segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Por Atnágoras Lopes - Uma vez mais: CUT deve romper com a Dilma e vir construir a Greve Geral contra o governo!

 
Atnágoras Lopes


O presidente da CUT disse hoje que o pacote de medidas fiscais divulgado ontem (segunda-feira, 14) pelo Governo Federal, com o objetivo de supostamente reequilibrar as contas públicas, vai na contramão das necessidades do país e dos trabalhadores, pois onera a atividade econômica e reduz gastos sociais em um momento em que a recessão já atinge a todos (as). “Nenhuma das medidas aponta para a retomada do crescimento e geração de empregos, que são os problemas mais urgentes e graves que enfrentamos atualmente”, afirmou.

Essa conclusão é muito importante, no entanto a política sugerida por essa central, mais uma vez, é um limitado pedido de reunião com a presidenta Dilma. Já passou, em muito, da hora de a CUT romper com Dilma e construir a Greve Geral contra esse governo! Temos insistido com esse chamado a eles e a diversas organizações do movimento de massas. Com anuncio de ontem, que ataca ainda mais os trabalhadores e, em especial o funcionalismo, retoma-se com mais força essa necessidade. Não há como derrotar o ajuste sem derrotarmos o governo!

Alertamos, no entanto, que a publicação da declaração do presidente está dividindo as manchetes do site dessa central com uma ferrenha defesa do governo Dilma, assinada pelo mesmo Wagner Freitas, presidente da CUT, que diz reafirmar “a posição da Central em defender a manutenção do mandato da presidenta Dilma, por entender que um rompimento geraria espaço para que as forças conservadoras atacassem com muito mais força os direitos trabalhistas, as políticas públicas de distribuição de renda criadas ao longo dos últimos 12 anos, o emprego e a renda”. Não se pode seguir alimentando essa confusão. Ou defendemos a nossa classe ou defende-se o governo que nos ataca.

Estamos frente a um quadro que já leva mais de seiscentos mil trabalhadores à amargura do desemprego, à retirada de direitos, ao aumento da criminalização das lutas sociais, à piora significativa nas condições gerais de vida do povo pobre, negro, trabalhador e morador da periferia. A tarefa que está colocada é a de que, todos nós, estamos chamando a lutar, a tomar as ruas e construir uma alternativa contra esses dois blocos burgueses. Sim, dizemos dois blocos porque tão pouco devemos nos deixar levar pela repugnante oposição liderada por Aécio e o PSDB que, sobre o pacote anunciado ontem por Dilma, em seu site, esse partido desnuda-se no artigo do senador em questão. Nenhuma palavra sobre o corte do reajuste dos servidores, nem sobre cortes na saúde ou sobre a nefasta intenção relativa à previdência publica. E por quê? Porque, em essência, o que o governo do PT está aplicando é a política econômica neoliberal que também é defendida pelo PSDB.

Temos de juntar todos os setores dos movimentos sociais e políticos, que se disponham a lutar contra esse governo e a velha direita de oposição, e tomarmos as ruas. Hoje essa tarefa está colocada em seu maior grau de exigência. É por esse motivo que a CSP-Conlutas, para além participar da Marcha Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras, contra Dilma, Temer, Cunha, Renan e Aécio, que será realizada nessa sexta-feira, 18 de setembro, chama os ativistas e organizações do movimento de massas à construção de uma poderosa Greve Geral nesse país, em defesa de nossa classe.

Não temos o direito de ficar em dúvida diante do golpe que esse governo está impondo. Também não podemos deixar nas mãos desse congresso corrupto, financiado pelas empreiteiras, a serviço dos banqueiros e das multinacionais, os destinos de nosso país. Impeachment não é solução. Que seja pela ação direta de nossa classe a definição dos rumos do Brasil. Chega, é hora de darmos um passo adiante, não podemos aceitar pagar por essa crise!



Por Atnágoras Lopes – Membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas


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