quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Covid mata coronel Pantoja, do massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará


Via Revista Fórum por Fabíola Salani*

PM foi condenado a mais de 150 anos de prisão por ação que resultou na morte de 19 sem-terra no Pará, mas cumpria pena em regime domiciliar

O coronel Mário Colares Pantoja, condenado a mais de 150 anos pelo massacre de Eldorado dos Carajás, em 1996, morreu nesta quarta-feira (11) em Belém. A Polícia Militar do Pará divulgou nota nesta quinta-feira (12) dizendo que a morte se deu por complicações devidas à Covid-19. Com 74 anos, ele cumpria a pena em prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica.

“A PMPA informa que o coronel da reserva remunerada Mário Colares Pantoja, 74 anos, faleceu nesta quarta-feira (11), em um hospital particular em Belém. O policial militar faleceu por complicações de saúde relacionadas à covid-19. O sepultamento ocorreu na manhã desta quinta-feira (12), em um cemitério particular”, informou a PM paraense.

Pantoja era o comandante do 4º Batalhão de Polícia Militar, no sudeste do Pará. Ele comandou a ação que resultou na morte de 19 trabalhadores sem-terra em Eldorado de Carajás, em abril de 1996.

Tanto ele quanto o major José Maria Pereira de Oliveira foram condenados pelo episódio. Os dois ficaram em liberdade por 16 anos e só foram presos em 2012. Pantoja cumpriu quatro anos de sua condenação em regime fechado. No entanto, sua defesa alegou motivos de saúde e conseguiu que ele passasse a prisão domiciliar.

O massacre

O confronto com policiais ocorreu em 17 de abril de 1996. Um trecho da rodovia estadual PA 150, conhecido como “Curva do S”, estava ocupado por cerca de 1,5 trabalhadores sem-terra, que reivindicavam terras para reforma agrária. A PM foi encarregada de liberar a estrada, e Pantoja comandou a operação, no município de Eldorado dos Carajás.

A ação resultou em confronto entre manifestantes e policiais. Além de bombas de gás lacrimogêneo, os PMs atiraram contra os sem-terra.

Com informações de O Liberal

*Fabíola Salani

Graduada em Jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo. Trabalhou por mais de 20 anos na Folha de S. Paulo e no Metro Jornal, cobrindo cidades, economia, mobilidade, meio ambiente e política.

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