domingo, 16 de abril de 2017

Minha homenagem a Eric Clapton enquanto ele ainda está vivo

Yahoo Notícias por Regis Tadeu                           A foto acima exala tristeza. Um senhor de idade em uma cadeira de rodas, ao lado de uma de suas filhas, tenta chegar ao balcão de uma companhia no aeroporto de Los Angeles. Aos 72 anos, Eric Clapton hoje é apenas um homem que sofre de neuropatia periférica, uma doença do sistema nervoso que afeta os movimentos das mãos e dos pés, provocando dores e dormência. Sim, um dos maiores guitarristas de todos os tempos, que já foi chamado de “God” em inúmeras pichações dos muros londrinos nos anos 60, é atualmente um senhor de idade às voltas com sua saúde precária. Ele já havia falado a respeito disso em uma entrevista no ano passado à ótima revista Classic Rock, logo depois de ter lançado seu mais recente álbum, o excelente I Still Do – a respeito do qual escrevi aqui – , título que é uma clara referência ao esforço quase sobre-humano que teve que fazer para completar as gravações. Imagino as dores lancinantes que ele deve ter sentido na hora de gravar suas guitarras. Teve mesmo que adiar a turnê que faria para promover o disco, avisando que vai cumprir as datas em setembro próximo. Sinceramente? Eu duvido que ele venha a conseguir… Não tenho dúvida de que Clapton sabe que não irá melhorar. Sabe também que a velhice vai cobrar agora todos os excessos com cocaína e álcool, que ele cheirou e ingeriu em proporções babilônicas durante toda a sua vida. Pior deve ser a consciência de que tudo isso acontece agora, quando ele está “limpo” há vários anos. É por isso que quero deixar este texto como uma homenagem a Clapton enquanto ele está vivo. Assim como fiz em outras ocasiões, minha intenção é oferecer a você que lê estas linhas neste exato instante uma pequena reflexão a respeito da obra genial do guitarrista. Seria muito fácil eu escrever a respeito dos ótimos álbuns que gravou com John Mayall, com o Cream – leia aqui – e os compactos que lançou com os Yardbirds. Mais fácil ainda seria escrever a respeito dos excelentes discos que Clapton lançou em sua carreira solo, como 461 Ocean Boulevard (1974), Slowhand (1977), From the Craddle (1994) e até mesmo The Breeze (An Appreciation of JJ Cale), o tributo que lançou em homenagem a um de seus velhos parceiros – leia a respeito deste último aqui. Mais difícil é “defender” álbuns que a grande maioria das pessoas detesta – sem saber bem o motivo, como sempre – e que eu julgo tremendamente injustiçados. Quer melhor homenagem que esta? Quem sabe até o próprio Clapton ficaria contente, né

Nenhum comentário: