Via site Jota por Mariana Ribas, Fabio Graner
Posse de Galípolo como o novo presidente do BC ocorrerá ao fim do mandato de Campos Neto, em 31 de dezembro de 2024
O Senado Federal aprovou, nesta terça-feira (8/10), o nome de Gabriel Galípolo para suceder Roberto Campos Neto na presidência do Banco Central (BC). O placar da votação do indicado do governo foi de 66 x 5 votos. Na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), do Senado, pela manhã, Galípolo conquistou a unanimidade, com 26 x 0 votos.
A posse de Galípolo como o novo presidente do BC ocorrerá ao fim do mandato de Campos Neto, em 31 de dezembro de 2024. O indicado pelo governo foi recebido pelo Senado de forma pacífica e a aprovação de seu nome para o cargo já era esperada. Sua sabatina, que ocorreu na manhã desta terça, foi marcada por um discurso político, por perguntas já previstas e falas genéricas. Ao longo de quatro horas, Galípolo se ateve a um discurso político. Questionado, respondeu que "jamais sofreu pressão sobre decisão do Copom do presidente do Lula". Após falar que pretende continuar seguindo sua consciência nas decisões, seja de subir, cortar ou manter juros, reforçou que todas as vezes em que esteve com Lula, o presidente disse a ele que teria toda tranquilidade e liberdade para tomar decisões.
Em sua fala final, o indicado ao BC fez uma defesa enfática sobre a necessidade de o Banco Central perseguir o centro da meta de inflação. “Não foi conferido à autoridade monetária essa liberdade para ter uma concepção elástica do que é a meta de inflação, que é 3%. As bandas funcionam para absorver choques eventuais, não para reduzir o esforço da política monetária”, disse.
Para ele, a crítica de quem acha que deveria se trabalhar com um nível de inflação superior não deveria ser direcionada ao BC, a quem cabe colocar os juros em nível suficiente para cumprir a meta. “Nosso mandato é buscar a meta de inflação com uma economia que vem mostrando uma pujança maior do que esperada”. Segundo ele, o crescimento da economia não é ruim em si, mas é preciso cuidar para que isso ocorra com equilíbrio entre a trajetória da oferta e da demanda.
A sabatina foi marcada por falas mais genéricas, com ênfase na responsabilidade de o BC ser o “guardião da moeda”. O indicado para a presidência deu uma mensagem de otimismo sobre a evolução da economia brasileira nas últimas décadas e anos e colocou o país como um local de oportunidades para investimentos, especialmente na transição energética e redução de emissões.
As semanas anteriores à sabatina foram dedicadas para o que é conhecido nos corredores do Congresso como “beija-mão”, que é o movimento em que o indicado visita o gabinete dos senadores em busca de apoio.
Mestre em economia política pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Galípolo é, desde julho de 2023, diretor de política monetária do BC. Antes, foi secretário executivo do Ministério da Fazenda, na gestão de Fernando Haddad (PT), de quem é muito próximo.
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