O presidente da CUT disse hoje que o pacote de medidas
fiscais divulgado ontem (segunda-feira, 14) pelo Governo Federal, com o
objetivo de supostamente reequilibrar as contas públicas, vai na contramão das
necessidades do país e dos trabalhadores, pois onera a atividade econômica e
reduz gastos sociais em um momento em que a recessão já atinge a todos (as).
“Nenhuma das medidas aponta para a retomada do crescimento e geração de
empregos, que são os problemas mais urgentes e graves que enfrentamos atualmente”,
afirmou.
Essa conclusão é muito importante, no entanto a política
sugerida por essa central, mais uma vez, é um limitado pedido de reunião com a
presidenta Dilma. Já passou, em muito, da hora de a CUT romper com Dilma e
construir a Greve Geral contra esse governo! Temos insistido com esse chamado a
eles e a diversas organizações do movimento de massas. Com anuncio de ontem,
que ataca ainda mais os trabalhadores e, em especial o funcionalismo, retoma-se
com mais força essa necessidade. Não há como derrotar o ajuste sem derrotarmos
o governo!
Alertamos, no entanto, que a publicação da declaração do
presidente está dividindo as manchetes do site dessa central com uma ferrenha
defesa do governo Dilma, assinada pelo mesmo Wagner Freitas, presidente da CUT,
que diz reafirmar “a posição da Central em defender a manutenção do mandato da
presidenta Dilma, por entender que um rompimento geraria espaço para que as
forças conservadoras atacassem com muito mais força os direitos trabalhistas,
as políticas públicas de distribuição de renda criadas ao longo dos últimos 12
anos, o emprego e a renda”. Não se pode seguir alimentando essa confusão. Ou
defendemos a nossa classe ou defende-se o governo que nos ataca.
Estamos frente a um quadro que já leva mais de seiscentos mil
trabalhadores à amargura do desemprego, à retirada de direitos, ao aumento da
criminalização das lutas sociais, à piora significativa nas condições gerais de
vida do povo pobre, negro, trabalhador e morador da periferia. A tarefa que
está colocada é a de que, todos nós, estamos chamando a lutar, a tomar as ruas
e construir uma alternativa contra esses dois blocos burgueses. Sim, dizemos
dois blocos porque tão pouco devemos nos deixar levar pela repugnante oposição
liderada por Aécio e o PSDB que, sobre o pacote anunciado ontem por Dilma, em
seu site, esse partido desnuda-se no artigo do senador em questão. Nenhuma
palavra sobre o corte do reajuste dos servidores, nem sobre cortes na saúde ou
sobre a nefasta intenção relativa à previdência publica. E por quê? Porque, em
essência, o que o governo do PT está aplicando é a política econômica
neoliberal que também é defendida pelo PSDB.
Temos de juntar todos os setores dos movimentos sociais e
políticos, que se disponham a lutar contra esse governo e a velha direita de
oposição, e tomarmos as ruas. Hoje essa tarefa está colocada em seu maior grau
de exigência. É por esse motivo que a CSP-Conlutas, para além participar da
Marcha Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras, contra Dilma, Temer, Cunha,
Renan e Aécio, que será realizada nessa sexta-feira, 18 de setembro, chama os
ativistas e organizações do movimento de massas à construção de uma poderosa
Greve Geral nesse país, em defesa de nossa classe.
Não temos o direito de ficar em dúvida diante do golpe que esse
governo está impondo. Também não podemos deixar nas mãos desse congresso
corrupto, financiado pelas empreiteiras, a serviço dos banqueiros e das
multinacionais, os destinos de nosso país. Impeachment não é solução. Que seja
pela ação direta de nossa classe a definição dos rumos do Brasil. Chega, é hora
de darmos um passo adiante, não podemos aceitar pagar por essa crise!
Por Atnágoras Lopes – Membro da Secretaria Executiva
Nacional da CSP-Conlutas
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