terça-feira, 9 de agosto de 2011

I Festival da Canção de Ananindeua: Entrevista com o artista Pedrinho Cavalléro idealizador do festival

 O músico e produtor Pedrinho Cavalléro, um dos grandes artistas paraenses.  Ele é idealizador do I Festival da Canção de Ananindeua, foi entrevistado  no Bar Café Portela, pelos blogs Ananindeuadebates e Militânciaviva.

Blogs – Pedrinho Cavalléro, você é o coordenador e idealizador do I Festival da Canção de Ananindeua. Fale um pouco sobre a organização e como surgiu a ideia de realizar esse festival aqui.

Pedrinho Cavalléro -  Para falar disso, eu vou ter que falar da minha vida, minha vida tem um link com os festivais. Na verdade, sou compositor porque fui instigado por um festival de música no início dos anos 70, foi em 1971, em plena ditadura, eu era um menino de 12 anos e fui instigado a compor para um festival de música do meu colégio, e ali começou toda uma história. Então eu tenho um respeito e acho que os festivais de música são fundamentais para algumas coisas, às vezes o pessoal fala que o festival de música é uma linguagem tão antiga... antiga sim, mas ainda tem suas funções, ainda tem sua história, seus objetivos claros, que são de revelar novos talentos, de confirmar talentos antigos, enfim, de mostrar sua música para um público que está afim de escutar uma coisa nova, aquelas músicas que não se ouvem na rádio. Como pouca gente sabe, eu moro em Ananindeua há 21 anos, e eu sou produtor também, e desde 1996 nós começamos a fazer esses projetos de festivais de musica, comecei a vender esses projetos para escolas particulares e depois comecei a fazer nas escolas públicas, inclusive aqui em Ananindeua, algumas escolas já participaram desse nosso projeto. Eu acho de fundamental importância, apesar dele ser competitivo ele agrega, tem o congraçamento, é de fundamental importância para que as pessoas possam amadurecer, trocando ideias. Acho que essa é a função do festival, então, enfim, eu me sentia na obrigação de organizar esse festival  para a cidade de Ananindeua.

Blogs – Pedrinho, aqui em Ananindeua há dificuldades de se fazer cultura popular, apesar de ser um município com mais de 500 mil habitantes, temos problemas no que tange à participação cultural do povo. A prefeitura, que deveria ser o principal agente incentivador de eventos verdadeiramente culturais, como música, literatura, dança, artes plásticas e outros, tem realizado o que chamamos de cultura de massa: é contratação a peso de ouro de grupos sertanejos, axé e outros, com altos cachês, que se  fossem investido nos artistas locais, poderiam fomentar a cultura do município, e  ajudar na criação de uma cadeia produtiva. Então, a prefeitura deu algum apoio para o I Festival da Canção de Ananindeua?

Cartaz do Festival
PC – Não... (pausa) não tivemos apoio da prefeitura, a priori não deu nenhum sinal. OK, eles têm a visão deles lá. Eu acho que essa nossa história nós conseguimos fazer, o festival poderia ser muito maior com o apoio da prefeitura, mas vai ser legal, vai ser bacana. Conseguimos, através da lei SEMEAR, com apoio da Y. Yamada, que sempre está fazendo coisa com a gente, acreditando na cultura de raiz,  coisa da terra, eles, sempre eles,  estão participando junto com a gente, eu agradeço demais a essa galera toda, e eu tenho certeza  que vai ser legal, apesar de não ser do jeito que eu penso, com a grandeza que seria, com uma premiação maior. Mas olha, eu sou um frequentador assíduo dos festivais de música pelo Brasil, eu vou a Minas Gerais e outros estados, as premiações pagas  nesses festivais  estão no mesmo patamar do I Festival de Ananindeua. Então, estamos no patamar legal, tem tudo para a coisa fluir em uma dinâmica legal.

Blogs – E essa dinâmica, a participação dos compositores, as eliminatórias? Sabemos que esses festivais têm a participação de muitos músicos de várias cidades do Pará, e também do Brasil. E o compositor de Ananindeua, que espaço terá no festival?

PC – Legal vocês tocarem nesse assunto. Quando eu pensei no festival, pensei no resguardo da nossa história, e na valorização da nossa cultura. Quando eu falo da nossa história, eu me sinto de Ananindeua, eu moro há 21 anos aqui, e me sinto ananindeuense. Então como vai ser: o festival  é aberto para músicos e compositores de todo Brasil, só que, entre as 24 músicas que  serão classificadas para a final, seis serão de Ananindeua. Eu acho que é direito, é uma coisa que temos que fomentar, incentivar e valorizar o compositor de Ananindeua. Este  é um dos artigos do regulamento do festival, inclusive com jurados de Ananindeua, que terão uma cota na banca do júri.

Blogs – Então, podemos dizer que o festival tem sua política de cota, que está tão em voga no Brasil? 

PC –  Sim, eu acho legal e importante isso.

Blogs – Pedrinho, o festival vai ser realizado aonde? Ananindeua não tem teatro, não tem cinema, não tem uma área pública de lazer e parques para esse tipo de evento, e também como os artistas, poetas, músicos e compositores podem participar, se inscrever?

PC – Quem deu apoio e abriu seu espaço para a realização da apresentação dos finalistas foi a Casa de Shows Cangalha, que fica ali na BR perto do Shopping Castanheira. O festival vai acontecer dias 20, 21 e 22 de setembro. Agora os compositores têm que correr, pois a inscrição se encerra agora dia 12/08. Acesse o blog www.igaraproducoeseventos.blogspot.com , lá têm todas informações, também podem ser feitas as inscrições no Café Portela, na Cidade Nova 8 We 52 n. 221,   que é um dos apoiadores do festival.

Blogs – E a premiação vai ser em dinheiro?

Depois da entrevistas rolou uma viola no  Café Portela
PC – Sim, o 1º. lugar R$ 3 mil, 2º. lugar R$ 2 mil, e 3º. lugar R$ 1 mil. Melhor arranjo R$ 500,00 (quinhentos reais),  e o melhor intérprete   R$ 500,00 (quinhentos reais).

Blogs – Obrigado, Pedrinho, e sucesso.

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