O PT vai continuar apoiando os Ajuste e a política de cortes
de direitos dos trabalhadores. Quem apostou que o partido iria voltar às origens
ou seja, a defesa dos trabalhadores, perdeu feio. Dilma continua com carta
branca para ferrar os trabalhadores. AD
Congresso do PT rejeita proposta de mudança na política econômica do governo
Por André Richter
O PT rejeitou neste sábado (13),
durante a reunião de encerramento do 5º Congresso Nacional do partido, em
Salvador, proposta para mudar a estratégia econômica do governo da presidenta
Dilma Rousseff. A proposta foi apresentada por integrantes da legenda e
colocada em votação no plenário. Todas as deliberações aprovadas no congresso
vão constar no documento final do encontro, chamado Carta de Salvador.
Durante o congresso, o PT também
decidiu manter aliança política com PMDB. Por maioria de votos, os delegados do
partido encaminharam ao Diretório Nacional a deliberação final sobre as formas
de financiamento da legenda. No entanto, prevalece a decisão anterior da cúpula
da legenda de não aceitar mais doações financeiras de empresas.
As emendas que criticavam o
ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e propunham a volta da cobrança da CPMF,
conhecido como imposto do cheque, foram rejeitadas pela maioria. No discurso de
encerramento do congresso, o presidente do PT, Rui Falcão, defendeu o apoio dos
militantes ao governo da presidenta Dilma Rousseff.
"Todo o debate que foi feito
revela que, depois desse congresso, o PT vai ter que mudar mais. O PT não será
mais o mesmo, seja nas suas relações internas, seja acentuando nossa autonomia
de formular políticas públicas em relação ao nosso governo, que nós apoiamos,
mas queremos que avance. Queremos dar sustentação, mas queremos empurrar também
para que a gente não ingresse numa fase recessiva e para que nosso país volte à
trajetória de desenvolvimento econômico", disse Falcão.
O presidente também prestou
solidariedade a João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do partido, preso na Operação
Lava Jato, da Polícia Federal. Falcão defendeu ainda manifestações livres e
democráticas, como as passeatas em defesa dos direitos LGBT, conhecidas como
Parada Gay.
"Vaccari foi preso
injustamente, numa campanha nítida para tentar criminalizar o PT. Ele não fez
nada além de seguir as orientações partidárias e nossas diretrizes, no que
dizia respeito à arrecadação financeira. Vaccari nunca se apropriou de nenhum
centavo em benefício próprio, nunca cometeu nenhuma irregularidade, e está
sendo incriminado, porque o alvo específico é atingir nosso partido”, declarou
o presidente.
Na quinta-feira (11), na abertura
do congresso, a presidenta Dilma Rousseff disse que o governo teve a coragem de
fazer os ajustes fiscais e pediu aos militantes que apoiem as medidas e ajudem
a defender sua gestão de críticas. Segundo Dilma, as mudanças na economia não
reduzem o compromisso do governo com as causas defendidas historicamente pelo
partido.
Na sexta (12), no segundo dia do
congresso do partido, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou uma
campanha para arrecadar fundos para a legenda. O ex-presidente fez a primeira
doação simbólica e pediu que a militância petista volte a fazer contribuições
financeiras para o partido. A iniciativa ocorreu após o partido ter anunciado
que não vai mais aceitar doações de empresas privadas.
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