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Sputnick Brasil
A disputa
presidencial de 2018 aproxima-se cada vez mais. Com a mais nova reforma
política, a internet e as redes sociais terão um papel ainda mais importante no
voto: agora os políticos podem pagar para impulsionar seu conteúdo nas redes
sociais. Mas, será que a televisão e os jornais deixaram de ter importância no
xadrez eleitoral?
A Sputnik
Brasil entrevistou com exclusividade Nina Santos, doutoranda em comunicação
pela Universidade Paris II e ex-editora de mídias sociais do Instituto Lula,
para entender melhor a questão.
Fábio
Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil
Nina aponta
que não existe uma dicotomia entre grandes meios de comunicação e redes sociais
já que boa parte do conteúdo de mídias como Facebook e Twitter foi produzido
por meios de comunicação tradicionais que estão na internet, como jornais,
revistas e canais de televisão.
As redes
sociais foram responsáveis pela popularização da comunicação. Se no passado era
necessário um patrimônio milionário para fundar um jornal ou uma revista, hoje
basta uma conexão com a internet para ter sua voz ouvido. Entretanto, existe um
fenômeno no ambiente digital que tem causado preocupação: as notícias
falsas.
Um
levantamento do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas de Acesso à
Informação da USP mostrou como o fluxo de informação na internet pode ser
perigoso em momentos importantes da política nacional. Na semana da votação do
impeachment da então presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, em
2016, 3 das 5 notícias mais compartilhadas no Facebook eram falsas.
"Ao
mesmo tempo em que temos uma coisa muito positiva que é a pluralização do
debate, com cada vez mais pessoas publicando suas opiniões, o controle sobre a
qualidade e a veracidade dessas informações se torna cada vez mais
complicado", afirma a doutoranda em comunicação.
Nina
Santos acredita que uma das principais tarefas das equipes de campanha e dos
veículos de comunicação em 2018 será checar as informações publicadas nas
redes sociais.
Ricardo
Stuckert/ Instituto Lula
Acesso,
concentração e desigualdade
Apesar da
atenção que as mídias sociais recebem, muitos brasileiros ainda estão de
fora deste ambiente. Segundo pesquisa da Conferência das Nações Unidas
sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), 120 milhões de brasileiros estão na rede mundial
de computadores, enquanto a população já ultrapassa 200 milhões de
pessoas.
Já a
televisão é o meio de comunicação mais popular do país. Segundo o IBOPE, 96%
dos brasileiros são donos de ao menos uma televisão.
E na
popular televisão, os brasileiros estão acostumados a assistir poucos canais. A
pesquisa Media Ownership Monitor do Intervozes e do Repórteres Sem Fronteiras
mostrou que os quatro principais grupos de mídia concentram uma audiência
nacional que ultrapassa 70% no caso da televisão aberta.
A
presença de candidatos no rádio e na televisão foi discutida no Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) nesta quinta-feira (9).
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