A Carta Capital do mês de Novembro traz reportagem de Leandro Fortes (*), na pág. 26 , sobre um “golpe contra camponeses: reforma agrária às avessas tirou terras de pequenos agricultores e as entregou a figurões como a senadora Kátia Abreu”.
A reportagem mostra como empresários – entre eles a Senadora Kátia e o irmão – compraram na bacia das almas terras de pequenos proprietários que conseguiriam provar a posse da terra, se houvesse uma Justiça diferente da que existe no estado de Tocantins.
A Senadora Kátia Abreu contou com a inestimável colaboração do governador tucano de Tocantins, Siqueira Campos.
Além das peripécias legais que ajudaram a Senadora a comprar 1,2 mil hectares por menos de R$ 8, o hectare, há o agravante de as terras que pertenciam ao pequeno proprietário Juarez Vieira Reis, de Campos Lindos, e hoje pertence a ela, não produzirem nada.
É um latifúndio improdutivo, que passará a ser objeto de reforma agrária, assim que o Governo atualizar os critérios de aferição da produtividade da terra – como pleiteou o MST.
Deve ser esse um dos motivos por que a Senadora parece mover uma ofensiva militar contra o MST, sob a forma de uma CPI.
Os malabarismos legais que permitiram o trem-da-alegria que resultou nessa apropriação de terras são objeto de um pedido de intervenção federal em Tocantins, por um procurador federal, Álvaro Manzano.
Deve ser por isso, também, que a Senadora do latifúndio improdutivo tenta o impeachment da Governadora Ana Julia, do Pará, porque ela não tinha como atender pedido de Gilmar Dantas (**): agir imediatamente para desocupar terras ocupadas.
Como se sabe, o MST ocupou terras de Daniel Dantas no Pará, onde ele, por cima, finge criar gado e, por baixo, explora riquezas mineiras.
Leandro Fortes também informa que o Corregedor do Conselho Nacional de Justiça vai divulgar relatório que demonstra como em Tocantins os processos judiciais contra poderosos andam com a celeridade inversa à dos HCs de Dantas no Supremo.
Paulo Henrique Amorim
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