está se
fazendo algo sistemático. Ou seja, a intenção existe!", afirmou o
antropólogo peruano da equipe José Pablo Baraybar.
"Perus é um pretexto, tem que ser um pretexto, para entender como é que
um país moderno, o maior da América Latina, uma potência como é o
Brasil, poderá terminar um jogo de mais de mil pessoas que não têm
identidade”, refletiu.
“Vai chegar um momento que nós teremos que dar condições dignas, um
sepultamento digno pra essas ossadas, mas não teremos identificação”,
manifestou a reitora da Unifesp Soraya Smaili. “Nós
temos que trazer isso à tona! Perus nos ajuda a enxergar isso. O papel
da universidade vai além, tem a função de se abrir e de ir para a
sociedade colocar suas contradições”, apontou.
"Se eu não tivesse feito nada como prefeita de São Paulo, teria
valido para tomar essa iniciativa, ter coragem de enfrentar as
consequências, as ameaças, a possibilidade de fracasso, poderia não ter
dado certo", contou Luiza Erundina, que à época da
abertura de Perus era prefeita de São Paulo e determinou os primeiros
passos para as identificações. "Eu me sinto gratificada ao povo de São
Paulo, de ter me dado um mandato, e agradeço a Deus a oportunidade de
ter tido esse poder, e colocá-lo a serviço de uma causa, que tem sido
para mim o sentido da minha vida", disse ao GGN.
O documentário “Ossadas da Vala Clandestina de Perus, de 1970 a
2015” (2015, 22 min), da Equipe GGN, será exibido em conjunto com os
documentários “Vala Comum” (1994, 30 min), de João Godoy, e "Apelo"
(2014, 13 min), de Clara Ianni e Débora Maria da Silva. Após as
tramissões e o lançamento do curta, às 11h, o Espaço Itaú de Cinema dará
início ao debate.
Acompanhe as entrevistas e reportagens da série "Ossadas de Perus: A Difícil Transição".
Cine Direitos Humanos
30/5, sábado, 11h
Entrada gratuita
“Vala Comum” – João Godoy (1994, 30 min)
“Ossadas da Vala Clandestina de Perus, de 1970 a 2015” – Equipe GGN Notícias (2015, 22 min)
“Apelo” – Clara Ianni e Débora Maria da Silva (2014, 13 min)
Debate: após a exibição dos documentários
O TRE/PA FAZ 70 ANOS AQUI NO PARÁ E O QUE TEM A COMEMORAR:
ResponderExcluirTRE/PA, o que tens para comemorar se não:
- Corrupção Interna, Funcionários do 5ª Andar Denunciados por Manipulação de Urnas Eletrônicas.
- Vendas de Liminares (Conversa Gravada) em Favor de Políticos envolvidos em Afastamentos e Cassações.
- Fraude Eleitoral de São João de Pirabas, AIJE 71279, inclusive comprovado pela Promotora Eleitoral, Sabrina Saib.
Esperamos que a nova Corregedora e o novo Presidente do TRE/PA, conhecedores in loco, pois já houve Correição em Fevereiro de 2014 no Cartório de Primavera/PA, a Situação de São João de Pirabas e RESOLVAM logo,pois ELES já se articulam para a Eleição de 2016, inclusive fazendo o mesmo Esquema de Transferência de Títulos, pois permanecem o mesmo Chefe de Cartório, YURI e o mesmo JUIZ Charles Claudino, que no minimo foram OMISSOS e INERTES.