Ele e o governador da PB, Ricardo Coutinho, reclamaram de abusos na Lava Jato. Para Dino, ‘decisões de força não contribuem para que haja verdade e justiça’. Segundo Coutinho, ‘limites foram extrapolados’
Da Rede Brasil Atual
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), que é originário da Justiça Federal e foi o primeiro governante a capitanear a chamada “Carta dos Governadores”, no ano passado, apoiando a governabilidade do país e o mandato da presidenta Dilma Rousseff, afirmou há pouco que “abusos devem ser evitados” e, a seu ver, “fazer justiça não pode ser um vale-tudo”.
Flávio Dino divulgou por meio de sua assessoria – em
material depois veiculado no Twitter – que sempre declarou seu apoio a todas as
investigações no âmbito das operações Lava Jato, Zelotes e outras, mas acredita
que medidas coercitivas devem obedecer ao princípio da necessidade, o que não
se aplica ao caso do ex-presidente Lula.
“Decisões de força, quando desnecessárias, e atos
espetaculares conflagram a sociedade e não contribuem para que haja verdade e
justiça. No Direito, os fins não justificam os meios. São os meios que
justificam os fins. Fazer justiça não pode ser um vale-tudo. Se o Ministério
Público diz já possuir tantas provas, basta oferecer denúncia para que haja o
direito de defesa e julgamento”, enfatizou Dino.
Espetacularização
Da Paraíba, também o governador Ricardo Coutinho (PSB),
afirmou à Revista Nordeste que considera indispensável "manter a
luta" para assegurar a democracia no país diante do que entende como
“espetacularização da Justiça”.
"Direitos fundamentais estão sendo ignorados e nobres e necessários objetivos legalistas
cada vez mais se confundem com desejos e estratégias de correntes políticas e
de algumas elites econômicas retrógradas. Espetacularizaram a justiça e a
política", destacou.
Coutinho ressaltou que a condução dos trabalhos da Lava Jato
“extrapolou, definitivamente, os limites do bom senso e da apoliticidade que
deve conduzir um processo como esse".
"Ontem, um ex-presidente, com endereço fixo, se
colocava à disposição da justiça para depor. Hoje, um verdadeiro aparato
policial foi montado para 'conduzir coercitivamente' esse ex-presidente para
depor sob a mira da grande mídia que comanda e tenta de todas as formas
ressuscitar protestos contra um governo", disse.
O governador do PSB considera que "essa simbiose é
muito perigosa para o Estado democrático de direito". "Não se trata
de defender a impunidade. Se trata de ser contrário a toda uma clara e evidente
manipulação que está ocorrendo onde direitos fundamentais."
Da Rede Brasil Atual
'Fazer Justiça não pode ser um vale-tudo', diz governador do
Maranhão
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