terça-feira, 13 de março de 2018

HIDRO. QUE TIRO FOI ESSE ?



Artigo de Ivan Sampaio empresário, 
 ex-presidente da ACIA (Associação Industrial e comercial de Ananindeua-Pa)


Afinal, por que o susto com o acidente ambiental em Barcarena?, se mesmo antes da destruição de Mariana, o jornalista Lúcio Flávio já denunciava sua eminência, como uma questão apenas de relógio... A Hidro, como outras que atuam na região, já a muito, beiravam em seus limites operacionais e vinham, modestamente, remendando aqui e ali, seus erros para evitar que uma tragédia maior, não ocorreresse... Estas cenas foram fartamente editadas em furo de reportagem pela cobertura jornalística feita pelo repórter Dinan Laredo da RBA.

Por certo, o inverno amazônico precipitou a tragédia, as grandes chuvas deste início de ano produziram aquilo que a Hidro não foi capaz de prever em seu planejamento estratégico para evitar sua atual agonia. Neste semana, a empresa se manifestou em um jornal  norueguês confessando que, diante das intensas chuvas de 17 de fevereiro, despejou resíduos nos rios e canais dos sítios comunitários de forma indevida. No entanto, com a revelação de dutos de despejos clandestinos, sendo antigos, surge a desconfiança que isso já ocorria de forma quase normal a muito tempo e sempre. Um filme de crime ecológico.



 Mas, a outra tragédia está sendo a atuação do governador Jatene em defesa da empresa, passando ao longe de demonstrar, pelo menos, sua sensibilidade social e respeito com o meio ambiente, pois já era sabido que a empresa já apresentava riscos de tragetra e que não teve iniciativa de, através de sua secretaria da área e junto aos outros órgãos de fiscalização, antecipar-se e cumprir com zelo, as exigências de sua função. 


Além de frustrar as expectativas da sociedade, por não ter colocado sob vigilância permanente essas empresas exploradores de nossas riquezas - que tudo levam e que nos deixarão apenas um fosso, acrescido por rejeitos químicos -, Jatene comete um crime politico por fazer escaramuças através de sua fiel bancada na Assembleia Legislativa, em que evitou que a oposição criasse uma CPI, que por certo, apontaria os verdadeiros, e quem sabe, ocultos, culpados pela tragédia de Barcarena. A CPI está ardendo na Assembleia Legislativa, que por ter sido criada pelo próprio governo, deverá ser mais longa e nada apurará.


O Ministério Público, vigilante do interesse da sociedade, teve acatada sua denúncia pelo Juiz da Comarca, determinando o bloqueio das atividades da empresa. Com o assassinato de um líder comunitário que denunciava a Hidro e exigia reparações, abre-se um novo ciclo de esfera policial, em que o crime teria sido feito por milicianos a mando dos "poderosos" como um recado as autoridades locais, imprensa e outros líderes comunitários, com o objetivo de intimidá-los e impor a lei do silêncio  sobre o caso. A Policia Federal deverá entrar no jogo e desvendar o assassinato e seus mandantes, bem como, garantir o exercício e direitos de todos em reclamar, sem medo, por tais abusos da ordem pública.


As consequências da tragédia são até o momento imensuráveis, que além dos danos ambientais, promove grande transtorno social. Os rejeitos que transbordaram, já contaminaram rios, comprometendo a fauna e a flora de toda região, em que, as penalizações, multas e indenizações impostas pela justiça jamais pagarão a quebra da cadeia econômica e produtiva dos nativos que, por certo,  terão de modificar todo seu modo de viver. Parece que os políticos que compõe a corte de Jatene não sabem disso ou esqueceram o compromisso com o eleitor e com a coisa pública


É interessante lembrar que na viajem de Caixeiro viajante que fez aos países nórdicos da Europa, Temer foi ridicularizado por seus governantes, tendo sido humilhado na Noruega com a redução de ajuda financeira aos programas de proteção ecológico. Então, é de estranhar que a Hidro, purificada com essa sensibilidade, não cumpra com os princípios e determinações defendidos por seus príncipes, deixando transparecer que a lição de casa não vale para ser aplicada por suas empresas nas nações que exploram.


A história nos mostra que isso só é possível graças ao poder dos colonizadores, imposto pelo jogo bruto dominante ou concedido por seus governantes locais, em que, as concessões derivam aquém do interesse público e os privilégios estabelecidos transfere riquezas de domínio público aos interesses privados, e nesse jogo de poder, o cidadão tende a conformar-se com as migalhas da hora..  Como já esta sendo enunciado, que o fechamento da empresa resultará em destruição econômica da região, em que muitos perderão seus empregos. Não será surpresa, como ocorreu quando Kaifas levou sua turba para condenar Cristo, que interesses obscuros, levem o próprio povo de Barcarena para pressionar a justiça para liberar o funcionamento da Hidro, ao arrepio de tudo...


Ananindeua -Pa

Um comentário:

Anônimo disse...

Deveras,sob todos os aspectos,uma situação lamentável!Lamentável, também, a inércia do senhor Governador que, ao invés de tomar uma atitude condizente com o cargo que ocupa, ataca a família Barbalho, numa atitude desesperada, grotesca e descabida!