terça-feira, 24 de abril de 2018

Paralisado no STF, PF e PGR tentam avançar inquérito contra PP

Jornal GGN - A Polícia Federal deflagrou uma operação, na manhã desta terça-feira (24), com buscas e apreensões no Congresso Nacional, com mira no PP. Um dos alvos foi o presidente da sigla, o senador Ciro Nogueira (PI) e o deputado federal Eduardo da Fonte (PE). A acusação é que eles estariam tentando obstruir investigações, com a compra do silêncio de um investigado.



Os mandados foram autorizados pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), e tem como objetivo "reunir mais provas de que os dois políticos tentavam comprar o silêncio de um ex-assessor que tem colaborado com as investigações", indicou a Procuradoria-Geral da República, no despacho que pedia a aurorização do Supremo para as medidas judiciais.



Ciro Nogueira e Fonte estariam atuando em associação criminosa junto com outros parlamentares do PP, Aguinaldo Ribeiro, Arthur Lira, Benedito de Lira, José Otávio Germano, Luiz Fernando Faria e Nelson Meurer. A investigação é parte de denúncia do Ministério Público Federal (MPF), de setembro do último ano.



Os políticos do PP integrariam uma organização criminosa para cometer crimes dentro da Câmara dos Deputados, para arrecadar "propina por meio da utilização de diversos órgãos públicos da administração pública direta e indireta", diz a denúncia.



Entre os esquemas apontados estão o que beneficiaria a empreiteira UTC em obras da Coquepar, que processa coque de petróleo no Paraná. A denúncia teve como base a delação de Ricardo Pessoa, dono da UTC, que informou ter desembolsado R$ 300 mil para que a empresa fosse a escolhida para as obras que sequer foram concluídas. Entre os denunciados está o senador Ciro Nogueira. O Supremo ainda não analisou o processo.



Outro inquérito da Lava Jato também já mirava Eduardo da Fonte, mas a denúncia foi rejeitada em dezembro de 2017. Apontava-o de obtruir apurações da CPI da Petrobras no Senado, em 2009, intermediando pagamento de propina de R$ 10 milhões a ex-presidente do PSDB falecido Sérgio Guerra.



FOnte assumiu a liderança do PP após seu contato com o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB-RJ), de quem era grande aliado. 



Outro político é arrolado na cena da Operação e hoje, o ex-deputado Márcio Junqueira, que atuou na Câmara como suplente entre 2013 e 2014. Ele seria o "intermediário do esquema, que inclui o pagamento de despesas pessoais, ameaças e até proposta para a mudança do teor de depoimento que incriminaria os alvos da operação de hoje".


Em resposta, a assessoria de Fonte informou que ele se encontra em Recife e deve chegar a Brasília na tarde de hoje. A assessoria de Ciro Nogueira disse que ele se encontra fora do Brasil e que "desconhece a defesa, até o presente momento, as razões da determinação judicial do ministro Fachin".



"É certo que o senador sempre se colocou à disposição do Poder Judiciário, prestando depoimentos sempre que necessário e, inclusive, já foi alvo de busca e apreensão", completou, em comunicado, a assessoria do senador.


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