quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Dobra número de servidores municipais do Pará que receberam auxílio emergencial indevidamente

 Via Ascom TCM-Pará

De acordo com dados do Tribunal de Contas dos Municípios do Pará (TCMPA) e da Controladoria Geral da União (CGU), o número de servidores municipais no estado subiu de 1.345 para 2.744 funcionários que receberam de forma irregular o auxílio emergencial de R$600 do governo federal. A atualização dos dados feita nesta quinta-feira (20) revela que o aumento foi de 104% em relação a primeira checagem realizada em junho passado.

Do total dos 2.744 servidores de prefeituras e câmaras de vereadores do Pará identificados na nova verificação, 1.319 que já constavam na primeira fiscalização e 1.595 deles fizeram a solicitação do auxílio. 

O recebimento irregular do auxílio emergencial somente por servidores municipais do Pará configura impacto nos cofres públicos de R$4.433.400, sendo que R$2.170.800 são valores recebidos por funcionários municipais que solicitaram o auxílio e R$2.262.600 por aqueles que integram programas sociais governamentais, como o Bolsa Família.

De acordo com o presidente do TCMPA, conselheiro Sérgio Leão, o aumento de servidores beneficiados com o auxílio emergencial se deve à atualização informacional das folhas de pagamento enviadas pelos municípios referentes aos meses de março a maio deste ano, o que permitiu ter uma análise mais aprofundada da realidade. Leão explica que as prefeituras e as câmaras de vereadores que têm servidores recebendo auxílio emergencial indevidamente serão notificados para tomarem as devidas providências para a devolução do recurso. “Estamos acompanhando de perto, junto com a CGU, a atuação dos gestores municipais do Pará a fim de garantir o ressarcimento desse dinheiro aos cofres públicos. Para isso, as notificações serão expedidas aos gestores das prefeituras e câmaras municipais com os dados necessários para que eles possam agir junto aos servidores que estão com essa situação irregular”, concluiu o presidente do TCMPA. 

Leão enfatiza ainda que há dois pontos de análises no recebimento indevido do auxílio emergencial. “Pode haver caso de servidor que estava no CadÚnico (Cadastro Único para programas sociais) por uma situação anterior de vulnerabilidade, depois foi empregado na Prefeitura, por exemplo, e recebeu automaticamente o auxílio. Ele será instado apenas a devolver o dinheiro”, citou o presidente. “Há também os servidores que se inscreveram voluntariamente no programa, sabendo que não preenchiam os requisitos. Esses podem responder criminalmente por falsidade ideológica, pois forneceram informações falsas sobre sua renda e a renda familiar para órgão público. Podemos também considerar digitação errada do CPF do empregado público no CadÚnico ou até mesmo mais uma vítima de alguma fraude de terceiros”, detalhou o presidente do TCMPA. 

De junho até hoje (20), 25 servidores municipais que receberam o auxílio emergencial de forma indevida devolveram o recurso voluntariamente através da plataforma digital disponibilizada pelo Ministério da Cidadania e 88% deles são servidores lotados em fundos municipais de educação, saúde e assistência social.

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